Cair na ratoeira





-Vocês não advinham quem acabou de chegar!

Dean parecia estremamente eufórico. Harry não percebia quem podia ter chegado para provocar uma reacção assim.

-Quem é que chegou? – perguntou encarando o amigo super contente que parecia estar a um ponto de dar pulos de alegria.

-Os gémeos Weasley! Eles voltaram, não é um máximo? – inquiriu Dean que agora fazia gestos para eles se levantarem e seguirem-no.

Fred e George tinham saído de Hogwarts o ano passado pois decidiram que para o futuro que tinham pensado construir não era necessário continuar a estudar por isso não fazia sentido eles estarem ali outra vez. A loja deles estava a ir muito bem, sempre cheia de clientes o que ainda tornava o seu regresso ainda mais estranho. Aliás nem sequer sabia que se podia desistir de Hogwarts e voltar a frequentá-lo.

Ron e Hermione pareceram sair do transe mal ouvir a palavra gémeos.
-Como assim o Fred e o George voltaram? – indagou Ron olhando de Hermione para Harry e logo para Dean na esperança de que algum deles lhe pudesse dar a resposta.

-Eles apareceram na sala comum à alguns minutos a dizerem que tinham tomado a decisão de acabarem o 7º ano. – revelou Dean impaciente.

-Que estranho... – deixou escapar Harry enquanto via Ron a se levantar e a aproximar-se de Dean pronto a ir com ele até à sala comum.

Harry e Hermione seguiram-nos também. Parecia que se tinham esquecido do que lhes tinha contado a apenas uns minutos atrás o que era óptimo. Não sabia que mais dizer quando eles começassem a fazer perguntas e a exigerem saber mais coisas do que ele próprio tinha conhecimento.

A sala comum estava cheia de alunos. Parecia que havia uma daquelas festas que faziam quando a equipa dos Gryffindor ganhava algum jogo de Quidditch.

No meio de toda aquela confusão avistou duas cabeleiras ruivas marca registrada dos Weasley. Ele, Ron e Hermione tentaram se infiltrar, com muito eforço, entre os estudantes (já que estes estavam praticamente uns em cima e não havia muito espaço para que conseguissem pasar) e chegaram à frente dos gémeos.

Fred e George usavam já o uniforme de Hogwarts e distribuiam uns caramelos pelos alunos. Para quem não os conhecece aqueles caramelos podiam parecer muito inofensivos mas vindos dos gémeos eram extremamente suspeitos.

-Ola Harry – cumprimentaram em uníssono oferecendo-lhe alguns caramelos que Harry dispensou rápidamente.

-O que estam aqui a fazer? – perguntou Ron tão surpreso de os ver ali que parecia que não tinha acreditado plenamente no que Dean lhes tinha dito.

-Ola para ti também Roniquinho – cumprimentou Fred ignorando dissimuladamente a pergunta de Ron.

-Ola Hermione. É verdade o que dizem por aí? – indagou George e baixando mais o som, finalizou – Tu e o Ron estão mesmo a namorar?

Hermione e Ron ficaram absurdamente corados e olharam em redor para observarem se alguém tinha escutado.

-Como é que sabem? – perguntou Hermione tentando ignorar os risos que agora os gémeos davam.

Harry teve de se conter para não imitar os gémeos e entrar nas gargalhadas. Era engraçado ver Hermione corada e ao mesmo tempo a tentar parecer séria.

-Bem, sabes como é, nós temos os nossos contactos minha cara. – revelou George ao mesmo tempo que tentava parar de rir.

A resposta pareceu não satisfazer Hermione mas ela não insistiu, tinha um daqueles olhares que mostrava que não ia desistir enquanto não descobrisse.

-Aconteceu alguma coisa à loja? – perguntou Harry passado alguns segundos e aproveitando que tanto Fred como George tinham parado de rir e voltado à sua destribuição dos caramelos.

-Não Harry, a loja vai de vento em poupa! – declarou Fred.

-Nós sabemos o que se estão a perguntar. – elucidou George olhando para o trio de ouro que se olharam entre si.

-Resolvemos voltar para Hogwarts a pedido dos nossos inúmeros fans. Mandaram-nos montes de cartas a suplicarem pelo nosso regresso e quem somos nós para não satisfazer a sua vontade? – explicou Fred.

