Outono



Capítulo 4 - Outono



Se olhasse pela estreita janela da sala, Merope agora poderia ver a única árvore das redondezas quase totalmente desfolhada. Algumas folhas ainda mantinham-se por milagre em seus frágeis pendúnculos, e eram tingidas de um belo tom marrom-avermelhado, característico das folhas de outono. O clima também tornava-se cada vez mais gélido, e a névoa já tomava conta das ruas à noite.

- O que você tanto olha aí, querida? - perguntou Tom, naquele sua voz doce e melosa que ele sempre utilizava para com ela.

E Merope odiava cada vez mais aquela voz arrastada. A alguns meses atrás, a adorava; cada sílaba que jorrava de sua boca parecia a mais linda poesia. Agora... Bem, tudo que é doce demais enjoa.

Não que não o amasse. O amava mais do que nunca, principalmente agora que carregava um filho dele no ventre. Mas só queria que ele agisse naturalmente, como era ao natural, sem ter seus atos e palavras disfarçados pelo efeito daquela maldita poção. Devia sua felicidade a ela, mas odiava o veneno que corria pelas veias de seu amado, porque sentia como se fosse o próprio amor que tanto dedicava a ele que o fizesse agir daquela maneira. Era como se, cada vez que o beijasse, injetasse mais veneno nele. Tom abrira mão de sua fortuna, de sua família, os confortos de seu rico lar, fugira para um lugar hostil e lá permanecia, preso a uma mulher que ele era obrigado a amar. Preso a uma bruxa que o enfeitiçara.

Mas sobretudo odiava aquele momento do dia em que derramava as gotinhas peroladas de poção na bebida dele, sem que Tom obviamente soubesse de nada. Odiava-se profundamente, mas o ódio era esquecido e imediatamente retornava para o fundo de sua mente quando, segundos após ter sua nova porção da poção surtindo efeito, Tom agia cada vez mais apaixonadamente, e Merope tinha confirmada mais uma vez a máxima de que já tinha a mais absoluta certeza: que era ela, e nada mais, que importava para Tom, e que ele a amava acima de todas as coisas do mundo, quiçá do Universo.

- É melhor você sair da janela, ou pode pegar um resfriado - ele disse num tom de voz decidamente preocupado.
- Já estou indo - Merope respondeu.

Tom abraçou-a por trás e beijou seus ombros, esperando com isso atraí-la de vez para a cama. Ao invés disso, porém, Merope segurou as mãos do marido e pousou-as na própria barriga inchada da gravidez.

- Eu estou grávida - disse
- Eu sei - respondeu Tom, e tirou as mãos de sua barriga para ir pousá-las nos seios da mulher, de uma forma obviamente provocante.

Um pensamento arrepiante ocorreu a Merope, que fez com que ela se encolhesse e virasse, aninhando-se no peito do marido.

- Você me ama? - perguntou baixinho
- Mais que tudo, meu amor - Tom respondeu ainda baixinho - Não se preocupa. Vai dar tudo certo. Eu te amo.
- Se eu... - uma lágrima escorreu do canto de seus olhos, indo ser absorvida pelo tecido fino da camisa dele - Se eu te contar uma coisa... Um segredo... Você promete que nunca vai me deixar, que nunca vai me abandonar, qualquer que seja ele?
- Claro. Eu te amo, te amo!

Merope fungou, e abriu um sorriso relutante em meio aos contorcionismos faciais que o choro moldara em seu rosto.

- E nosso filho?
- Também o amo. Ainda não expliquei que vocês são as coisas mais importantes do mundo para mim? - foi a vez de Tom sorrir e afagar os cabelos da mulher.

Aquelas palavras, no entanto, só serviram para fazer Merope irromper num pranto entremeado de soluços angustiados. Sem saber exatamente por que chorava, ela apenas segurou-se a Tom com toda a força que podia, sentindo que, se o soltasse, escorregaria de volta para o abismo de infinita escuridão que havia sido sua vida antes dele.

[...]

