Slipstream



Resumo: Planejamento, um trem e uma carta.

Capítulo 2 – Slipstream



Hermione estava se sentindo culpada. Os únicos momentos que haviam passado juntos durante o verão havia sido um fim de semana com um grupo de turistas em Cornwall. A viagem, ao invés de ser uma bem-vinda mudança de ares, tinha sido uma maldita turistada. Hermione disse a si mesma que esse era o último feriado que ela passaria com os pais. Afinal, ela tinha quase dezessete.
Ela havia passado a maior parte das férias n’A Toca com Harry e Ron. Lá ela havia recebido seus resultados excelentes dos N.O.M.s e voltara à casa dos pais faltando apenas alguns dias para terminar os preparativos para o novo ano acadêmico.
Hermione havia revisto suas prioridades. Até recentemente ela pensava que não existia nada mais importante que a aquisição de conhecimento. Uma pilha de lindos livros e pergaminhos bem escritos alegravam seu espírito. Logo após o encontro com seu professor de Poções em uma masmorra de Hogwarts, no final do último período, a Sabe-tudo agora desejava ter mais intimidade com o dito professor. Os sonhos dela foram tomados pelas doces memórias dos dedos dele acariciando sua pele e a força dele quando a segurava. O aprendizado agora vinha em segundo lugar em seus pensamentos, logo depois do bruxo alto, de olhos ardentes, voz sensual e sorriso de um deus.
Braços fortes, aroma exótico, intenso e masculino – Snape era um Apolo em vestes bruxas.
Hermione estava apaixonada por seu professor e planejava fazê-lo retribuir esses sentimentos. Isso envolveria o uso de um Vira-Tempo para viajar de volta ao ano de 1977. Snape teria dezessete, seria um estudante e seu colega. Eles passariam algum tempo juntos; e com um pouco de sorte ele se sentiria atraído por ela. Então ela retornaria a 1996 no mesmo ponto do tempo do qual havia saído. Snape teria lembranças da doce e inteligente bruxa da sua adolescência. A Hermione dos dias atuais o lembraria de sua namorada perdida e ele se desmancharia de amor aos seus pés. Na teoria, era um bom plano.
Ela voltaria no tempo no dia primeiro de Setembro, durante as sete horas de viagem do Expresso de Hogwarts. Ela não tinha idéia de quanto tempo levaria para atravessar um portal temporal como esse, mas pelos seus cálculos seria algo em torno de uma hora. O trem seria um ambiente consistente em ambas as zonas temporais e fazia parte desta linha temporal. Ela se esconderia no trem antes e depois de usar o Vira-Tempo. Uma vez que desembarcasse em Hogsmeade, ela contataria a secretaria da escola, explicando suas circunstâncias especiais. Então seria possível misturar-se aos outros estudantes, assumindo uma identidade falsa.
Metodicamente, ela havia feito as malas. Além das roupas de sempre, ela também incluira algumas roupas trouxas da década de 1970. Ela havia voltado d’a Toca para Salisbury de ônibus e passara pela Marks & Spencer, e comprara uma blusa rosa e calças de cotton, sabendo que não iriam ficar estranhas em nenhum das duas épocas. Uma rápida exploração no fundo do guarda-roupa de sua mãe haviam lhe rendido um par de sapatos de veludo – uma recordação da época do namoro dos pais dela. Todas aquelas histórias sobre assistir Grease juntos no cinema e se apaixonando pela música cantada por Olivia Newton-John, Hopelessly Devoted, não haviam sido desperdiçados para Hermione. Ela estava planejando um pouco de Summer Loving (Amor de Verão) para ela mesma.
Ela havia, entretanto, deixado a kaftan de sua mãe no recesso mais longíquo do guarda-roupa, porque esta estava cheirando a camelo morto.
Após ter retirado dinheiro de sua conta nas Agências dos Correios e convertido-o em galeões, colocou-os no fundo de suas malas. Sua varinha estava no bolso, só para o caso de sua viagem no tempo a longa distância dar terrivelmente errado. Ela poderia acabar na Idade Média, presa numa daquelas máquinas de tortura.
Sua poção de alisamento para cabelos havia sido engarrafada e adoravelmente rotulada com o nome Vanity. Seis garrafas, embaladas em suas calcinhas, foram secretamente escondidas entre seus pertences.
Conseguir o Vira-Tempo fora fácil. A Professora McGonagall ficou extasiada que sua melhor aluna quisesse trazer mais glória à Grifinória passando em mais N.I.E.M.s do que qualquer outra pessoa conseguira. O recorde de Carlotta Pinkstone de dez N.I.E.M.s vigorava desde 1939. Pinkstone havia sido, como era de se esperar, uma Corvinal. A visão de fitas vernelhas e douradas adornando outra ala da Sala de Troféus foi quase demais para Minerva. Ela entregou a caixa do Vira-Tempo para Hermione e desejou ótimas férias de verão para ela enquanto a dispensava. A Vice-diretora se permitiu um raro sorriso, trancou a porta do escritório seguramente e passou o resto da tarde rolando em erva-dos-gatos.
A parte mais difícil da missão não era conseguir o Vira-Tempo, era girá-lo. Uma rotação equivalia a voltar no tempo uma hora. Havia vinte e quarto horas num dia, sete dias numa semana, cinqüenta e duas semanas em um ano e dezenove anos tinha... O total era absurdo.
Cento e sessenta e seis mil e cento e quatro voltas.
Hermione não tinha permissão para utilizar mágica fora da escola e teve que manipular o dispositivo manualmente. Levara três semanas para terminar. Três semanas girando e contando, três semanas parecendo uma freira devota com um rosário. Uma tarde, ela teve uma revelação que salvara seus cansados dedos da total exaustão: ferramentas de dentistas não serviam apenas para higiene oral. Uma delas apoiava a alavanca do Vira-Tempo, sem permitir que nenhum movimento incorreto ocorresse e que a tarefa cansativa fosse completada em etapas.
Dinheiro, varinha, Vira-Tempo, tudo em seus lugares. Ela estava pronta.

