Sobrevivendo na floresta



Tchimitchanga: O Mundo Perdido

Capítulo 2 – Sobrevivendo na floresta

- Merlin... Onde viemos parar? – perguntou Gina, assustada, se agarrando ao braço de Draco, que parecia tão assustado quanto ela.
Ninguém pareceu notar a quem ela se agarrava, pois todos estavam confusos demais. A alguns metros deles, estava um imenso balão, que parecia estar ali há muito tempo.
- Afinal, onde nós estamos? – perguntou Pansy, tirando os outros do estado de transe.
- Eu não sei... – disse Hermione – parece que nós fomos transportados para cá... Mas como? Estávamos em Hogwarts, que supostamente é um lugar seguro...
- Lá é seguro, Hermione... – frisou Harry - mas como viemos parar aqui, eu não sei...
- Ei, olhem lá em cima! – disse Luna, apontando para o céu – parece uma placa!
E era. Uma placa imensa de madeira, segurada por dois postes enormes se erguia no céu, e nela havia algo talhado...
- Parece que está escrito... “Tchimitchanga”... – disse Hermione, depois de prestar atenção – mas o que isso quer dizer?
- Tchimitchanga? – repetiu Blaise – isso parece nome estrangeiro... Sei lá, me lembrou o meu cachorro... – disse ele em tom pensativo, mas com um sorriso no rosto.
Luna, que estava perto, riu com a expressão do garoto, e o som de seu riso desanuviou um pouco as tensões ali existentes.
Ao perceber que ainda estava agarrada à Draco, Gina afastou-se dele rapidamente, sendo percebida apenas por Blaise. Resolveu então se pronunciar:
- Bom, não podemos ficar parados aqui. Precisamos achar algum lugar seguro, antes que anoiteça, não é mesmo? E quem sabe pessoas que possam nos dizer onde viemos parar...
Apesar de ter sido a Gina quem falou, todos concordaram, até os sonserinos. Não era o momento de brigas, não até descobrirem o que estava acontecendo.
- Bem, parece que tem uma trilha aqui... – disse Harry apontando para uma área ao leste, em que havia menos mato por um trecho – vamos?
Todos seguiram em silêncio, incapazes de falar algo. Rony tratou de colocar a irmã à sua frente, bem longe do Malfoy. Quando os ruivos já estavam à frente, Blaise virou-se para Draco e perguntou, fazendo-se de sonso:
- O que você fazia fora da cama, Draco? E numa sala onde só estavam o trio maravilha, a Lovegood e a Weasley?
- Não é da sua conta, Zabini – disse Draco, fechando a cara.
- Você pensa que me engana, Draco... Até parece que eu não vi a ruiva se agarrando ao seu braço, procurando proteção! – disse ele, rindo. A conversa estava em um tom baixo, de forma que só os dois ouviam o que falavam.
- Ela é doida, é só. – disse Draco, da mesma maneira fria de antes.
- Tá, tá... Vou fingir que acredito – disse o moreno, fazendo um gesto com a mão sinalizando que havia perdido na discussão.
Continuaram andando por um bom tempo, até que chegaram a um lugar que parecia ser o fim da floresta. A floresta na verdade estava em um morro, que aparentava circundar todo um vale. E, lá em baixo, no meio do vale, havia um pequeno vilarejo, com casinhas feitas de madeira e pessoas andando de um lado para o outro, ocupadas em suas tarefas.
- Vejam... Pessoas! – disse Harry, apontando lá para baixo.
Draco teve uma imensa vontade de fazer uma piada, mas se controlou; aquela definitivamente não era hora para ironias.
- Bom, vamos descer – disse o loiro, de forma óbvia.
Ninguém protestou, todos foram descendo com cuidado pela encosta íngrime. Em um dado momento, Luna escorregou, e Blaise, que estava logo atrás dela, a segurou para que não caísse.
- Cuidado, loira... Pode se machucar feio se cair daqui... – disse ele, de uma forma quase gentil, enquanto a endireitava e passava à sua frente.
A garota demorou alguns segundos para se recompor, antes de continuar a caminhada.
Demoram a chegar ao povoado, pois a descida era bem difícil. E eles ainda estarem com o uniforme escolar não facilitava as coisas: a sola dos sapatos não tinha aderência, fazendo-os escorregar á toa.
Ao terminarem de descer, Blaise sentou-se em uma pedra que esta ali.
- Nossa, esse povo vive bem, hein! Bem no meio do “nada”, logo depois do “lugar algum”. – disse ele, irônico, novamente arrancando risadas de Luna. Ela parecia ser a única pessoa a rir das ironias dele.
Os outros olharam para ele e ignoraram o comentário.
- Hermione, eu tô com sede... Como é mesmo aquela mágica para criar água, que você faz? – disse Rony, procurando sua varinha no bolso. Sua expressão demonstrava que ele não estava conseguindo achá-la.
- É só pegar a varinha e sacudir... – Hermione não terminou a frase, pois também procurava a sua varinha, sem sucesso.
Os outros começaram a procurar as suas também, e perceberam que todos estavam sem as varinhas.
- Mas eu estava com a minha varinha quando saí da torre! – disse Rony, entrando em desespero.
- Todos estávamos – observou Harry – se nossas varinhas sumiram, significa que neste lugar não podemos usar mágica.
Todos levaram algum tempo para absorver a notícia inesperada. Sem suas varinhas, como iam sobreviver? Afinal, eram bruxos. E as únicas pessoas dali com contato direto à maneira trouxa de se viver eram Hermione e Harry.
