A Batalha



Capítulo 4 - Batalha

If I fall
(Se eu cair...))
If I fall (down)
(Se eu... cair...(cair))
At the end of the world
(No fim do mundo,)
Or the last thing I see
(Ou a última coisa que vejo)
You are never coming home
(Você nunca está voltando pra casa,)
Never coming home
(Nunca voltando pra casa,)
Never coming home
(Nunca voltando pra casa)

A luz da lua entrava pela janela, iluminando fracamente os dois corpos na cama, que se amavam. As mãos de Harry corriam pelas costas nuas de Gina, enquanto a beijava fervorosamente, sentindo o calor dela perto dele. Era maravilhosa aquela sensação, senti-la ali. A respiração dela em seu rosto, seu coração acelerado junto com o dele, o movimento de ambos em perfeita harmonia. Ele começou a beija-la no pescoço, seus nervos e sentidos à flor da pele, como podia sentir os dela também.
_Harry...- Gina deixou escapar fracamente pelos lábio o nome dele, passando os dedos por seus cabelos, o puxando para mais perto.
A boca de Harry voltou para a dela, beijando-a, o contato de ambos parecia queima-lo. Ele a sentia apertando suas costas, entre gemidos, beijando-o de volta furiosamente. Harry abriu os olhos, procurando vê-la na escuridão. Foi quando, surpreso, se viu encarando grandes olhos cinzas ao invés de castanhos, e uma voz diferente chamando seu nome.
_Luna... - ele murmurou, vendo-a diante dele.
E em um ímpeto, sem motivo, a beijou novamente como queria fazer desde a noite anterior. Os lábios de Luna, o contato com a pele dela era diferente do que com Gina. Algo mais suave e doce, nem por isso com menos paixão. Ele podia senti-la a seu lado, e seu peito pareceu se encher de felicidade com o toque dela. O corpo dela era pequeno e delicado, as mãos percorriam-o como se para acaricia-lo, ao invés de puxa-lo para mais perto. Ela chamava o nome dele com menos urgência, e com mais doçura, e enquanto ele não o beijava, sorria para ele, beijando-o nos olhos e na testa, dizendo:
_Oh, Harry...
Ele nunca sentira isso antes, aquilo parecia crescer dentro dele, em uma felicidade inexplicável e incrível. E quando sentiu o clímax se aproximar, sussurrou no ouvido dela algo que queria dizer à anos, mas que escondia inclusive de si mesmo no lugar mais profundo e escuro de sua mente.
_Eu te amo...- ele disse se sentindo mais leve, surpreendendo a si próprio.
Mas, quando abriu os olhos, viu-se encarando os olhos castanhos de Gina.
_Eu também te amo, Harry.- ela sussurrou o abraçando. Confuso, ele se deixou levar por ela, se deitando e fechando os olhos, adormeceu.
_Acorde.- alguém sussurrou em seu ouvido, parecendo muito tempo depois.
Ele abriu os olhos sorrindo, e seu coração disparou ao ver a imagem embaçada de alguém com os cabelos loiros e compridos debruçada sobre ele. Com um pulo, pôs os óculos, mas quando o quarto entrou em foco viu apenas Hermione parada na porta. Olhando em volta, viu Gina a seu lado na cama sentando-se assustada, escondendo-se sob os lençois.
_Harry, Gina! Acordem!- Hermione gritou, parecendo apavorada.
_Hermione, o que foi?- a ruiva perguntou preocupada.
_Eles voltaram! - Hermione exclamou pálida.- Os Comensais da Morte voltaram, e estão atacando!

