Sonserinos Também Amam



Olhando o loiro dormindo ao seu lado, Pansy relembra como chegou até ali. O dia em que soubera que estava prometida a ele, a raiva momentânea que sentiu por seus pais se meterem em sua vida, sem nem perguntar se era isso mesmo o que ela queria.


***** FLASHBACK *****


- Anda Pansy, vá se arrumar, já são sete horas. Daqui a pouco os Malfoy vão chegar! – Dana Parkinson, mãe da morena, falava enquanto dava ordens aos elfos sobre o que fazer no jantar.

- Daqui a pouco eu vou mamãe... – Pansy respondeu sentando-se despreocupada no sofá.

- COMO DAQUI A POUCO? – A mãe gritou, fazendo-a assustar-se – O seu futuro esposo está vindo jantar aqui, o primeiro jantar oficial das famílias, e você ao invés de ir se aprontar responde apenas um “daqui a pouco”? Você quer aparecer assim na frente deles? O que eles vão pensar de você?

- Pouco me importa o que eles vão pensar. Por mim, eu nem apareceria nesse jantar. – Pansy respondeu entediada.

- Pansy Penélope Parkinson, nem brincando diga isso! – Um senhor moreno, alto, de uns 30 anos que vinha entrando falou. – Ou você quer arruinar os negócios da nossa família?

- É só nisso que o senhor pensa, não é papai? Aliás, vocês só pensam nessa maldita sociedade. – A morena quase gritava. – E eu? E o que eu penso? E o que eu sinto? Será que eu não tenho nenhum valor pra vocês?

- É claro que a gente pensa em você, filha. É por isso que eu estou fazendo isso. Você vai me agradecer no futuro, tudo isso é para um bem maior.

- Se para o senhor o bem maior for ver sua única filha ser infeliz...

- SUBA AGORA E VÁ SE ARRUMAR PANSY! E ESTEJA AQUI ÀS 20h EM PONTO! NÃO ACEITO ATRASO! – O pai da morena exaltou-se. (N/A: Alguém notou? rs)


Pansy apenas olhou-os com rancor e subiu. Se já odiava o herdeiro Malfoy antes, agora mais do que nunca queria matá-lo. Tomou banho, vestiu-se como uma lady, apesar de ter apenas 10 anos, deveria portar-se como tal, fora criada para isso.

Era responsável pelo futuro da família, deveria ela dar continuidade à essa sociedade que há anos vinha sendo mantida, os Parkinson com os Malfoy. E nada como um casamento com o herdeiro sócio. Odiava-o desde sempre.


- Ah Malfoy, como eu te odeio! Você será responsável pela minha infelicidade. – Ela disse dando uma última olhada no espelho e limpando a solitária lágrima que escapou de seus olhos. Viu quando uma carruagem parou em frente à Mansão Parkinson e dela saíram três pessoas. – São eles!


********** Na sala dos Parkinson **********


A campainha toca e o elfo atende. Pela porta entram eles: um homem aparentando uns 30 anos e cabelos até o meio das costas, uma mulher também de uns 30 anos e cabelos longos e um jovem com seus 10 anos e cabelos curtos. A cor dos cabelos? Loiros platinados. Eles? Os Malfoy. Lucius, Narcissa e Draco. Foram recebidos pelos anfitriões. Conversaram um pouco e nada de Pansy descer.


- E então Aik, quando vamos conhecer a futura esposa de meu filho? Afinal, faz oito anos que não a vemos. – Lucius disse sorrindo. Tinha muita vontade em conhecer sua futura nora, afinal desde que a menina completara dois anos, os Parkinson foram morar em Paris. Aik ia vez ou outra a Londres para tratar de negócios.

- Ah, sim, ela já vai descer. – E virando-se nervosamente para a esposa. – Dana, vá chamá-la, sim?

- Sim. Com licença. – Ela disse, saindo apressada.

- Mas então Lucius, como eu ia dizendo...


********** No andar de cima **********


- Ora Pansy, você quer estragar a noite? O que espera com essa atitude?

- Mamãe, não é nada educado entrar no quarto alheio sem bater na porta... – A morena disse irônica.

- Deixe de ironias e vamos descer, sim? – A Sra. Parkinson disse já nervosa.

- Ok, vamos para a forca.


