Segundo



And I miss who we were, and the town that we could call our own
(E eu sinto falta de quem éramos, e da cidade que podíamos chamar de nossa)


Agosto tinha voado, sem que Lily a James pudessem fazer quase nada, afinal, como Lily pensava consigo mesma, a vida que estavam levando era uma prisão.

Todos os dias Lily acordava cedo, antes das seis horas, pois Harry tinha pegado um péssimo hábito de acordar nessa exata hora. Então ela pegava o filho no berço, dava mamadeira, depois brincava um pouco com ele, então o deixava na sala. Acordava James e juntos faziam o café da manhã.

Mas naquele dia James queria fazer algo diferente. Fazia tempo que não agradava a esposa com algum mimo. Então acordou cedo, antes que Harry começasse a chorar e, com um pouco de dificuldade, preparou a mamadeira ao filho.

Então foi preparar um café da manhã especial a Lily. Preparou um chá gelado, como ela gostava, com um bolo de morango com chocolate, que tinha ido comprar.

Ficou uma meia hora preparando tudo. Algumas frutas e sucos. Tudo de uma maneira que Lily iria amar!

Momentos depois, após deixar o “banquete” em cima da cama, foi silenciosamente ao lado da esposa, deitando ao seu lado e dando-lhe um suave beijo na bochecha. Ela despertou calmamente, olhando em volta assustada.

- Amor, que horas são?

- Umas oito horas... – James falou, sorrindo ao vê-la.

- Amor! Perdi a hora, o Harry deve estar... – Mas ela subitamente parou ao ver o café na cama. Olhou para James, que sorria radiante. – Você fez isso amor?

- Tudo para minha princesa... – Ele falou dando um beijo suave. Lily fechou os olhos lentamente, segurando o rosto do marido e acariciando-o.

Ele sorriu para ela mais uma vez após separarem-se, e levantou, com uma feição marota. Lily olhou-o com curiosidade, correspondendo ao olhar maroto.

James saiu do quarto por um momento, quando voltou, tinha nos braços um enorme e maravilhoso buquê de flores. Lindas flores. Lily amava essas flores!

- James... – Ela sorriu, com a mão no peito, admirada. – São maravilhosas...

- Lírios para minha perfeição... – Ele falou sorrindo e beijando-a.

Era um lindo buquê. Lírios amarelos, grandes e perfeitos. Lily abraçou James, emocionada. Uma lágrima quase caiu do seu rosto ao perceber a mistura de sentimentos que surgiram. Uma felicidade tão grande por estar com James, e uma tristeza gigantesca, a qual não soube o motivo.

- Amor? – James perguntou, apreensivo.

- Ahn, obrigada Jim... – Lily retrucou, tentando parecer o mais normal possível, mas seu coração doía. Ela sentia uma opressão fora do normal, algo extremamente ruim, o qual não conseguia ignorar.

- O que está acontecendo Lily? – James perguntou novamente, com urgência na voz, ao ver Lily fechar os olhos lentamente.

Então, como se fosse algo planejado, o corpo de Lily caiu. James, em desespero, não conseguiu pensar em nada no momento. Sentiu seu coração acelerar desembestado e apenas inclinou-se para frente, segurando o corpo inerte da esposa.

- Lily? – Ele sussurrou ao ouvido de Lily, mas não houve resposta. Ele aproximou-se. Ela respirava. Muito suavemente, mas ainda respirava. – Amor... Acorde.

James não sabia o que fazer. Sentiu um enorme desespero ao se ver em uma situação que estava fora do seu controle. Como acordaria Lily?

Subitamente, ela abriu os olhos. Com suas íris muito verdes, olhou por todo o quarto, como se nunca antes tivesse o visto. Então olhou para James. Este permanecia imóvel, esperando a reação de Lily.

A mulher levantou a cabeça novamente, olhando para fora da janela, e então novamente para James, abrindo um leve sorriso.

- Você está bem Lily?

- Sim... Eu, eu creio que sim... – Ela falou, colocando a mão na cabeça por um momento, mas logo depois sorrindo levemente.

- O que aconteceu? – James continuava preocupado. Nunca havia visto a esposa desmaiar daquela maneira, tão subitamente e sem causa. Algo parecia errado, ele sentia.

- Nada Jim, eu estou bem, obrigada. – Ela falou, andando para fora do quarto, mas parando de repente.

James percebeu que o corpo da esposa estava amolecendo novamente e correu até ela, antes que qualquer coisa pudesse acontecer. Ele segurou-a em seus braços.

Lily sentia uma fraqueza incomum. Uma tristeza, uma agonia que parecia tirar-lhe todas as forças de se manter em pé. Ela abraçou o marido com força, tentando sentir-se feliz por estar ao lado dele, mas desta vez não foi isso o que sentiu. Sentiu-se pior. Como se aquele momento fosse acabar. Para sempre.

