Consolidando as Ligações Perig

Consolidando as Ligações Perig



Capítulo 2
Consolidando as Ligações Perigosas

Os alunos desceram do trem, na Estação de Hogsmeade, e foram aboletados nas carruagens que os levavam pelo caminho até as enormes portas de carvalho do castelo. Na estação, Harry e seus amigos encontraram Hagrid, que deu-lhes um rápido alô.
A partir do quinto ano, Harry achara cada vez mais angustiante entrar nas já célebres carruagens, pois ele e Luna eram os únicos a terem a capacidade de ver os animais que estavam atrelados às carruagens - e por uma razão que Harry odiava lembrar. Os únicos capazes de admirar a feiúra dos testrálios eram aqueles que já haviam visto a pior coisa que alguém poderia ver - a morte. E realmente não era algo que Harry gostava de lembrar.
Enquanto isso, numa carruagem não longe dali, Sebastian e Kathryn haviam confabulado. A garota havia decidido que o melhor modo de acabar com a vida de Hermione Granger seria fazê-la ser seduzida por Sebastian - nada que uma boa dose de charme e Poção do Amor de Fred e George Weasley não resolvesse. Para completar o quadro, Kathryn pretendia deflorar Ron Weasley - e para aquilo não era necessário charme, tampouco Poções do Amor. Seria a parte mais fácil.
- O clímax de toda a operação é assegurar que ela esteja no período de ovulação quando for para a cama com você, e que não se previna - dissera Kathryn - Engravidar no ápice de sua vida escolar seria a morte para aquele patinho feio metido.
Obviamente, Kathryn não contava com a alta inteligência e esperteza de Hermione. Sebastian, todavia, com sua habilidade altamente desenvolvida com a experiência de identificar o caráter de uma mulher, havia palpitado acertadamente que aquele seria um páreo duro. Talvez seja mais interessante do que eu havia inicialmente pensado, pensou.
No banco oposto, Annette de Laclos dormia - e Lamaison Rosemonde já tinha certeza como sabotaria a quase certa vitória de Sebastian Valmont.




- Bem-vindos novamente a Hogwarts - disse a Profª McGonagall, abrindo os braços para o Salão Principal. Devido aos acontecimentos do último semestre, mais da metade dos alunos havia decidido que permaneceriam mais seguros em casa. Entretanto, como bem dissera o Prof. Flitwick, a escola estaria aberta pra qualquer aluno que decidiria permanecer.
- Ainda estou satisfeita que muitos de vocês decidiram voltar para nossa escola - continuou a Profª McGonagall - Sequer sabíamos se voltaríamos a funcionar depois da morte do maior diretor que Hogwarts já teve, Albus Dumbledore.
- Na verdade nem sei porque voltamos - murmurou Ron mal-humorado - Seria mais útil estarmos na caça dos Horcruxes.
- Cale a boca, Ron - disse Hermione - Você quer combater Você-Sabe-Quem sem sequer ter terminado Hogwarts?? Muitos bruxos experientes teriam sucumbido num piscar de olhos. Na verdade, também não estaremos muito preparados depois de sairmos daqui, mas ainda será melhor que agora.
- Estaríamos experimentando algo diferente - disse Ron, teimoso.
- Sim - disse Hermione - Estaríamos experimentando uma Maldição Cruciatus. Muito divertido.
- Você não sabe se divertir, Hermione Granger - resmungou Ron.
- Na verdade é você que não sabe o que é diversão - rebateu Hermione com profundo rancor - Nos poderíamos nos divertir muito juntos...
- Mais do que temos nos divertido? - perguntou Ron, confuso.
- É, Ron - disse Hermione - Mais do que temos nos divertido.
Pelas barbas de Merlin, como esse garoto é lesado, pensavam Harry e Hermione ao mesmo tempo.
- Obrigado, isso foi muito esclarecedor - disse Ron sarcasticamente.
- Quer que eu diga explicitamente? Você poderia me levar à loucura...
- É você que está me levando à loucura com esse jogo de palavras sem sentido...
Hermione bufou.
- Falamos disso depois no Salão Comunal, está bem?
- A McGonagall deveria para de tagalerar - disse Harry - Estou morrendo de fome.