O caminho do quarto até a escada foi feito em silêncio, mas se pudesse Pansy gritaria alto e sairia correndo dali. Sentia-se um nada, seu pai usando-a como um objeto, tudo por causa do maldito dinheiro e da sociedade.

Conforme ia se aproximando da escada, ia ouvindo a conversa na sala. E como sempre, o assunto principal da conversa era o dinheiro.


- Nossa, será que eles não têm outro assunto? – Pansy disse entediada, baixo.

- O que você disse filha?

- Nada mamãe, nada... – A morena, enfim, desceu as escadas.


Enquanto Pansy descia, fez-se um silêncio na sala. Todos se levantaram, direcionando seus olhares para a jovem. Aik olhava para a filha com orgulho, Lucius e Narcissa encantados e Draco olhava-a tentando disfarçar o interesse imediato. O Sr. Parkinson foi até a escada e tomou a filha pela mão.


- Senhoras e senhores, apresento a vocês minha filha: Pansy Penélope Parkinson.


Lucius tomou a frente.


- Encantado senhorita. – Pegou a mão da jovem e beijou. – Sou Lucius Malfoy, essa é minha esposa Narcissa Malfoy.

- Oh, que graciosa! – Narcissa disse, fazendo Pansy enjoar.

- E esse é meu filho e seu futuro esposo, Draco Alexander Malfoy.


Pansy ficou espantada com a beleza do garoto. Então era ele! “Hum... Nada mal!” ela pensou, repreendendo-se. Assim como o pai, Draco beijou a mão da jovem, mas sem desviar seu olhar do dela. Pansy sentiu-se incomodada e puxou rapidamente a mão, e agradeceu a Merlin por sua mãe anunciar que o jantar estava servido.”



********** ********** **********


Pansy lembrou-se com carinho de como se descobriu apaixonada pelo loiro. Estava em seu segundo ano em Hogwarts e já reparava nele há algum tempo, mas o dia mais feliz pra ela foi quando Draco anunciou, em plena festa das bruxas, que a amava e queria ficar com ela para sempre, na frente de todo o colégio.

A emoção foi tão grande que a morena desmaiou e foi acordar horas depois, na enfermaria da escola.


********** ********** **********


“Acordou com a cabeça doendo. Olhou em volta e constatou que não poderia estar em seu dormitório, pois não existiam cortinas brancas lá. Perto da janela, um loiro dormia desajeitadamente numa cadeira. Riu. Como ele era lindo.


- Draco. – Chamou-o calmamente.

- Pansy? Você está bem? – Ele foi em direção a cama.

- Sim. Bela surpresa.

- Você gostou?

- Muito. – Ela ficou olhando-o.

- O que foi? – Ele perguntou.

- Amo você!

- Eu também amo você!


Beijaram-se e só desgrudaram-se quando Madame Pomfrey chegou e pediu para que Draco fosse embora, o que ele fez a muito contragosto.”



********** ********** **********


Os anos que passou em Hogwarts, depois da declaração de Draco foram os melhores de sua vida. Lembrou-se com carinho das vezes que ele a defendia, dos escapulidas escondidas, da primeira vez que pode chorar.

Sim, pois afinal sonserinos não choram, mas ela era diferente. E sua dor foi por ver que o homem que ela amava iria se tornar um Comensal, um seguidor do Lord. Tudo o que seus pais também sonharam pra ela, mas que ela, pela primeira vez enfrentando-os, não o fez. Sentia-se feliz por não ter escolhido o lado das trevas, mas infelizmente alguém teve que pagar por isso.


********** ********** **********


"- Pansy, tenho uma notícia ótima pra te contar. – Draco disse à morena que estava sentada na sala comunal da Sonserina.

- Sim meu amor, o que foi?


Draco levantou a manga da camisa. Mostrou a ela a tatuagem de seu braço. A Marca Negra. A marca que faria dele para sempre um assassino, um servo leal do Lord das Trevas, um Comensal da Morte. Pansy olhou para a marca sem nada dizer, e quando olhou para Draco, seus olhos estavam cheios de água. Pela primeira vez ela chorava na frente de alguém.


- Nunca pensei que fosse doer tanto assim ver essa marca. – Ela disse recompondo-se.

- Você já viu antes... – Ele falou, abraçando-a.

- Mas nunca no braço do homem que eu amo. – ela disse desabando num choro forte e incontrolável.

