O amor reencontrado



Cap 11

Estava estática. Como James pudera dizer aquelas palavras do Harry. Logo dele! Não estava acreditando. Com certeza a conversa que tiveram não saíra como esperava. Não saíra nem como não esperava. Tinha que conversar com Harry. Que se dane tudo o que ele a fizera. O que importava era ver em que estado ele estava. Mal, ruim, péssimo, decepcionado, não sabia. Qualquer coisa!
Virou-se para Hermione e reparou que ela apresentava tanta preocupação quanto ela. No momento a amiga estava conversando com Rony. Provavelmente reprimindo-o quanto àquela atitude. Se bem que era visível Hermione não demonstrar tanto empenho em reprimir Rony como tantas vezes. Aquilo significava muitas coisas.
Entretanto Rony apresentava-se indiferente quanto ao que Hermione dizia. Simplesmente olhava para Hermione e de vez em quando abanava a cabeça. Aquilo significava duas coisas. Ou Rony finalmente havia amadurecido, ou estava preocupado demais com Harry para se preocupar com a repreensão de Hermione. Talvez as duas coisas.
Remo havia ido procurar Sirius e James. Haviam ouvido um estrondo então decidira verificar se estava tudo bem.
Visto aquela situação, enfim decidira ir ver Harry, que provavelmente, não estava nas melhores condições, principalmente com aquela forte chuva que caia e os relâmpagos que de tempos em tempos clareavam.
Mansamente saiu do Saguão de Entrada e foi para o jardim. Com um feitiço impermeável não se molharia. Começou a procurar Harry. A coisa que conseguiu enxergar foi um vulto que não estava muito longe do lago, ou melhor, de onde era o lago.
Foi até ele sentindo a pesada chuva sobre seu corpo, apesar do feitiço, sentia a pressão da água. Quando chegou a menos de meio metro do seu destino, este se virou e a encarou nos olhos. Gina não ficou surpresa. Ao contrário, estava esperando uma reação parecida de Harry. Ele começou o diálogo com um sorriso tímido.

- Não fui tão inteligente para fazer um feitiço impermeável em mim. – Realmente, ele estava encharcado, até os óculos estavam molhados. Seus cabelos, agora grandes devido ao tempo que não cortara, caiam sobre sua cabeça, molhados.
- Isso acontece porque você não se preocupa consigo mesmo. Somente nos outros. E é isso que me deixa mais frustrada. – Gina falou pegando na mão de Harry, mas mantendo o contado visual.
- Se eu me preocupasse tanto comigo eu nunca conseguiria fazer nem metade do que eu já fiz ou pretendo fazer. – Harry apertou delicadamente a mão de Gina. Como sentia falta de senti-la em si próprio.
- Além de não se preocupar com você, também não se preocupa com que os outros sentem por você. – Continuou como se ele não tivesse falado nada. Ela ia se aproximando a cada vez que falava.
- Se eu não me preocupasse com que os outros sentem por mim, não abriria minha felicidade pelos outros. Porque se alguma coisa acontecesse a essas pessoas por minha causa, jamais me perdoaria. – Harry achava que o rumo daquela conversa não estava indo do jeito que queria.
- E se essas pessoas decidirem acompanhar você? Não se importando nem um pouco com o que pode acontecer? – Na verdade, ela estava temendo a resposta.
- Eu fujo, minto. Faço qualquer coisa, mas não deixo elas correrem perigo por minha causa.
- E se essas pessoas acharem você e irem atrás de você mesmo assim? O que você faz?
- Faço a mesma coisa. – Para Harry não estava sendo fácil falar daquele jeito com Gina. Esta olhou fundo nos olhos de Harry, aproximando-se vagarosamente. Quando seus rostos estavam bem próximos, tão próximos que ambos sentiam suas respirações, Gina lhe desferiu um tapa no rosto. O golpe foi tão forte que os óculos de Harry soltou de seu rosto e foi para o chão. Harry continuou com a cabeça virada para o lado em que Gina lhe bateu. Esta voltou a falar, mas desta vez, um pouco mais alto.
- Seu idiota. O que você tem na sua cabeça? Como pode pensar assim? Você não tem idéia do que eu passo todos os dias. Naquela agonia, pensando se você está vivo ou não. Você não entende? – Enquanto falava, podia-se ver que Harry sofria ao ouvir aquelas palavras. Era possível ver uma lágrima se misturar com a água da chuva. Quando Gina acabou de falar, Harry voltou à cabeça no lugar e respondeu.
- Entendo. Só que eu quero que você entenda que eu não faço isso porque eu quero, é porque eu preciso. Se eu não fizer isso, não vou conseguir dormir direito só pensando se amanhã vou poder te proteger. O que eu passei foi terrível, nem queira imaginar. Eu não quero uma coisa assim para você. Quero que você esteja bem. – Harry estava quase suplicando em suas palavras.
- E eu também quero que você esteja bem. Por isso quero estar do seu lado para garantir isso. – Gina dizia acariciando o local que desferira o tapa.
- Eu só estarei bem quando você estiver. Se você ficar protegida, eu vou estar bem. – Harry colocou a mão sob a mão de Gina que o estava acariciando. Com a fala de Harry, ela a puxou.
- Então quer dizer que eu sou só um obstáculo na sua vida. Uma “coisa” que impede você fazer as coisas direito? É isso? Responde! – Gina gritou a última palavra.
- Gina, você não entendeu. – Mas era Harry que não entendia. Uma hora ela estava lhe acariciando, no outro, gritando.
- Entendi tudo muito bem. Se não é isso, explique-se. – Gina afastou-se um pouco e cruzou os braços, em sinal de imponência.