- Chio! - disse Ginny - Ela deve estar para falar de nossos queridos amigos françaises.
Harry olhou para ela com um olhar penetrante.
- Não sabia que eles eram tão queridos assim... ou você está se referindo a Valmont?
- E se estiver, o que você faria? - respondeu Ginny ferozmente.
Era verdade. Ela não estava se referindo a ninguém menos do que Sebastian Valmont. Hermione não poderia estar mais errada, afinal. Talvez houvesse algo errado com Merteuil, mas Valmont era tão lindo... simpático... sedutor...
- Entretanto, para nos animar nestes tempos tão difíceis e procurar a união de todos os povos mágicos, conseguimos estabelecer um programa de intercâmbio com a Beuxbatons Academie - prosseguia McGonagall com energia - Temos o prazer de receber os alunos Kathryn Mertuil, Sebastian Valmont, Annette de Laclos e Lamaison Rosemonde em nosso castelo este ano.
Houve uma salva de palmas modesta no salão, e em seguida as portas do salão se abriram dando caminho a nossos quatro amigos, que sorriam com pompa.
- Espero que vocês nossos alunos tenham a cordialidade de oferecer um lugar a suas mesas para nossos convidados. Entretanto, não precisam se preocupar onde eles passarão a noite, temos quartos individuais reservados para cada um deles.
Sebastian passou pela mesa de Griffyndor e piscou para Ginny. Só faltou Ron desmaiar quando Kathryn lhe lançou um olhar inquietante. Lamaison, entretanto, pareceu extremamente interessado em Luna Lovegood.
- Olhe! - disse Annette, puxando o braço de Lamaison e apontando - É Harry Potter.
- Grande coisa! - respondeu Lamaison.
- Que audácia! - disse Hermione para Ginny - Valmont ousou piscar para você!
- Não acho audácia - disse Ginny - Acho até simpático.
Hermione lançou um olhar penetrante para a amiga.
- Mantenha a cabeça erguida. Ele é perigoso.
Ginny fez cara de pouco caso. Na verdade, ela se derretera inteira por causa da piscadela de Sebastian.
- Gostaria que ao final do banquete vocês quatro se dirigissem à mesa dos professores - disse McGonagall - Os levarei pessoalmente aos seus dormitórios. Agora, bon appetit!
Como de hábito, as travessas se encheram de comida e o salão voltou ao seu alvoroço quase habitual.
Ginny se deliciava com sua batata sauté quando sentiu uma mão calorosa em seu ombro. Uma mão quente e suada, dotada de um contato todo especial e inexplicável, cheia de empatia e de promessas. A ruiva estremeceu ligeiramente.
- Te assustei? - perguntou Sebastian Valmont - Desculpe, apenas queria saber se poderia me sentar ao seu lado.
- Certamente que sim - respondeu Ginny com um sorriso.
Hermione pigarreou audivelmente, Harry rugiu silenciosamente como um leão e Ron encarou Sebastian desconfiado.
Esse aí está tramando alguma coisa... E não quero saber o que, desde que não envolva a minha irmã...
Todavia, um hálito quente e súbito desviou completamente o rumo dos pensamentos de Ron.
- Poderia aproveitar sua companhia? - e sem esperar resposta Kathryn Mertuil se sentou entre Hermione e Ron. A namorada de Ron bufou:
- Você não tem respeito??
- Oh, me desculpe! - disse Kathryn com uma cara de falsa inocência e arrependimento - Não percebi que você estava aí! - e se voltou para conversar com Ron.
O garoto, entretanto, parecia uma pilha de nervos. Derrubou duas vezes uma travessa de batatas sauté - que magicamente voltava ao normal - e suava em bicas.
- Então - perguntou Kathryn em tom conversador - Como é o ensino de Hogwarts?
- Bem, eu... quer dizer, Hogwarts... É duro. É muito duro.
- Percebe-se - disse Kathryn com um sorriso maroto, olhando para a região das vestes de Ron que Madame Malkin geralmente chamaria de braguilha. O ruivo corou violentamente e tentou - inutilmente - cruzar as pernas, depois jogar as dobras das vestes por cima, mas estava muito aparente.
- Imaginei que Harry Potter não ficaria o último ano em Hogwarts - continuou Kathryn em tom de conversa - Pensei que fosse atrás de Você-Sabe-Quem, já que ele é o Escolhido, não é?
