Professor



Resumo: Defesa Contra as Artes das Trevas, Segundo Horário: Professor Snape.

Capítulo 9 - Professor

“Diretor,” disse o Professor Snape em sua voz mais sedosa, “Certamente que uma coisa sem importância como essa não merece sua atenção.”
“Ao contrário, Severo. Eu estou me divertindo muito. Deixe um homem velho se divertir. Há quase dezenove anos, eu recebi essa cópia do anúncio formal do noivado de vocês do meu amigo do Ministério, Dempster. Ele estava muito preocupado, como me recordo. Ele não esperava que a Senhorita Granger realmente o assinasse. Esses pergaminhos do século dezessete conservam uma magia muito antiga. Magia esta que vocês dois despertaram com suas assinaturas e... vamos dizer... consumação?”
O interesse de Hermione foi imediatamente atingido. Corando levemente à referência da consumação, ela perguntou, “O senhor diz magia antiga, Diretor?”
“Antiga e irrevogável.”

“O senhor quer dizer que não tem como revertê-la?” perguntou Hermione, com a voz alteando alarmada.
Ao lado dela, o Professor Snape soltou a respiração ruidosamente. Ele curvou os lábios num sorrisinho e soltou a resposta dele com um sarcasmo deliberado, “E assim falou a bruxa mais brilhante de sua era. É um prazer observar a lógica de uma mente tão famosamente dedutiva. Irrevogável certamente implica em falta de reversibilidade.” Ele pausou e dirigiu a ela um longo olhar. “Qual é o problema, Senhorita Granger? Está chateada que sua pequena tentativa de me ridicularizar saiu pela culatra? Talvez estar noiva de seu ex-professor de Poções tenha perdido seu... apelo?” Ele riu do comentário, mas foi uma risada curta, apenas de efeito. Ele parecia estar tudo menos se divertindo.
“Com licença, mas não fui eu quem forçou uma pena na sua mão.”
“Crédito extra para o Professor Binns, se eu me recordo bem? O que houve, Senhorita Granger? Não tinha conseguido mais ninguém para noivar naquela semana? Pensou que poderia dar a seus almigos algo para rir… pelas minhas costas?” A voz dele estava irada agora.
Hermione levantou-se e colocou as mãos nos quadris. Usando sua vantagem temporária de altura em relação a ele, que estava sentado, ela olhou-o ameaçadoramente, “Que droga, Snape! Lembre-se que limites foram ultrapassados. A dinâmica da nossa relação professor e aluna mudou para sempre e eu não vou ficar aqui para ser diminuída por você.”
Snape olhou para ela, “Sejas tu familiar, mas de modo algum vulgar.”
Hermione já havia ouvido o suficiente. Ela saiu irada do escritório de Dumbledore, batendo a porta quando passou.
“Que vergonha, Severo, ela saiu tão abruptamente.” Alvo olhou de novo para o anúncio do noivado, apontando para uma das cláusulas. “Não tivemos nem a chance de dizer a ela sobre o feitiço de fidelidade inquebrável...”
Snape se curvou, colocando a cabeça nas mãos e sussurrando, “Devo ser cruel apenas para ser gentil; Desse modo começou mal, e o pior ficou para trás.”
Alvo olhou melancolicamente para seu colega. Ele chamou um elfo-doméstico e requisitou um chá para dois. Esse reencontro ia ser longo e difícil.