-Além do mais, agora que já não está cá a horrorosa e mal-cheirosa da Umbridge decidimos que não perdiamos nada em acabar o 7º ano. – continuou George.

-E quem está a tomar conta da loja? – perguntou Hermione mal os gémeos acabaram a sua explicação.

-Não se preocupem a loja está em muito boas mãos. – afirmou Fred partilhando um olhar cúmplice com George.

E ficaram a falar durante horas. Ter os gémeos novamente ali tornava o ambiente muito mais descontraído. Quando era a hora de jantar desceram juntos até ao Salão Principal onde praticamente todos os alunos estavam presentes. Faltavam os que tinham comido os falsamente inocentes caramelos oferecidos pelos gémeos. Tinham ficado cheios de manchas coloridas pelo corpo que dava imensa comichão e ido para a enfermaria. Madam Pomfrey ficou furiosa quando descobriu que o causador de tudo aquilo era Fred e George e devido ao grande número de afectados, na sua maioria Gryffindors tinha fechado a enfermaria.

Harry não teria gostado de estar na pele dos gémeos quando a enfermeira lhes dedicou um olhar fúrioso e lhes dado um longo sermão sobre não terem idade para aquelas partidas e que agora que tinham voltado ao castelo poderiam pensar em mudar o seu comportamento.

O jantar foi muito animado. Quase todos os Gryffindors ouviam atentamente as histórias contadas pelos gémeos e até as outras casa, excluindo os Slytherin, pareciam compartilhar a alegria de os ver novamente ali.


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Porém dois Slytherin, mais precisamente Draco e Pansy falavam baixo sobre o plano que tinham passado o dia a fazer. Draco pessoalmente tinha destestado o regresso dos gémeos pobretões Weasley, quanto mais Weasleys ali estivessem, mais riscos de se infectar tinha. A única coisa que permitia com que ainda permanecesse de bom humor era saber o que esperava Potter dali a umas horas.

-Tem tudo para dar certo. – disse Draco enquanto relembrava o que tinha de fazer.

-Sim, este feitiço é doloroso vai ser muito divertido ver a sangue-de-lama a chorar e a gritar pela mamã. – cometou Pansy assinalando um feitiço simples que estava nos manuais de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Draco concordou com a cabeça e olhou para a mesa da frente onde estava agora Ron a imitar alguma coisa que aos olhos de Draco parecia um macaco. Harry e Hermione limitavam-se a abanar a cabeça e a sorrir enquanto que todos os outros estavam às gargalhadas.

“É nestes momentos que dou graças a Merlin por não pertencer aos Gryffindor” – pensou Draco.

No fim do jantar quando os alunos levantavam-se e saiam do Salão Draco esperava que o trio de ouro resolve-se sair logo dali o que já estava a demorar muito a deixar Draco muito irritado.

Quando já estava a pensar almadiçoar alguém, Potter e o seu grupinho, finalmente levantaram-se da mesa e abandonaram o Salão na companhia dos outros pobretões (os gémeos).

Deixou que se afastassem um pouco para logo seguir-los sem que eles percebessem. A única coisa que tinha de fazer era enfeitiçar a sague-de-lama sem que alguém se desse conta que era ele. Parecia fácil quando ele e Pansy o descutiam mas agora revelavasse mais difícil do que pensava. Os corredores estavam cheios de alunos por isso veriam caso ele fizesse alguma coisa. Tinha de pensar numa maneira de por o seu plano em acção sem que ninguém testemunha-se. Não pode deixar dar um meio sorriso quando a sua grande oportunidade apareceu à sua frente.

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Harry ouvia os seus amigos a falarem sobre banalidades enquanto percorriam os corredores. Tinha visto Malfoy a observarem-nos enquanto jantavam para depois comentar alguma coisa com Pansy. Continuou a tomar atenção à conversa que mantinham sobre o facto de um dos membros dos Mistic Blue, que pareciam ser um famoso grupo músical do mundo mágico e que tanto Ron como os irmão pareciam adorar, ter abandonado o grupo quando apercebeu-se que estavam a ser seguidos. Podia ser paranóia sua mas tinha mesmo a sensação que alguém os seguia. Ia olhar para trás para ver se tinha razão quando tudo aconteceu. Parecia em ocurria em câmara lenta.

