Confissões de Almas Solitárias

Confissões de Almas Solitárias



N/A: Eu senti que a fan fic precisava mudar o rumo por um tempo. As coisas estavam começando a ficar “quentes” demais, haha...Fiquei surpresa com as reações de vocês em relação a Hermione e Harry. Achei que não passei a idéia certa dos dois. Resolvi então dar mais “voz” a eles, afinal no capítulo anterior só o Rony teve o direito da “fala”. Coloquei esse capítulo a mais e parei um pouco com a trama, por hora. Espero, no entanto, não ter caído no melodrama.


Capítulo 11 – Confissões de almas solitárias

Hermione deu mais uma volta pelo pequeno quarto, vazio a não ser por ela e Harry, ainda desacordado.

Seus passos eram pausados, e andava conforme sua mente pensava. Com cautela.

Harry estava longe de seu alcance, fisicamente e mentalmente. Seus ferimentos haviam sido curados, mas ele ainda estava inconsciente.

Ela só tinha a agradecer por isso. Não estava preparada para conversar com ele. Pelo menos ainda não. Estaria em breve.

Enquanto correra atrás da sombra dele pelos corredores de St.Mungos, antes da briga entre Rony e ele, ela criava dezenas de explicações, cenários e até, para sua vergonha, mentiras. Tudo elaborado para consertar algo, ela percebeu, que já não podia ser mais reparado.

Nada havia dado certo. E Hermione sabia que a culpa disso estava em seus ombros. Aquele era um momento para pensar com lógica e calma. E apesar de sua respiração ofegante indicar o contrário, ela procurava se manter calma.

O duelo entre Rony e Harry abriu seus olhos para a certeza de que nada seria como era antes. Não havia mais o que esconder nem para onde fugir, Hermione teria que enfrentar as conseqüências daqueles últimos dias.

Ela considerou as últimas palavras de Rony, tentando esquecer o fato que ele iria para os Estados Unidos e se concentrando no que tinha dito sobre o beijo: Harry pareceu não perceber a verdade.

Hermione olhou para o rosto dele. Nele havia uma expressão estranhamente serena.

Havia a chance de que sua traição, de que seus sentimentos por Rony pudessem ainda ser escondidos?

Ela balança a cabeça negativamente, forçando esses pensamentos para longe.

Não; era a sua resposta. Não podia fazer isso.

Quando Rony lhe disse o que Harry achava que tinha visto, aquilo tinha sido a gota d’água, ela não ficou feliz, não ficou aliviada. Apenas, e só agora (para a sua vergonha), entendeu que ao enganar Harry fazia aquilo que menos queria: o magoava.

Estava mentindo para o seu melhor amigo, não só sobre a traição mas sobre algo muito mais importante: o fato que não amava ele.

Hermione Granger sempre usava a lógica, a razão e livros. E se orgulhava disso. Mas também se orgulhava do fato que podia ler seus dois melhores amigos como ninguém. Hermione Potter no entanto, não passava de uma pessoa infeliz, que lia livros mas não realmente os entendia...E mal conseguia se compreender.

O que teria acontecido com ela?

Quando jovem, ao mesmo tempo em que os livros e lógica era seus pontos fortes, eles também serviam como um escudo para protege-la de suas falhas. Ela sempre fora insegura quanto suas habilidades, principalmente aquelas que se referiam a sentimentos, buscando proteção por trás da razão. Com os anos de convivência com Rony e Harry, aquilo pareceu diminuir e sua autoconfiança começou a se fortalecer.

Foi assim que conseguiu enfrentar os anos finais de Hogwarts, com Voldemort ameaçando tudo que ela amava. Foi através da coragem de Harry e da amizade de Rony que ela conseguiu sobreviver a tanto desespero.

Foi então que tudo desmoronou, o “trio maravilha” se despedaçou assim como os três amigos.

Não havia mais equilibro, não havia mais a segurança nem o complemento de Rony. Harry se distanciou como nunca e Hermione estava sozinha e insegura de novo.

Os dois anos que Rony passou nos Estados Unidos foram marcados por uma solidão dolorida e depressão.

Harry treinava para se tornar um auror e parecia evita-la. Evita todos naquela época, feridas da guerra que ainda se recusam a cicatrizar.

Hermione conseguiu o seu primeiro emprego em St.Mungos, mas nunca pensara que trabalharia nisso durante o resto da sua vida, pretendia trabalhar no Ministério. Mais uma amostra de como tudo mudara.

Ela passava a maioria do seu tempo livre, sozinha. Sentia saudades dos dois melhores amigos...principalmente de Rony, apesar de na época não perceber o porquê disto.

Hermione ainda lembrava das refeições solitárias, apenas com Bichento ronronando em seus pés. E dos dias de inverno, relembrando com tristeza Hogwarts. Ela, naquela época, estava certa que nunca mais ia conseguir ter a amizade que teve na escola. Até tinha pesadelos, por mais ridículos que parecessem, onde morria velha e sozinha em uma casa vazia.