***************

Hagrid estava sentado fora de sua cabana. O nascer do sol estava lindo, e ele relaxou olhando calmamente a nova aurora enquanto fumava seu cachimbo favorito. Nuvens de bruma flutuavam sobre o lago, as cores do céu mais a leste mudando de vermelho profundo para laranja e verde, enquanto a oeste, o Castelo situava-se imponente em meio a um mar de bruma cinza.
A brisa da manhã o deixou arrepiado e ele ajeitou o casaco. Canino também se ajeitou, acomodando-se próximo ao seu dono. Hagrid colocou a mão dentro do bolso do casaco, retirando uma carta que parecia já ter sido muito manuseada, desamassou as bordas do pergaminho e o colocou sobre o joelho.
“’Agrid,” ele leu alto, “Faz muito tempo, meu amante.” Nesse ponto ele suspirou, desejando poder ler mais. Ele não conseguia entender as palavras, que ele substituía ao próprio critério. “Sinto falta de você, meu ’Agrid, e quero vê-lo logo. Os alunos estão dando trabalho e eu gostaria de passar uma noite com você para me sentir melhor. Com amor, Olímpia.”
Seu cachimbo fumaçava. Ele fumou o resto do tabaco, bateu o cachimbo numa pedra e guardou-o no bolso. Canino levantou a cabeça quando ouviu alguém se aproximar. Ele farejou o ar. Contente que a visitante não era uma ameaça, ele voltou a dormir.
“Hermione? O que você está fazendo fora da cama tão cedo?”
“Café…?” ela falou, rouca.
Hagrid sorriu. “Eu vou fazer um combustíbel de foguetes bem bom,” ele disse, desaparecendo dentro da cabana.
Hermione sentou no agora vago e bem quente assento, fazendo carinho atrás da orelha de Canino enquanto via o sol, que acabara de nascer e se destacar das colinas. Um pergaminho chamou a atenção dela.
“Hagrid? A carta de Madame Maxime está aqui.”
A cabeça cabeluda de Hagrid apareceu na porta; ele segurava um pote enorme de café e estava um pouco preocupado, ”Isso é pessoal, é sim.”
Hermione segurou a carta na direção dele, “Eu não a li, sabe?”
Hagrid pegou a carta e voltou a fazer o café. Alguns minutos depois ele retornou, trazendo uma chaleira e duas xícaras enormes. Ele se sentou no chão, em frente à Hermione e serviu o líquido fumegante, colocando muito açúcar em cada uma das xícaras.
“Talvez você pudesse… ler a minha carta pra mim, Hermione. Assim, se você não se importar.”
Hermione smiled, “Ah, mas claro que eu a leio para você. Passe ela para cá.”

Meu queridíssimo Hagrid,
Faz muito tempo desde que olhei em teus olhos. Essas esferas iridescentes da cor de petróleo acendem as chamas da mulher que há em mim e me fazem querer correr meus dedos por suas roupas, na direção do seu…”
Hermione ruborizou "...Bolso, vamos fingir que diz bolso. Talvez isso seja um pouco pessoal, Hagrid.”
Hagrid tinha um olhar distante e um sorriso contente. “Podemos escrever de volta? Você escreve para mim, Hermione?” Ele tirou do bolso uma pena tosca, um velho pote de tinta e uns pergaminhos amassados. Hermine se ajeitou, pronta para escrever o que Hagrid pedisse.
“Querida Olímpia,” ele ditou, “Amei sua carta. Sinto saudades de você também, minha ervilhinha doce. Grope está ótimo, vivendo nas montanhas. Escrevi um poema pra você:
Olímpia, Olímpia,
Desejo do meu coração.
Um olhar seu
deixa em brasas meu calção.

- Seu amado Hagrid.”


Hermione se recostou, bebendo do forte café. E o café estava funcionando; ela estava começando a se sentir humana de novo. Mais duas xícaras dessas e ela se sentiria perfeita, mesmo com o excesso de açúcar.
“Hagrid, eu preciso saber algo sobre o Professor Snape.”
“O que você quer saber sobre o professor? Por que você está interessada nele?”
“Quando ele era um estudante do sétimo ano... Você lembra se algo aconteceu a ele?”
“Bem,” disse Hagrid, apoiando-se nos braços esticados. “Isso é uma longa história, é sim.”
“É importante. Por favor, me diga do que você se lembra.”
“Importante? Eu não acho que seria bom lhe contar tanto de um professor.”
“Por favor, Hagrid. Eu sei que houve uma briga no dia do Halloween. Você lembra o que aconteceu depois?”
Hagrid suspirou e fechou parcialmente os olhos ao recordar. “Ele lutou com o pai de Harry, mas ele não estava sozinho.”
“Continue…”
“Veja bem, ele tinha uma namorada. Se conheceram no sétimo ano dele. Acho que ela era uma bruxa estrangeira. Ele a mantinha no salão comunal sonserino, eu mesmo nunca a vi. Bem, no Halloween, eles se envolveram nessa briga com Tiago e Sirius. Ela fugiu depois disso, dizem que o deixou. Alguns dizem que ele a pediu em casamento e que por isso ela fugiu sem deixar vestígios – Eu não devia ter dito isso...”
Hermione ouviu a própria história. A idéia de que ela havia fugido se encaixava perfeitamente, sem rumores de viagem no tempo. Snape havia se mantido calado sobre aquilo, pelo menos. Mas ela precisava de mais informações.
“O que aconteceu com ele depois que a namorada foi embora?”
“Ele ficou de coração partido. Vivia pelos cantos, com os livros. Se jogou de cabeça no shakley…, shakie…”
“Shakespeare?”