Três miúdos do primeiro ano que estavam muito perto deles pareceram tropeçar e cairam para a frente enquanto que uma luz alaranjada saía por entre eles em direcção a Hermione que, ao lado de Ron, tinha parado de andar observando a grande queda que os alunos iam dar. Harry que estava longe de Hermione, ao lado de Fred não teve tempo de fazer nada.

Passado uns segundos Hermione começou a esfregar as mãos pelos braços enquanto dava saltos em agonia. Os três miudos estavam estendidos no chão e pareciam desorientados. Harry ficou tão surpreendido com tudo o que tinha acontecido de repente que podia jurar que tinha visto uns cabelos loiros a esconder-se por entre os alunos que acumulavam-se para ver o que tinha acontecido.

-O que foi Hermione? – ouviu Ron a perguntar a uma Hermione que agora tinha lágrimas nos olhos e que não parava quieta.

-Parece que tenho milhares de formigas pelo meu corpo todo a picarem-me! – gritou Hermione assustando Ron que estava ao seu lado e tentava acalma-la.

-Lançaram-te um feitiço, temos de ir à enfermaria. – afirmou decidido Harry, recebendo gesto de aprovação por parte dos outros.

O caminho para a enfermaria parecia estar mais longo do que o habitual ou isso assim o parecesse devido a Hermione andar muito devagar. Estava preocupado com a amiga, não sabia qual era o feitiço que ela tinha apanhado.

-Não se preocupem não é nada grave. – tranquilizou-os Fred quando já estavam perto da enfermaria.

-Eu e o Fred mandavamos esse feitiço um ao outro quando brigavamos. Tenho a certeza que é o mesmo que a Hermione recebeu. – esclareceu George.

Harry ficou mais descansado e não foi o único, Ron também parecia menos tenso.

-Porquê que lhe haviam de mandar um feitiço? – perguntou-se Harry em voz alta.

-Yah... será que foi algum daqueles miúdos? – indagou Ron.

-Não, eles pareciam ser do primeiro ano, não saberiam fazer-lo, além de que estavam a cair quando o feitiço foi lançado. – declarou Harry pensativo. Hermione não tinha feito nada a ninguém para que lhe fizessem aquilo, a menos que o feitiço não fosse dirigido a ela.

-O responsável deve ter fugido... – meditou Fred sendo interrompido por George que estava parado em frente uma porta fechada, a porta da enfermaria.

-Não acredito ela cumpriu mesmo com o que disse! – exclamou George.

Colado à porta estava um pergaminho onde se podia ler que a enfermaria estaria encerrada durante o dia inteiro devido a acontecimentos ocurridos mais cedo.

-E agora? – perguntou Hermione. Dava para ver o seu pânico refletido nos seus olhos castanhos.

Sentiu imensa pena da amiga. Devia ser muito doloroso e ainda por cima descobrir que logo quando precisava a enfermaria não estava em funcionamento...

-Se formos avisar o director tenho a certeza que a Madam Pomfrey deixará a Hermione entrar. – disse Harry.

-O pior é que o director não está cá hoje! – declarou Fred.

-Como? – perguntou Harry à beira do desespero.

-Quando chegámos em vez de Dumbledore quem nos recebeu foi a McGonagall. Ela disse que o Director não estaria cá durante o dia inteiro. Acho que deve ser assuntos da Ordem. – contou Fred

-É isso! – exclamou de repente George. – O Snape tem uma poção para acabar com o feitiço no seu escritório.

-Como é que sabem? – interveio Ron e que até então permanecia calado e que estava a tentar acalmar Hermione.

-Precisámos uma vez devido a uma aula de Defesa e Snape teve de nos levar até ao seu escritório para nos dar. – declarou Fred.

-E quem é que vai lá buscar a poção? Se o Snape descobre estamos feitos. – avisou Ron.

Bem, talvez gostasse de sofrer. Só ouviu a sua boca dizer:
-Eu vou...



Ter se oferecido para entrar no escritório de Snape não foi, de longe, uma das melhores ideias que teve. Fred tinha dito que não era preciso se preocupar já que pelos vistos Snape se encontrava numa das reuniões da Ordem juntamente com Dumbledore, mas mesmo assim não podia evitar ter um presentimento de que alguma coisa iria sair mal.