O bebê ultimamente anda muito agitado - concluiu Merope, enquanto a superfície lisa e redonda de sua barriga contraía-se de leve com os golpes do passageiro que abrigava em seu inteiror. Os enjôos haviam cessado; entretanto, o peso do ventre inchado tornava quase impossível o sono, seus tornozelos inchados doíam, e ela amaldiçoava cada dia em que aquele parasita insistia em permanecer agarrado em suas entranhas.

Não pedira aquele filho, não clamara por ele; ainda que Tom declarasse abertamente que o amava assim como a amava, Merope preocupava-se com seu próprio futuro ao lado de Tom, e temia a possibilidade de ser preterida ao filho. Mas, sobretudo, preocupava-se porque, embora tivesse aprendido desde menina a aproveitar cada migalha que preechesse a dispensa de uma casa, o dinheiro de ambos estava quase ao fim. Já sentia a escassez de comida - embora Tom não percebesse nada de diferente, graças aos seus eventuais sacrifícios, e o inverno se aproximava, o que por si só já era preocupante. O verão, apesar de tórrido, durara pouco, e foi apenas o mês de Outubro chegar que o vento gélido do Inverno começara a ameaçar-se por entre as frestas das janelas e portas.

Àquela manhã finalmente conseguira convencer Tom de sair para procurar um emprego - argumentara apenas com o que havia de mais óbvio: que seu filho estava para nascer, que o dinheiro estava acabando, e que o inverno prometia ser mortal - o que, diga-se de passagem, foi mais do que o suficiente para convencê-lo a abandonar o ninho de paixão que compartilhava com a esposa.

Não que Merope achasse que Tom tinha alguma chance. Sabia que simplesmente a cara de pateta abobalhado de Tom seria suficiente para fazer com que o empregador sequer o olhasse duas vezes. Isso doía-lhe, porque o Tom que conhecera era vívido e alegre em sua esnobice, e era por esse Tom que se apaixonara. Se antes ele lhe dirigia os mais cruéis olhares de desprezo, se agora tudo que dirigia a ela advinha da mais pura paixão (seria aquela paixão pura?), de que lhe valia, se ele sequer parecia ter vida; sequer parecia ter alma própria?

Às vezes tentava provocá-lo, para vê-lo reagir a alguma coisa que não fosse às suas carícias. Xingava-o, acusava-o de vagabundo por ter abandonado o emprego. Mas então, segundos depois, Merope percebia que não sabia provocá-lo; não fora educada para tanto; nascera para obedecer e seria subserviente a qualquer um, de qualquer espécie, de qualquer sexo. Ainda assim, era Tom quem caía de joelhos aos seus pés e os beijava, e pedia desculpas por todos os seus erros e por tratar tão mal uma mulher tão maravilhosa como ela. Ocasiões assim eram sempre seguidas por tórridos reconcilhamentos, que apenas reforçavam em Merope sua certeza de que, apesar de alguns contras, os prós daquela relação doentia pesavam muitos mais na balança de erros, pecados e dores que sempre fora sua vida.

Então, ainda naquela fresca manhã de outono, véspera de Halloween, Merope usara o mesmo argumento de sempre para tirar Tom de casa. Precisava voltar ao Beco Diagonal, e não adiantava onde quer que fosse, Tom fazia questão de ir junto. Bem, dessa vez obviamente ela tinha de ir sozinha.

Listava mentalmente os ingredientes que já conhecia de cor. Lágrimas de unicórnio para misturarem-se às lágrimas do apaixonado, pó de garra de dragão para fortalecer o sentimento, absinto para dar aquela deliciosa sensação enebriante, essência de murtisco para aliviar a dor da paixão, quartzo rosa para forjar a pureza do amor, mel de rosas para despertar desejo.

Um sino tocou ao fundo da pequena e abafada loja. Era um pequeno salão, onde um balcão composto de várias estantes abarrotadas dos mais variados mateirais jazia ao fundo, e um cheiro estranho impregnava o ambiente. Ficava na esquina exata que separava o Beco Diagonal da Travessa do Tranco.

