Viva Slughorn!



N.A.: *capotando* Mais de 200 views! Caramba, gente, assim vocês me deixam até emocionada! Valeu por quem comentou!!!

Danny Evans: Os próximos capítulos já estão chegando! E, sim, nosso Six sabe mesmo como seduzir alguém. Beijinhos!

Morgana Lupin: Bem, não é só de histórias felizes que é feita a literatura... Não é porque a história é triste que deixa de ser bonita. Pode deixar que eu dô uma passadinha na sua! (Se eu já passei nela, não ligue, ando tendo certos bloqueios mentais)

Ana Bolena Black: Valeu por ter gostado do capítulo! Pois é, a fic vai figurar em torno da indecisão da Lily. Cá entre nós, ela tem motivos! Eu escolhia todos! E o Remus, realmente, ele consegue ser muito fofo. Beijos!

Ellen: Essa fic é universo alternativo, não há pretensão em justificar fatos oficiais... Danem-se os fatos oficiais! Assim é que é legal! Adorei a sua fic Marotamente Apaixonados! Você podia escrever uma continuação... Beijinhos!

Thatty: A sua fic tá muito, muito boa mesmo! Tô conferindo pra saber quando você posta! Continue lendo a minha, e pode deixar, eu mando um aviso quando atualizar!

Bruh ternicelli: Amei a sua fic ComPAItilhando!! No começo é assim mesmo, principalmente quando ninguém comenta! Mas continua a postar, a fic de vocês tá demais! E continue lendo a Perfume!

Gaby Evans Potter: Caramba, eu capotei quando eu vi que você tinha postado. Sério, adoro a sua fic, não paro de ler, às vezes leio o mesmo capítulo mais de três vezes... E ainda por cima, saber que a minha fic é recomendável, me deixa so happy!!! Obrigada, obrigada mesmo! Ah, eu também compartilho da sua dúvida... *batendo a cabeça na parede* Não sei com quem a Lily fica! Caramba, estou terrivelmente indecisa... Mas não sei se vai dar J/L no final, não estou planejando fazer uma fic que justifique fatos oficiais... Também adoro J/L, mas... depende do desenrolar da trama! Continue lendo!

Mari Johnson Weasley: Sério que tá perfeita? Que bom que você gostou, eu às vezes tenho dúvidas... Lily realmente abala corações, também, inteligente, personalidade forte... Até eu! Obrigada!

Líll Ginny Potter: Que bom que você gostou tanto! Quem é autor se sente realizado quando ouve coisas assim! É, na verdade eu acho os nomes originais mais simpáticos... Assim como tem coisas que só funciona no inglês, tipo o anagrama do Remus Lupin... (Se você ajeitar as letras do nome do Remus, dá Primus Lune, que quer dizer lua cheia em latim. Quase pirei quando li!). Beijos e obrigada!

Vanessa Evans Potter: A sua fic tá muito legal mesmo, é que tem um livro do Pedro Bandeira chamado A Marca de uma Lágrima, e eu lembrei... Mas você leu a minha fic? Se leu, não disse o que achou... Da próxima vez, comenta, e atualiza logo lá!



Capítulo 2: Viva Slughorn


No dia seguinte, foi Remus, como de costume, quem acordou primeiro, com o Feitiço Despertador que lançara nas cortinas, que, pontualmente às sete da manhã, se jogavam em cima dele como se estivessem pulando de bungee jump. Depois era só pregá-las de novo.

Depois de se vestir, tirou o seu enorme bisbilhoscópio, artigo de colecionador, do malão e começou a derramar água em cima da escrivaninha. Como esperado, o bisbilhoscópio começou a apitar freneticamente, acordando os outros Marauders.

— Remus e suas maneiras originais de nos acordar — resmungou James, escondendo a cabeça debaixo do travesseiro.

— Vamos levantando, pessoal — disse Remus, bem alto. — Hora do café…

Peter ficou de pé imediatamente, batendo a cabeça na quina da cama.