***************

King’s Cross era o lugar em que mais ventava no planeta. O vento assobiava pela estação. Com seus sapatos de veludo e calças de cotton, Hermione pensou que estava bonita, pelo menos daquela vez. Ela comprara um café e a edição do Le Monde numa banca de revistas. Isso estava se tornando uma tradição todo ano. Sua despedida do mundo trouxa a cada ano era beber um café sem cafeína com leite e ler o jornal francês.
O vento agitado de Setembro gelou-a até os ossos, fazendo-a tremer. Os trilhos do trem saiam da estação em linhas paralelas, todas em direção ao norte. Nenhuma outra estação de Londres era tão suja, fumacenta e erma quanto King’s Cross. Os trens de Victoria iam para o sul, e a estação estava situada no coração do distrito teatral boêmio. Waterloo, próxima ao Tâmisa, perto do Parlamento e do Teatro Nacional, mandava trens ao sudoeste, sendo a estação uma mistura da arquitetura da virada do século e um moderno complexo de compras. Paddinton ficava a leste. Hoje, Hermione estava indo para Escócia e ela tinha que ir pela antiga e sinistra King’s Cross.
Beijando os pais em despedida, ela deslizou entre as plataformas nove e dez pela barreira mágica para a plataforma nove e três-quartos. Uma nuvem de fumaça a envolveu, acompanhada do barulho das corujas, do miado dos gatos e da voz de duzentos e cinqüenta estudantes ansiosos falando ao mesmo tempo. O caos era demasiado no dia do embarque do Expresso de Hogwarts. Adorável – exatamente o que uma bruxa nervosa precisava antes de tentar fazer uma viagem no tempo – um pandemônio com animais.
Animais. Ela percebera que esquecera de planejar o bem-estar do próprio gato.
“BICHENTO!” ela gritou acima da multidão. “Pela misericórdia de Merlin, você não pode vir comigo!”
Procurou freneticamente através da multidão por um rosto familiar. Um grifinório, um grifinório, por que nunca se acha um grifinório quando se se quer um? Uma figura familiar de cabelos castanhos chamou sua atenção.
“Colin!” ela gritou.
Colin Creevey virou-se e foi até Hermione.
“Oi, Hermione, você-teve-boas-férias-você-foi-a-algum-lugar-legal-nós-fomos-para-a-Espanha-e-Dennis-arrumou-uma-namorada-bem-ela-disse-que-iria-escrever-mas-eu-não-acho-eu-agora-sou-monitor-e-nós-podemos-fazer-a-ronda-juntos-uau-você-está-linda-onde-estão-Harry-e-Rony-eles-não-estão-com-você?” Colin perguntou sem respirar.
“Ouça, Colin,” Hermione interrompeu-o abruptamente. “Preciso que você leve Bichento para mim, ok? É muito importante, sua primeira tarefa como monitor.”
Colin respirou fundo quando viu o olhar sério de Hermione e assentiu.
“Se você não me vir na estação de Hogsmeade, quero que você entregue-o para Hagrid. Ok, Colin? Hagrid, entendeu?”
“Sim, entendi.”
“Obrigado, Colin. Olha, eu tenho uma coisa muito importante para fazer. Estarei de volta assim que puder. Você olha ele para mim?” ela pediu um pouco desesperadamente.
Colin abriu a boca para falar, mas Hermione virou-se rapidamente, empurrando o malão através da multidão antes que ele pudesse lhe perguntar alguma coisa.
O compartimento da frente do trem estava, felizmente, vazio. Era um compartimento de bagagens onde os estudantes colocavam as vassouras e o escesso de bagagem. Os malões estavam empilhados com espaço suficiente apenas para uma pessoa pequena se espremer entre eles. Colocando seu malão junto aos outros, Hermione escondeu-se entre as bagagens e esperou o trem partir.
O relógio da estação bateu as onze horas. O trem começou a se mover afastando-se da plataforma. O estômago de Hermione encheu-se com mais borboletas que um jardim florido. Estoicamente, ela saiu de seu esconderijo e tirou o Vira-Tempo de seu pescoço, sob a blusa. Reverentemente, ela envolveu o próprio malão com a corrente do Vira-Tempo e segurou a ferramenta que estava travando-o. Era isso aí. Fazer ou morrer. Aja agora ou se arrependa para sempre. Ela fechou os olhos fortemente, rezando para não acabar em dez milhões de pedacinhos, e soltou a ferramenta.
