Amante Imortal ferido



Gina Weasley,
Você não sabe quem eu sou, talvez até não me conheça, mas eu sei muito bem quem você é. Você é o meu sol, meu mundo gira em torno de você...E todo dia em que eu levanto e consigo forças para viver, é pensando em você. A mais bela dama, a mais doce criatura. Tão sensual, tão jovial, tão madura. O que mais anseio nessa vida é tocar sua pele e beijar teus lábios, sussurar nos teus ouvidos o quão grande é meu amor e acordar num dia chuvoso tranquilo, ao saber que estou em seus braços.
Quero fazer de ti o meu passado, presente e futuro. Vou te conjulgar na minha vida com o verbo amor, te fazer feliz como jamais alguém me fez. Tudo que você quiser eu vou te dar, o mundo inteiro posso parar só pra tê-la em minhas mãos. Você é o mais vivo sonho, a mais suave melodia e o amanhecer cheio de resplendor. Gina, eu te amo muito! Juro que sempre estarei ao seu lado. Eu darei tudo, qualquer coisa e sempre cuidarei. Através da fraqueza e fortaleza, alegria e tristeza, pelo melhor ou pior...Te amarei com a força de cada batida do meu coração.
Com amor,
Amante Imortal.


Gina lia a pequena carta pela quinta vez, seu coração estava acelerado e sua respiração ofegante. Sua vida parecia estar voltando aos eixos, finalmente, com um novo admirador romântico, seu pai melhor e as notas subindo. Já havia tido muitos casos, namoros e paqueras, mas nada mexera tanto com ela como aquela carta. Não sabia quem era o remetente ou se era real, mas sabia da profundidade e sinceridade que naquele pedaço de pergaminho simples habitava. Ela não sabia como, apenas sabia. Aquela havia sido a coisa mais linda que alguém lhe escrevera ou falara na vida, ainda sentia os constantes arrepios correrem pelo corpo. Não conhecia e nem fazia idéia de quem fosse o tal Amante Imortal, apenas queria tê-lo. Queria suprir a necessidade dele, a necessidade que ele tinha de tê-la. Dobrou a carta, beijou-a e depois guardou com cuidado no meio de livro, colocando em seguida este na mochila. Pretendia mostrar para sua única amiga verdadeira, Luna. Saiu do dormitório muito bem arrumada e perfumada, resolvera acordar a Gina sensual e provocante que deixara dormindo dentro de si.

- Bom dia, Gina. Tá linda hoje, hein? - Joshua McGabon, um aluno do sexto ano da Grifinória. Era bem alto, jogador de quadribol e bonito. Seria ele o Amante Imortal? Agora todos os rapazes que a elogiassem seriam suspeitos, por isso ela não parava de sorrir aos quatro ventos, como se seu mundo tivesse voltado a girar novamente.

- Bom dia, McGabon. Você também não está nada mal hoje! - Mandou um beijo aéreo para o rapaz e depois deu uma piscadela marota com gotas de malícia. Deu mais alguns passos e logo a fizeram parar novamente.

- Oh, Gina! Te prrrocurramos porr toda a parrte, cherrie! - Exclamou Gabrielle Delacour, irmã da cunhada de Gina. Gabi havia sido transferida de Beauxbatons logo após o termino da guerra, e então grudou como carrapato em Gina, pelo menos até fazer novos amigos. - Eo e Susssana ficamos prrocupadas com você! - Gina Weasley, Gabrielle Delacour e Susana Bones não se desgrudavam, eram as verdadeiras patricinhas de Bervely Hills de Hogwarts, quanto mais garotos, futilidades e luxo, melhor para elas.

- É, Gina! Queriamos saber de seu pai e como você estava...Por onde andou nesses dias? - Susana era a menos bonita das três, magra demais e com uma cara ossuda só conseguia pretendentes quando os mesmos levavam fora de Gabi ou Gina.

