Uma Grande Revelação -----> TE



Uma Grande Revelação

Harry, Rony e Hermione haviam combinado de se encontrar no Beco Diagonal. Iam ficar hospedados no Caldeirão Furado até o início das aulas. Harry ainda tinha que comprar seus livros e passar na Madame Malkin para comprar vestes novas, pois havia crescido muito naquele verão.
Chegou no Beco Diagonal bem cedo e saiu para ver as vitrines das lojas, coisa que ele adorava fazer. Passando pela Floreios e Borrões, escutou um grito feminino:
- Harry!!!
Quando virou-se para ver quem havia gritado, quase foi sufocado por um mar de cabelos ondulados, espessos e cheirosos. Reconheceu o perfume dos cabelos na hora. Era Hermione. Depois de um longo tempo, percebeu que estava sendo abraçado
- Oi Hermione! Que bom que você está aqui! Viu se o Rony já chegou?
- Não, não vi Rony. Acabei de chegar e estava comprando alguns livrinhos- e apontou para uma imensa pilha de livros ao seu lado.
- Só comprou isso?- disse Harry, pretendendo ser irônico.
- Não! As outras duas pilhas de livros eu já levei pro Caldeirão Furado.
Antes que Harry pudesse admirar-se, outro grito ecoou atrás deles:
- Harry, Hermione!!!
Um rapaz muito alto se aproximou deles. Era ruivo, desengonçado, cheio de sardas e estava sendo seguido por uma minúscula corujinha. Era Rony. Hermione não se conteve e também o abraçou, mas soltou-o muito rápido. Olhando pro chão, ela disse bem baixinho:
- Oi Rony...tudo bom?
- Tudo...
Harry percebeu que os dois estavam com as orelhas muito vermelhas e meio atrapalhados. Os dois admiravam o chão.
- E então? Vamos fazer o quê agora?
- Sei lá, Harry. Ah, acabei de passar na Artigos de Qualidade Para Quadribol...cara, você tem que ver, tem os uniformes muito legais, dos times que vão participar da próxima Copa Mundial de Quadribol. Vamos lá ver?
- Claro! Você vem, Mione?
- Ah... não, eu tenho que ir... levar esses livros pro Caldeirão Furado... aí vou... encontrar uma amiga... na hora do almoço a gente se vê, ok?- ela estava muito nervosa.
- Então tá! Tchau Mione!
- Tchau!
Hermione fez a imensa pilha de livros ao seu lado levitar e saiu correndo. Harry e Rony conversaram mais um pouco ali mesmo e enquanto Harry contava como amedrontava seu primo Duda nas férias, Rony interrompeu-o:
- Hermione esqueceu a bolsa!!!
- É mesmo... vamos levar pra ela? Ela ainda deve estar no Caldeirão Furado.
- Vamos! Aí ei pego alguns galeões pra gente comprar uns sapos de chocolate.
Quando chegaram ao Caldeirão Furado, encontraram Hermione conversando com alguém. Era Vítor Krum, jogador profissional de Quadribol com quem Hermione tinha uma amizade muito colorida, da qual Rony não gostava muito. Logo que os viu, Rony ficou vermelho e falou, quase bufando:
- Aquele narigudo metido a besta! O que ele quer com a Hermione?
- Calma, Rony! Eles são amigos, é normal que conversem.
- Mas olha lá! Ele tá pegando na mão dela!!! Na-mão-dela!!! Nós somos amigos dela e não fazemos isso!!! E olha só a cara dela, tá se derrento todinha por ele!!!
- Rony, por acaso você está gostando da Mione?
- Eu? Eu não! Por que estaria?-ele havia se assustado com a pergunta.
- Então por que você está tão bravo? A Mione não pode ter um... namorado???- Harry perguntou isso de propósito, só pra ver a reação do amigo.
- NAMORADO??? Eles estão namorando???-Rony quase gritou isso.
- Há, há, há!!! Isso eu não sei, mas se não estiverem, não demora muito pra começar, olha lá!
Krum estava de mãos dadas com Hermione, ia levá-la para passear, mas antes que Harry pudesse impedir, Rony já estava em frente aos dois:
- O que significa isso, senhorita Granger???- ele estava muito irritado.