Lily chorava.

- Lil... Amor, o que foi?

James sentia-se perdido. Completamente. Não lhe passava nada na cabeça para explicar o estranho comportamento da esposa. Abraçou-a, tentando fazer isso passar, mas sentiu-se pesado. Como se a vida de Lily corresse perigo por sua causa. Ele suspirou e abriu os olhos, fitando a janela por detrás da cabeça de Lily, que permanecia junto dele.

Sem perceber, sem poder evitar ou conter, James chorou. Em um dos poucos momentos de sua vida, sentiu lágrimas queimarem seus olhos. Lágrimas de um culpa que ele não sabia de onde vinha, mas que parecia consumi-lo por dentro, arrancando-lhe todo bom sentimento, toda felicidade e esperança de uma mudança na situação que estava vivendo com a esposa.

- Lily... – Ele começou, sem saber porque. – Eu te amo... Eu nunca quero te perder. Eu não quero ser o responsável por algo de ruim acontecer com você. Se isso acontecesse, eu... Não suportaria..

Lily afastou-se dele, tomando seu rosto em suas mãos e o acariciando com ternura. Deu-lhe um leve beijo nos lábios. Sentia o gosto salgado de suas próprias lágrimas se misturarem com as de James. Ela fechou os olhos, abaixando a cabeça, que permanecia encostada com a de James.

- Eu te amo...

[...]


A noite estava fria. Na porta da casa havia um rapaz. Alto, moreno, com olhos acinzentados, que neste momento passavam uma sensação de tristeza e estavam levemente molhados pelas lágrimas que ele derramara mais cedo.

O garoto olhava para o nada. A lua, fina e quase inexistente aos seus olhos, era escondida por uma grande árvore, que parecia esconder toda a luz de felicidade que aquele rosto, tão belo, costumava transmitir.

James sentiu seu sangue ferver ao lembrar-se da cena que lá ocorrera mais cedo. Uma mistura de sentimentos surgiu dentro dele, fazendo-o sentir-se confuso e perdido.

Ele ouve um leve som do lado de dentro da casa, sentindo seu coração disparar quando milhões de diferentes pensamentos enchem sua mente de insegurança e culpa. Ele sente uma fria brisa em seu corpo, fazendo sua fina blusa grudar em seu corpo e dando um leve arrepio, o qual não soube dizer se fora por causa do frio, ou por causa do medo.

A porta abriu-se com um leve ruído e uma senhora de estatura mediana, doces olhos cor de avelã e cabelos loiro avermelhados apareceu, com uma expressão preocupada. Ela não disse uma única palavra, apenas olhou para o garoto, logo percebendo sua apreensão e notando seus o brilho que lágrimas haviam deixado no seu rosto.

Sentiu pena do rapaz. Ela, agora, sentia-se aliviada, mas o rapaz não. E não era justo que o deixasse dessa maneira. Então sorriu. Abriu um suave sorriso, tentando passar um pouco mais de felicidade ao rapaz. Ela afastou-se da porta, deixando passagem para o garoto, que rapidamente entrou.

James andava rápido, mais rápido do que o necessário. Seu coração parecia que ia sair pela boca. Ele sentia a palpitação em sua garganta, dando-lhe agonia. Procurava não pensar em coisas ruins, mas era quase impossível. Elas vinham, mesmo que ele lutasse contra.

Então, com delicadeza, abriu a porta do quarto, entrando lentamente.

Na cama, deitada com uma expressão neutra, um rosto pálido e meio sem vida, havia uma garota. Uma ruiva, com belos traços, dormia. James aproximou-se, sentindo-se mais aliviado, percebendo que seu coração voltava a bater normalmente e suas mãos deixarem de tremer.

Esboçou um sorriso ao sentar-se na cama, ao lado da garota. Tirou, com delicadeza, uma mecha de cabelo de seu rosto. Ela suspirou, ainda dormindo. James acariciou seu rosto, sorrindo e limpando o rosto.

Então a garota abriu os olhos. Suas lindas íris verdes percorreram o quarto, parando em James. Ela sorriu de leve, pegando a mão do rapaz e dando um leve beijo.

James, apesar de vê-la ali, melhor, saudável e tranqüila, ainda sentia-se aflito, triste e culpado pelo que acontecera. A cena ainda martelava sua cabeça, proporcionando-lhe um sentimento horrível. Ele não suportou muito, e logo sentiu mais lágrimas formarem-se em seus olhos. Fechou-os com violência, tentando esquecer aquilo.

- Perdoe-me... – Ele conseguiu falar, segurando a voz firme. Lily balançou a cabeça de leve, negativamente, ainda sorrindo.

- Shi... – Ela disse, colocando a mão da boca de James, e limpando suas lágrimas. Então falou, com a voz um tanto rouca e fraca. – Você não teve culpa de nada.

