Capítulo Único




24-12-1997
Vépera de Natal

Hermione estava confusa. Esforçava-se ao máximo, mas aquela cena, aquela voz... não saíam de sua cabeça. “Mione, eu gosto mesmo de você e... eu estava pensando, e se ficassemos juntos?”.Ela tapou os ouvidos e sacudiu a cabeça. O que falar? “Ora, Rony... eu não estava esperando... se você puder me dar um tempo para pensar e...”, e ele a olhou, tristemente “Claro, pense o quanto quiser. E se decidir... que não, vamos apenas esquecer, ok?”
Esquecer? Como esquecer? Ele gostava dela, e se confessou, na cara dura. E ela... ela não sabia o que fazer. Hermione subiu correndo as escadas de seu dormitório, ignorando Harry totalmente, e se jogou em sua cama, fechando as cortinas.
Não sabia o que pensar e o que sentir. Logo ela, sempre tão racional, estava confusa. Gostava de Rony? E, afinal, aquilo fora realmente tão surpreendente? Não e sim. Rony era um bom amigo e... mesmo assim, parecia ser mais. Mas, seria o suficiente, para aceitar o pedido? Sua cabeça caiu sobre o travesseiro, idéias e imagens se misturando.
Acordou de supetão, alguém estava sentado em sua cama. Olhou direito e viu que era Gina.
_Gina, o que faz aqui?- perguntou confusa, então se lembrou de Rony e de tudo o mais.
_Quero te ajudar Hermione, a entender.- a ruiva respondeu suave.
_Entender?- Hermione estava estranhando, aquele não era o jeito de Gina. Ela era meiga, mas não tão serena.
_Entender direito, o que você sente pelo Rony.
_Olha Gina, eu sei que ele é seu irmão e... bem, e meu amigo, não tive intenção de mágoa-lo.
_Hermione apenas feche seus olhos.
_O quê?
_Feche seus olhos.
Mesmo achando tudo muito estranho, Hermione os fechou, só para sentir uma esquisita sensação de leveza.