Uma velha, cujo nariz estava tomado por verrugas de grande dimensão e ostentava uma barbicha rala sobre o queixo, vinha sempre lhe atender, com ar de quem não gostava de estar sendo interrompida no que quer que estivesse fazendo. Reconheceu o rosto da jovem pálida e grávida, e seu olhar incorreu numa demostração de indiferença crua.

- O de sempre, eu suponho - a senhora disse
- Sim... quero dizer... - Merope desviou o olhar dos olhos frios da balconista - Sim.

A velha virou-se e dirigiu seus passos para o fundo da loja. Minutos depois, retornou trazendo uma braçada de pequenos frascos que tilintavam.

- Lágrimas de unicórnio, pó de garra de dragão, quartzo, absinto, mel de rosas... É isso?
- E... Essência de murtisco. - disse Merope, olhando para os próprios pés.

A velha franziu a testa.

- Você sabe, essa poção pode ter graves efeitos colaterais sobre a criança...
- Não é para mim - disse Merope baixinho, enquanto remexia nos bolsos em busca do dinheiro.
- Mesmo se for o pai quem tomar a poção, isso pode influenciar. - continuou a senhora

Merope irritou-se. Largou o dinheiro sobre o balcão bruscamente e recolheu os frascos dentro da bolsa.

- Me deixe em paz, está bem? - Ela falou baixinho, mas raivosa, e virou-se para ir embora.
- Estou falando de coisas como a total incapacidade de amar. É perigoso. A criança sente que o amor que a gerou é falso...
- Não há nada de falso no meu amor! - gritou Merope num tom agudo e histérico
- Então para que é que você usa a poção? Esses são os ingredientes da Amortentia, é isso mesmo que você quer?
- Eu... Eu... - os olhos de Merope procuravam urgentemente uma saída e ela tremia ligeiramente, fazendo os vidrinhos dentro de sua bolsa tilintarem
- Ora, cada um faz o que quer da vida - disse a velha, sorrindo horrivelmente - Mas não posso assumir a responsabilidade por estragar tantas vidas.

Merope permaneceu quieta e calada, ainda trêmula; seus olhos voltados para o chão. Sua respiração estava ofegante. Depois de alguns silenciosos segundos, ela levantou um pouco a cabeça, mas ainda manteve os olhos distantes dos da senhora.

- Ele está estranho - disse
- Estranho como? - perguntou a velha, no mesmo tom de indiferente desdém com que lhe atendera
- Eu... Eu só queria que ele me amasse de verdade.

A velha sorriu novamente, mostrando os dentes cariados; seus lábios finos e enrugados curvando-se num esgar malicioso.

- Mas, querida, você nunca vai saber se ele te ama, se continuar a dar a poção.
- Eu tenho medo. Ele pode me abandonar...
- Você carrega o filho dele, não carrega?

Merope fez que sim com a cabeça.

- Então, por que não tentar?

E aquelas palavras ficaram presas em sua mente.


[...]


O relógio na parede tic-taqueva numa constante e irritante interrupção da paz silenciosa que reinava na casa. Era noite de lua cheia, o que sempre despertava ânimos mais afogueados em Merope, que, àquela hora, estava sentada, folheando um velho livro qualquer, esperando Tom retornar de mais uma busca inútil por emprego. Quando o relógio batesse oito horas, faria vinte e quatro horas que ministrara a Poção para Tom e, portanto, o efeito cessaria.

Era noite de Halloween, o primeiro Halloween que passavam juntos, e a data era mais que conveniente para a revelação que estava prestes a fazer.

Quando ainda morava com o pai e o irmão, o Halloween não era data para comemoração, ao menos não para ela. Acendiam-se algumas velas nas janelas de casa, e então, perto da meia-noite, Morfin e Marvolo saíam de casa e a trancavam por fora, para que Merope não pudesse fugir.