- Isso o quê?- Hermione largou a mão de Krum rapidamente.
- Você - e - ele! Estão namorando desde quando, hein???
- Minha querrida Herrmio-ni-ni, acho melhorr irrmos andando, senão não poderrei comprrarr seu prresente.- Krum tinha um forte sotaque francês.
- Presente? Você vai aceitar presentinhos dele?
- Rony, eu posso explicar...
- Não quero explicações, senhorita Granger!
Rony saiu dali muito irritado. Jogou a bolsa de Hermione no colo de Harry e foi ao Caldeirão Furado.
- Harry, o que aconteceu com ele?
- Não sei... vou falar com ele. Pode ir com o Krum, depois a gente se fala. Ah, a sua bolsa...
- É por isso que eu te adoro, Harry!- Hermione beijou a bochecha de Harry, Krum fez uma careta estranha depois disso.
Harry foi falar com Rony. O amigo precisava conversar, expressar seus sentimentos. Chegou no Caldeirão Furado e foi ao quarto onde ele e Rony estavam. Rony estava sentado a um canto, murmurando:
- Ah, se eu pego ele sozinho... ele vai ver... Krum idiota!
- Rony, por que você fez aquilo?
- Aquilo o quê?- Rony fez-se de indiferente.
- Rony, você não me engana. Está gostando da Mione, né?
- É, é. Eu gosto dela sim, e daí?
- Daí que deveria controlar esse sentimento.
- Mas você não entende, Harry. Quando eu encontrei vocês, quando ela me abraçou, eu me senti tão... diferente. Era como se o tempo tivesse parado, sei lá! O calor do corpo dela, seus braços me apertando. Cara, eu queria que aquilo durasse para sempre. Mas aí, quando vi ela com o Krum, meu sangue ferveu, fiquei com raiva, não sei o que é isso.
- Mas eu acho que sei. Ciúmes.
- Será? É, pode ser... eu acho que queria estar no lugar de Krum nesse exato momento, de fazer a Mione feliz. Mas ela nunca ia querer nada comigo.
- Como você sabe? Já tentou alguma coisa com ela?
- Não, mas...
- Se você não tentar, como vai saber o que ela sente por você?
- Mas como que eu vou me aproximar dela?
- Hummm...já sei!!!
- Ah, espero que não seja uma daquelas “idéias brilhantes”, que você sempre tem.
- Se não quer saber, eu não falo.
- Brincadeirinha, Harry! Conta logo, vai?
- Tá bom. O que você acha de nós três sairmos para fazer qualquer coisa. Aí eu invento uma desculpa e deixo vocês dois sozinhos, pra você falar tudo o que sente por ela.
- Não sei, não...
- O quê você tem a perder?
- Tá bom, Harry...
O resto do dia foi dedicado a planos mirabolantes de Harry e Rony. Como fazer Hermione aceitar o convite de Rony, como Rony se vestiria, etc. Mas o asunto foi mudando e chegaram a bolar planos para fazer Draco Malfoy passar a maior vergonha na frente da escola inteira.
Já era muito tarde quando começaram a planejar de verdade o encontro de Rony e Mione. Depois de ficarem a noite inteira conversando, estava tudo pronto.
- Saímos às seis da tarde para tomar sorvete. No meio do caminho, eu digo que vou ao Empório das Corujas comprar ração e uma gaiola nova para Edwiges. A gente enrola a Mione para me deixar ir. Aí eu volto para o Caldeirão Furado e o resto é com você.
- Eu levo ela pra tomar sorvete, sento ao lado dela e começamos a conversar. Controlarei meu ciúme o máximo que puder. Digo a ela o que sinto, ela fica me olhando com cara de quem não tá acreditando, e diz que também me ama, eu fico congelado e sem fala por dois minutos e a gente se beija muito e depois...
- Ei Rony! Não exagera!!!
- Ah, deixa eu sonhar!
- Tá bom, tá bom...ai, Mione, meu amor...me beija, me beija...
- Harry, cala a boca! Você não sabe nada!
- Há! Quando o assunto é mulher, o papai aqui é expert!
- Ihhhhhh... já tá se achando...
Desceram então para almoçar. Mione estava esperando por eles.