XXX

Sete meses antes
Harry sentiu sua perna quebrada tremer sob o peso de seu corpo, mas respirando fundo tentou se controlar. Aquela não era hora de ter medo ou dor. Ele estava exatamente onde havia nascido para estar, frente a frente em uma batalha justa contra Voldemort. Ele, Rony, Hermione, Gina, Neville e Luna haviam conseguido destruir os últimos Horcruxes. Estava tudo certo, ele havia ganho sua chance. E caso morresse, deixava um Voldemort mortal para a próxima pessoa a enfrenta-lo. Então, não tinha porque ter medo.
Ele piscou, quando o sangue do corte em sua testa escorreu para seus olhos. Mas, nem assim os fechou. A imagem de um Voldemort sorridente, com a varinha pronta em posição de duelo, era hipnotizadora. Cada músculo de seu corpo, cada nervo, estavam esticados ao máximo. A qualquer movimento ele tinha que estar pronto para se defender e atacar. Por isso, seria mais vantajoso esperar um ataque primeiro, afinal, não estava bem certo de que feitiço usar. Qual feitiço que conhecia seria forte o suficiente para acabar com o bruxo mais perverso de toda a história da magia?
_Crucius!- a voz zombeira de Voldemorte soou, mas Harry repeliu o feitiço com facilidade.
_Vamosm você tem que ser melhor que isso.- o menino respondeu, caçoando do outro.
_E todos pensaríamos que seria menos arrogante, Potter.- Voldemort replicou com um sorriso maldoso.- Bem que Severo me avisou que seu ego era maior que sua força e inteligente.
_Crucius!- Harry gritou com raiva ao ouvir o nome de Snape.
_Oh!- Voldemort riu.- Eu achei que você fosse melhor que isso. Mas, deu para ver como você odeia Severo. Imagino que a traição que resultou na morte daquele velho...
_Cale a boca!- Harry gritou, pouco se importando se soava infantil ou não, apenas sabia que não podia deixar Voldemort ali, caçoando de Dumbledore.
_Você gostava dele, não é? Era quase como se fosse alguém de sua... hum, família. E você odeia Severo por ter tirado de você mais uma pessoa que se importava. Isso mesmo, o odeie com toda sua força! Odeie-o e tornará as coisas mais fáceis para mim. Avadra Kedrava!
_Impedimenta!- Harry gritou, os dois feitiços se chocando, e produzindo uma explosão tão forte que o jogou para trás.
Ele sentou-se rapidamente, ofegante, apontando a varinha para Voldemort que se aproximava.
_Eu quase posso sentir o odio em você.- ele sorriu.- Não percebe que assim apenas se torna igual a mim?
_Eu nunca me tornaria igual a você! Avadra..! - Harry gritou, mas foi interrompido por outro feitiço de Voldemort.
Ele jamais poderia se tornar igual a Voldemort, mesmo que o odiasse e a Snape! Ele não podia, porque Dumbledore dissera que ele possuia algo que Voldemort nunca teve e nunca poderia ter. Ele, Harry, tinha a capacidade de amar. E aquela deveria ser sua arma, mesmo que não parecesse muito útil no momento. Com um esforço, por causa da perna machucada, se levantou para poder encarar Voldemort de frente, não mais como um garoto. Mas, como um homem. Amor... ele precisava entender aquilo, se quissesse realmente vencer aquela luta.
_Avadra Kadrava!- a voz de Voldemort soou tão repentina, que pegou Harry desprevinido. E esse gritou o primeiro feitiço que passou por sua cabeça.
_Expecto Patronum!
A luz de seu Patrono voou forte contra a luz verde do feitiço de Voldemort. Houve um grande choque, mas dessa vez Harry não foi jogado para trás, pois os dois feitiços pareciam conter a mesma quantidade de magia, mesmo que opostas. Pois, o Patrono era a essencia da luz e da alegria, e o Avadra Kadrava o simbolo da Morte. Harry continuou apontando a varinha, por onde o feitiço continuava a sair, igual a Voldemort. Não era a primeira vez que aquilo acontecia, em seu quarto ano algo parecido ocorrera. Dumbledore dissera que era por causa das varinha-irmãs, que não podiam lutar uma contra a outra. Da última vez, o elo que o unia a Voldemort o salvou, por isso Harry se concentrou no feitiço, tentando manter o cordão de luz que os unia.
Voldemort, do lado oposto, parecia concentrar-se também, murmurando baixinho, fazendo seu feitiço se aproximar cada vez mais de Harry. O menino respirou fundo, tentando pensar em coisas felizes. Mas, tudo parecia tão distante. Tentou se lembrar de quando destruira o último Horcrux, a sensação de dever cumprido e esperança. Mas, seu feitiço continuara a diminuir. Harry se concentrou com mais força. A maioridade, a despedida da Rua dos Alfeneiros número 4, a Taça de Quadribol, vencer a Taça das Casas, Rony, Hermione, Sirius, Lupin, os Weasleys. Mas, nada parecia adiantar. Ele estava perdendo, se suas forças estavam acabando. Ele não possuia muito tempo.