- Acho... Acho melhor irmos... Pedir informações no vilarejo... – disse Harry, de maneira vaga.
Continuaram andando, até que chegaram na entrada do vilarejo. Ao passarem pelo portal, feito de madeira e sem nada escrito, foram logo notados.
As pessoas cochichavam e lançavam olhares apavorados para eles. Algumas os contavam e lançavam gritinhos de medo.
- Mas que merda é essa? – falou Draco para Blaise, à sua frente – por que as pessoas estão tão assustadas?
- Olhe de novo, Draco – disse o moreno – olhe as vestes deles, e como eles vivem.
Ao observar melhor, deu pra entender o porquê do espanto. Os viventes dali vestiam roupas simples, que pareciam ter sido feitas à mão. Tinham em mãos instrumentos de madeira, alguns que Draco nunca vira antes.
- Além de nós virmos parar em outro lugar também voltamos ao tempo?! – perguntou, abismado.
- Não sei meu amigo, não faço a mínima idéia... – disse Blaise, começando a ficar assustado com a situação.
Depois de caminharem um certo tempo e perceberem que ninguém se aproximava, Harry tentou falar com um homem que estava mais perto.
- Com licença, senhor, poderia nos ajudar?
Mas o homem virou-lhe as costas, ainda com um olhar assustado.
- Boa, Potter, agora o cara ficou com medo de você – disse Draco, com seu jeito debochado de sempre – acho que o rachado na sua testa deve ter o assustado.
Harry ia responder, mas antes que o fizesse, ouviu uma exclamação vinda da multidão. Ao olhar de novo para frente, havia um homem de aspecto imponente olhando para ele e para o grupo de forma muito séria.
- Quem são vocês? – perguntou.
Hermione se adiantou e ficou ao lado de Harry, antes de começar a falar:
- Desculpe-nos por incomodar seu povo, senhor, mas estamos perdidos e não sabíamos a quem recorrer. – ela olhou em volta e percebeu que todos prestavam muita atenção ao que ela dizia – nós somos alunos do Instituto de... Ensino de Hogwarts. – Hermione optou por última hora não dizer “Instituto de Magia e Bruxaria”, pois como suas varinhas sumiram, era lógico de se pensar que aquele povo não era bruxo.
- Nunca ouvi falar desse lugar – disse o homem – nunca ouvi falar de nenhum lugar além daqui, do pântano e da floresta que os cerca – continuou ele, de forma dura – vocês não são bem-vindos. Saiam do meu vilarejo e não apareçam mais aqui!
Ele virou-se e entrou em uma cabana ali perto.
- O quê? – disse Draco – como esse cara ousa tratar a gente assim?
- Draco, é melhor sairmos daqui – comentou Pansy – as pessoas não parecem ser muito simpáticas.
E era verdade; após o pronunciamento do que parecia ser o líder, as pessoas começaram a olhá-los como se fossem uma ameaça.
- É, é melhor sairmos daqui – completou Harry – vamos para o outro lado do vilarejo, para ver se achamos quem nos ajude.
Eles continuaram caminhando, passando por todas aquelas pessoas que os olhavam espantados. Gina diminuiu o passo e, aproveitando que seu irmão estava distraído conversando com Harry, foi para o lado de Draco, era o último da fila, fechando o grupo.
- Você quer que seu irmão me mate? – disse Draco, cochichando no ouvido dela.
- Você quer que eu morra de saudade de você? – falou ela, num tom gentil.
Draco a olhou por um momento e depois puxou a mão dela e entrelaçou na sua. Por incrível que pareça, as pessoas que observaram a cena pareceram mais assustadas do que antes. Uma menininha que estava ali perto falou para a mãe:
- Fogo e gelo, mamãe.
A mãe puxou a garotinha para mais perto, como se a protegesse e fitou o casal, com o medo enchendo seu coração...
O grupo saiu pela outra entrada da cidade, e avistaram nova trilha, subindo novamente o morro.
- Ah não, subir isso de novo não! – disse Blaise.
- Temos que subir, Zabini – disse Hermione – todos estamos cansados, mas tenho a ligeira impressão de que não estaremos seguros se continuarmos por aqui. – disse, indicando com a cabeça o vilarejo.
Começaram a subida. O sol estava se pondo, e eles ainda não tinham achado um lugar para passar a noite. Chegaram novamente à floresta, agora do lado oposto ao que tinham saído.
- Droga, desse jeito vamos passar a noite no meio da floresta! – falou Rony, frustrado. – não quero minha irmã passando por... Ei, onde está Gina?
Todos olharam em volta, e tanto Gina como Draco haviam sumido.
- Onde está aquela doninha albina? – Rony voltou a falar, dessa vez soletrando sílaba por sílaba.
Blaise olhou em volta preocupado. Havia visto Gina ir para trás e andar de mãos dadas com Draco, agora só podia supor que eles ficaram para trás para dar uns amassos.
- Blaise... – Pansy sussurrou – Draco estava de mãos dadas com a Weasley, e eu vi quando ele ficou lá atrás com ela.
Bom, a suposição do sonserino estava certa. Só não fazia idéia de como ajudar o amigo. A única coisa que poderia fazer é preparar o funeral, porque quando o irmão da Weasley descobrisse... O loiro com certeza seria um homem morto.
Todos começaram a gritar pela Gina, deixando a situação pior.