Enquanto ainda era criança jamais tivera a coragem de sequer sentir curiosidade. Apenas pressentia que se ousasse sair de casa e seguir Morfin e Marvolo para dentro da floresta, onde faziam seus rituais de Halloween, seria duramente castigada. Ou talvez o que mais temesse fosse pela descoberta do tipo de ritual que eles perfaziam por lá.

Mas, uma noite, quando devia ter seus doze anos - aquela fora a época de sua vida em que fora menos triste, porque ainda possuía a ingenuidade de criança, mas alguma malícia da juventude; apenas o suficiente para saber fugir melhor das surras do pai, mas não o suficiente para perceber exatamente o que acontecia - uma noite, num gélido Halloween, quando a névoa era tão espessa que se confundia com a névoa de sua própria respiração condensada, e quando algumas árvores ainda conservavam parte de sua folhagem outrora espessa; nessa noite resolvera escapar para descobrir o que Morfin e Marvolo tanto faziam em suas noites de Halloween.


Esperou tempo suficiente apenas para que os passos dos dois não fossem mais ouvidos, e então, com a ajudinha de um simples feitiço, destrancou as travas da janela - não conseguia abrir as da porta - e pulou para fora.

Nem ela sabia o que esperava; talvez seu gosto por aventura estivesse excitado àquela noite, que também era de Lua Cheia, mas o fato é que chegou facilmente a um ponto na floresta a partir do qual podia ouvir vozes e mesmo avistar a fumaça de uma fogueira em alguma clareira.

Excitada, correu depressa, tomando cuidado para não pisar em nenhum graveto que denunciasse sua presença, e então chegou o mais próximo que pôde arriscar sem ser notada.

E então, o que antes lhe soara como vozes imperceptíveis devido ao barulho sutil da lenha da fogueira estalando, tomaram um novo sentido aos seus ouvidos.

Gemidos. Gemidos que uma criança de doze anos não soube interpretar corretamente; e então, com a curiosidade ainda mais atiçada, chegou mais perto. Tão perto que pôde visualizar exatamente o que ocorria entre o pai e o irmão.

Chocada, correu mais depressa do que deveria, só sendo parada pelo feitiço de Marvolo. As lágrimas cobriram seu rosto numa velocidade assustadora, até que desmaiou de dor.


E as lembranças daqule Halloween haveriam de perseguí-la pelo resto de seus dias.

Mas, ali, sentada à mesa onde um belo pudim de rins descansava no centro, sua preocupação era outra.

O relógio bateu oito horas, e como se houvesse sido combinado, Tom bateu à porta, tão rápido que ela podia jurar que ele havia aparatado.

Ele a cumprimentou gravemente, mais grave do que de costume, e à expressão dele, todo o corpo de Merope se retesou em nervosismo.

- Senta - ela convidou, tomando seu próprio lugar à mesa.

Tom grunhiu qualquer coisa em resposta, e serviu largas porções do pudim no prato. Aquele era outro sinal de alerta- ele não costumava comer muito, pelo menos não em sua companhia.

- E então, meu amor, como foi o dia hoje? - ela perguntou cautelosamente.

Também reparou no tempo anormalmente alto que ele levou para responder, como se estivesse decidindo se Merope valia qualquue resposta sua.

- Horrível. Como mais haveria de ser? - ele grunhiu em resposta, com a boca ainda cheia.
- Bem, eu entendo - disse Merope, sorrindo compreensiva - Mas agora você está de volta em casa, e é Halloween.
- Que diferença faz? - ele falou baixinho, mas o suficiente para que Merope ouvisse.

Tom comeu como nunca àquela jantar, como se saciasse uma fome de vários meses. Não lhe dirigiu sequer uma palavra além das respostas monossilábicas que ela lhe arrancou por meio de perguntas diretas.

Ao final do jantar ele caiu sobre a cama, imóvel como uma pedra, totalmente vestido. Roncava baixinho, e seu sono lembrava o que se seguia a uma noite de bebidas em excesso; pesado, opulento, grosseiro por si só. Merope arrancou os sapatos do pé do marido, tentando não acordá-lo - outrora, ele jamais permitira que ela fizesse aquilo.

