Encontros e reencontros



Cap. 6

Tudo continuava rodando. Suas cabeças já não agüentavam mais. Seus estômagos estavam embrulhados e já não mais sentiam o chão sob seus pés. Esta viajem, era de longe, mais longa que a última feita e, conseqüentemente, mais demorada. Sentiam que seus jantares estavam voltando por onde foram. Se continuasse daquela maneira, não queriam imaginar o que aconteceria.
Enfim, a sala havia parado de girar e, após sentirem o chão novamente sob seus pés, abaixaram rapidamente as cabeças e vomitaram. Não estavam gostando das conseqüências da viajem.
Após o vômito, se olharam. Cada um estava com uma aparência esverdeada e a boca suja. Mentalizaram um copo de água e limparam a boca. Esperaram um certo tempo até a tontura passar até se pronunciarem. O primeiro foi Sirius.

- Nossa! Que viajem! Não acredito que a gente vai ter que voltar mais tarde.
- Por favor, Almofadinhas, não me lembre da viajem de volta. Ainda estou me recuperando da ida. – James se pronunciou ainda meio tonto.
- Esta bem. Acho que isso vai ser melhor para nós dois. – Disse Sirius vendo a sua situação igualitária a de James.
- Sempre que você calar a boca vai ser melhor para qualquer um, Almofadinhas! – James não pode se conter a dizer aquela frase. Sirius fechou a cara e não disse mais nada. – Bom, é melhor enfrentar o futuro, não é?

Sirius não disse nada.

- Não é? – Repetiu James esperando uma resposta do amigo.

A resposta foi o silêncio.

- ‘Ta bem, Almofadinhas, pode falar agora. – James não gostava de ser ignorado, principalmente pelo seu melhor amigo.

O silêncio permaneceu.

- Almofadinhas, eu não ‘tô para brincadeiras agora. Eu quero ver logo como é o futuro. Aposto que você também quer muito ver como é. Então, vê se para de bobagens e vamos logo! – Bradou James. Já estava começando a ficar irritado com tudo aquilo.
- Então quer dizer que os sentimentos do seu melhor amigo são bobagens? – Sirius falou aquilo com a voz chorosa.
- Almofadinhas... – James se calou. Havia ficado irritado por nada. Não via outra escolha. – Está bem, Almofadinhas. Vou fazer o Perdão Maroto. – Após dizer aquilo, James se ajoelhou perante Sirius.

Nesse momento, Sirius mexeu a boca rapidamente. Um movimento imperceptível, mas que significava que estava caminhando tudo como tinha planejado.

- Nobre maroto, por quem machuco o coração e destrato seus sentimentos. Peço, com toda a minha humildade a fluir e meu sincero arrependimento, o seu perdão. E desejo que um dia, como todo o raiar do sol nasce depois da obscuridade da noite, reatar nossa ligação mais forte que pode existir sob a face da Terra, a nossa amizade. – James falou aquilo com a voz firme, a mão esquerda sob o peito e a mão direita estendida perante Sirius e os olhos fechados.

Sirius não pode se conter. Gargalhou. James não gostou da atitude do amigo, mas as normas marotas diziam que ele tinha que suportar tudo o que podia vir da pessoa à frente. Ou seja, todo o tipo de humilhação da parte de Sirius, teria de agüentar.

- Oh, mas é claro que aceito seu Perdão Maroto. A situação estava realmente muito grave, mas tudo saiu como tinha planejado. – Sirius sorria abertamente.
- Já que eu fiz tudo isso, da para a gente ir logo? – James pediu com toda a sua paciência reunida.
- Claro nobre cavalheiro. – Após a piada de Sirius, James se levantou e junto com o amigo, foi até a porta.