“Esse mesmo. Sempre lendo com aquela gangue dele. Ficou com raiva. Culpando Potter pela namorada ter ido embora como foi. Então, depois do Natal ele, bem, você sabe o que aconteceu na época.”
“Ele fez dezoito anos. E recebeu a Marca Negra?”
“Isso mesmo, foi o que ele fez. Se fechou todo, não falava com ninguém a não ser com os amigos dele. Fez os N.I.E.M.s, se manteve na moita. Não ouvi falar mais nada dele até ele aparecer aqui três anos depois pedindo emprego a Dumbledore. Dumbledore fez dele um professor, fez sim.”
Hermione não disse nada. Ela sempre soube do destino do jovem Severo, mas ouvir o que havia ocorrido a ele depois que ela se fora dito de modo tão claro, tão sem paixão, machucavam-na mais do que ela pensara ser possível.
“Hagrid, você conhece o Professor Snape há muito tempo. Você acha que ele teria recebido a Marca se a namorada dele tivesse ficado? Será que ela conseguiria mudá-lo?”
“Eu duvido, duvido mesmo. O caminho dele sempre esteve voltado para a Escuridão. Isso é o que faz com que ele seja quem é. Ele já havia feito a escolha bem antes dela aparecer. Talvez ela tenha tido sorte ao fugir.”
“Talvez,” concordou Hermione quietamente. “Obrigado pelo café. Vou levar Bichento agora, se tiver tudo certo.”
“Sim, leve ele e vá pro castelo. Está quase na hora do café da manhã.”
***************

Ron não acreditou em Harry. Ele achava que Malfoy estava apenas se mostrando na frente da Pansy Parkinson. Hermione não concordava, e disse isso a ele.
“Seria uma mentira muito grande, Ron, mesmo se você estivesse só tentando impressionar seus amigos. Dizer que está agindo sob as instruções de Você-Sabe-Quem é totalmente diferente de dizer que pegou o pomo em trinta segundos ou que você é um loiro platinado natural.”
“É verdade,” concordou Harry.
Eles foram tomar o café da manhã. Hermione estava muito interessada em ver Filch trazendo um pequeno baú. Havia dez correntes trancando-o. Ou alguém não queria que ninguém entrasse ou algo não devia sair. Filch entregou o baú ao Professor Snape, que estava tomando café com o Diretor. Ele suspirou quando perturbado e alojou o misterioso baú embaixo da Mesa Principal.
Depois de uma torrada, Hermione viu a Professora McGonagall se aproximando dela e dos meninos carregando um monte de papéis com os horários das aulas.
“Bem, Senhorita Granger, o que vai ser? Glória eterna e um lugar em Hogwarts: Uma História ou meras sete matérias?”
Pôxa, Minerva sabia onde cutucá-la! O próprio nome em Hogwarts: Uma História? Tentador…
“Sete, por favor,” ela disse rapidamente, antes que mudasse de idéia.
O Professor Snape havia se levantado e estava saindo do salão carregando o baú trancado. Hermione o seguiu com os olhos.
Minerva soltou o horário de Hermione no prato dela antes de se virar para Neville.
Hermione passou os olhos por seu novo horário. Primeira aula, Runas Antigas. Desejando boa sorte aos amigos, ela saiu correndo so Salão Principal para alcançar Snape.
***************