O casal, que estava à alguns metros atrás, ouviu.
- Merda, seu irmão vai me matar quando te ver comigo... – disse Draco, olhando preocupado para o lugar de onde ouviam as vozes.
- Ah, não vai não! – disse Gina, olhando divertida, enquanto rasgava a manga de sua camisa.
- O que você está fazendo, Gin? – perguntou o loiro, curioso, ao ver a ruiva amarrar o pedaço de pano ao seu tornozelo.
- Me pega no colo, Draco.
O loiro, ainda confuso, a pegou no colo sem problemas algum, pois além dele ser forte a garota era leve.
- Ótimo, agora faça uma cara de má vontade enquanto me carrega, que eu represento o resto.
Draco foi carregando-a, com sua melhor cara de mau-humor. Gina foi fazendo uma cara de quem estava morrendo de dor, conseguiu até fazer algumas lágrimas caírem.
Rony os avistou de longe, e foi correndo para saber o que tinha acontecido.
- Gina, o que aconteceu? Malfoy, solta ela! – disse ele raivoso.
- Como quiser, Weasley. – dizendo isso, Draco a tacou em cima de Rony, q a segurou para que não caísse – a sua amada irmã torceu o pé lá atrás, mas você pareceu com pressa demais para notá-la... Acabou sobrando para mim, que fiz essa boa ação para ir para o céu.
O loiro disse tudo de forma fria, na sua melhor performance. Por dentro ele gloriava-se, pelo plano da ruiva ter dado certo.
- Rony... – Gina gemia – não discuta com o Malfoy agora, apenas me ajude a ficar de pé...
Rony a colocou no chão e a apoiou em seu ombro, ajudando-a a andar. Quando estavam mais à frente, Harry e Hermione ajudaram-na também.
- Ah, Gina! Se eu estivesse com minha varinha agora... – Hermione disse, pesarosa, ao olhar para o tornozelo da garota enrolado num pano.
- Não se preocupe, Mione, não está doendo tanto. – disse a ruiva, fingindo sentir uma leve pontada de dor.
- Quer que eu dê uma olhada, Gina? – ofereceu-se harry.
- Não precisa, não precisa... – disse ela ligeiramente sem graça.