- Mione...t-t-tem alguma coisa p-p-pra fazer ho-o-oje à tarde?- Rony estava muito nervoso.
- Não. Krum vai ver vassouras, e um monte de bagulho para Quadribol junto com os colegas do time. Eu resolve ficar e fazer alguma coisa útil. Por quê?
- É... quer tomar um sorvete com a gente?
- Claro, por que não?
- Que tal às seis?
- Tudo bem pra mim. Assim consigo terminar de ler as 1689 páginas que faltam de um livro que eu comprei. Muito legal, eu aconselho vocês a lerem...
- Ah, tá. Daqui a uns dez anos eu leio!
- Harry! Você devia se interessar mais pela leitura!
- Tá bom, tá bom! Então a gente se encontra aqui mesmo, às seis horas.
- Combinado! Até mais!
Rony não se agüentava de tanta felicidade. Ia sair e falar para a garota de seus sonhos tudo o que sentia por ela. Eram apenas duas da tarde e ela havia começado a se arrumar. Tudo tinha de ser perfeito.
Harry e Rony passaram o resto da tarde conversando. Rony contava como sonhava com Hermione desde a primeira vez que a viu, com apenas onze anos. E agora, com dezesseis, queria que ela fosse sua namorada. Harry ia dando dicas de como contar tudo a Hermione, e até ajudou Rony a comprar um presente para ela - um livro! - para agradá-la.
Eram cinco e meia da tarde. Harry e Rony estavam à pota do Caldeirão Furado, esperando por Hermione.
Rony ficou super nervoso, não parava de roer as unhas. Meia hora de espera e nada de Hermione. Mais quinze minutos. Vinte. Vinte e cinco. Quando ia dar seis e meia da tarde, Rony avistou Hermione:
- Harry! É a Mione!
- Com quem ela está?
- Não sei, não dá pra ver direito... ei, “peraê”... ah, não! É o Krum!
- Tem certeza?
- Claro! Dá até pra ver o narigão dele daqui!
- É...
- Ah, não! Ele tá beijando ela!!!- Rony estava tão nervoso que derramou todo o suco de abóbora que estava em seu copo.
- Calma, Rony. Foi só no rosto.
- Mas bem pertinho da boca. Quer saber? Vão só vocês dois na sorveteria. Eu perdi a vontade.
- Rony. Não faça isso. Essa pode ser a sua grande noite, lembra?
- Mas Harry...
- Rony, já tá tudo planejado! Não desista!
- Ah, tá bom!
Hermione avistou os dois e correu ao seu encontro.
- Desculpem o atraso, e que...
Rony interrompeu-a antes que pudesse terminar de falar:
- É que o Krum é uma companhia melhor, né?
- Nada disso, Ronald Billius Weasley.- Quando Hermione chamava Rony por seu nome completo, sempre estava muito brava- Krum me ajudou a comprar presentes para vocês dois, sabia?
- Ah...é?
- É!
- Desculpa, Mione...-Rony ficou com as orelhas muito vermelhas.
- E então - Harry finalmente se pronunciou- vamos tomar sorvete ou vocês vão ficar aí discutindo o dia todo?
- Vamos...- a voz de Rony estava tremendo.
Conversaram muito sobre as férias. Quando estavam quase chegando na sorveteria, Rony cutucou Harry:
- Ei, você não vai embora?- Rony cochicou no ouvido de Harry.
- Ah, é!!! Tinha esquecido!
- Por que estão cochichando aí?
- É que eu tenho que ir ao Empório das Corujas. A ração da Edwiges acabou, e ela precisa de uma gaiola maior. Vão indo vocês dois, depois eu encontro vocês!
- Tá bom, Harry! Volta logo!- Rony piscou um olho para Harry.
- Tá bom. Tchau!- Harry também piscou.
Agora era a vez de Rony. Ia contar tudo o que ele queria falar há anos para Hermione.
Chegaram na sorveteria. Rony estava mais nervoso do que nunca. Talvez até mais nervoso do que ele ficava antes de uma prova do professor Snape. Para aumentar ainda mais esse nervosismo, encontrou muitos amigos seus na sorveteria: Olívio Wood, Lino Jordan, Cho Chang, Luna Lovegood, Angelina Johnson e Gina Molly Weasley, sua irmã!!! Muito nervoso, Rony começou a falar:
- Sabe Hermione, acho bom não esperarmos pelo Harry.