— Ai — gemeu ele, os olhos lacrimejando —, odeio deitar no beliche de baixo — reclamou.

— Você deita nele desde o primeiro ano — disse James, pulando do seu beliche e caindo no chão com um ruído suave.

— Odeio ele desde o primeiro ano.

Os outros dois riram, enquanto James ia para o banheiro. Sirius continuava dormindo tranquilamente.

— Será que deveríamos acordá-lo? — sussurrou Peter.

Remus concordou com um aceno divertido:

— Feitiço Expulsório ou Feitiço Convocatório?

— Façam o Aguamenti — sugeriu James do banheiro. — É bem mais engraçado.

Com uma concordância silenciosa, Moony e Wormtail se prepararam, enquanto James espichava a cabeça para fora do banheiro, a fim de espiar.

— No três — comandou Remus. — Um… dois… e… três!

AGUAMENTI! — gritaram Remus e Peter ao mesmo tempo, fazendo uma enchente despencar em cima do adormecido e incauto Padfoot.

Sirius se levantou imediatamente, ofegando e tiritando de frio.

— Nosso presentinho de começo de ano — riu Remus. — Que você não
perca a primeira aula.

Xingando meio mundo, Sirius pulou para fora do seu beliche.

— Ótimo, agora vou pegar um resfriado.

Tadinho… — ouviu-se a voz de James do banheiro. — Ele vai pegar um resfriado… Que peninha…

— Cala a boca, corça.

— CERVO!

Sirius ficou tentando se secar, enquanto Remus e Peter rolavam de rir no
chão.

— Tá bem, Sirius, vou ser bonzinho — disse Remus, aspirando a água com
um gesto da varinha.

— Oh, Moony… Você me comove com sua piedade — resmungou Sirius, pegando sua própria varinha e secando seu pijama. — A cama você seca, Wormtail, senão o seu beliche também vai molhar.

— Eu não disse que odeio deitar na cama de baixo? — disse Peter, se adiantando para secar os lençóis e colchões.

— Bem, eu vou me adiantando — disse Remus, num tom que ele pretendia que parecesse displicente. — Ou vou perder o café… Depois vamos ter que voltar pra apanhar o material.

E saiu na frente, quase apressado. Ao ouvir a porta bater, Sirius riu:

— Francamente, o Remus só piora com o tempo. No final do ano, ele vai estar chegando cinco horas para o café.

— E nós atrás dele — disse Peter. — Ele não se contenta em acordar sozinho, quer que a gente acorde junto.

James, sai do banheiro! — exclamou Sirius. — Lily não vai aceitar seu convite para sair só porque você está mais perfumado…

— Deixa eu tomar meu banho em paz, porra! — reclamou James. — Sério, Six, você não pára de encher!

— E a culpa é minha se eu também preciso tomar banho?

Peter suspirou.

— Já vi que hoje vou ter que tomar banho depois do almoço…

— …pra morrer de congestão — acrescentou Sirius com displicência.

— Seu esculhambado.

— Olha, Jay, Pete aprendeu uma palavra nova!

— Gracinha. Sirius não estava tão alegre ontem quando ficou olhando para Lily…

Sirius empalideceu violentamente, enquanto James falou do banheiro:

— Sirius não estava tão alegre quando o quê?

Padfoot tapou a boca de Wormtail, enquanto gritava:

— Quando Iris Sunflower se sentou na mesa da Corvinal do lado do Fabian Prewett, como se eu me importasse…

— Ah.

Sirius encarou Peter.

Está maluco?! — sussurrou. — E se James desconfia, seu panaca?

— Ué, pensei que Sirius Black nunca se deixasse levar…

— Cala essa boca antes que James perceba. Ai de você se contar para ele alguma coisa!