Mais atrás, onde estava Draco, Blaise e Pansy aproximaram-se.
- Essa foi por pouco, hein, Draquinho? – disse Blaise, de forma debochada.
- Draco, Draco... Você tem que aprender a ser mais cuidadoso! – falou Pansy, ligeiramente preocupada – o Weasley ficou furioso quando não viu a irmã, se ele pega vocês...
- Não houve nada. – afirmou Draco, agora sem sua convicção de sempre.
- Vai continuar negando? – falou Blaise – da gente você não precisa esconder, afinal, nós podemos até te ajudar, dando uma cobertura... – comentou, começando a caminhar novamente – bom, você é quem sabe!
Todos começaram a caminhar novamente, e Draco foi com sua cabeça longe, pensando no que estava fazendo. Por que estava tão envolvido com uma Weasley? Não deveria, mas... Parecia inevitável...

Caminharam mais um tempo. Todos já estavam exaustos, mas procuravam um lugar para dormir.
- Ei, vejam! – disse Hermione, apontando para um lugar – ali tem uma caverna!
Todos olharam e se aproximaram. A caverna era pequena, mas serviria para eles passarem a noite.
- É, parece que essa é nossa melhor opção – comentou Harry, olhando para o horizonte. O sol já se punha quase completamente, não deixando outra opção – acho melhor dormirmos aqui mesmo, de manhã nós decidimos o que fazer.

Todos tiraram suas capas e forraram o chão, para não deitar na terra.
- Gina, deite aqui do meu lado – disse Rony, de maneira autoritária.
- Sai Rony! – disse a garota, com raiva – você ronca demais, assim eu não vou dormir!
Harry e Hermione seguraram os risinhos, e os sonserinos gargalharam.
- Ouviu sua irmã, Weasley! – falou Pansy – você fica na porta da caverna, para que o seu ronco não ressoe aqui dentro!
- Bom, é como diz o ditado: melhor prevenir do que remediar! – disse Blaise, de forma divertida.
- Mas eu não ronco! – disse Rony, tentando defender-se – Harry, Hermione! - ele tentou apelar para os amigos.
Os dois controlavam os risinhos, e Harry falou.
- Sinto muito, Rony, mas eu concordo com os outros; é melhor você ficar na entrada da caverna.
Sentindo-se vencido, o ruivo foi para a entrada, deitou-se e virou para o lado oposto ao que estavam ali, como uma criança contrariada.
Ainda soltando risinhos, os outros tentaram se arrumar da melhor maneira possível. Ao lado de Rony, ficou Harry e depois Hermione. Ao lado dela estava Luna, Gina, Pansy, Draco e Blaise. Quando o irmão já parecia estar dormindo, Gina trocou de lugar com Pansy, para ficar ao lado de Draco.
- Valeu, Parkinson – agradeceu Gina, sussurrando.
- Agradeça ao Draco por ser meu amigo, Weasley.

Já deitada ao lado do loiro, este a abraçou, de forma que ela ficasse com a cabeça apoiada em seu ombro.
- Boa noite, Guinevere... – sussurrou Draco, ao ouvido da ruiva.
Apesar de todo o desconforto do chão e de onde estava deitado, o sonserino nunca teve uma noite de sono tão boa, com Gina em seus braços...


... Fim do capítulo 2 ...

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N/A: Oi Povoooo!!!
O que acharam do cap??? Quero ouvir teorias de vocês, sobre o que vai acontecer!!!

Próximo cap, as coisas vão começar a se esclarecer para o nosso grupo... Não deixem de ler!!!

E não se esqueçam: ESCREVAM COMENTÁRIOS!!!!!

Bjinhos!!!

(¯`•._.•[ Princesa Chi ]•._.•´¯)


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