- Ora, o que foi Pansy? – Draco perguntou confuso.

- O que foi? O que foi? – Ela olhou-o sarcástica e magoada – Simples. Meu namorado, futuro esposo, se tornou um Comensal da Morte. É suficiente esse motivo?

- Deixe de besteiras! Você sempre soube que era isso o que eu queria pra mim.

- Sim, mas eu pensei que depois de todos esses anos você fosse mudar. Aliás, você tem só 17 anos, por que toda essa pressa?

- Meu pai achou que já era hora...

- Oh sim, claro! O papaizinho mandou. – Ela disse num tom de deboche.

- Pansy, para de agir feito uma criança! – Draco disse nervosamente – Você sabe muito bem que esse é o destino de todos os Sonserinos.

- Pois eu não quero esse destino pra mim.

- Não adianta, você não poder mudar isso.

- Isso pode ser quer não, mas a mim sim. – Ela disse dando fim à conversa e indo em direção ao dormitório feminino.


Era verdade. Ela não poderia mudar as coisas, no fim todos os Sonserinos tornariam-se Comensais. E naquele dia ela foi dormir pensando em tudo isso. Era mesmo justo que ela fosse obrigada a servir numa guerra a qual ela nem queria participar?"



********** ********** **********


Pansy sentiu-se orgulhosa pela decisão que tomou depois de saber da decisão de Draco. Tinha tomado a decisão mais importante de sua vida. Mas, infelizmente, ninguém contraria Voldemort sem receber punição. Ele contava com a nova geração de Comensais para lutar na guerra. Ela não quis saber. E foi esse o motivo que também a fez sentir a maior culpa de sua vida: a morte de seus pais.


********** ********** **********


"Fazia frio naquela véspera de Natal. Pansy havia ido para casa, como sempre, passar o fim de ano com os pais. E naquele ano, não diferente dos seis anos antes, os Parkinson e os Malfoy passariam a data de Natal juntos. Estava tudo impecavelmente perfeito, a Mansão Malfoy era realmente grande.

Pansy sentiu-se angustiada o jantar todo. Aliás, fazia uns dias que ela sentia-se assim, com um tipo de mau pressentimento. Mal sabia ela que estava totalmente correta! Cearam, trocaram presentes e então Aik achou oportuno o momento para dar uma notícia que mexeria com os nervos de Pansy, o que não era nada bom.


- Senhoras e senhores, a notícia que eu tenho para dar certamente deixará todos, principalmente a minha Pansy, muito felizes. – Pansy olhou surpresa para o pai, que a olhava de volta sorrindo. – Filha, o Lord disse que já está mais do que na hora de você entrar para o grupo dos Comensais.


Enquanto todos sorriam e comemoravam o fato, Pansy sentia uma enorme tristeza e vazio dentro de si. Não, ela não queria aquilo para ela! Ela não queria ser uma Comensal da Morte! Ela não queria viver na incerteza de saber se estaria viva ao final de cada dia! De cabeça baixa ela permitiu que algumas lágrimas escapassem. Quando levantou a cabeça, deparou-se com todos olhando-a.


- Algum problema minha filha?

- Não papai... – Ela disse tristemente.

- Ok. Então vamos fazer um brinde à nova Comensal da Morte, Pansy! – Aik disse erguendo ao ar a taça de vinho.


Todos fizeram o mesmo. Draco sabia que a morena tinha odiado aquela notícia. Estava disposto a conversar com ela, fazê-la mudar de idéia. Mas, se ele bem conhecia a morena, sabia que quando ela tomava uma decisão, era difícil fazê-la voltar atrás.

Do jantar até o dia da reunião com o Lord, passaram-se exatamente sete dias. E nesse tempo, a morena pensou e repensou várias vezes se estaria tomando a decisão acertada. Decidiu fazer aquilo que seu coração mandava. Não seria uma Comensal. Mesmo que tivesse que morrer.

Era uma noite fria quando os Parkinson chegaram ao esconderijo de Voldemort. Aik era o mais feliz, seu sonho era que sua princesinha fosse uma Comensal. Dana estava triste, não queria aquele dest6ino para a única filha. E Pansy... Bem, Pansy estava decidida!