- Claro que foi! – Ele disse levantando-se e andando longe, sem conseguir segurar a voz tremida. – Se eu estivesse ficado lá com você antes... Poderia ter trazido você para cá antes...

- James. – Ela disse, forçando a voz. – Pare, por favor... Você não teve culpa.

- Só em pensar que... – Ele parou um momento, tremendo ao pensar. Aproximou-se dela novamente, agachando-se ao seu lado e pegando sua mão, dando um leve beijo. – Que você poderia ter... Morrido... E seria minha culpa.

- James, você estava lá comigo, isso que importa. – Ela falou, apertando a mão do noivo. Apesar da situação, sorriu ao lembrar-se que faltava uma semana para seu casamento. – Isso é tudo o que eu preciso. Apenas tê-lo ao meu lado sempre.

- Lily escute... – James disse, olhando nos olhos da noiva, sentindo que seu coração voltava a acelerar. – Eu nunca vou deixar nada acontecer com você. Nunca mais vou fazer uma coisa dessas... Eu nunca deveria ter deixado você ficar lá comigo, lutando contra ele. E nunca mais isso vai acontecer.

- Jim, eu sou uma auror. – Lily disse pegando o rosto dele. – Esse é o meu trabalho, minha obrigação. Acidentes como esse podem acontecer. Eu não quero que você me proíba de lutar, ou fazer qualquer outra coisa. Só quero que você esteja comigo quando eu os estiver fazendo. Vão acontecer outras situações como essa. Voldemort estava sozinho, e éramos dois. E nós vencemos. Saímos vivos, estamos aqui.

- Mas você quase...

- Eu quase morri, mas não aconteceu! – Ela disse sorrindo. – E eu não me importo. Estar com você é tudo o que eu quero.

- Eu nunca vou te deixar sozinha... Nunca vou te colocar em perigo. – James disse, abraçando-a. – Nunca mais.


James estava no quarto. Lágrimas queimavam seus olhos, mas ele não as deixava caírem. Olhava para a esposa que dormia ao seu lado, lembrando de uma ocasião parecida. Acariciou seu rosto levemente. Ela puxou as cobertas mais perto do corpo, com um arrepio passando-lhe pelo corpo.

Mesmo com toda a proteção que aquele lugar os oferecia. A proteção que havia na casa, tendo como fiel seu melhor amigo, Sirius Black, agora não parecia passar tanta segurança para James. Não era o suficiente.

James prometera a ela que nunca deixaria a mulher passar por outra situação de perigo. Mas isso estava acontecendo agora, e ele não se sentia capaz de impedir, e isso o deixava frustrado consigo mesmo. Temia por ela. E agora não era somente Lily, havia o Harry. Nunca, nunca nada iria acontecer ao filho.

Naquela noite, eles haviam desafiado Voldemort pela primeira vez. Aconteceram mais duas vezes, mas nesta primeira, Lily quase morrera, sendo salva apenas por um milagre. Depois dos dois lutarem contra o bruxo por um longo tempo, sem que James visse, um tronco de árvore caíra em cima da perna de Lily, impedindo-a de andar ou mover-se. Voldemort, então, torturou-a. De uma maneira cruel e covarde, deixando-a á beira da morte. Outro comensal havia chegado, deixando James distraído, impedindo-o de ver o que se passava.

O homem ainda sentia uma culpa terrível por todo o seu corpo. Um arrepio, um tremor. Uma angústia por pensar no que poderia ter acontecido.

Com esses pensamentos na cabeça, levantou-se, indo em direção ao quarto do filho. Acendeu a luz do quarto, deixando no fraco para não acorda-lo.

Caminhou até o berço, agachando-se ao lado. Harry dormia em paz. Com uma paz que, na situação, James nunca conseguiria ter. Ficou feliz pela criança, desejando que sempre ele pudesse ter essa paz e felicidade, e nunca precisasse passar por opressões e preocupações como ele estava passando agora.

Se dependesse de James, Harry teria de todo o melhor. Seria educado da melhor maneira, não apenas tendo tudo o que quisesse materialmente, mas tendo toda a alegria e o apoio que uma criança, um adolescente precisa.

Acariciou a cabecinha de Harry, o bebê nem se mexeu. James sorriu para si mesmo. Daria tudo para sentir uma felicidade daquelas naquele momento.

Para ter a alma de uma criança.

[...]

Lily abriu os olhos quase que violentamente, levantando-se rápido. Tinha tido um pesadelo. Fazia muitos anos que não tinha pesadelos. Colocou a cabeça entre as pernas que estavam levantadas na cama, e suspirou. Olhou para o lado. James dormia.

Escutou um forte barulho de trovão. Uma forte chuva batia contra a janela do seu quarto. Em meio às trovoadas ela escutou um outro som. Um choro.