O mundo dela virou de cabeça para baixo. Hermione ficou completamente parada, mas o trem parecia girar. Ela cuidadosamente abriu um olho. Como um voyeur, ela vislumbrou pilhas de malões serem empilhadas e desempilhadas, bicicletas e vassouras serem carregadas e descarregadas. Borrões de funcionários uniformizados entravam e saíam intermitentemente ao redor dela como mosquitinhos no seu ouvido. As imagens pareciam tremer e rodar como um vórtex doentio. Ela tonteou e fechou os olhos o mais forte que podia. Então, de repente, tudo parou.
Abraçando-se ao malão e engolindo a saliva para que seu corpo parasse de tremer, ela abriu um olho. Tinha bagagem ao redor dela – pilhas e pilhas de malões de Hogwarts. Exatamente como estava antes dela soltar o Vira-Tempo. Incerta sobre o local onde estava, não, sobre quando ela estava, ela levantou-se puxando o malão através de uma porta de conexão. Ela precisava descansar e descobrir se seu experimento de viagem no tempo havia funcionado.
Ouvindo vozes nessa parte deserta do trem, ela recuou e enfiou o malão pela primeira porta de cabine que viu. Ela fechou e trancou a porta, fechou as cortinas e as janelas dos dois lados e se jogou num assento, enterrando a cabeça nas mãos. O mundo havia parado de girar, mas ela estava exausta. O tremor de suas mãos foi acalmando sua cabeça e ela soltou uma torrente de palavrões. Ela xingou Merlin, Circe, as varinhas dos dois e sugeriu alguns locais onde Thor poderia enfiar seu martelo.
“Que linguagem expressiva para uma jovem senhora,” disse uma profunda voz masculina.
A percepção de que não estava sozinha na cabine gelou o sangue de Hermione. Sentindo-se embaraçada e confusa, ela levantou o rosto para encarar o dono da voz.
Sentado no assento à frente, próximo da janela, estava um rapaz olhando por cima do livro em suas mãos. Ele tinha a pele pálida e cabelos pretos lisos na altura dos ombros. O nariz proeminente dele era acentuado por sua face jovem e parecia não pertencer a esta. Olhos negros perscrutavam-na por entre a cortina de cabelos oleosos. Um Severus Snape adolescente olhou-a de cima a baixo de seu lugar no canto da cabine. Depois de algum tempo o lábio superior dele subiu formando um sorrisinho arrogante.
“Se escondendo de alguém?” ele perguntou, inclinando sua cabeça para o lado da persiana.
Pela primeira vez na sua vida, Hermione estava completa e totalmente sem fala.
Como a resposta não veio, Snape voltou ao livro. Hermione não conseguia tirar os olhos dele. Ela sabia que estava encarando-o, mas nada em seu plano havia preparado-a para o rapaz magro e pálido sentado a apenas um metro dela. Ele estava vestido com o uniforme da escola; era um choque. Ela nunca o havia visto com outra roupa que não fosse aquela com que ele costumava ensinar. Ela percebeu que não estava mentalmente preparada para essa missão através do tempo.
O escrutínio dela foi interrompido pela batida na porta, o que a fez pular.
"Oi, Snape!" gritou uma voz adolescente masculina do lado de fora da porta. “Você está aí? O que você está fazendo?”
Snape olhou para Hermione, levantando uma sombrancelha interrogativamente. Mantendo contato visual com ele, ela retirou sua varinha do bolso, apontou para a porta, visualizou-a abrindo-se em sua mente e pensou 'Alohomora'. A porta destrancou e abriu.
Entrou um estudante carregando uma gaiola com uma coruja meio sonolenta. Cabelos curtos emolduravam sua face redonda. Ele tinha uma cicatriz de dois centímetros perto do olho direito. O rapaz olhou para Snape, respirou para falar e depois fechou a boca de novo, quando viu Hermione.