- Acho... ach... que não seria mu... muito excitante p-pra ele - gaguejou Ron, tremendo incontrolavelmente. Hermione encarava os dois com uma cara feia.
- E o que você consideraria excitant? - perguntou Kathryn, maliciosamente pondo a mão na coxa de Ron - bem perto, aliás da protuberância em suas vestes.
- Mas FRANCAMENTE! - esbravejou Hermione.
Ron tentou cortar o escargot com a faca mas esta escorregou com a tremedeira e o choque do garoto, e um enorme jato de molho branco esguichou do prato, sujando todas as pessoas à volta, incluindo Hermione. O molho fritava e fazia fumaça na testa da garota.
- Oooops, espirrou - disse Kathryn com um sorriso malicioso, ainda encarando fixamente a braguilha de Ron. Calmamente, com um gesto da varinha, limpou suas vestes negras, se levantou e murmurou-lhe no ouvido: - Bon appetit, mon cher.
O garoto tentou esconder de qualquer jeito a braguilha melada - que REALMENTE havia espirrado - e, em total nervosismo e desespero, derrubou um copo de suco de abóbora nas vestes.
- Ronald Weasley! - resmungou Hermione, limpando o namorado com um gesto da varinha. Ron tremeu e encolheu no banco, ficando do tamanho de um rato, e uma cara de completo pavor da namorada no rosto - e do sermão que se seguiria.




Do lado oposto da mesa, molho branco havia caído em Ginny. Sebastian logo tirou a varinha da barra das vestes e disse:
- Permita-me... Impervius!
A roupa da ruiva foi limpa num piscar de olhos.
- Obrigada.
- Apenas fui cavalheiro - respondeu Sebastian com um sorriso.
- Me diga, de que região da França você vem?
- Oh, eu e minha meia-irmã Kathryn moramos em Marselha. Quando nossos pais se casaram, mudamos para lá. Ambos nossos pais trabalham no Ministério Française, sabe?
- Sei - disse Ginny - Meu pai também trabalha no Ministério.
- Não me diga que ele é assessor pessoal do Ministro?
- Não - e dessa vez as orelhas da garota enrubesceram terrivelmente - Ele trabalha no Departamento de Detecção e Confisco de Objetos Protetores com Feitiços Defensivos de Contra-Efeito.
- Parece importante - disse Sebastian com um sorriso sincero. Ou melhor, que pareceu sincero para Ginny.
- Vocês realmente passam as férias na Riviera? - perguntou Ginny interessada - Bem, é provável, porque vocês moram em Marselha, que é perto...
- Realmente, nós temos uma casa na Côte D’Arzur - respondeu Sebastian pomposo - E suponho que vocês passem as férias na Riviera Britânica?
- Ham? - agora Ginny estava indubitavelmente surpresa, uma batata sauté caindo do garfo a meio caminho da boca.
- Sabe, Torquay, Brixton, aquela região do Canal - explicou Sebastian. Ao perceber que Ginny ainda estava boquiaberta, ele riu com gosto - Pensei que todos os ingleses passassem as férias na Riviera Britânica.
- Na verdade, nunca ouvi falar desse lugar - disse Ginny sinceramente.
- Não importa - disse Sebastian - Afinal, que tipo de aulas vocês têm aqui?
- Bem, no sétimo ano já temos as aulas selecionadas para a vocação que escolhemos - explicou Ginny - Não sei se na França é o mesmo sistema...
- É, sim.
- Bem, nós nunca tivemos um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas por mais de um ano, pois dizem que o cargo está amaldiçoado... Aliás, é estranho a McGonagall não ter apresentado o novo professor de DCAT.
- Talvez seja alguém que vocês já conheçam - sugeriu Sebastian.
- Não creio... Acho que, quem quer seja, ainda não está aqui, não vejo nenhuma cara nova na mesa dos professores...
- Quem é aquela morsa?
- O QUÊ??? - e depois Ginny percebeu que o loiro apontava diretamente para o Prof. Horace Slughorn, roncando espalhafatosamente no meio do banquete, com as mãos cruzadas sobre a enorme pança e o vasto bigode de morsa voando para cima cada vez que Slughorn bufava.