- Ah, oi meninas. Ah, desculpa. Eu to bem, agora to bem. Meu pai já está ótimo! Digo...Ele ainda tá meio caidão, mas já está em casa e bem melhor- Gina havia ficado surpresa e sem graça. Havia esquecido de suas amigas por uma semana, pois Luna ocupara o lugar delas. Mas agora ela sabia que tinha que voltar, pois o posto de a mais popular, mais cobiçada e mais bonita pertencia somente a uma pessoa: Ela própria. - Enfim, let's go girls! - Disse sorridente e depois deu um tapa no traseiro de cada uma das amigas.

Conversaram, fizeram intrigas e fofocaram o caminho inteiro para a aula, e continuaram a fazer isso até o termino desta. O assunto? Variava entre beijos, a carta, ficadas, a carta, passeios e...A carta. Todos já devem ter ouvido, pelo menos uma vez, uma conversa fútil de patricinha, não? Pois bem, as conversas não passavam disso. Só bobeirinhas superficiais que elas julgavam muito importantes. As três desfilavam pelo corredor, rebolando e mexendo com todo mundo que cruzasse seus caminhos. Foi inevitável, Luna Lovegood, a distraída, acidentalmente esbarrou em Gabrielle e essa fez questão de fazer um escândalo.

- AIII! Sua...Anorrrmal! Esquisiita! Tinha que serrrr a Di-Lua-nunca-beijou! - Gabi olhou Luna dos pés a cabeça e riu debochando. Desde que entrara na escola de magia inglesa, havia tido algumas desavenças com a loira diferente. Não aceitava ela não ter inveja, muito menos não se incomodar com as piadinhas.

- Desculpe-me, Gabrielle. - Luna já estava, em partes, acostumada. Mas o que mais lhe magoou foi ver Gina estar no meio delas, ainda por cima ria e a olhava como se fosse uma desconhecida.

- Desculpas? Oh! Sua anorrmal maluca! Nunca mais serrrei a mesma, fui contaminada porr seos nojentos gerrrmes! - Então a brincadeira começou a ficar mais séria, Gabrielle se aproximou e empurrou Luna para a parede, parou na frente dela e colocou as mãos na cintura. - Você, NUNCA mais crrruze meo caminho de novo, está ouvindo? E também não ouse a crruzar o caminho de Sus ou Gina, entendeu, hipogrrrifa deforrrmada? - O olhar da francesinha era cruel e debochante, o corredor inteiro havia parado para assistir o showzinho da patricinha estressada. Todos riam, pois ninguém ali se importava com Luna, ou seus sentimentos. Até mesmo Gina ria, sem se lembrar que um dia havia feito da garota sua fortaleza.

- Está bem, Delacour. - Luna pegou seu material, abaixou a cabeça e saiu correndo. Não ia chorar por causa da idiota da patricinha, mas sim por Gina não ter feito nada, absolutamente nada. Não que ela esperasse um ato heróico à la Potter, mas apenas o mínimo de respeito, ou seja, não rir. Mas Gina realmente parecia outra pessoa.
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Diário,
Eu não entendo mais nada, por que a vida tem que ser tão complicada? Gina havia me dito que eu era sua fortaleza, que eu era...Linda. Mas hoje ela se esqueceu completamente de mim! Era como se eu voltasse a ser invisível para o mundo inteiro. Antes eu era feliz, pois pelo menos Gina me enxergava...Mas agora voltei para o esquecimento, voltei a ser anônima. Antes eu tinha uma inspiração, algo para me fazer querer levantar da cama todos os dias, para estudar e sorrir. Agora não, pois perdi a sede. A vontade de querer agradá-la, pois sinto que...
Sinto muito, mas não consigo mais escrever. Vou estudar e dormir, minhas notas caíram um pouco.


Nunca havia sentido-se tão mal como naquele dia, aquela dor até se assemelhava com o dia da morte de sua mãe. Era como se tivesse sido apunhalada, mas não pelas costas e sim pela frente, bem em cheio no peito. Sua motivação havia partido, a ansiedade de esperar o dia seguinte para trancar-se na salinha onde só ficava ela, Gina e os raios de sol também. Conversavam sobre tudo, sem fazer ou falar mal de ninguém. Sentia-se usada, um nada. Gina havia sugado toda sua energia e apoiado-se nela somente para livrar-se da dor. E agora que sua dor partira, ou seja, sua família estava melhor, Gina partiu e deixou uma Luna fraca e incompleta.