Quando Harry finalmente começou a trabalhar como auror, eles começaram se ver novamente.

Foi um alívio e ela se agarrou forte na amizade dele. E ele fizera o mesmo.

A maioria da população bruxa acreditava que os dois eram o melhor casal de toda a Inglaterra. Destino, diziam alguns. Lógica matemática, falavam outros, como dois mais dois.

Muito antes de Hermione achar que estava apaixonada por Harry, já a consideravam derretida por ele. Rony Weasley nunca fora incluído naquela equação matemática.

Muitos tablóides e mesmo o Profeta espalhavam histórias românticas, de jantares à luz de velas flutuantes até a viagens secretas a Paris. Nada disso aconteceu.

De fato, nem houve namoro. Os dois tiveram uma conversa onde concordaram que estavam em um relacionamento romântico e Harry lhe pediu sua mão em noivado.

Ele, é claro, foi romântico. Mas não houve nada que o cinema trouxa costuma mostrar.

Na época isso fora algo para se orgulhar...Ela não era e nunca foi uma jovem boba buscando paixonites. Não precisava daquelas besteiras.

Estava feliz porque não estava mais sozinha e deprimida. E o resto? Não importava.

Até é claro, ela abrir os olhos para a realidade.

O movimento rápido na cama ao lado a fez sair de seus pensamentos. Harry agora se debatia levemente.

Não era uma situação incomum e Hermione já o tinha visto assim muitas noites. Ele estava sonhando, ou mais provavelmente, em um pesadelo.

Chegara a hora.

Hermione gentilmente tocou o rosto de Harry e em voz baixa disse em seu ouvido:

- Acorde, Harry. É só um sonho.


Harry abriu os olhos e se deparou com Hermione, ela tinha uma expressão séria no rosto, mas logo que viu ele acordado abriu um sorriso.

- Que bom que acordou! Você estava tendo mais um daqueles pesadelos...Fiquei preocupada.

Seu rosto era tão gentil e confortante que ele imediatamente passou de desconfiança para felicidade.

- O que houve? – ele perguntou, colocando sua mão na testa.

- Você ficou inconsciente. Mas nada sério. – ela respondeu, ainda sorrindo – Você consegue levantar?

- Consigo.

Ela sorriu mais ainda, se isso era possível, e estendeu sua mão para ele.

- Ótimo! Todos estão esperando para te ver.

Ele olhou para ela confuso, quem esperava por ele? Mas o sorriso de Hermione era tão doce que ele não parou para perguntar mais nada e apenas levantou dando à mão a ela e saindo o quarto.

Pensando que encontraria um grupo de repórteres ansiosos em saber como o ministro estava, Harry ficou surpreso ao ver, Dumbledore, os Weasley, Lupin, Sirius e Rony esperando por ele.

Quando ele apareceu foi recebido com abraços e sorrisos. Um a um todos falaram com ele.

Dumbledore apenas sorriu para ele e colocou a mão sob seu ombro. Harry se sentiu confiante mas com uma pontada de saudades, que ele não conseguia explicar.

Depois Sirius se aproximou dele...E por alguma razão Harry sentiu uma emoção forte, como se uma faca perfurasse seu coração. Não entendeu o porquê mas algo lhe gritava que havia alguma coisa de errado com aquela cena. Como se nenhum deles devesse estar ali.

Harry abraçou Sirius forte, temendo que ele desaparecesse a qualquer segundo. Apenas depois de um longo tempo ele teve coragem terminar o abraço.

Todos os rostos, o hospital, tudo parecia estranhamente difuso...E fora de lugar. Ao mesmo tempo em que se sentia seguro, um medo desconhecido tomava conta. Ele começava a se sentir sufocado.

Era Rony o abraçando. Ou pelo menos foi assim que pareceu no começo, logo o abraço mostrou-se traiçoeiro...

Harry sentiu uma dor incrível em sua barriga e Rony se afastou. Harry pode ver então a faca em seu estomago e o sangue nas suas mãos quando ele tocou o ferimento.

Ele olhou para Rony em total choque. E apenas para aumenta-lo viu que o rosto do ruivo estava vazio, seus olhos brancos e no lugar da boca um buraco negro infinito. Usava uma máscara. Era um comensal da morte.

Harry buscou socorro nas pessoas à sua volta mas uma a uma elas desapareceram, Hermione entre elas até ele ficar sozinho.

Agora o hospital já não era claro, Harry não estava mais lá.

Ele estava em uma sala escura, vazia e fria. Não havia nada, nem ninguém ali. Apenas um grande e desolado vazio.

Desesperado, ele começou a tatear as paredes buscando alguma saída. Não havia nenhuma.