— Então aconteceu alguma coisa entre você e Lily? Eu só vi o jeito que ela olhou pra você…

Não, não aconteceu nada. — “E nem vai acontecer”, acrescentou Sirius em pensamento. — Mas se sair por aí espalhando, as pessoas inventam histórias, sabia? E essas histórias podem acabar com a nossa amizade. Você quer isso? Que os Marauders se separem?

— De jeito nenhum! — exclamou Peter baixinho.

— Então, silêncio.

Peter fez que sim com a cabeça, agitado.

— Ei, Six, Pete, vocês ainda estão aí ou morreram? — perguntou James do banheiro.

— Morremos de tédio — disse Sirius, sem sorrir. — Sai desse banheiro!

— Tô saindo, calma, Paddy.

— Calma nada, e é Padfoot.

Enrolado em uma toalha, James saiu, e Sirius entrou às pressas.

— Você me espera, Prongs?

— Espero, Padfoot. Espero se você não demorar muito, eu não quero
morrer de fome.

— Tá certo.

— Bem, eu vou indo, James — disse Peter, incomodado.

— Manda um beijinho pra Lily e diz que eu já estou chegando.

Pela primeira vez, Peter não riu com uma piada de James.

— Tá… tá OK.

E saiu às pressas, deixando para trás um James aéreo e um Sirius muito perturbado.




Remus foi decididamente o primeiro a entrar no Salão Principal, depois dos professores, atraindo um comentário engraçadinho de Slughorn:

— Caiu da cama, Sr. Lupin?

— Não, professor — disse Moony, corando. — Só quero ter tempo pra
tomar café sossegado.

Logo atrás de Remus, vieram Lily e Daisy. O garoto ficou admirando os olhos verdes da garota, que logo recebeu um chamado de Slughorn:

— Ora, ora, se não é minha aluna favorita!

— Ora, ora, se não é o meu professor mais puxa-saco! — sorriu Lily.

Slughorn coçou a cabeça, onde se viam alguns vestígios de sua cabeleira
cor-de-palha. Ele nunca conseguia agüentar uma resposta de Lily.

— Oho! Sempre fazendo brincadeirinhas, não é?

A garota sorriu encantadora.

— Bom dia, Prof. Slughorn.

— Bem, Srta. Evans, vai cursar minha matéria esse ano?

— Como se eu pudesse deixar de cursar Poções… Provavelmente você, e a turma toda da Grifinória iria me matar.

— Ho, ho. Bem, Lily, eu queria dizer… Esse ano, semana que vem, mais
precisamente, estarei completando 40 anos de serviço em Hogwarts.

— Sério, professor? — disse Lily sorridente. — Parabéns!

— Obrigado, minha cara. E, bem, eu pedi permissão a Dumbledore, e farei uma festa… Só para alunos de quinto ano para cima, claro. E queria pedir sua presença… E da Srta. Lynch, é claro…

Remus, que escutava a história toda, riu soturno. Ele nunca seria convidado para uma festa de Slughorn.

— É claro que estarei lá, professor! — disse Lily radiante.

— Eu também — disse Daisy laconicamente, indo se sentar na frente de Remus. — Odeio as festinhas do Slughorn — sussurrou para o garoto, que conteve o riso.

Logo Lily se juntava aos dois, ao lado de Remus, que aspirou profundamente o perfume da garota.

— Então lá vai a estrela de Slughorn — disse Daisy insinuante.

A ruivinha sorriu corada.

— Ah, não exagera, Daisy. Ele pega no meu pé, mas nem tanto.

— Quem manda ser um talento em Poções — riu Daisy. — Para Slughorn, é Deus no céu e você na terra.

— Eh, Lily…

A garota se virou para Remus, que, muito corado, parecia fazer um esforço para falar.

— Você é realmente boa em Poções, sabia?

— Ora, obrigada, Moony… — disse Lily, corando mais.

Remus sentiu como se uma brisa acariciasse seus ouvidos, com o modo que ela falava seu apelido. “Moony”. Cada “o” se destacando naquela boca linda de lábios perfeitos… “Por Merlin, Remus John Lupin, controle-se!”.