Dizem que um ato vale mais que mil palavras. O momento que se seguiu define muito bem
a frase.
Harry se aproximou de Gina e a abraçou, mesmo esta com braços cruzados. Então sussurrou em seu ouvido um “Eu te amo e sempre te amarei”.
Gina sentia o corpo de Harry junto ao seu, e percebia que este tremia por inteiro, não sabia se era por causa do momento, da conversa com James, do feitiço que recebera e ainda estava se recuperando, ou da viagem. Muitos e valorosos fatores. Ela começou a pensar consigo “O que estou fazendo? O Harry precisa de ajuda, não de mais problemas”.
Lágrimas começaram a cair dos olhos de Gina. Não esperou mais nada. O abraçou fortemente, como se abraçasse tudo o que lhe restou da guerra. Também sussurrou no ouvido de Harry “Também te amo. Preciso de você aqui comigo”. Agora o corpo de Gina também tremia, não de fraqueza, mas de preocupação com Harry e do seu arrependimento de ter sido tão dura com ele. No ínicio os dois estavam tremendo, mas sentindo um ao outro, tornaram-se fortes e sentiam que podiam resistir a tudo. Aquele momento, para ambos, tornou-se eterno. Aquilo era tudo do que precisavam, somente um do outro perto, para senti-lo e amá-lo.
Quem dera se aquele momento fosse eterno, pois Neville interrompeu-o no seguinte momento.

- Harry. – Neville, conseguindo a atenção do garoto, suspirou e continuou – Temos sérios problemas.
- Quais? – Harry não podia falar nada contra Neville. Apesar de querer ficar mais um pouco com Gina, ainda tinha uma guerra para lutar.
- Melhor você ler isto. – Neville estendeu um pedaço de pergaminho para Harry. Este o leu, e ao fim, olhou para Neville seriamente.
- Isso já foi longe demais.

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

Remo seguia os corredores indo de porta em porta procurando por Sirius e James. Havia ouvido um estrondo não muito forte, mas isso o estranhou e resolveu procurar aqueles dois marotos para ver se estavam bem e saber o que tinha acontecido. Enquanto ia, começou a ouvir um barulho estranho, muito aproximado de um choro. Seguiu o som e descobriu que o som vinha de uma sala com a porta trancada. Bateu na porta, embora não fosse respondido, percebeu que o barulho de choro cessou. Não demorou muito para o autor do som abrir a porta. Sirius, apesar de aparecer normal, percebia-se que seus olhos estavam vermelhos, um grande índice de se dizer que era ele quem chorava.

- Sirius, você está bem? – Remo foi quem perguntou. Uma pergunta obviamente respondida, mas Sirius não se importou.
- É, bem, mais ou menos. Sabe, estou naqueles dias em que o mundo parece estar contra você. Entra – Sirius apontou para dentro da sala e entrou, seguido de Remo. Este percebeu que uma estava de frente para a outra, mas resolveu não comentar nada.
- É, nem me fale. Eu só vivo nesses dias desde que essa guerra começou de novo. Mas você não é daquelas pessoas que só vivem para baixo. O que aconteceu? Sabe que pode contar comigo.