Seu corpo foi tomado por uma sensação de terror.

Todos tinham o deixado sozinho.

Sirius...Dumbledore...E agora Rony e Hermione.

Ele gritou.


- Acorde, Harry. É só um sonho.

A voz de Hermione era tudo menos doce, o que indicou a Harry que tinha acordado. Ele abriu os olhos, buscando se acostumar com a luminosidade.

Lentamente a briga e o beijo voltaram em sua mente. Isso definitivamente explicava o sonho e a dor que latejava em sua cabeça.

Harry percebeu que estava em uma cama em um pequeno quarto de St.Mungos, Hermione olhava para ele sua expressão revelando uma mistura de preocupação e culpa. Harry não sabia exatamente como se sentir, se ficava bravo, aterrorizado ou triste. Nenhum daqueles sentimentos parecia refletir o que deveras sentia.

Talvez traído fosse mais apropriado. Traído como marido e como amigo.

- Precisamos conversar. Porque se não conversamos agora, acho que nunca vamos conseguir – disse Hermione, séria.

Harry não respondeu, ainda atordoado. Hermione pegou a mão direita dele e olhou em seu rosto, decidida.

- Primeiro....Bem, eu vou repetir isso muitas vezes mas...desculpe. Me desculpe, Harry. – seu tom começou a ficar mais emocionado – Por favor, me desculpe.

Harry ainda estava um tanto confuso mas pelo menos sabia que o beijo não tinha sido culpa dela.

- Hermione! Você não precisa se desculpar! Foi Rony...Ele...

Ela balançou a cabeça, seus olhos já aguados.

- Não, Harry. Não vou dizer que Rony é inocente, mas...eu também sou culpada por aquilo. Nós nos beijamos...Os dois. Eu quis também.

Foi como levar outro soco no estômago.

- P-por que? – parecia que havia alguma coisa presa em sua garganta. Ele não conseguiu dizer mais nada.

- Sinto muito, Harry...Fiz tudo, tentei de tudo para negar o que aconteceu, o que eu sinto. Mas não posso fazer mais isso. Seria injusto comigo e com você.

Harry olhou para o chão. Traído, sozinho como no sonho.

- Eu, eu descobri que amo Rony. Não queria te magoar...então escondi. Por favor, me perdoe. Achava que era passageiro, que não era nada. N-nós também, também dormimos...juntos.

Harry não disse nada, estava entre raiva e tristeza, não sabia qual iria o consumir primeiro. Hermione continuava a falar, a pedir perdão, a tentar explicar algo que para Harry não possuía lógica.

Estava tudo bem...Sempre esteve tudo bem. Tudo perfeito. O que tinha acontecido? Por que tinha acontecido? E...pior: quando tinha acontecido? Há quanto tempo ele estava sendo enganado?

- Quando...? – ele conseguiu murmurar ainda encarando o chão branco do quarto.

A voz de Hermione ficou mais suave.

- Há dois dias.

- De repente, do nada, você acordou e disse: ah...acho que amo Rony?

- Não, Harry. Não foi assim...

Mas ele a interrompeu, não queria ouvir mais nada:

- Não foi? Então me explique como em dois dias um casamento perfeito de repente não existe mais! – sua voz estava ficando mais alta.

- N-Nunca foi perfeito, Harry.

Outro soco. Dessa vez na cara.

- Por favor entenda, Harry...Foi um erro, tudo foi um erro. Eu não era feliz. Você também não é, Harry, não de verdade. Eu te amo, Harry...Nunca quis de magoar, mas não somos felizes juntos.

- Eu sou feliz. – ele sussurrou, agora não tendo mais certeza se realmente era.

- Tem certeza? Tem certeza que faz diferença se sou eu ou qualquer outra garota do seu lado? Você está distante. Desde que Sirius, Dumbledore...Desde que a guerra terminou. Está se enganando desde então. O emprego de ministro, o nosso casamento...Foi tudo falso. Eu...

Tudo aquilo não fazia sentido algum. Falso? Se enganando? Ele era feliz! Tinha um ótimo emprego, dinheiro, esposa...Uma vida normal, como ele sempre quis. Sua vida não estava sendo controlada por uma maldita profecia, não havia um monstro querendo matar seus amigos e ele. Os comensais da morte tinham sido colocados em Azkaban ou mortos, os assassinatos de Sirius e Dumbledore tinham sido vingados. Como ele poderia não ser feliz?

Era pedir muito uma vida normal?

Claro que no momento ele não se sentia nada feliz. Rony, seu suposto melhor amigo, o tinha traído. E agora Hermione fazia a mesma coisa. Os dois mentiram para ele. E aquilo o corroeu por dentro, os dois melhores amigos dele haviam o traído. Uma súbita raiva o tomou e ele percebeu que aquilo o machucava muito mais que seu casamento terminado.