Guardou o diário no seu esconderijo secreto e deitou-se, jogando a cabeça para trás com força. Forçava-se para segurar o choro, mas não conseguia. Uma, duas, até três lágrimas escorreram pelo seu rosto. Lágrimas cheias de tristeza e decepção. Virava-se de um lado para o outro, mas não conseguia dormir. Após tentar pegar no sono por algumas horas, desistiu e levantou-se. Caminhou até a janela e apoiou os cotovelos no parapeito, colocando a cabeça para fora. A brisa da noite era fria e gostosa, fazia Luna sentir-se um pouco melhor. Olhou para o céu e pode ver o rosto de Gina desenhado nas estrelas, sorriu serenamente e sentiu o coração pular. Não podia negar, apenas o fato de imaginá-la já mexia com o seu coração. Aquilo era mais do que qualquer atração ou paixão, era amor.

Caminhou um pouco no quarto e depois desceu para o Salão Comunal, ia tentar ler alguma coisa e aquecer-se na frente da lareira. Era tudo calmo e silêncioso, os únicos sons ouvidos eram o crepitar das chamas da lareira e a respiração suave da jovem Corvinal. Ao poucos pegou no sono e dormiu com a edição especial de aniversário do Pasquim nas mãos.

Acordou bem tarde naquele sábado, e sentia uma sensação estranha. Levantou-se, coçou os olhos e olhou para os lados. Um grupo de alunos que estavam lá começou a rir, todos a olhavam com expressões surpresas e cômicas. Ela não entendeu nada, mas sabia que aquilo estava indo longe demais. Tinha cara de palhaça? Estava escrito 'loser' em sua testa? Pior que sim. Quando entrou no banheiro e olhou-se no espelho sentiu pura ira: Sua cara estava pintada como de um palhaço, e no meio de sua testa estava escrito LOSER(perdedora) bem grande. Cerrou o punho, fechou os olhos e socou o espelho. O vidro se quebrou e sua mão ficou com alguns cortes, mas ela não sentia nada além de ódio. Colado em suas costas havia um papel com toda a explicação:

DIA-LUA OTÁRIA

Hey, perdedora! Coloque-se no seu lugar e aprenda: Nunca mexa com o trio das poderosas. Pois Susana, Gabrielle e Gina não perdoam;!

O sangue que escorria de sua mão manchava o papel, lágrimas de pura fúria escorriam pelo seu rosto, manchando a maquiagem. Por que haviam feito isso com ela? O que mais doía era ler o nome Gina. Gina, a garota dos seus sonhos estava pisando nela com ferradura e aquilo estava doendo muito. Mas Luna não conseguia de maneira nenhuma odiá-la, apenas odiava suas amigas idiotas. E por mais que quisesse esfregar na cara de Gina que quando ela precisou, Luna estava lá e as amigas não, ela não conseguiria. Pois o mundo poderia desabar sobre sua cabeça, mas ela nunca deixaria Gina na mão. Era só ela chamar que Luna ia, sem hesitar. Era escrava de um amor proibido, e as correntes em suas mãos e seus pés estavam começando a feri-la.

Tomou um banho, lançou um feitiços nos ferimentos da mão e foi caminhar. Era sábado, o dia mais entediante da semana, pelo menos para Luna. Não tinha amigos para ir para Hogsmeade, não tinha com quem nadar no lago e não tinha o que estudar, para usar como desculpa ou ocupar seu tempo. Deu algumas voltas no jardim, mas cansou de ver tantos casais espalhados e se amassando entre as árvore, então foi para a biblioteca. Olhou dezenas de fileiras, centenas de livros, mas nada chamava sua atenção. Então, encostou seu corpo na última delas e deslizou, deixando cair-se no chão. Deitou no chão e fechou os olhos, queria sumir dali.