Sirius olhou para Remo. Aparentemente, Remo não era mais o mesmo. Havia envelhecido, carregava cicatrizes antigas, parecia estar sempre cansado e depressivo. Mas Sirius nunca se importara como seus amigos se vestiam ou como estavam, sempre se importara em olhar nos olhos deles para saber o que realmente estava acontecendo. Sabia que era nos olhos que as pessoas carregavam seus verdadeiros sentimentos, sejam eles eternos ou momentâneos. E o mais importante, não mentiam.
No momento, Remo carregava em seus olhos preocupação, medo, mas ao mesmo tempo, confiança. Sirius sorriu internamente e percebeu que mesmo velho e pai, continuava o mesmo Aluado que o encorajou quando pensou em desistir de muitas coisas, aquele também que o obrigava a terminar o dever de Transfiguração e nunca o deixou copiar suas anotações de História da Magia, embora surrupiasse suas anotações mais tarde. Agora sabia que podia confiar no velho Aluado, literalmente.

- Eu briguei com o Pontas. O motivo foi a conversa que ele teve com Harry. Não concordei com ele e acabamos brigando.
- Me conta como foi a conversa que ele teve com Harry e com você. – Após Remo o dizer, Sirius contou tudo o que aconteceu detalhadamente, e incluiu a sua opinião sobre tudo o que achara.
- Você esta certo. Concordo com você. Mas você não acha que foi muito duro com o James? Aliás, apesar dele ter errado muito com Harry, ele ainda estava sensibilizado com tudo o que aconteceu, inclusive do soco que Rony lhe deu. Você também não agiu certo. – Nesse momento, Remo sentiu como se fosse pai de um adolescente com problemas na escola. Sorriu internamente e percebeu que deveria tomar a posição de pai para os dois marotos que vieram.
- É, como sempre, você tem razão. Acha que eu devo ir atrás dele e pedir desculpas?
- Sim, acho. Mas também acho que ele também lhe deve desculpas. E ao Harry também. É com o Harry que ele deve se entender. Mas primeiro vamos com você.

Após sua fala, Remo sorriu, mas percebeu que pela expressão de Sirius, este não estava tão relaxado ou feliz.

- Ai não! James disse que voltaria para o nosso tempo. Isso não pode acontecer. Ele tem que se entender com o Harry primeiro.
- Então vamos logo para a Sala Precisa.

Não esperaram mais nada. Desataram a correr em direção à Sala Precisa. Sirius obviamente ia à frente, mas apesar da aparência de Remo, este corria quase na mesma velocidade de Sirius. Subiram escadas e correram o máximo que puderam por entre os corredores. Quando chegaram no local não encontraram ninguém.

- Não chegamos a tempo, ele já foi. – Remo disse observando a velha parede de pedra intacta.
- Droga, o Pontas não presta. Eu só vim aqui pedir desculpas para ele e faz isso comigo? Quando eu encontrar ele eu vou... – mas Sirius não pôde terminar a frase, pois alguém o interrompeu.
- Você faz o que comigo?

A voz era inconfundivelmente a do próprio James. Quando Sirius a ouviu, virou-se rapidamente para a direção da voz, no lado extremo do corredor em que estavam parados. James estava um pouco envergonhado, mas com a eterna expressão marota em seu rosto. Sirius sorriu e foi de encontro com James, e assim que o alcançou, começou a fazer cafuné nos cabelos já bagunçados de James.

- Você não presta Pontas. – Naquele momento, James já tentava se desviar do forte cafuné de Sirius.
- Ah, Almofadinhas, pára. – Ao dizê-lo, Sirius parou.
- O que houve James, pensamos que já tivesse ido. – Remo o disse assim que se aproximou.
- Pois é. Eu estive a ponto de ir mesmo, mas aconteceu uma coisa.
- O quê? – Perguntaram Remo e Sirius ao mesmo tempo. Remo preocupado, Sirius, curioso.
- Eu pensei que voltar para o nosso tempo agora seria uma atitude muito covarde. Eu decidi voltar, mas não tive coragem de encontrar vocês. Quando eu estava pensando nisso, um garoto chamado Neville me encontrou procurando pelo Harry. E no meio da conversa ele me contou tudo o que o Harry fez aqui em Hogwarts. Tudo mesmo. – A última frase que disse, ele olhou para Remo. Este engoliu a seco.
- Nossa, que legal Pontas. Ele fez muita coisa? – Sirius estava muito ansioso e animado com o que tinha acontecido com James, e queria saber mais. Sempre ficava feliz com tudo o que acontecia de bom na vida de James, sempre compartilhara sua alegria e vice-versa. Eram amigos verdadeiros.
- Com certeza. Acho que a única coisa que não se pode achar da vida do Harry é tediosa. Mas Aluado, por que tudo isso acontece com o Harry? Não já é o bastante ele ter que enfrentar uma guerra?
- Nem sempre as coisas saem como queremos, James. As coisas saem muito diferentes de como planejamos, muito. Mas, voltando, o Neville estava procurando pelo Harry, não é? – Remo, ao dizer a última frase, apresentava uma expressão de extrema preocupação.
- Sim, saiu desabalado pelo corredor. Por que Aluado? – Não sabia porquê, mas James não estava gostando do rumo da conversa.