“Deve ser uma boa mudança, estar no primeiro andar,” ela disse, puxando conversa.
Snape virou a cabeça para ver quem havia ousado entrar em sua sala sem ser chamado.
“Que dizer, todos aqueles anos nas masmorras, você não está se sentindo tonto?”
“Feche a porta atrás de você, Senhorita Granger… Não, eu quis dizer depois que você sair por ela.”
“Eu queria ver você.”
“Por que será que eu duvido disso?”
“Por que todas estas cortinas estão fechadas? Olhe lá fora,” ela disse, abrindo um par de cortinas e apontando a janela. “Céu, árvores, até montanhas.”
O Professor Snape andou diretamente até ela, fechou as cortinas de modo ignorante e dirigiu a ela um olhar curioso. “Talvez eu esteja me ajustando lentamente, não?” ele disse.
Bem, já era um progresso. Na linguagem Snapiana aquilo passava por humor.
“O que é isso nesse malão?”
“O que é isso no seu pescoço?”
Hermione não entendeu. Ela colocou a mão no pescoço, mas não sentiu nada. O Professor Snape estendeu a mão e alisou levemente o pescoço dela.
“Você está machucada. Quem fez isso?”
“Não sei do que você está falando.”
Ele levantou a outra mão e desfez gentilmente o nó da gravata dela. Ele deixou as duas pontas soltas ao redor do pescoço dela antes de desabotoar os três primeiros botões da blusa dela. Ele puxou um lado do colarinho e inspecionou o pescoço dela.
“Parecem marcas de dedos. Quem machucou você?” ele perguntou, parecendo zangado.
Hermione suspirou; ela se deu conta do que ele estava falando. “Não foram dedos que fizeram isso, Severo; foi o Vira-Tempos. Eu caí quando voltei, a corrente beliscou meu pescoço, o puxão me arranhou e ele quebrou quando eu caí.”
“Claro,” ele sussurrou. Os dedos dele alisaram a garganta dela. Ele estava olhando diretamente nos olhos dela.
Hermione se sentiu desejada. O toque dele, tão familiar, despertou os sentimentos dela por ele. Precisando saber que era real, ela levantou a mão e tocou as sobrancelhas deles, traçando as linhas que não costumavam existir antes. Ele se afastou dela, deixando um espaço entre eles.
“Não sou mais um jovenzinho com cara de bebê, sou?” ele perguntou amargamente.
Ela deu um passo na direção dele, mas ele deu mais um para trás e manteve a distância.
“Severo… Eu…”
“Não há necessidade de explicações.”
“Não há nada para explicar. Eu queria tocar você, eu ainda quero...”
“Você vive uma farsa. Como uma garota jovem como você iria querer estar próxima de um homem amargo e com o dobro da sua idade?”
“Eu acho que eu chamei você de nervoso e você se esqueceu da parte da capa ondeando – só para registrar,” ela sorriu para ele.
Ele passou a mão sobre a boca para disfarçar que estava achando engraçado. Ele balançou a cabeça e mudou para o modo de dar aula para impedi-la de continuar. “Nesse malão temos uma Bicho-papão Invertido.”
“Invertido? Eles são muito raros.”
“Precisamente. Talvez você possa repetir para mim, linha por linha, claro, a definição de Bicho-papão Invertido?”
Hermione ajeitou a coluna. Sua Sabe-tudo interior entrou em ação, anunciando, “O Bicho-papão Invertido: assim chamado porque, diferente do Bicho-papão convencional, mostra o ... o que você está fazendo, Professor?”
“Abotoando seus botões e amarrando sua gravata. Veja se você consegue continuar... com uma distração.”
“Oh, está certo, obrigado. Assim chamado porque mostra… isso faz cócegas!... mostra o desejo mais profundo em oposição ao medo mais profundo mostrado pelo Bicho-papão.”
“E qual é o seu desejo mais profundo, Hermione?”
“Abra o malão, descubra.”
“Sinto muito, mas é apenas para setimanistas. E a não ser que você esteja pensando em fazer mais alguma viagem no tempo antes da primeira aula, você ainda é uma mera sextanista. Tsk tsk, toda aquela viagem no tempo e você ainda tem aulas repetidas. Bem, no momento eu tenho um corredor cheio de estudantes me esperando e você já estava de saída... para o que mesmo? Trato de Criaturas Mágicas?”
“Runas.”