Então, a resposta óbvia veio a sua cabeça. Gina! Ele sentiu imediatamente seu fetiço ganhar forças, avançando em direção ao feitiço de Voldemort. Mas, era um efeito mínimo, fazendo um lento e vago avanço. Harry começou a se desesperar, não podia se manter muito mais tempo assim. Sua perna tremia, assim como suas mãos que seguravam a varinha, que sacudia feito doida. O suor e o sangue escorrendo por seu rosto. E em um movimento inoluntário ergueu o braço, para tentar secar os olhos. Foi quando sua mão passou por algo em seu pescoço, algo que havia se esquecido completamente que estava ali. O colar que Luna havia lhe dado, poucas horas atrás, ela dissera que lhe daria sorte. Ele então segurou o colar, e a imagem de Luna veio clara e forte em sua cabeça. Mais forte que qualquer outra.
Foi imediato, seu feitiço começou a brilhar com mais intensidade, como a lembrança dela, e correr rapidamente contra o feitiço de Voldemort. E antes que qualquer um dos dois pudesse fazer qualquer movimento, o feitiço de Harry quebrou o elo, indo de encontro contra Voldemort. Um clarão surgiu, e Harry fechou os olhos caindo para trás. Foi em apenas um instante, e tudo se acabou. Ele continuou ali deitado, pensando se estava morto. Então, sentiu seu coração bater dolorosamente contra seu peito, a respiração rápida e seu corpo todo tremer. Aquilo devia significar que estava vivo. Atordoado ele abriu os olhos, para encarar um céu estrelado. Sentou-se rapidamente, e viu ao longe algo que fez seu coração pular para sua garganta. Um amontoado de roupas, embrulhando um corpo estirado no chão. Ao olhar em volta, Harry viu a varinha de Voldemort jogada a um canto, partida em duas.
Cuidadosamente, a varinha ainda erguida no caso de uma armadilha, Harry se levantou se aproximando. Ele precisou dar apenas dois passos em direção às roupas para constatar o que já sabia, desde que abrira os olhos. Voldemort estava morto. Estava tudo acabado! E ele vencera, sobrevivera! Fizera o que nascera para fazer, cumprira sua missão e salvara todas as pessoas que amava!
_Harry.- ele ouviu uma voz chama-lo. Ao se virar deu com Luna, a única pessoa em um raio de centenas de metros. As vozes da luta contra os Comensais da Morte soando a distância. Mas, ele não se importava, havia feito o que tinha que fazer e a pessoa que mais queria ver estava ali.
_Luna..- ele disse, sorrindo e mancando até ela, que se aproximou para ajuda-lo colocando a varinha para trás da orelha.
_O que aconteceu?- ela perguntou, seus grandes olhos cinzentos refletindo a luz das estrelas.
_Eu consegui! Eu o venci, Luna! - ele falou feliz, e viu quando os olhos dela se deslocaram para o ponto sobre seu ombro, onde Voldemort jazia.- E por sua causa, você me ajudou...!
_Harry, cuidado!- ela o interrompeu, empurrando-o para longe.
_Sectusempra!- a voz de um Comensal soou, o feitiço acertando Luna de raspão.
_Estupefaça!- Harry gritou, acertando o Comensal da Morte no estômago, que caiu no chão perto de Voldemort, sem um som. Ele se virou para Luna, que estava caída no chão. Suas vestes cobertas de sangue, ele correu para ela, segurando sua mão desesperado.- Luna, você está bem?
_Não sei, Harry.- ela sorriu dolorosamente, respirando fundo.- Estou meio tonta.
_Não se preocupe, o feitiço foi apenas de raspão.- ele murmurou, sentindo formar um nó amargo em sua garganta ao ver um filete de sangue escorrendo pelo canto da boca dela.
_Ele veio muito quieto, não dava tempo de pegar minha varinha.
_Você não devia ter feito aquilo! Se machucou para me salvar.
_É claro que devia, afinal, para que servem os amigos?- ela sorriu.
_Oh, Luna. - Harry chorou, a abraçando. Não podia deixa-la morrer! Se ao menos tivesse escutado o contrafeitiço que Snape usara em Malfoy em seus sexto ano! - Oh, Luna.
_Não chore, por favor.- ela pediu, respirando com mais dificuldade, segurando com mais força a mão dele.- Eu não gosto quando te vejo chorar. Ainda mais por minha causa.
_Eu não posso te deixar morrer.
_Acho que não temos muito o que fazer sobre isso.- ela engasgou.- Não se preocupe, eu irei ver minha mãe de novo.
_Luna...
_Você estava me agradecendo, dizendo que eu te ajudei. Como? Eu estava do outro lado do castelo, ajudando os outros.
_Você me ajudou quando entrou na minha vida. Você sempre esteve lá para mim, não é? E dessa vez de novo. Mas, eu nunca retribui. Por que fez isso?
_Ora, sempre te amei.- ela falou com uma naturalidade que o espantou.
_O quê?- perguntou confuso.- Eu... eu nunca soube. Por que não falou antes?
_Você e a Gina são tão felizes juntos...- ela sorriu, passando delicadamente a mão pelo rosto dele, e com um último suspiro fechou os olhos.
_Luna! Luna! Acorde por favor!- Harry gritou a sacudindo, então a abraçou ente lágrimas. Sabia que era tarde demais.