“Err, Sev, quem é a garota, e por que vocês dois estavam trancados aqui com as cortinas fechadas?” ele perguntou, prestando atenção nas faces rubras dela e no olhar fixo de Severo. “Que inferno, Snape, você arrumou uma namorada!” e sentou-se chocado. “Olhe, meu amigo, as regras dizem que você pode trazer uma coruja, um gato ou um sapo para a escola, mas não sua namoradinha trouxa!” Ele gargalhou para si mesmo e sentou em frente a Hermione.
“Olhe, Gudgeon,” disse Snape em um tom exasperado. “Ela... Não... É... Minha… Namorada. Nem é uma trouxa, pela demonstração de magia não-verbal que ela deu. Ela é uma bruxa que fala pouco e que xinga como um mendigo. Suspeito que ela tenha agorafobia ou um sério complexo de perseguição que a leva a trancar-se em espaços pequenos com pessoas completamente estranhas. Só não sei e não me importo com o porquê.”
Gudgeon riu com vontade, sem deixar de olhar para Hermione. “Qual é o seu nome, lindinha?”
“Hermione,” ela respondeu num sussurro trêmulo.
“Hermione,” Gudgeon repetiu, cruzando os braços e se ajeitando no assento. Ele suspirou longa e altamente na tentativa de imitar um ator apaixonado. Ele se recuperou e ficou na ponta do assento, inclinado na direção dela.
“Esse é Severo,” ele disse, olhando para Snape. “O garoto propaganda da Transilvânia. Monitor, oráculo dos assuntos acadêmicos e um viciado em livros. Ele parece especialmente resmungão hoje.” Ele voltou a olhá-la, “Sou Davy Gudgeon. Sou um setimanista da Lufa-lufa e um cavalheiro.” Ele proferiu estendendo a mão que Hermione apertou. “Esse,” ele continuou, trazendo a gaiola de sua coruja para o próprio colo e apontando sua habitante, “é Pegs, minha nova coruja. É um apelido para Pegasus, mas ele também é conhecido como Aquele-que-não-deve-ser-ultrapassado.” Gudgeon riu da própria piada. Ninguém mais riu.
Hermione olhou para Snape. “Severo,” ela cumprimentou hesitante.
Ele retornou o cumprimento com um pequeno gesto com a cabeça.
“Fui mandado para chamar você para a reunião dos Monitores, Snape,” disse Gudgeon. “O novo Chefe dos Monitores quer você presente para sua primeira reunião. Ele disse algo sobre usar você como um capacho.”
Snape fechou o livro e estreitou os olhos para Gudgeon. “E quem diabos é o Chefe dos Monitores?” ele perguntou num sussurro mortal.
“James Potter.”
Snape trincou os dentes e inspirou ruidosamente. Hermione sentiu a atmosfera na cabine esfriar. Gudgeon levantou-se e saiu.
Severo levantou-se e ajeitou as vestes. Hermione notou que ele era tão alto quanto seu mestre de Poções, mas parecia mais magro e adolescente. Ele apertou o laço da capa e a gravata verde e prata. Ele era um Sonserino completo. O rosto dele estava raivoso quando ele removeu sua insígnia de Monitor da capa. Ele a segurou, fez uma pequena reverência para Hermione e disse de modo educado, “Não devo demorar, mademoiselle. Aparentemente eu tenho o compromisso de inserir um pequeno escudo de metal pela garganta de um filisteu.”
Ele abriu a porta e saiu pelo corredor. Davy Gudgeon enfiou a cabeça pela porta da cabine e pediu a Hermione para olhar sua coruja. Sem esperar por uma resposta, ele correu atrás de Snape, para não perder os eventos principais.
Estava escurecendo, o que assinalava que sua jornada estava quase no fim. Hermione colocou o uniforme, removendo com a varinha tudo que tivesse as cores da Grifinória. Ela pegou a carta que havia escrito para Dumbledore. Tudo o que tinha a fazer era mandá-la por uma coruja, mais especificamente Pegs, quando eles chegassem a Hogsmeade.
Diretor Alvo Dumbledore.
Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts.