— Bem, eh, então… Eu sou um fracasso com o Slughorn.

— Ah, qual é, Remus, você não vai tão mal assim. Já vi Peter Pettigrew transformar uma Poção da Paz em uma Poção para Nascer Espinhos. Você pelo menos passou para o nível avançado.

— Mas vou tirar “Trasgo” em Poções nos N.I.E.Ms — contestou Remus em quase desespero. — Preciso. Muito. De ajuda.

— Ah — entendeu Lily. — Quer que eu te dê uma força?

Remus sentiu seu estômago dar uma volta completa.

— Eh… sabe… é isso. Se… se não for ficar pesado pra você…

— De modo algum, Remus — sorriu a ruivinha, e Remus sentiu um calafrio lhe percorrendo as costas. — Quando você quer começar?

— Você que sabe, Lily.

— Mas você não tem os deveres de monitor?

— Ah, é — disse Remus amaldiçoando mil vezes aquele distintivo. — Mas diz o dia que você quiser e eu digo se posso.

— A gente tem que ver, os horários…

— Já trouxeram os horários? — perguntou uma voz vinda do hall.

Era Cherry, acompanhada de Maggie, Iris e Peter, que estava todo encolhido, vindo no meio de uma leva de alunos da Corvinal e Lufa-Lufa.

— Ainda não — disse Daisy. — Está melhor, Iris?

A garota fez que sim com a cabeça, balançando suavemente os longos cabelos castanhos, muito quieta. Moony e Wormtail decidiram não fazer comentários. O último se ajeitou ao lado de Remus.

— Padfoot anda me metendo medo — sussurrou Peter.

— O que foi que ele fez?

A boca de Peter se abriu, pronta a contar as insinuações de Sirius para Lily, mas foram outras palavras de Padfoot que ecoaram em sua mente. “Então, silêncio”.

— Nada, só quase me assassinou pra entrar no banheiro depois que o James saiu.

Desconfiado, Remus ergueu a sobrancelha. Seu olhar rápido e astuto logo captou as pernas de Peter tremendo e o modo como ele se mexia na cadeira, sinais infalíveis de mentira.

— Conta a verdade, Pete.

— Hã? — exclamou Peter, numa reação exagerada.

— Por que você está mentindo?

— Não estou mentindo — disse Wormtail. Rápido demais.

— Pára. Você pode mentir para Flitwick, dizendo que se acidentou e não pôde terminar a lição. Não para mim, que te conheço há sete anos.

Peter olhou para a mesa, envergonhado por nem saber mentir. Padfoot e
Prongs podiam dizer as coisas mais sacanas sem que quase ninguém desconfiasse. E ele tinha aquela boca enorme.

— Não posso falar, se eu falar vai dar problema.

— Peter Pettigrew… — disse Remus em tom de aviso.

— Que merda, Moony! Não me pressiona! — disse Peter com a voz
entrecortada. — Sirius disse pra que eu não contasse!

“O que será que pode ser tão sério?”, pensou Remus.

— Para mim, você pode contar.

— Não, eu não posso! Envolvem a gente, envolvem os Marauders, pode ser que, se alguém mais souber, acabe com nossa amizade!

— Acabar com nossa amizade? — disse Moony, agora realmente preocupado.

— É, me deixa quieto, Remus!

— Eu prometo que não conto para ninguém, nem para o James, mas fale, estou nervoso!

Peter olhou para os lados nervosamente. As conversas e risadas já iam altas no Salão e ninguém repararia na conversa.

— Promete…

— Juro.

— Sirius está a fim de Lily.

Foi como se um balde inteiro de gelo se virasse no estômago de Remus. A sensação desagradável de frio invadiu suas veias, se espalhando pelo corpo todo, tornando cada membro com a firmeza de uma gelatina.

— Eh… Moony? Tá ouvindo?

