Passagem de Ano em Verde-Salsa



Nota: Todas as personagens são trouxas.

1ºCapitulo - Passagem de Ano em Verde-Salsa

Diário Secreto de uma adolescente!
( Não! Tenho19 anos, não sou uma adolescente e daqui a umas semanas o diário não vai ser assim tão secreto. Não consigo resistir, deixo sempre que leiam os meus diários. )

Diário de uma jovem.
(Que titulo mais pãozinho sem sal. Definitivamente não.)

Diário de uma jovem desesperada.
(Já está melhor. Mas uma jovem desesperada sou eu e mais 75% da comunidade jovem mundial.)

Diário de uma jovem ridícula e desesperada.
( Ainda assim, continua pouco especifico.)

Diário de uma jovem ridícula e desesperada por um homem maduro, sincero, fiel, musculado, que tome banho e não deixe a tampa da sanita aberta.
(Perfeito! Ou será demasiado descritivo? Acho que não…)

31 de Dezembro ( Antes da Festa )

O meu nome é Luna Lovegood, ou tonta lunática para os amigos e a minha última reencarnação foi a Marilyn Monroe.
Tenho 19 anos e moro em Londres, sozinha num apartamento por cima da redacção da revista do meu pai. É verdade, o meu pai é internacionalmente conhecido por publicar a The Quibbler, uma revista diversas vezes condecorada e bastante credível.
E também sou uma jornalista bastante importante da revista, escrevo exaustivamente numa das secções mais importantes e esclarecedoras que ficou a meu cargo: as programações das televisões.
Mas hoje a redacção está de férias, fomos todos convidados para uma festa de Passagem de Ano no apartamento económico do meu pai. É um apartamento magnífico que fica no bairro da comunidade turca.
O meu pai tem uma nova namorada, e quer apresenta-la aos amigos e à filha, durante a festa. Deve ser mais uma interesseira loira que eu tenho que fingir que gosto.
Eu preferia ficar em casa a ver o programa sobre os dragões refugiados em Macau, mas eu adoro o meu pai e não era capaz de recusar o convite dele.
O Neville ainda me convidou para a sua festa temática sobre a couve-galega, mas resolvi não ir. Não ia passar a passagem de ano com o meu ex-marido.
É verdade, eu já fui casada com o Neville Longbottom. Tinha 17 anos quando ele foi viver comigo.
Foi o pior ano da minha vida. O Neville era desastrado, gordo e ecologista. Não tomava banho para poupar água. E tinha um estranho e nada saudável fetiche com plantas espinhosas.
Mas a gota de água e o motivo para o divórcio foi quando o apanhei enrolado com a professora Sprout do clube de jardinagem do liceu em cima das roseiras do meu pai.
Só estive junto com ele durante um ano e não foi um ano feliz. Já é passado, não vale a pena recordar!
Agora vou ter com a Madame Karadecula, a minha conselheira espiritual. Ela dá-me umas dicas óptimas e põe-me em contacto com a minha mãe que morreu.
Luna Lovegood

1 de Janeiro

Ontem tive um dia e uma noite muito atribulados.
Pela hora de almoço, quando fui ao consultório da Madame Karadecula, ela disse-me que era essencial eu ir vestida de verde-salsa para a festa de Passagem de Ano. Porque o verde-salsa atrai muito boas energias para a passagem de ano e se eu fosse vestida de outra cor teria azar durante 3 anos.
Claro que tinha que ir vestida de verde-salsa, embora eu não soubesse exactamente o que era verde-salsa.
Dei voltas aos armários e só consegui encontrar um chapéu verde-vomitado e umas chocas verdes que a Mrs.Figg acha que são verde-quase-salsa.
A Mrs.Figg é uma velhota que vive ao meu lado. Aliás, foi a Mrs.Figg que me emprestou o vestido verde-salsa para a festa. Um vestido muito “clássico” que tem uma enorme mancha de urina de gato.
Mas, já eram horas da festa começar. Vesti o vestido verde-salsa com cheiro a urina, o chapéu verde-vomitado e as chocas verde-quase-salsa.
Já estava protegida contra as más energias da Passagem de Ano. Agora só faltava apanhar um autocarro e ir para a festa.

Quando cheguei ao apartamento do meu pai, a festa estava muito animada.
Estava lá a redacção toda da The Quibler:
-A Anna Burger. É uma amiga de meia-idade do meu pai que parece um homem. Fuma que nem uma chaminé e não tem formação jornalística, mas ela cresceu junta com o meu pai. É canalizadora nos tempos livres e fez à pouco tempo uma reportagem fantástica sobre os ratos com mutações genéticas que o governo cria nos esgotos.

-O Arnold Paper. Ele é um desgraçado. O meu pai tornou-o jornalista da revista por solidariedade. O Arnold vivia na rua e é filho de marcianos. Pobre coitado! Ele nem escreve grandes reportagens, mas limpa as secretárias como ninguém.

-A Susan Drank. Adoro a Susan. Ela é a melhor jornalista da revista. É amiga da Anna Burger e foi por isso que entrou na The Quibler. Veste-se bem e escreve umas reportagens de saltar da cadeira. Foi ela que escreveu a reportagem sobre a Madama Karadecula e sobre o facto haver um deputado lobisomem. Escreveu umas teorias excitantes relacionadas com a parapsicologia.

-A Kate Smith. Péssima! É uma reles jornalista estagiária. Ela tentou entrar no Times, mas como teve péssimas notas no final do curso, não conseguiu. O meu pai pôs um anúncio no jornal e ela foi a única que respondeu ao anúncio. Os jornalistas ficam sempre com receio de entrar na revista do meu pai, têm sempre receio de não conseguirem alcançar a qualidade que a The Quibler tem. Mas a Kate não quer saber da qualidade. Quer sempre publicar patetices sobre o preço do petróleo e politiquices.

E para além dos jornalistas todos, estava lá uma mulherzinha cigana pálida com uns óculos enormes. Presumi logo que era a nova namorada do meu pai.
Fui logo perguntar à Susan quem era aquela cigana com ar ordinário. Mas nem foi preciso a Susan responder. O meu pai chegou imediatamente para me cumprimentar e apresentou-me à cigana. A cigana chama-se Mary Santini e é a nova namorada do meu pai. O meu pai pensa que ela o ama, mas eu sei que é mentira. É mais uma mentirosa sacana. Mas vou fazer tudo para o meu pai perceber que só houve uma pessoa que o amou verdadeiramente. Só a minha mãe o amou. Não vou deixar que enganem o meu pai.

Mas de resto passamos a passagem de ano a comermos aperitivos e a ver o final do Survivor. A cigana da Mary tentou meter conversa comigo, mas eu não dei hipóteses.

Já passou mais um ano. Vamos entrar noutro ano.
Para mim mudar de ano não vai mudar nada na minha vida. Já sei como é, vou continuar com a minha vida metida no apartamento sozinha.
Não tenho grandes esperanças para o novo ano.

Os anos passam e eu vou continuar uma solteirona que todos acham esquisita.
E isso dificilmente vai mudar. Só um milagre...
Luna Lovegood

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