Quando tornou a abri-los, abafou um grito. Não estavam mais em Hogwarts, e sim em Londres. Estava nevando um pouco, mas ela não sentia frio, apesar de estar apenas de uniforme. Olhou em volta, e viu Gina apontando para dentro da janela de uma casa. Hermione olhou na direção do dedo da outra, e quase gritou de novo. Aquela casa... era a sua casa!
_Mas, o que...- começou.
_Você vai entender.- Gina interrompeu-a.- Apenas olhe e escute.
Respirando fundo, Hermione olhou para dentro, do que reconheceu sendo a sala de sua casa, mas... algumas coisas estavam diferentes. Viu sua mãe, sentada no sofá, com uma menininha no colo. E para seu choque, viu que era ela mesma, quando tinha 5 ou 6 anos.
_Sou eu, Gina! Sou eu ali.- gritou, encostando o rosto no vidro ao máximo.- Como é possível... você usou uma espécie de vira-tempo?
_Apenas escute.- recebeu como resposta. Aquilo era tão fantástico, que nem se preocupou em insistir.
Ouviu sua vozinha fina e estridente:
_Um dia, eu também vou ter meu príncipe encantado, mamãe.
_É mesmo?- sua mãe perguntou.- E como ele vai ser?
_Hum... vai ter o cabelo vermelho, como o da minha boneca preferida! E, olhos pretos, como a capa do meu livro prefirido e... - deu uma risadinha.- Vai ser engraçado, e andar como o Pinóquio.
_Tudo isso?
_É. E eu vou gostar muito dele mamãe, porque antes dele ser meu principe encantado, ele vai ser meu melhor amigo.
_E vocês não vão brigar?
_Acho que sim. Mas, eu vou continuar gostando muito dele.
_Viu, Hermione? - a voz de Gina falou, atrás dela.- Você sabia bem o que queria, desde essa idade.
_Mas, eu devia ter 5 ou 6 anos. Eu nem me lembro disso!
_Se não se lembrasse totalmente, não estaríamos lá.
_Lá...?- Hermione olhou em volta, e se viu de novo em sua cama, no dormitório, Gina havia sumido.- Gina?
“Será que estou ficando louca? Ou eu sonhei, tudo isso? Mas, foi tão real que... Deixa para lá, amnhã eu pergunto para a Gina. O Rony! Ah meu Deus, eu ainda não sei o que falar para ele!”
_Que tal a verdade?- ela olhou para o lado, e viu Harry ali.
_Harry? Como você entrou aqui? A escada do dormitório feminino não deixa...
_Dormitório feminino? Acho que você se enaganou, Hermione, estamos no dormitório masculino.
Hermione ficou muda, realmente estava no dormitório masculino na cama de Harry.
_Mas... À um minuto eu estava em Londres, depois na minha cama, e agora aqui! Afinal, o que é que está acontecendo?- Hermione gritou.
Harry não respondeu, apenas apontou para o lado. Lá, na outra cama, estava Rony. Ele parecia estar congelado, então sacudiu a cabeça, e não falou, mas Hermione pode ouvir a voz dele.
“Espero que ela aceite. Gosto tanto dela...”
_Ele... ele não pode nos ver, Harry?- Hermione perguntou, virando-se para seu amigo, que balançou a cabeça em sinal negativo.- E nós podemos ler os pensamentos dele?
Harry fez que sim. Hermione se virou para Rony. Ele parecia tão triste e preocupado. Odiava mais que tudo vê-lo assim, se apenas tivesse a resposta... mas não queria engana-lo. Gostava demais dele. Queria tanto vê-lo feliz. Toda vez que ele sorria... ah, uma coisa boa e quente, passava por todo o seu corpo, e ela tinha vontade se sorrir também.
_Ah, Rony...-lamentou, pondo a mão na dele, mas ele não a sentiu.
Então virou-se para Harry, para perguntar como ele e Gina estavam fazedo aquilo, quando olhou em volta. Não estava mais em Hogwarts, na verdade, parecia estar em lugar nenhum. Então, ouviu uma voz ao seu lado. E para seu espanto, se viu. Mas, estava estranha, serena, assim como Harry e Gina haviam estado.
_Você já descobriu?- Hermione ouviu seu eu perguntar.
_O quê?
_O que você sente pelo Rony.
_Rony! Como ele está? Parecia tão chateado.- já que não estava entendendo nada, não custava não entender mais um pouquinho.
_Ele está esperando sua resposta.
_Mas, o que está acontecendo? Onde estamos?
_Já explicamos. Estamos tentando ajuda-la a entender. E onde isto aqui fica, não importa.
_Mas, como você pode ser eu? Não pode ser um vira-tempo, se não eu não estaria mudando de um lugar para outro.
A outra Hermione sorriu antes de responder:
_Somos o passado, o presente e o futuro. Estamos tentando ajuda-la, já que hoje é Natal, e um certo ruivo que uma certa resposta, que certa menina não sabe dar.