— Tô… Acho que tô — disse Remus, distante. Sacudiu a cabeça e se forçou a olhar para Peter. — Sirius… a fim de Lily? De onde tirou isso, Pete?

— Eu não sou tão besta como vocês acham que eu sou — disse Wormtail em tom confidencial, como se não quisesse que ninguém mais soubesse que ele não era besta. — Eu olho as coisas, sabe. Eu vi o jeito que a Lily ficou quando o Sirius falou com ela.

— A Lily ficou? — perguntou Moony como se seu pior pesadelo tivesse se tornado realidade. — Ela se interessou pelo Sirius?

— Pelo menos ficou toda mexida quando Six se despediu dela…

“Pronto, Remus. Agora se atire de um precipício.”

— Bem, eh… E Sirius lhe disse para não contar para ninguém?

— Ele disse que não aconteceu nada, e que é pra eu não contar, porque alguém pode ouvir e distorcer e falar para o James. E eu acho que ele ainda respeita o James.

“Pelo menos isso”.

— É. Faz bem de não contar a ninguém, Peter. Pode ter sido só impressão sua. Não vale a pena destruir a confiança que James tem em Sirius por causa de uma coisinha de nada.

— Foi mais ou menos isso que o Sirius me disse, exceto pelo fato que ele estava com o punho erguido e uma cara que parece a sua quando você se transforma.

Remus não riu. Se sentia como se nunca mais fosse ser feliz na vida. “Se Sirius ficou assim, é porque realmente aconteceu alguma coisa.”

Naquele instante, porém, impedindo que ele continuasse a conversa com Peter, surgiram Prongs e Padfoot.

— E aí, acabou o café?

— Quase — disse Remus. — Vocês demoraram muito.

— É…

— Eh, Paddy!

Padfoot.

— Tá certo, eu… segui o seu conselho. Vou pedir ajuda à Lily.

Se Remus precisava de alguma confirmação, ela veio. Os olhos cinza de Sirius brilharam de um modo perigoso, e havia algo estranho no modo como ele serviu o copo com o suco de abóbora. Ele afastou uma das madeixas negras dos olhos, e Remus sabia que era um dos sinais dele de irritação.

— Vai? — perguntou James, inocentemente interessado.

— Vou — confirmou Remus com um sorriso torto. — Falei com ela hoje de manhã. Aliás, vai ter uma festa do Slughorn.

— Já de cara? — perguntou Sirius, trocando sua expressão de irritação por uma de visível prazer.

— É, parece que ele vai comemorar 40 anos de serviço em Hogwarts, daí ele vai fazer uma festinha — disse Remus desanimado. — Já convidou Lily.

James exultou, e Sirius não pôde deixar de sorrir, mas os dois se apiedaram da expressão desanimada de Moony.

— Ah, que foi, Moony?

— É que eu nunca posso ir nessas festas — disse Remus, a voz lenta e triste. — Slughorn nunca me convidaria.

Sirius e James se entreolharam e sorriram, o mesmo pensamento passando pelas suas mentes.

— Ah, a gente pode dar um jeito de convencer Slughorn.

Remus ergueu a cabeça.

— Sério?

— Claro! Você é nosso amigo, somos os queridinhos do Slughorn, depois da Lil e do Snape. Vai ser fácil convencer ele.

De repente, Remus se sentiu extremamente alegre. Se tudo desse certo, iria a uma festa de Slughorn!

Nesse instante, a sineta tocou. Sirius disse, alegre:

— Melhor irmos, dois tempos de Poções agora… E hoje temos motivos especiais para não perdermos a aula.

Remus concordou entusiasticamente. Se levantando com rapidez, James, Sirius e Remus partiram para as masmorras, enquanto Peter, que não cursava mais Poções, continuou comendo alegre.