‘Harry’, pensou em desespero.

Jogou as cobertas e correu para o quarto do bebê. Harry estava chorando, desesperado. Lily tomou-o em seus braços, balançando-se para frente e pra trás com suavidade, tentando acalma-lo.

Então começou a murmurar uma canção. Apenas murmurava ao ouvido do neném. Lentamente, Harry ficou mais parado, encostando a cabecinha no ombro da mãe e acalmando-se.

Lily fechou os olhos, aninhando a criança em seus braços, de modo a fazê-lo dormir novamente. A canção que acalmava Harry parecia também acalmar a ela. Era uma canção que seu pai sempre cantava para ela, quando criança. E sempre trouxera à garota muita tranqüilidade e felicidade, e era isso o que ela queria para o filho.

Minutos depois abriu os olhos, parando de cantar. Harry já dormia. Ela colocou-o gentilmente no berço, dando uma leve beijo em sua testa. Olhou para a porta. Encostado nela estava James, com um suave sorriso.

Ela aproximou-se o abraçando pela cintura. Ele retribuiu, trazendo-a mais perto de si. Ficaram olhando par Harry alguns instantes.

- Ele sempre se assusta com chuva. – James disse, de repente, com um leve sorriso.

- Verdade. – Ela respondeu. – Ele nunca foi muito acostumado à chuva. Em Franklin não costumava chover tanto assim...

Com esta citação, ambos não tiveram muito que falar. Mas a verdade é que sentiam muita falta de casa, muita falta de seu antigo lar. De serem o que costumavam ser.

Da normal felicidade.

Desceram as escadas, tomaram café em silencio. O vento continuava a balançar violentamente a janela e a chuva agora diminuíra, tornando-se fina, gélida e fria.

Escutaram um barulho diferente na janela da cozinha. James levantou-se, abrindo a janela, por onde passaram duas grandes e esbeltas corujas. Uma branca com grandes olhos pretos, e uma marrom. Ambas traziam amarrado às pernas envelopes, em uma deles via-se claramente o símbolo da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

James pegou a carta da coruja branca, e esta voou pela janela, ao frio vento que entrava. Um leve sorriso formou-se em seus lábios ao ver de quem era a carta.

Remus Lupin, outro bom amigo. James sentia falta de seus amigos. Sempre esteve ao lado deles, desde seu primeiro ano na escola. E agora estava longe. Muito longe, quase sem poder se comunicar.

Remus estava trabalhando no Ministério. Estava com um cargo muito importante na seção de aurores e, realmente, ele merecia. Sempre fora o garoto mais estudioso que James já conheceu. Claro, nunca deixando de lado o espírito maroto, do qual James agora sentia falta.

James leu a carta. Remus estava apenas desejando que estivessem bem e contando que Louise, sua noiva, havia comprado pegado uma casa que era próxima a antiga de James e Lily.

Remus iria se casar em três meses. Louise, que estudara com eles desde o começo também, sempre fora muito amiga dos marotos, e começou a interessar-se por Remus depois que saíram de Hogwarts.

James nunca os vira tão radiantes.

Remus propunha uma visita, uma reunião entre eles. Para comemorar o aniversário atrasado de Harry, a gravidez de Elizabeth e o casamento de Remus.

Então um pensamento veio a cabeça do homem. Onde estava Peter?

O amigo, que sempre fora o mais distante do grupo, agora praticamente cortara todas as relações. Dizia estar trabalhando na Irlanda, e quase nunca conseguia tempo de ver os amigos, mas James sabia que, com algum porque, Peter estava se afastando deles.

Pensou, então, que no mínimo a esta reunião Peter compareceria, e isso o deixou aliviado e encheu-o de felicidade pensar que iria rever os amigos.

Um sorriso formou-se nos lábios de James quando terminava de ver a carta, lembrando-se das poucas semanas que antecediam o seu casamento com Lily. Isso trouxe ao maroto uma alegria enorme.

Mas ao olhar para a esposa, que tinha a carta de Hogwarts nas mãos, seu sorriso apagou-se. Ela tinha no rosto uma expressão nervosa enquanto lia a carta. James preocupou-se repentinamente. Vieram-lhe vários pensamentos do que poderia ter na carta, e nenhum era bom.

Lily levantou os olhos para James, e ele percebeu que a mulher continha-se para não chorar. Parecia nervosa, revoltada e triste ao mesmo tempo. Havia um estranho brilho em seus olhos, e a ruiva sentia-se perdida com cada palavra que lia: medo.

- O que é? – Perguntou James, receoso, aproximando-se.

- É de Dumbledore...

Going back to get away, after everything has changed.
(Voltando para escapar, depois que tudo mudou)


***


N/A: valeu a todos que têm comentádo! brigada mesmo! vcs me deixam mto feliz!
Comentem mais!! \o\

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