- Ué, por quê?
- Eu pedi pra ele ir embora. Tenho uma coisa muito importante pra te falar.
- Me explica isso direito, Rony.
- É que...sabe, tem uma garota que eu conheci no meu primeiro ano em Hogwarts. No começo, brigávamos muito, mas nos tornamos grandes amigos. - Rony parou
de falar.
- Continua, Rony.
- Bem. Desde a primeira vez que a vi, sabe, eu meio que me ... me... apaixonei por ela. Mas ela nem me dá bola, acho que até tem namorado! E eu a amo muito, gostaria de star sempre ao seu lado.
- Tá, Rony. É muito bom que você esteja apaixonado, mas por que você tá contando isso pra mim?
- Não percebeu, Mione?
- O quê?
- EU TÔ APAIXONADO POR VOCÊ!!! - Rony falou isso tão alto que todos na sorveteria olharam pra ele. Ele já nem estava vermelho, agora estava meio roxo, meio azul.
- Rony, eu...eu...
- Rony tirou da mochila o presente que havia comprado para Hermione, o livro “Mil Versos Mágicos de Amor”.
- Olha, eu comprei isso pra você. Abra. Se ainda quiser falar comigo, estarei no Caldeirão Furado.
Hermione apenas olhava para Rony. Sua voz havia sumido. Rony deixou o pacote do livro ali, pagou a conta da sorveteria e saiu dali, seguido pelos olhares de todos na sorveteria.
Quando chegou ao Caldeirão Furado, sentou à porta e ficou pensando no que acabara de acontecer. Nem acreditava que tinha feito aquilo. Fechou os olhos e desejou que tudo tivesse sido apenas um sonho, mas Hermione chegou e começou a falar muito rápido e sem parar:
- Rony... aquilo tudo que você me disse...sabe, eu sinto o mesmo por você. Eu queria falar isso, mas não sabia como, porque eu nunca tinha gostado assim de alguém. Krum sempre me incentivou, mas nunca escondeu que também gostava de mim. E se você achou que eu estava namorando com ele, se enganou. Ele gosta de mim, mas sempre dizia: “Conta prra ele, Herrmio-ni-ni...”. Ma s eu não tinha coragem. Mas agora eu vou te dizer: Rony, eu te amo!
Os olhos de Hermione estavam cheios de lágrimas. Rony sentiu vontade de abraçá-la, mas fez melhor. Foi chegando perto de Mione, afastou o cabelo que lhe cobria o rosto. Estava muito perto, sentia a respiração dela. Chegaram mais perto, mais perto e finalmente aconteceu. O beijo. A coisa mais sperada por eles desde que se conheceram.
Sem dizer nenhuma palavra, cada um foi pro seu quarto.
Rony contou a Harry tudo que havia acontecido.
- Puxa, Rony...bem mais romântico que o meu primeiro beijo...
- Pois é...- Rony estava distante.
- Bem, vamos dormir. Amanhã tenho que comprar um presente para Cho. É aniversário dela...vou dar o presente e receber muitos beijos!!!
- É...
Harry não insistiu em conversar com Rony. Ele havia ficado exatamente igual quando beijou Cho, no ano passado. Deitou em sua cama e apagou o lampião ao seu lado.
Na manhã seguinte, Harry deixou Rony tomando café e foi comprar o presente de Cho. Hermione desceu de seu quarto e foi falar co Rony:
- Oi...
- Oi...
- Bem, ontem eu esquci de te dar o presente que havia comprado. Depois do que aconteceu, eu modifiquei um pouco, espero que goste, assim como eu adorei o livro que você me deu.
Rony abriu o embrulho. Era uma caixa de chocolates, Tinha a forma de um coração, e os bombons tinham a forma de boquinhas.
- Rony, cada bombom desses faz você sentir mais vontade de... de... beijar a pessoa que ama. Divida com quem quiser.
- Mione, é mais que óbivio que eu vou dividi-los com você!
E em menos de meia hora, os bombons haviam acabado!


Fim


Por: Flávia Regina Cristofolini

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