“Então vá, para Gebo e Eiwaz. Não apareça na minha porta até a segunda aula, que é a hora da aula do sexto ano.”
Hermione se virou e abriu a porta da sala de aula. Trinta e cinco pares de olhos setimanistas olharam surpresos para ela.
“Certamente, Professor Snape. O senhor a terá em sua mesa na sexta-feira,” ela disse com um sorriso ao sair para o corredor.
***************

Runas Antigas era um exercício de quanta tarefa podia ser passada para os N.I.E.M.s antes que as mochilas dos estudantes se rasgassem. As tarefas de casa consistiam de duas traduções de Runas para a linguagem atual, uma longa redação para localizar a calma interior e uma pilha de livros para serem lidos até a quarta-feira.
Voltando para a sala de aula de Defesa depois de Runas, Hermione pensava no Professor Snape. Ele definitivamente estava oscilando entre o quente e o frio, mas ela também estava assim. Na noite anterior, o pensamento de estar próxima dele não havia despertado nada nela. No entanto, depois que ele a havia tocado mais cedo… bem, ele conseguia fazê-la ferver por dentro, com certeza.
Ela esperou no corredor fora da sala de Snape. Ron e Harry vinham andando, admirando todos os livros de Runas dela.
“Esvaziou a Biblioteca?” perguntou Ron. “Já está enchendo o saco de Madame Pince, é?”
“Não, Ronald, na verdade essa leva de livros tem que ser lida até quarta-feira. Enquanto você estava brincando com o seu Frisbee Dentado, estavam me passando um monte de tarefa de cada. Mas pode esperar, eu aposto que Snape vai passar um monte.”
A porta da sala de aula se abriu; o Professor Snape saiu para o corredor e olhou ao redor como se notasse a platéia. Os olhos dele fixaram-se em Hermione antes que ele falasse com todos na sua voz de sala de aula, “Entrem.”
Sentando no fundo da sala, perto de Parvati, Hermione tirou a cópia dela de Enfrentando o Inimaginável e olhou para Snape com um sorriso de doce expectativa. Sua vez, Professor.
Ele levantou uma sobrancelha para ela em desafio, “Eu não me recordo de ter pedido a vocês para pegarem os livros-texto.”
Hermione rolou os olhos, mas pôs o livro de volta na mochila estufada embaixo da mesa.
Snape fechou a porta. A sala escura era iluminada por velas. Você pode tirar o morcego das masmorras, mas você não pode...
“As Artes das Trevas,” Snape interrompeu os pensamentos dela com seu obrigatório discurso de abertura, “são multidimensionais e variadas. Em sua essência, extremamente envolventes. Eu posso ensiná-los uma caleidoscópio de contra-medidas e defesas que amanhã mesmo serão redundantes contra o surgimento de novas e amaldiçoadas imoralidades.” Ele pausou, andou até uma pintura de um bruxo atormentado contorcendo-se no chão e apontou para ela. Ele baixou a voz para um sussurro. “Essa pintura demonstra os terríveis efeitos da Maldição Cruciatus.” Ele atravessou a sala. “O Inferius,” ele continuou, indicando uma pintura de uma figura gritando sendo sugada para águas escuras. “e o Bicho-papão invertido,” ele apontou para o outro lado da sala para uma pintura que mostrava uma bruxa caída em frente a uma enorme pilha de galeões, arrancando os cabelos e gritando angustiada.
A atenção de toda a sala estava nele. Ele olhou ao redor, olhando Hermione disfarçadamente. Ele levantou uma sobrancelha inquisidoramente. Ela assentiu em resposta. Sim, Professor, um excelente discurso – ponto para você.
“Fo-foi visto algum... Inferius, Senhor?” perguntou Parvati. Hermione não sabia se Parvati estava com mais medo de uma invasão dos Inferi ou apenas assustada por falar na aula do Professor Snape.
Snape desviou o olhar de Hermione para Parvati. “Creio que podemos assumir, Senhorita Patil, que o Lorde Negro usará Inferi de novo, como ele fez no passado.”
Ele se dirigiu para a frente da sala. Subindo em sua plataforma, ele se posicionou atrás do suporte de livros. “Quem pode me dizer a definição correta e usual de um feitiço não-verbal?”
