. Um momento mágico.



Que Rony gostava de Hermione, já não era nenhuma novidade.




Mas o que ele não sabia, era que Mione o amava com tal intensidade, que todas as noites, depois de ficar exausta de estudar, se deitava e contemplava o teto, com um olhar perdido e apaixonado. Pensava no seu amigo e no motivo pelo qual escondia seus sentimentos.



“Isso não está me fazendo bem“ - ela pensava - “eu só faço estudar, estudar e não tenho tempo para viver minha vida. Mas tenho que pensar no futuro e não iria conseguir conciliar.” Ela estava começando a ficar deprimida. Deixou escapar uma lágrima furtiva e se concentrou em dormir.



Hermione já tinha 16 anos e até então só tinha ido a um encontro na vida. Com Vítor Krum, o famoso jogador de quadribol da Bulgária. Não o tinha beijado, pois já naquela época, Rony tomava conta dos seus pensamentos. Ela achava que seu primeiro beijo teria de ser perfeito, com o amor de sua vida, com direito a sentir borboletas no estômago e tremedeira nas pernas.



Faltava apenas um dia paro o Natal. Mione havia comprado para Rony um kit de manutenção de vassouras - o mesmo que havia comprado para Harry alguns anos atrás - e agora que ele era goleiro do time da Grifinória, poderia aproveitar bem o presente.



Acordou cansada e foi encontrar seus amigos na mesa do café da manhã. Desejou um rápido ‘bom dia’ para eles. Pegou uma torrada, deu apenas uma mordida e a jogou em cima do prato - não estava com fome. Apoiou seu rosto nos braços e deitou sua cabeça, pensativa e cansada.



“Você está bem Hermione?!” - perguntou Rony.
Ela levantou rápido e fez que sim com a cabeça. Conservava uma expressão triste em seu rosto.
“Anime-se Mione, é quase natal, uma época tão feliz... Você vai ganhar presentes, vai ter a companhia de seus amigos e...” - Rony não terminou de falar.



De repente ficou nervoso, se despediu e se levantou da mesa de pressa carregando Harry. Certificaram-se que Hermione estava longe e Rony começou a atropelar as palavras:



“Harry! Não vou conseguir fazer o que eu tenho planejado há tanto tempo. Eu tinha esquecido, não vou conseguir, vou ficar nervoso, minhas pernas vão tremer, a fala não vai sair e...”



“FIQUE CALMO! Você é corajoso, você é forte, você é Grifinória!” - disse Harry - “Já enfrentou tantos perigos, não é agora que você vai se acovardar. Ron, ela não é nenhuma aranha!”
“Ok Harry. Já está tudo preparado, vou me acalmar, vamos passar o dia sem pensar nisso” - disse Rony, respirando fundo e mantendo a calma.



Passaram o resto do dia, do lado de fora da escola, brincando na neve, até se cansarem. Hermione ficou sentada, apenas olhando os dois, com o mesmo olhar perdido. Subiram, jantaram e depois foram para o salão comunal da Grifinória. Conversaram, conversaram e conseguiram deixar a amiga com um ânimo um pouco melhor. Foi ficando tarde e foram todos para os seus dormitórios. Rony colocou seu pijama, respirou fundo, se deitou e disse para si mesmo: “É amanhã”.



Acordando na manhã seguinte os dois se deparam com suas pilhas de presente. Rony viu seu novo suéter verde-musgo, e embaixo dele um pacote muito bem embrulhado.



“Harry. Mione me deu um kit de manutenção de vassouras! Perfeito. Era o que eu estava precisando. Ela sabe de tudo mesmo.” - disse Rony.
“Claro que sabe.” - concordou Harry.



Desceram pro café da manhã e logo encontraram Hermione.
“Feliz natal Mione” - desejaram os dois - “Muito obrigada pelo presente, era o que eu estava precisando” - disse Rony a amiga.
“Feliz natal para vocês” - disse com um ar meio desapontado.
“Hermione! Sobre seu presente eu...” - não deixou Rony terminar de falar, Mione o atropelou:
“Não Rony, tudo bem, você sabe que está tudo ótimo. Eu não ligo para presentes, vocês sabem. Besteira, tudo ótimo. Você sabia que não precisava mesmo, não tinha que se preocupar comigo.”



Rony não conseguiu se explicar. Ela saiu da mesa e subiu as escadas.
Terminaram seu café da manhã e foram ao salão comunal procurar a amiga. Ela não estava lá.
Rony passou o resto do dia nervoso, pensando ter magoado Hermione.



“Eu não podia ter feito isso. Sabia que não ia dar certo.” - dizia Rony com os olhos cheios de lágrimas - “Eu realmente não faço nada direito. Não dá certo, nada dá certo.”
Quando anoiteceu, desceram para confraternizar com seus amigos e se preparar para a ceia. Hermione apareceu, muito bonita num vestido verde-esmeralda. Sentou com os amigos, como se nada tivesse acontecido.



“Onde esteve o dia inteiro Mione?!” - Perguntou Harry.
“Ah, estava conversando com a Gina. Nada de mais.” - respondeu.



Rony se encheu de coragem e respirou fundo.



“Hermione, nós precisamos ter uma conversa a sós” - disse.



Ele estendeu a mão e a conduziu para o lado de fora da escola. Estavam a sós, encostados na árvore, no meio da neve. Rony olhou bem nos olhos de Mione e falou:



“Não lhe dei o presente hoje cedo porque queria que esse momento fosse especial.” Os olhos de Hermione brilharam. Ele começou a ficar nervoso, olhar para o chão, sem encarar a amiga e falou rápido e atropelado:



“Não sei como te dizer isso, sabe Mione, eu te amo há tanto tempo, e acho que você já percebeu. Eu queria ficar com você pra sempre, mas que besteira. É claro que você não vai querer saber de mim, eu não sou um bom aluno e nem um jogador de quadribol profissional e...”



Parou de falar de repente. “Ah sim... seu presente.” E estendeu as mãos com um colar prateado que se abria em duas partes como uma foto de Rony e outra de Hermione.



Mione abriu um largo sorriso deixando claro seu sentimento recíproco. Rony estendeu sua varinha e fez com que um brilho azul de estrelas os envolvesse. Se encararam e chegaram mais perto um do outro. Se abraçaram timidamente, fecharam os olhos, seus lábios se tocaram e eles se beijaram intensamente.



Hermione e Rony sentiram suas borboletas na barriga e sua tremedeira nas pernas. E sentiram como se nunca tivesse sido tão felizes em suas vidas.


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