Senhor,

Houve um acidente terrível.
Sou uma sextanista de Hogwarts vinda do futuro.
Enquanto limpava inocentemente meu Vira-Tempo hoje pela manhã, fui catapultada exatamente dezenove anos no passado. No momento estou no trem, presa no ano de 1977.

É imperativo que eu continue a assistir às aulas enquanto tento descobrir um modo de voltar para o futuro. Sei que parece estranho, mas sou uma estudante compulsiva, muito aplicada. Qualquer perda de aulas me deixaria arrasada.
Acredito que meu Vira-Tempo tenha sido manipulado de algum modo. Sugiro que deixemos estes estranhos eventos se desenrolanrem, diretor. Manterei o senhor informado se descobrir alguma informação nesse sentido.
Assumirei a identidade de Hermione Gregorovitch, uma bruxa ensinada por tutores e que vem para Hogwarts fazer os N.I.E.M.s.
Sou uma Sonserina consumada e peço para continuar nesta casa.
Fielmente,

Hermione Granger.

***************

Assim que o trem entrou na estação, Severo voltou. Ele parecia furioso. Pegou o livro do assento e saiu para a estação. Hermione pensou que o melhor era deixá-lo sozinho. Ela deu a carta de Dumbledore para Pegs e soltou-o pela janela aberta.
A plataforma na estação de Hogsmeade tinha o mesmo barulho de atividade incessante. Hagrid, com a aparência praticamente intocada pelo tempo, segurava uma lâmpada acima das cabeças dos estudantes enquanto guiava a mais nova leva de primeiranistas. Estudantes mais velhos procuravam lugares junto aos amigos nas carruagens de Hogwarts. Hermione ficou para trás, deixando a situação se arranjar. Atrás dela, a porta da última carruagem foi aberta com um alto BAM! Quando ela se virou na direção do barulho, o que ela viu foi uma perna que pertencia a um dos ocupantes sentados dentro da carruagem e a bota de couro macio que segurava a porta aberta.
“Mademoiselle?” o dono da bota chamou, com a mão estendida convidativamente para Hermione.
Severo Snape segurou a mão dela e guiou-a gentilmente para dentro da carruagem, puxando-a para seu lado. Quando se sentou ela olhou para os colegas que ocupavam a carruagem. Além de Severo, havia quatro outros setimanistas sonserinos, todos olhando para ela como se ela fosse uma sobremesa.

***************

Davy Gudgeon tinha sua utilidade. Emprestar corujas era uma delas, mas ele também era um conhecido fofoqueiro. Quando os estudantes desembarcaram do trem, os monitores e seus amigos já haviam ouvido um rumor chocante do Senhor Gudgeon. Antes das carruagens levadas por Testrálios partirem para o castelo, o rumor correu para o quarto e para o quinto anos e passou para o primeiro e segundo anos quando eles subiam as escadas do castelo. Quando adentraram o Salão Principal, todos estavam falando da fofoca mais deliciosa que corria por Hogwarts em muitos anos.
No Expresso de Hogwarts, Severo Snape havia sido pego em uma cabine trancada, com as persianas fechadas, com uma garota novata chamada Hermione.
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A/N:
Carlotta Pinkstone presente no site JKR.com (ano de 1922) e
Davy Gudgeon presente em “PoA Ch.10” ( ano de 1960).
Betado em inglês por Gardengirl.

Nota da Tradutora:
Os títulos de alguns capítulos, em inglês, são os títulos de algumas músicas do Jethro Tull, banda da qual a warty é fã. Como eu traduzi alguns títulos, não colocarei as referências do que é ou não título de música.

Espero que vocês estejam gostando. Aceito e repasso os elogios à warty com todo o prazer! Um abraço, Júbis.

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