Abriram-na e se depararam com o mesmo corredor do sétimo andar. Entretanto, tudo estava destruído. Os quadros estavam opacos e rasgados, as estátuas desmontadas e, em algumas partes, havia sinais de rachaduras e amassados. Parecia que há tempos havia tido uma luta fervorosa naquele lugar, visto que havia teias de aranhas em alguns lugares. Entreolharam-se. Mas em que futuro eles estavam e o mais importante: o que havia acontecido em mais ou menos vinte anos?
Começaram a andar pelo corredor. Seus passos produziam ecos assustadores. Os corações de ambos batiam rapidamente e a respiração descompassada. Viraram-se e olharam pela janela. O susto foi maior que o do corredor. As montanhas verdejantes que chegavam a brilhar perante a luz do sol já não existiam mais. O lago que sempre foi um motivo de distração dos alunos em épocas de provas não estava mais ali. A Floresta Proibida que sempre transmitia um certo mistério por trás de suas árvores, agora, estava mais misteriosa. O céu, que sempre fora límpido, azul claro, e resplandecente, estava cinza. Tudo estava seco. Nenhuma folha de árvore, nenhuma grama do chão. Nada. Tudo estava seco e morto. A única coisa que continuava em pé e que causava uma certa esperança a quem visse aquele cenário era a cabana de Hagrid. Logicamente, estava mais desgastada, mas mesmo assim, permanecia estável e bem sólida. Mas mesmo assim, os dois marotos não puderam deixar de achar tudo aquilo uma loucura. Sempre viveram uma época em que tudo estava em seus eixos e que a vida era uma pura brincadeira que bastava ser vivida. Mas não. Aquele tempo em que se encontravam agora não era do jeito que esperavam encontrar. Nada fazia sentido. Parecia ser tudo irreal. Agora, mais do que nunca, sentiram o verdadeiro peso do fardo que a missão que tinham a cumprir simbolizava.
Seus olhares estavam tensos e seus rostos com expressões fechadas. Ainda não conseguiram similar tudo que viram.
Sons de passos começaram a ecoar no corredor. Se entreolharam temerosos. Não haviam lembrado de colocar a capa de invisibilidade. Em poucos segundos, o autor dos passos apareceria e veria eles.
Dito e feito. A pessoa misteriosa enfim, apareceu. Era um homem, com vestes sujas e remendadas. Aparentava serem bem velhas. Quase todos os seus cabelos eram grisalhos, mas havia partes castanho claro. Seus olhos também era castanho claro e exibia grandes e profundas olheiras. De expressão cansada e tensa. Parecia bastante pensativo. Uma coisa impossível de se notar era esse olhar, mas terno e carinho para o embrulho que carregava. Assim continuou caminhando até perceber a presença dos dois marotos que estavam postados perto da janela. Ao olhar os dois jovens, sua pele embranqueceu e seu olhar mudou. Agora, era um olhar surpreso misturado com incredulidade. Começou a balançar a cabeça vagarosamente e murmurava coisa como “Não, não pode ser”, “isto é impossível”, “só posso estar sonhando”, “preciso dormir mais”. Quando parou, analisou os dois marotos mais uma vez, como se fosse um gesto para ter certeza de que não estava sonhando.
Sirius achou aquele olhar muito familiar. Começou a raciocinar rapidamente. Estavam no futuro, então... claro! Só podia ser esta pessoa.

- Aluado?

O homem misterioso olhou para Sirius. Os dois se encaravam surpresos. Olhos nos olhos. O homem sorriu.
James olhou surpreso para Sirius, depois voltou a olhar o homem a sua frente. Analisou-o e depois de um certo tempo concluiu que realmente, aquele homem era Remo Lupin, o maroto mais inteligente da equipe. Não deixou de sorrir também.

- É você mesmo Aluado? – Sirius voltou a perguntar. Era preciso ter uma certeza. Não queria provocar um equívoco.
- Sim, sou eu, Sirius. – Respondeu Remo. Por dentro, seu coração explodia de felicidade. Depois de tanto tempo, rever seus velhos e únicos amigos era apenas um sonho que estava sendo realizado.
- Nossa Aluado! Você este mesmo mudado! – exclamou James. Não podia deixar de fazer esta observação.
- As coisas mudam James, as coisas mudam muito. Mudam tanto que... – A voz de Remo falhou, e ao olhar para baixo deparou-se novamente com o embrulho que carregava em seus braços. E ao fixar seus olhos no embrulho, sue vista começou a ficar embaçada. Conseqüência das lágrimas que enchiam seus olhos.
- Nós reparamos que as coisas mudaram muito. – Falou Sirius seriamente e apontou para a janela. Remo acompanhou seu olhar e percebeu que eles já suspeitavam que algo estava errado.
- Sim, mudaram mesmo. – Disse James encaminhando-se até a janela e se recostar no parapeito desta com as mãos e fixar seus olhos no horizonte frio e seco. – Como tudo isso aconteceu? – Perguntou e se virou para Remo.
- Voldemort – Remo disse aquele nome com o mais puro ódio que conseguia, o que não passou despercebido por James e Sirius.
- Ele ganhou a guerra? – Dessa vez Sirius e James perguntaram, ambos temerosos com a resposta. Não queriam uma resposta afirmativa.
- Não. – A resposta de Remo aliviou os marotos, mas a dúvida pairava. – Ele não venceu a guerra por causa... por causa de um erro de cálculos. Mas ele encontrou um modo de voltar e conseguiu retomar seu exército e o aumentou. – Remo explicou com os menores detalhes possíveis. Sabia muito bem quais os riscos de uma viajem no tempo, coisa que ele já reparou que aconteceu, visto que seus amigos não estavam com a idade que morreram, mas sim, com 17 anos. Agora entendia tudo.
James e Sirius calaram-se. O futuro era bem pior que imaginavam. Sempre torceram para que aquela guerra, pela qual também viviam em seu tempo, acabasse de uma vez e extinguisse todos os Comensais da Morte. Mas não. Aquilo não aconteceu. Nada aconteceu do jeito que queriam, do jeito que planejaram.
O silêncio era perturbador, mas uma coisa inesperada aconteceu. Um choro de criança pode ser ouvido. James e Sirius encararam-se duvidosos. Como? Um choro? E de criança?
Como num passe de mágica, suas mentes se iluminaram e viraram os rostos para Remo e visualizaram este tentando aquietar o embrulho em seus braços. Agora perceberam que o embrulho que estava sendo carregado por Remo era um bebê.