As masmorras estavam particularmente frescas naquele dia, quando os três Marauders entraram e se acomodaram na mesa de sempre, que tinha marcas das poções mal-sucedidas de Remus, daquela vez em que Snape tinha explodido o caldeirão de James, derramando uma grande quantidade de Poção do Morto-Vivo em cima deste e de Sirius, e daquela outra vez em que Sirius, distraído, derrubara a vela na mesa e quase pusera fogo em todos os caldeirões.

Os três ocuparam as posições habituais, James na ponta, Sirius ao seu lado, Remus do lado de Sirius, e, ao lado de Remus, Frankie Longbottom, da Lufa-Lufa, amigo de longa data dos Marauders.

— E aí, Frankie? — cumprimentou Remus cordialmente; tinha conhecido Frank Longbottom até antes dos Marauders, no Expresso de Hogwarts, e os dois tinham uma amizade tão forte quanto possível, entre alunos de casas diferentes.

— Tudo OK… Oi, Prongs, Padfoot…

— Oi, Frankie — disseram os dois ao mesmo tempo.

— E aí, como é que foi, com a Alice? — indagou Remus em tom
confidencial.

— Como é que foi o quê?

— Ah, se reencontrar… Já contou pra ela que tá a fim?

— Credo, Remus! A primeira vez que vejo a garota em dois meses e você
quer que eu saia dizendo que a amo? Acho que você tá andando demais com James e Sirius.

— Ei! — disse James indignado. — Eu ouvi essa, Frank! Que história é essa de me comparar com o Sirius?

— É, Sirius Black e James Potter, não tem comparação, todo mundo sabe
qual é o melhor — disse Sirius sorrindo.

— Lógico… eu! — riu James.

— Tadinho, sonhar não custa nada…

Os quatro riram bastante.

Em outra mesa, Lily Evans, Daisy Lynch e Alice Trapp conversavam aos cochichos, enquanto, ao lado delas, Severus Snape ajeitava seu material de Poções. Do sétimo ano, ele era o único sonserino que cursava Poções.

— Você vai na festa de Slughorn, Alice?

— Ele ainda não me convidou…

— Mas claro que vai te convidar, você também faz parte do Slug Club — disse Lily.

— Esses jantarezinhos de Slughorn são um saco — reclamou Daisy. — Ficar vendo Narcissa Black se esfregando em Lucius Malfoy, ouvindo o professor de conversa mole para cima de James e Sirius, babando em cima do Tommy Edgecombe… Sério, isso me irrita.

— Mas essa vai ser uma festa de verdade, cm música e tudo, e você pode se afastar do Slughorn se quiser… Daquelas tipo traje de gala.

— Isso sem falar que Kingsley certamente será convidado — disse Alice, indicando o corvinal sentado na mesa mais adiante —, e provavelmente vocês passarão uma linda noite dançando valsa…

— Bem… Então, acho que pode até ser interessante…

As garotas riram.

— E você, Alice? Que tal aproveitar a ocasião e se declarar pro Frankie?

Alice corou vivamente.

— Você fala como se fosse fácil, Lily. Não é fácil. Aliás, não é nada fácil, especialmente se você fica feito uma muda idiota perto dele…

— Não sei o porquê… — disse Daisy zombeteira. — Sério, Alice, Frankie tá na sua. Você não vê como ele te olha? Quando a gente tava na reunião dos monitores, ele estava te devorando com os olhos. Aposto que, se você falar, ele não vai hesitar duas vezes, vai te abraçar, se declarar, te beijar…

— …E daí eu vou cair da cama, acordando — finalizou Alice. — Sem fantasias, cara Daisy.

— E quem disse que eu tô fantasiando? Você não lembra como eu estava insegura quando fui me declarar pro Kingsley? Agora estamos namorando divinamente. O mesmo vai acontecer com você.

— Sei.

— Atenção, classe — disse Slughorn, parando diante do quadro.

As garotas silenciaram imediatamente, voltando-se para o quadro. Muito atenta às explicações de Slughorn, Lily não percebeu os olhares que o garoto a dois caldeirões de distância lhe lançava, afastando os cabelos negros e compridos do rosto.