Bateram na porta que logo foi aberta por Rabicho. Entraram e Pansy pode notar que aquele lugar horrível e imundo só poderia ser habitado por uma pessoa tão igual. Voldemort estava sentado em sua poltrona, d costas para os visitantes. Quando se virou, Pansy teve ainda mais nojo: aquilo mais parecia uma cobra, um ser nojento e fedido!


- Muito bem senhorita Parkinson, vejo que não gostou muito daqui, não?

- Er... Bem... É que... – A morena disse desconcertada.

- Oh, perdoe a minha filha Lord... – Aik disse temeroso.

- Tudo bem, tudo bem... Logo, logo ela vai se acostumar.


A voz gélida de Voldemort fez a morena temer. Mas não, ela não seria uma assassina. Não queria carregar nas costas a culpa de ter matado inocentes. Isso nunca!


- E então, está perparada para ser uma Comensal? - O Lord perguntou à morena.

- Oh, sim, nós todos estamos muito felizes com...

- Deixe que sua filha responda, Aik. – Voldemort disse cortando o homem e deixando-o sem-graça – Cetamente é isso que ela quer, ou eu estou enganado?

- Na verdade, eu... Eu não quero me tornar uma Comensal. Eu nunca quis isso. Quem quer isso é meu pai! – Pansy disse tirando coragem não sabia de onde - Eu não quero matar.

- Humm... Interessante. Uma Parkinson boazinha. Onde o mundo vai parar? – Voldemort comentou desdenhoso.

- Não sou boazinha! – Ela respondeu por instinto. Odiava ser subestimada.

- Mas não é tão inteligente também. – O Lord levantou-se. – Você não sabe o preço que vai pagar ao negar um posto ao meu lado, querida.


Neste momento os Parkinson temeram, pois sabiam que a única filha seria morta, ali na frente deles por ter tido uma atitude tão infantil. Pansy continuou encarando os olhos de cobra de Lord Voldemort. Sentiu-se tola por um momento ao observar o tal Lord levantar a varinha em sua direção. Draco estava ao seu lado, tentando não parecer assustado com o que aconteceria à sua morena. Então de repente, o Lord sorriu. Todos surpreenderam-se. Aquele homem nunca sorria, era fato.


- Tem uma filha corajosa Aik. – Ele falou ao pai de Pansy. – Uma pena que ela vai pagar caro.

- Oh, pro favor Mestre. Tenha clemência. – Aik prostrou-se na frente de Voldemort, puxando-o pelo manto, que o chutou para longe desgostoso.

- Detesto que me toquem. – O Lord falou com autoridade. – Draco leve a sua namorada daqui, antes que eu me arrependa de não tê-la matado. – Ele disse severo e antes que o loiro e a morena saíssem da sala ele falou para ela. – Sua insolência não acaba aqui.


Draco pôde, por um momento, entrar na mente do Lord e a cena que viu o fez arregalar os olhos. Virou-se para Pansy, que não escondia a preocupação no olhar, mas preferia manter a pose de superior. Mal ela sabia que o preço que iria pagar era alto demais. Muito alto mesmo.

Andaram alguns metros quando ouviram os gritos vindos da sala que acabaram de sair. Pansy ia voltar correndo quando Draco a segurou e a abraçou forte. Aparatou na casa dela. Pansy chorou. Muito. Sabiam o que estava por vir. Aquela foi a última vez que a morena viu os pais vivos.

Depois de toda a tristeza que sentiu durante meses, decidiu não mais chorar ou sofrer, para não dar a Voldemort o gostinho de vê-la triste. Resolvera ser feliz com Draco, e era isso que fazia até hoje."



********** ********** **********


Um sorriso formou-se em sua face. Draco virou-se na cama e olhou para ela.


- Ainda acordada?

- Sim, estava lembrando de algumas coisas aqui.

- Que coisas?

- O dia em que nós nos conhecemos, quer dizer, o jantar lá em casa.

- Que engraçado...

- O que é engraçado?

- Eu estava exatamente sonhando com isso.


Dizendo isso, o loiro deu um beijo apaixonado em Pansy. E o que veio depois foram horas de pura felicidade!

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N/A: Oi!!! *se esconde atrás da cadeira*
Pois é, sei q demoerei BASTANTE pra postar, mas é que eu estava atarefada com outras coisas!
Er... Sem feitiços, ok? =]
O cap. três está aí!!!
Bjks!

~Nandika~

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