- Que legal Aluado, você tem um filho! – Sirius exclamou.

Após Remo conseguir aquietar o bebê, olhou para Sirius e sorriu.

- Sim, tenho. E é filha! – Remo tratou logo de esclarecer. Exibir sua filha era, para ele, um motivo de orgulho, mesmo nas circunstancias atuais.
- Posso vê-la? – James perguntou. Apesar de sempre se mostrar uma pessoa forte, seu ponto fraco era crianças. Era apaixonado por crianças.
- Claro. Pode pegar ela. Mas tome cuidado, por favor, ela é só um bebê. – Disse Remo entregando a criança a James.

Quando James finalmente olhou o rosto do bebê, seus olhos se iluminaram. Era a criança mais bonita que já tinha visto. Seus olhinhos eram azuis e seus poucos cabelos eram castanho claro. Suas mãozinhas eram pequeninas e graciosas, e balançava um pouco seus delicados pezinhos, apesar de estarem encobertos por um pano especial. Nunca vira criança mais linda.

- Qual o nome dela? – Perguntou Sirius, se aproximando e vendo o bebê.
- Miriam. Miriam Lupin. – Disse Remo orgulhosamente.

James apreciou mais a beleza da criança, até que um acontecimento o fez arquear as sobrancelhas em uma visível expressão de dúvida. A seguir, veio a seguinte pergunta.

- Ei, ela pode mudar a cor dos olhos? – perguntou virando-se para Remo. Este sorriu.


N/A: Oi pessoal... tudo blz? Pois é... finalmente a verdadeira viajem acontece e como sou boazinha, resolvi bater de cara com o Remo. Tava pensando em fazer eles darem uma volta pelo castelo para ver como ele esta, mas vi estava sendo muito má com vocês, então fiz o cap assim...xD... Fico maior neh??? Este cap tinha que ser grande, então arranjei um tempo precioso e o fiz... Espero que tenham gostado.
Vamos a respostas aos comentários:


Julinha Potter : oi julinha, sim, eles foram para o futuro nesse cap. Percebi que tava demorando demais, então fiz o melhor que pude. Espero ter agradado. Bjs

Kika: oi, que bom que gostou. Sim, ficou muito confuso o cap. Anterior para ver quem era quem. Fiquei pensando em uma forma de falar quem é que estava falando sem ficar aquela coisa monótona, mas ficou meio confuso. Espero que você goste deste cap. Te espero nos próximos comentários. Bjs

Sakura Li: rsrsr, pois é... eu tive que parar naquela parte se não o cap. Ficaria muito grande. Se juntasse os dois cap. Não ia ter muita graça... Sim, às vezes me acho muito má com vocês também, mas prometo melhorar... Espero que goste deste cap. Bjs

Lize Lupin: Que bom que está mais claro, mas ainda há muito mistério a ser desvendado. Neste cap coloquei muitos detalhes que podem passar despercebidos, mas vão fazer muita diferença. Tente reparar. Mas, que graça teria a fic se não parasse na melhor parte? Rsrsrs... Espero que este cap. Tenha agradado. Bjs

Death eater: Que bom que esteja gostando da fic. Como minha primeira fic, procurei fazer uma coisa criativa e inovadora. Diferente dos outros. Espero que tenha conseguido. Demorei um pouco mas isso é normal... xD... Te espero nos próximos coments.... Bjs.

Dama Mary Potter: Calma! Eu posso ser cruel, mas a mais cruel que você conhece? Puxa, me espantei ao ler... Preciso melhorar o meu gênio... rsrsrs... Se eu não parasse naquela parte não ia ter graça e o cap. Ia ser muito grande. Espero não ter demorado muito... Te espero nos próximos coments... Bjs

Bom gente é isso. Como eu falei para a Lize Lupin, tentem reparar nos detalhes que podem passar despercebidos nesse cap. Que com certeza, aparecerão no decorrer da história. E sim, como todos me dizem e eu também acho isso, fui má e cruel com vocês, mas tentei amenizar nesse cap. Não tanto quanto gostaria, mas que graça teria??? Bjs a todos vocês e continuem comentando!!!

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