- Oh, aquele é nosso professor de Poções, Horace Slughorn - esclareceu Ginny - Ele é também diretor de Slytherin, uma das quatro casas de Hogwarts.
- É aquela mesa ali no canto?
- Essa mesma.
- Parece meio vazia, não é?
Ginny teve que reconhecer que sim. Depois da saída de Dumbledore, muitos pais haviam decidido que Hogwarts não era mais o lugar de seus filhos, principalmente dos que estavam na Slytherin - provavelmente por motivos diversos que segurança. A ruiva dava graças a Merlin, entretanto, que pessoas como Malfoy, Crabbe, Goyle e Pansy Parkinson haviam saído da escola.
No mesmo momento, a comida dos pratos desapareceu, os bancos se afastaram magicamente e os alunos seguiram seus monitores em direção às suas respectivas casas. Hermione puxava dolorosamente a orelha de Ron na frente dos primeiros anos, envergonhando o ruivo e fazendo os calouros se matarem de rir.
- Aqui, garotos, aqui!
Esta era a Profª McGonagall, correndo pelo salão e chamando os estudantes franceses. Os quatro se reuniram em frente a ela.
- Agora os levarei a seus dormitórios especiais - disse a professora - Sigam-me.
Entretanto, ela não avançou imediatamente. Em lugar disso, pôs um enorme dedo indicador entre os olhos de Sebastian.
- Não pense que Madame Maxime não me avisou sobre seus, ham, hábitos noturnos, Valmont - disse a professora, severa - Posso lhe assegurar que nenhuma garota de Hogwarts lhe ajudará a manter sua péssima reputação de mulherengo.
- A senhora tem um bonito dedo, professora - disse Valmont sorrindo.
McGonagall fez um “humpf!” de desprezo e se virou para Kathryn:
- Merteuil, espero que com seu comportamento exemplar consiga pôr rédeas em seu irmão pelo resto do semestre.
- Certamente que sim, madam - respondeu Kathryn, graciosa.
- Sigam-me, então.
Os quatro alunos seguiram a diretora.
- Então, conseguiu progressos? - perguntou Lamaison em francês para Sebastian, enquanto subiam as escadas.
- Muito - respondeu Sebastian com um sorriso maroto - Mas apenas com Ginny Weasley.
- Você deveria estar se preocupando em conquistar Hermione Granger, Sebastian - criticou Kathryn, numa voz adoravelmente diabólica.
- Percebi que vocês estava bem ocupada durante o banquete com meu querido cunhado - rebateu Sebastian - Conseguiu fazer Granger ter um petit.
- E eu só estava aquecendo - disse Kathryn num sorriso triunfante.
- Aquecendo os meus lençóis, você quer dizer - disse Sebastian sorrindo.
Mas será ela que me aquecerá quando isto tudo terminar pensou Lamaison. E disse: - Estava tendo uma conversa interessante com uma certa Luna Lovegood. É uma nerd completamente idiota, mas pode ajudar no meu disfarce de nerd.
- Oh, eu passei o banquete falando com Harry Potter! - disse Annette, suspirando.
Kathryn, Sebastian e Lamaison lhe lançaram olhares nefastos.
- Você estava sendo verdadeira, querida - disse Kathryn - Neste mundo você nunca pode ser verdadeira, se quer ser feliz. Os tolos morrem antes, Annette. Lembre-se disso. Os tolos morrem antes.
Aberração, pensou Sebastian. Nem parece ser aparentada conosco!
McGonagall estacou.
- Neste corredor estão todos os seus quartos - disse a professora, indicando quatro portas no fim do corredor. - Todos são suítes, e com interligação entre si. Obviamente a sua interligação está trancada, Sebastian.
- Obviamente - disse Sebastian com um sorriso maroto - Não gostaria de checar se as minhas janelas também estão trancadas, professora?
- Ora, FRANCAMENTE! - e McGonagall saiu andando sem dar boa-noite aos estudantes, murmurando - Levando uma cantada de um estudante, nunca sofri tamanho ultraje...
- Bem, boa-noite a vocês - disse Sebastian ainda sorrindo, e fechou a porta de seu quarto.
Naquela noite, Annette passou horas acordada, olhando para o dossel da cama. O rosto de Harry Potter se formava nas dobras do tecido, sorrindo para ela.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.