Merope passou uma noite inquieta, ao lado de um marido tão adormecido quanto um cadáver. De fato, a certa altura, obrgou-se a pousar a mão sobre o peito de Tom para verificar se ele ainda continuava vivo. E foi só quando o sol ameaçava raiar no horizonte que Merope finalmente adormeceu.

Na manhã seguinte não encontrou Tom ao seu lado na cama. Estranhando o vazio, ela ainda piscou algumas vezes e tateou freneticamente, até levantar-se num salto brusco da cama.

- Tom? - chamou.

Não houve resposta.

- TOM? - ela gritou; os olhos cheios de lágrimas.

Alguns segundos se passaram até que houvesse resposta.

- Estou aqui

Uma onda de alívio inundou o peito de Merope e dissolveu o nó de preocupação que se entalara em sua garganta. Nervosa, ela correu para o marido que estava sentado à janela, observando alguma coisa no horizonte.

- O que houve? - perguntou, nervosa
- Nada - ele respondeu baixinho, e se levantou.

Merope seguiu-o até o quarto. Tom encostara a testa na parede e estava de olhos firmemente fechados. Tremia.

- Tom... - Sussurrou Merope, encostando cuidadosamente a mão no ombro do marido.

Tom repeliu fortmente seu gesto, e fungou com raiva.

- Tom, o que está acontecendo? - perguntou Merope à beira das lágrimas
- Já disse; não está acontecendo nada! - ele gritou e saiu do quarto, voltando para a sala.

Nervosa, foi a vez de Merope explodir.

- Eu sou sua mulher, preciso saber o que está acontecendo! - gritou
- Você quer saber qual é o problema? Eu digo qual é o problema! VOCÊ é o problema!

Finalmente a lágrima que ameaçava cair de seus olhos escorreu pelos cílios, e junto com ela, mais algumas outras jorraram. Calada, Merope apenas ouvia os gritos do marido, encostada na perede como medida preventiva - podia cair e desamaiar a qualquer momento.

- Como foi que eu vim parar aqui com você? Você... Você é... Você não é ninguém, é só... Só uma mulherzinha esfarrapada... Feia, fedida. Você FEDE, Merope! Eu... O que foi que você fez comigo? O que...? - Tom urrava, confuso. Seus olhos arregalados corriam de um lado para outro, como um animal acuado que buscasse uma saída.
- Tom, por favor, escute... Por favor... - implorou Merope.

A jovem ajoelhou-se aos pés do marido, enquanto uma fonte de lágrimas nascia através de seus olhos e ela fazia os cabelos de esfregão, como que para limpar o caminho de seu amor, maculado por seus próprios passos.

- Eu sou uma bruxa. Uma bruxa, mas.. Ah, meu amor, o que importa? Nosso amor não foi magia, não, não, foi real... Real... - ela soluçava e repetia
- BRUXA! - urrou Tom, horrorizado, e pulou para fora do alcance das mãos de Merope que agarravam a bainha de sua calça.
- NÃO! Tom, não! Nosso amor é real, querido, olhe... Olhe, olhe só, nós vamos ter um bebê, vamos ter um filhinho... - e Merope alisava compulsivamente a barriga - Se você não me ama, ao menos fique pelo nosso filhinho, Tom, ele precisa de você... Ah, meu amor, meu amor...
- BRUXA! Eu tenho nojo... De você. Nojo dessa... dessa criança, também. - ele disse, trêmulo.
- NÃO! - gritou Merope, agarrando-se aos pés de Tom - TOM, NÃO! NÃO, NÃO, NÃO... Não, meu amor, não, por favor, não vá...

Mas era tarde demais. Tom Riddle abriu a porta, e, lançando um olhar do mais puro desprezo à esposa, saiu; Merope ainda ajoelhada à saída; a porta ainda aberta; vizinhos curiosos começando a sair para verificar o motivo de tamanha confusão.

Isso deu-se no dia primeiro de novembro. Um mês ainda faltava para o Inverno, mas era apenas gelo e neve que cobria o coração de Merope Riddle.

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