Ron e George tinham levado Hermione para a sala comum enquanto Harry e Fred partiram rumo às tenebrosas masmorras. Tudo estava calmo, demasiado calmo até. Não se via nenhum aluno de Slytherin que tinham os seus aposentos naquela mesma masmorra mas isso não parecia preocupar Fred e Harry tentou não ser tão pessimista. O plano tinha que resultar, tratavasse de Hermione.

Entraram na sala de aula onde tinham poções que se encontrava agora vazia e fecharam a porta com cuidado evitando causar um grande barulho, que poderia ser fatal.

-Eu fico aqui à espera. – disse Fred e entregou-lhe uma das moedas que tinha usado na ano anterior para se comunicar com os membros do Exército de Dumbledore. – Tenho de admitir que isto foi umas das melhores invenções que vi, mas claro que não se comparam àquelas que eu e George fazemos, como é lógico.

-Fred nunca mais faças isso, assustaste-me! – exclamou Harry a rir.

-Porquê? – inquiriu Fred confuso.

-Parecias uma pessoa que conheço. – declarou Harry.

-Quêm? – voltou a perguntar Fred mas desta vez curioso.

-Bem é melhor eu entrar, não podemos perder tempo. – avisou Harry ignorando vísivelmente a pergunta de Fred. A verdade é que o comentário de deste tinha-lhe lembrado de Malfoy e não achava uma boa ideia revelar isso.

-Está bem, mas depois quero saber. Tenho de estar informado sobre quem tem a audácia de me imitar. – persistiu Fred abrindo uma porta que estava atrás da secretária de Snape e que certamente iria dar ao seu escritório.
-Deseja-me sorte, vou precisar dela. – pediu Harry.

-Se Snape aparecer a moeda te avisará por isso não te preocupes. Ah, e não te esqueças, é um frasco com um líquido cor-de-rosa metálico que diz “Desferitum”. – relembrou Fred dando passagem a Harry que apressou-se a entrar.

O escritório era tal e qual como tantas vezes ele Ron e Hermione tinham imaginado, com excepção do caixão que pensavam encontrar ali. As cortinas que escondiam as diversas janelas eram prateadas e os sofás em frente da lareira eram verdes. Também havia algumas mesas e poltronas espalhadas pela habitação mas Harry não perdeu tempo para miralas, estava mais preocupado em encontrar o tal frasco o mais depressa possível.

Percorreu com os olhos as estantes que estavam subcarregadas de frascos e livros empoeirados, no desespero de encontrar algum fraco que se assemelhasse ao que Fred tinha indicado. Encontrou-o meio escondido entre dos livros e pegou nele com imenso alívio, mas que durou pouco pois reparou na moeda. Tinha de sair o mais depressa possível dali!

Saiu a correr do escritório para dar de caras com Fred que andava de um lado para o outro.

-Conseguiste? – perguntou-lhe parando de andar quando o viu.

Harry limitou-se a acenar com a cabeça.

-O Snape vem aí, ouvi voçes que pareciam estar muito perto daqui e uma delas era claramente dele. – declarou Fred.

Harry só teve tempo de dar o frasco a Fred e de empurrá-lo para trás da secretária.

-Eu vou distraí-los enquanto tu foges. – murmurou Harry.

Nesse exacto momento a figura de Snape entrou na sala e esbuçou um enorme sorriso de escárnio quando o viu.

-Ora... Ora... Ora... Não esperava a sua visita Mr Potter. Não sabia que é falta de educação entrar nos aposentos dos outros sem ser convidado? – inquiriu com uma voz carregada de sarcasmo.

Só então Harry reparou que mesmo atrás dele estava a porta do escritório de Snape e ela estava aberta.

-Eu... hum... vinha-lhe lhe procurar professor. – disse Harry sabendo que a sua desculpa era um tanto estúpida.

-Potter tens de aprender a mentir melhor, é um conselho.

Harry olhou para o loiro que aparecia detrás de Snape e que tinha o mesmo sorriso sarcástico.

-Malfoy. – foi tudo o que conseguiu dizer.



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Os gémeos Weasley tiveram de entrar na minha fic eu amo-os!

Please Comentários são muito bem vindos! =)

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