Atualmente
Enquanto andava silenciosamente pelos jardins de Hogwarts, atento com os outros por qualquer movimentação de Comensais da Morte, Harry relembrava aquela noite à sete meses. Fora a última vez que estivera ali, em Hogwarts. Suas lembranças eram do lado oposto do Castelo, junto às estufas. Ficara tão atordoado aquela noite, que nos últimos meses se proibira pensar no que acontecera, doía demais. Sentiu seu peito doer de tristesa. Nunca chegara a contar a ninguém o que realmente acontecera, principalmente sua conversa com Luna, antes que ela morresse. Sentia que devia guardar aquilo apenas para si mesmo, um pedaço de Luna que era só dele. Por que nunca percebera antes? Como ele mesmo dissera, ela sempre esteve ali quando ele precisava. Mas, agora era tarde demais.
Ele sempre considerara sua atenção com Luna como uma coisa natural, ela sempre fora diferente, e ele sentia pena dela por isso. Agora descobrira que era algo além de pena, ele sempre gostara dela, mas isso sempre foi negado por ele mesmo. Parecia algo tão impossível, que inconscientemente escondia o fato na parte mais escura de sua mente, ele não se permitia gostar dela. Mas, agora revendo tudo, as risadas, as conversas que sempre o reconfortavam, o convite para a festa de Slughorn quando estava distraído, com a mente relaxada, tudo fazia sentido. Mesmo depois da morte dela, se evitara pensar nessas coisa, doía demais, mas agora que a via e sentia em toda a parte! Suspirou, se ao menos pudesse fazer algo...
_Estupefaça!- de repente várias vozes gritaram por todos os lados, os Comensais da Morte sobreviventes se levantaram por toda a parte.
Imediatamente feitiços começaram se cruzaram em todas as direções. A batalha havia recomeçado.

And all the things that you never ever told me
(E todas as coisas que você nunca me disse)
And all the smiles that are ever gonna haunt me
(E todos os sorrisos que nunca irão me perseguir)
Never coming home
(Nunca voltando para casa)


N/A- Uau, a primeira cena ficou horrível! Mas, eu não sabia como escrever melhor. Tentei também reproduzir um duelo entre Voldemort e Harry sem montes de detalhes, para mão ficar ridículo demais, afinal, eu não sou a J.K. Rowling. Alías, eu não sei o que ela vai fazer com o corpo do Voldie, porque eu realmente não sabia. Espero que tenham entendido a conecção Patrono, que simboliza o bem e boas lembranças mais amor, contra o Voldemort que simbolisa a escuridão e o ódio. É uma teoria que peguei no Mugglenet, da Lady Lupin. Bem, comentem por favor. Espero que tenham gostado. Beijos, Mary.


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