_Mas, como? Como isso é possível?
_Muitas coisas que existem, não são fáceis de entender ou explicar. Só peço que pense bem agora. Dependende da sua decisão, o que você verá.
E seu eu desapareceu. Hermione foi deixada ali sozinha. E agora? Como ia sair dali? Talvez, a única maneira, seria pensar na solução. Sentou-se no chão, e começou a se lembrar.
“Você está fazendo o feitiço errado. É ving-gar-dium levi-o-sa, o “gar” é bem pronunciado e longo”, e a resposta aborrecida “Diz você então, que é tão sabichona.”
Sorriu. O Rony não tinha mesmo jeito. E aquele feitiço do trasgo! Ele falou justo o feitiço favorito dela, para salva-la do trasgo. E no segundo ano então... Malfoy a havia chamado de sangue -ruim, e Rony tentara acerta-lo com um feitiço, que ao invés disso, acertou em si próprio e teve que ficar vomitando lesmas durantes horas.
Mas, ele havia se exaltado quando desafiou Snape: “Esta é a segunda vez que a senhorita fala sem ser convidada. Menos 5 pontos para a Grifinória por ter uma intragável sabe-tudo.”, e ela ouviu a voz revoltada do ruivo em sua cabeça. “O senhor nos fez uma pergunta e Hermione sabe a resposta! Por que perguntou se não queria que ninguém respondesse?”
Hermione tinha que adimitir que Rony era o seu herói. Afinal, fora nele que se apoiara quando soube que Bicuçu ia ser executado,e ela beijara a bochecha dele, no primeiro jogo dele de quadribol. “E é tão bom o tempo que passamos juntos, quando não estavamos discutindo por tudo e por nada ou pelo Vitinho.” Ela riu ao chamar o Búlgaro assim.
Lembrou-se de quando ia com Rony na Dedos-de-Mel, ficar escolhendo doces para Harry, ou quando conversavam sobre o amigo e de outras coisas, do tempo em que passaram na Casa dos Black e na ala-hospitalar, no quinto ano.
Então, foi percebendo que a maioria das lembranças, as mais fortes, eram sobre Rony. Gostava de Harry, mas nunca se abria tanto com ele. Harry era mais como um irmão, e Rony... Rony era quase como um marido. Brigavam, mas se entendiam no fim, adorava passear, conversar e até apenas ficar ao lado dele. Sempre que tinha que se apoiar ou contar algo para alguém, a primeira pessoa que lhe ocorria, era Rony!
Caiu na gargalhada, satisfeita.A resposta estava ali, na sua frente, o tempo todo! Sim, ela queria ficar com Rony. Na verdade, parecia que já namoravam à séculos, aquilo só seria a oficialisação mesmo.
Então, viu que as formas à sua volta estavam se modificando. E ela se viu de pé, no interior de uma casa muito bonita e aconchegante. A lareira estava acesa na sala, e no sofá, estavam ela e Rony, aos beijos! Só que, pareciam bem mais velhos.
_E se você tivesse dito não?- ela ouviu Rony perguntar à seu eu futuro.
_Eu estaria te pedindo uma segunda chance, acho. Mas, fico tão feliz de ter dito sim. Todos os dias da minha vida, parecem tão bons, e tão curtos ao seu lado.
_É por causa das crianças, nunca temos tempo para nós.- e Rony a puxou para outro beijo, então ouviram.
_Ô mãe!!!
_Começou.- Hermione viu seu futuro, parar e se virar para a escada, onde duas criancinhas ruivas, um menino de uns 5 anos, e uma menina de 2 descerem.
_Que foi, Andrew?- Rony perguntou, se levantando, para ajuda-los a acabar de descer as escadas.
_É que eu e a Kate, estamos cum fome.- o menino reclamou.
_Seu dia, querido.- Hermione viu seu futuro falar, e sorrir.
Rony pegou as crianças e sumiu por uma porta, mal fez isso e a porta da frente se escancarou, revelando uma menina de uns 14 anos, muito ruiva, muito sardenta, e muito vermelha.
_Rose, o que foi?
_O Jack mãe. Aquele Potter pirralho.
_Que à dois minutos atrás era seu amigo?
_Falou bem, era!
_Por que, o que foi acontecer dessa vez?
_Ele implicou comigo, só porque eu disse que eu gosto mais das Harpias, do que do Chudley!- e ela saiu correndo escada acima.
_Isso ainda vai dar em casamento.- a Hermione do futuro falou pensativa, então se largou no sofá, e sorriu- Ótimo, ela vai ser muito feliz, assim como eu.

N/A: Um dia, no hora do almoço, me baixou o santo. Gostaram? Comentem! BJUS ") MAry Campbol

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