Essa era a deixa dela. A mão de Hermione se ergueu no ar. Snape a ignorou, esperando que alguém mais respondesse.
“Muito bem,” ele disse depois de um momento, com um suspiro exasperado, “Esclareça-nos, Senhorita Granger.”
“O uso de um feitiço não-verbal dá ao emissor a vantagem de ser capaz de realizar uma azaração, maldição ou feitiço sem que o oponente seja capaz de responder e realizar a defesa adequada.”
Snape replicou numa voz entediada, “Copiado exatamente palavra por palavra do…”
Para surpresa de todos, Hermione o interrompeu, “Por exemplo, nocautear um rato surpreso antes que ele ou os amigos dele possam retaliar, destrancar uma porta estando parada e quieta ou atingir um cachorro safado até ele chegar na lua...”
“Demonstre,” Snape a desafiou, tirando a varinha do próprio bolso.
A sala agitou-se quando ela se levantou. Neville se virou para olhá-la, e o rosto dele estava lívido e em choque.
“Hermione, você não tem que fazer isso!” disse Harry.
“Tudo bem, eu vou tentar,” ela disse, aceitando o desafio de Snape com um sorriso.
Ela se posicionou no corredor entre as carteiras. Snape desceu de sua plataforma e se posicionou no local oposto ao dela, cumprimentando-a cortezmente na honorável tradição dos duelos.
Ela retornou o cumprimento sem tirar os olhos dos dele. Então ele ainda gostava de jogar, não é?
Ele esperou que ela fizesse o primeiro movimento. “Cavalheirismo, Senhor?” ela perguntou.
“Naturalmente,” ele replicou. “Damas primeiro. Observe, turma, que os oponentes observam um ao outro numa tentativa de descobrir o primeiro movimento do outro e se darem tempo para – AI!”
Hermione havia realizado o feitiço Espremedor de Nariz.
“U-hu!” gritou Dino para encorajá-la.
“Ai!” gritou Hermione. Ela havia sido distraída por Dino; Snape havia aproveitado essa abertura na guarda para utilizar um Feitiço de Desarmamento. Ela caiu no chão; a varinha dela voou longe do alcance dela.
Os Sonserinos deram vivas e aplaudiram. Hermione levantou-se desafiadoramente.
“Aqui-“ Ron passou a varinha dele para ela. Ela pegou com uma mão e se virou para encarar com Snape.
“Prepare-se para um Pernas-gelatinosas!,” ela gritou, lançando, ao invés disso, um feitiço de convocação num pesado livro numa prateleira atrás dele. Snape movimentou a varinha para conjurar um feitiço-escudo à sua frente, mas foi atingido na nuca por sua própria cópia de Enfrentando o Inimaginável.
“Eu não lembro dele ter dito que era para tirarmos nossos livros,” Harry disse calmamente, num tom de brincadeira.
“Accio varinha!” Hermione recuperou a varinha caída e devolveu a de Ron com um agradecimento.
O Professor Snape estava esfregando a parte de trás da cabeça. A cortina de cabelos negros e oleosos estava caída para frente, cobrindo o rosto dele. “Potter,” ele soltou. “Detenção nesse sábado por suas risadinha desagradável.”
***************

“Aquilo foi brilhante, Hermione,” Ron disse quando eles se dirigiam para o salão comunal.
“Ah, aquilo não foi nada, Ron, só o que eu li… nos livros.”
“Eu acho que você foi fantástica!”, disse Neville, dando palmadinhas nas costas dela.
Hermione sorriu. Sua temida primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas com o Professor Snape acabara. Ele não tirara pontos dela por bater nele com um livro, mas também não havia dados pontos pelo duelo não-verbal que ele a havia visto performar bem antes do resto de seus colegas de classe terem nascido.
Levando tudo em conta, o dia não estava indo muito mal. Ela checou seus horários de aulas: Aritmancia, almoço, um horário livre e… Oh.
A última aula do dia era Poções, com o antigo Diretor de casa dela, o Professor Slughorn.
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N/A:
O Bicho-papão Invertido aparece graças à adorável permissão de Lana Manckir.

Obrigada a Sheri e Gardengirl por sua rápida betagem e a Chartreuse por seus e-mails às 3 da manhã que mantiveram a história lógica. Warty.

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