Era como no sonho. Sentia como se uma faca perfurava seu interior e todos o abandonavam, não havia nada pior do que aquele sentimento de traição.

Hermione ainda continuava balbuciando desculpas, mas ele não a ouvia mais. Nada poderia ser desculpado.

- Você mentiu para mim. Você e Rony. Eu confiava nos dois mais que qualquer um. – seu tom era perigoso. – E vocês me traíram.

- Harry, não foi algo planejado...Nunca quisemos que isso acontecesse! Foi um acidente! Se eu soubesse que amava Rony...

Harry levantou o rosto, a encarando firme.

- Chega, Hermione.

Ela olhou para ele, lágrimas silenciosas se preparam para escorrer. Harry se levantou, tirou sua aliança e colocou na mão dela.

- Chega. Eu poderia ter aceitado! Poderia ter entendido! Antes. Agora não. Você ia continuar mentindo...Os dois iam continuar me enganando, se eu não tivesse visto o beijo. Mentindo para mim! Chega. Não fale mais comigo. Acabou, como você queria.

Hermione não chorou, como ele previra, simplesmente assentiu e saiu de seu caminho para que ele passasse.

Ele saiu do quarto, a deixando sozinha, e não olhou para trás.

Sentiu-se como nunca se sentia há anos: perdido mas mais que isso, solitário. Voltava a ser aquele garoto auror, forçado a crescer antes do tempo graças a Voldemort, que ia de missão em missão prendendo qualquer criatura maligna que pudesse só para tentar diminuir a dor que sentia.

Voltava a ser o garoto-que-sobreviveu mas que preferia não ter sobrevivido.


Rony não olhou para trás, não parou nem para pensar. Estava orgulhoso disso. Era um feito e tanto.

Pisou para fora da vitrine falsa, fora de St.Mungos, com a cabeça levantada. A rua vazia não lhe trazia nenhum sentimento. Ele estava cansado de sentimentos.

Enquanto ele levantava sua varinha e chamava o Noitibus, a única coisa que passava em sua cabeça era se tinha terminado de empacotar tudo e se não havia esquecido de nada.

Ainda tinha uma hora até o porta-chave abrir e o levar para os Estados Unidos. Voltou para o seu apartamento primeiro, pegando suas malas.

O lugar ficou vazio. Era o fim de tudo aquilo.

Apagou as luzes, trancou a porta e subiu novamente no ônibus roxo, seguindo para a estação de porta-chaves internacionais.

Não estava olhando para trás. Era definitivo.

Chegou na estação, despediu-se do motorista e deu sua passagem para o bruxo encarregado. O homem abriu um sorriso e lhe disse:

- Você não era o jogador do Puddlemore? Vai caçar garotas nos EUA? Ouvi dizer que elas são doidas pelo sotaque. Bem, sr.Weasley, o seu porta chave parte daqui vinte minutos, pode esperar sentado ali.

O homem apontou para uma fileira de bancos almofadados há alguns metros dali. Rony procurou não sentir no bolso a segunda passagem que tinha comprado para Hermione e se sentou em um dos lugares vazios.

Passou vários minutos entre ansiedade e resignação. Por um tempo apenas tentou se convencer que estava fazendo a coisa certa. Ir embora era certo.

Porque desta não estava fugindo de nada. Havia declarado seus sentimentos para Hermione e Gina não tinha mais nenhum argumento para segura-lo ali.

Hermione tinha tomado a decisão dela e agora era vez dele.

Então por que não parava de olhar para a entrada da estação, como se esperasse que Hermione entrasse a qualquer minuto ali?

Por que ainda tinha a droga da esperança de que ela viesse correndo atrás dele?

E ainda pior: por que se sentia culpado de ter batido na cara branquela de Harry? Não devia se arrepender daquilo! Ele mereceu!

Será?

E será que ele realmente queria que Hermione viesse correndo atrás dele? Ele queria ser realmente só o estepe? A sobra?

Ela dizia que amava ele...mas então porque correu atrás de Harry até mesmo depois dele saber de tudo?

Ele soltou um suspiro. De qualquer forma esperava que ela fosse feliz.

- Sr.Weasley?

Rony não fez nada a não ser levantar a cabeça na direção do bruxo.

- O seu porta-chave está pronto. Está na hora de partir.

Sim, estava na hora de partir.

Rony se levantou e foi em direção da sua nova vida.


N/A: O capítulo mais chato, frustrante e doido que eu escrevi. Não me pergunte porque coloquei esse sonho doido do Harry...Eu mesma não sei, estava tentando diferenciar, acho. Para falar a verdade só estava querendo acabar de escrever logo...Estou contente que finalmente o terminei e posso ir para os finalmentes. Mais uma vez me desculpe pela enorme demora. Próximo capítulo: o final e o epílogo! Sim! Sim

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