Quando abriu os olhos novamente e olhou para o lado encontrou o que não sabia o que procurava: Desejos Proibidos, um livro escrito há alguns anos atrás por uma bruxa meio maluca. Nele, a autora contava sobre seu desejo mais secreto e proibido: O amor que nutria pela melhor amiga. Abraçou o livro contra o peito e caminhou até uma das mesas, algumas já estavam ocupadas, então fez questão de sentar-se na última. Não queria que ninguém visse o livro, muito menos que a perturbassem. Começou a folheá-lo e logo de cara já se apaixonou.

"Dedico este livro a todas aquelas bruxas que sofrem por um amor proibido. Se você, assim como eu, se apaixonou por alguém que parece ser impossível...Seja bem vinda ao clube! Você não é a única, querida."

Leu os primeiros dez capítulos em uma hora, estava tão concentrada na leitura que nem viu que estava começando a entardecer. Ouviu algumas vozes e percebeu que algumas pessoas estavam indo para lá, logo reconheceu uma: Gabrielle Delacour. Fechou o livro e escondeu-o debaixo de vários outros, levantou-se e saiu andando. Felizmente o "trio poderoso" estava ocupado demais discutindo sobre um novo batom e nem perceberam a presença de Luna. Alilás, a dupla não percebeu. Por que Gina Weasley notou sim a presença da outra, e ficou olhando para ela partir e sumir no meio das prateleiras e livros.

Caminhava depressa, pois queria continuar lendo. Mas onde poderia ler em paz sem correr riscos? Óbvio! Na sua salinha secreta. Por mais que era doloroso lembrar dos bons momentos que passou com Gina, tinha que voltar. Adentrou com cautela, pois chegou a duvidar que Gina podia ter contado a alguém do local e as outras meninas ido para pregar uma peça. Mas tudo continuava como sempre foi, o rádio meio velho, as almofadas roxas e os panos. Sentou-se, deixou a mochila e os livros de um lado e abriu o seu novo companheiro, o Desejos Proibidos. Respirou fundo e olhou para a frente, então deparou-se com uma coisa extremamente linda e inspiradora. O cair da tarde, o belo arrebol no céu. Estava tudo num tom vermelho-alaranjado belíssimo, e a sala logo adquiriu uma coloração especial. Luna pausou sua leitura e fechou os olhos, com um pouco de esforço pode se lembrar do cheiro gostoso de Gina, de seus cabelos sedosos e seu sorriso encantador. Ah, como sentia sua falta. Aquele arrebol era um fenômeno natural que, a partir daquele dia, simbolizava Gina Weasley. Suspirou e mexeu nos cabelos, lembrando-se de muitas coisas.

- Está na hora do Amante Imortal se corresponder de novo com a sua amada... - Sussurou para si mesma. O seu pseudônimo era a saída, era onde extravasava a dor e o sofrimento de amar calada.
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- Ah, Gabi! Ele escreve tããão bem! - Os olhos de Gina brilhavam ao falar do seu mais novo admirador secreto.

- Okay, Gi. Mas non se esqueça! Non deve se iludirrr por alguém que nem sabe quem, cherrie. Prrrimeirro tenha cerrrteza que ele é bonito e vale a pena, bobinha! - Gabrielle. Fútil e superficíal, como sempre.

- Está bem...Mas eu não vejo a hora de receber outra carta dele...Espero que ele marque um encontro! Seria p-e-r-f-e-i-t-o! - Suspirava e jogava os cabelos para trás, estava ansiosa e nem sabia por que. Não costumava apaixonar-se de repente, mas aquela vez era diferente. Era como se conhecesse o Amante Imortal há muito tempo, e que ele já fazia parte da vida dela. E no fundo, realmente fazia.
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Espero que estejam gostando da fic, não se esqueçam de comentar! É muito importante para mim saber o que estão achando. Obrigado para quem leu e comentou.

Dedicado à:
• Juh, minha mãe de brincadeira mais linda ;P~
• Kae, minha japa doida (que disse que se eu não dedicasse para ela eu ia apanhar)
• Mary, a autora de Assunto de Meninas que me inspirou para voltar a escrever fics e eu fico muito feliz com isso.
• A uma pessoa especial, que talvez nem leia isso...

Beijos!

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