Remo saiu correndo pelo corredor. Não tendo alternativa, Sirius e James o seguiram correndo. Quando, ainda correndo, James e Sirius o alcançaram, perguntaram o porquê de tudo aquilo.

- Neville tem um papel muito importante exercendo no castelo. Ele é vigilante. Se alguma coisa acontece de errada, Neville é o primeiro a ficar sabendo e é ele que informa a melhor pessoa, de acordo com a informação. Todas as cartas que são enviadas para cá, ele as recebe, para saber se não há nenhum perigo. Se Neville foi correndo procurar Harry, quer dizer que alguma coisa realmente grave aconteceu. – Remo explicou enquanto descia e corria através do castelo. Sirius e James entreolharam-se seriamente.

- Acho melhor eu usar isto. – Disse James pegando sua capa de invisibilidade.
- Também acho. – Sirius analisando que realmente esta era a melhor opção.
- Estou de acordo. Assim é melhor James. Ao menos, por enquanto. É mais sensato. – Remo também opinou na proposta de James.

Quando foram se aproximando do Saguão de Entrada, James vestiu a capa a começou e correr mais mansamente, para que não o ouvissem. Assim que chegaram, encontraram Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville discutindo algo importante.

- O que houve? – perguntou Remo se aproximando com Sirius e James, este sob a capa de invisibilidade.
- Os Comensais da Morte nos mandaram uma notícia de primeira mão. E não é nada boa. – Disse Neville com as mãos na cintura, em sinal de cansaço.
- Qual é a notícia? – Perguntou Sirius igualmente preocupado.
- O Ministro da Magia foi morto e toda a sua família. – Respondeu Harry seriamente.



N/A: Olá, como vão?? Não demorei muito dessa vez. Resolvi dar um presente de Páscoa p/ vocês ^^. Bom, agora vou responder aos comentários.

Marcela Almeida: Ah, valeu, obrigada mesmo. Pois é. Percebi que na maioria das fics eles se dão bem e tudo fica em paz. Decidi mudar um pouco. Que bom que gostou. Demorei muito p/ atualiza? Obrigada pela ajuda. ^^

Cristiane Erlacher: Olha, me desculpa mesmo pelo atraso. Aquele tempo tava mesmo sem inspiração nenhuma e muita coisa p/ fazer. Mas agora vou fazer o possível p/ deixar essa fic atualizada sempre. Fico feliz que tenha gostado. Muito obrigada pelo apoio. Bjos ; )

Julinha Potter: Aconteceu muita coisa naquele cap. mesmo. Quis que fosse um cap impactante e essa foi uma das razões de demorar tanto. Espero que este tenha demorado menos que o outro e sempre vou tentar escrever cada vez melhor. Obrigada por não ter abandonado a fic. Bjos xD

Lize Lupin: Não, não me esqueci dessa fic. Nunca. Só fiquei um tempinho afastada, mas agora voltei p/ deixar essa fic atualizada sempre que possível. Fico feliz que tenha gostado do cap. O que achou deste? Bjos.

Ana Clara Black: Fico muito feliz que não tenha abandonado essa fic e que tenha gostado do cap anterior. O que você disse do Harry foi o que pensei ao escrever o cap. anterior. Espero que tenha gostado deste também. Bjos ^^

Raísa C. B. Santos: Espero que não tenha demorado muito para postar este cap. e que você tenha gostado deste. Obrigada pelo apoio. Bjos

Ina clara: Realmente, o James entendeu tudo errado naquela hora, mas o sentimento de pai bateu naquela hora em que se arrependeu. Fico feliz que tenha gostado do anterior e espero que tenha gostado deste. Bjos e teh + : )

Priscila Bananinha: oiee, obrigada, que bom que gostou xD... Espero não ter demorado. Bjs

TiaFer: Nossa, obrigada, fico muito feliz que tenha gostado dela. Eu gostaria de ler a sua fic. Me passe o link quando puder. Espero não ter demorado tanto p/ atualizar... bjos ^^

Lianne Black Potter: Aqui está o cap. 11. Espero que tenha gostado. O que você esta achando do desenrolar da história? Bjos..

Bom, gente, é isso. Espero que todos, sem exceção, tenham gostado desse cap. O que vocês acharam desse presente de Páscoa?? Gostaram??? Vou fazer o possível p/ não demorar tanto no próximo, mas não prometo nada. Comentem do que acharam.QUE TODOS TENHAM UMA ÓTIMA PÁSCOA E QUE DEUS OS ABENÇOE.

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