— Eu sei que as cabeças de vocês não devem lembrar de muita coisa, agora depois das férias, mas se concentrem, pois hoje farão uma poção difícil — disse Slughorn. — Antes de mais nada, para que servem as
mandrágoras?

Cinco mãos diferentes se ergueram no ar. Slughorn olhou, e selecionou a mais tímida, ao canto:

— Fale, Severus.

— As mandrágoras trazem ao estado natural aqueles que foram transformados ou petrificados.

— Muito bom, Severus! Dez pontos para a Sonserina! Agora, vocês lembram dos perigos da Mandrágora? Por que ela é perigosa?

Novamente, cinco mãos se ergueram no ar. Slughorn escolheu outra:

— Sr. Lupin?

— O grito da mandrágora é fatal para quem o ouve.

— Excelente! Dez pontos para a Grifinória! Hoje, vamos preparar um tônico restaurador de Mandrágora. As nossas mandrágoras, felizmente, estão mortas, o que significa que não irão gritar nos seus ouvidos. A receita está na página 21 de Estudos Avançados de Poções, os ingredientes no armário, e a melhor poção ganhará uma barra de chocolate da Honeydukes!

Bem, como não é todo dia que você ganha chocolate de graça, todos os alunos começaram a se dedicar mais do que nunca às suas Poções, apanhando mandrágoras, e fazendo exatamente como estava no livro.

Remus foi o primeiro a abandonar a competição. Distraído, mexera uma vez a mais a Poção, e, agora em vez do tom verde-esmeralda em que a poção deveria estar, ela estava de um verde grama bem claro. Em seguida, Frank pôs uma pitada de pimenta a mais. A poção explodiu na sua cara, e ele e Remus foram banhados por uma explosão de líquido verde e gosmento. Vendo que, na cara de Frank, já nasciam folhas, Slughorn mandou os dois às pressas para a enfermaria.

Até o final da aula, várias pessoas tinham cometido erros, e Tommy Edgecombe e Dedalus Diggle tiveram que ir correndo até a enfermaria, com galhos nodosos saindo da cabeça. Slughorn passou conferindo o conteúdo das Poções terminadas.

Ao passar pela mesa de James e Sirius, que estava parecendo aqueles muros cobertos por trepadeiras, ele fez um aceno afirmativo e encorajador. Dali, foi até a mesa de Lily. Deu uma verdadeira exclamação de prazer ao verificar o caldeirão de Lily, um sorriso ligeiro ao passar pelos caldeirões de Daisy e Alice, e outra exclamação de prazer quando verificou o caldeirão de Severus.

— Acho que deu empate! — ele exclamou. — Realmente, não sei o melhor, se o seu, Severus, ou o de Lily!

Severus e Lily se encararam. Lily sorria, mas o olhar do garoto, que procurava se ocultar atrás da cortina de cabelos negros, era esquivo e encabulado.

— Se… se quiser, professor, pode dar o chocolate para ela — disse Severus baixinho.

— Tem certeza, Severus?

— Tenho, eu… tenho algum chocolate no dormitório.

— Então está certo! — exclamou Slughorn sorrindo. — Assim que age um verdadeiro cavalheiro! Tome, Lily, o chocolate!

Ele entregou a Lily uma enorme barra do melhor chocolate feito pela Honeydukes. Lily sorriu para Slughorn e exclamou para Severus:

— Obrigada, você é um anjo!

Severus Snape ficou muito vermelho. Quando a sineta tocou, segundos após, ele apanhou seus materiais num átimo e disparou porta afora.

Todos os alunos foram indo. Só James, Sirius e Lily ficaram para trás, a garota arrumando o material enquanto olhava com ar de ingênua gulodice para o chocolate em seu bolso.

— Quem fala primeiro? — sussurrou James.

— Você — disse Sirius.

— Não, você.

— Por que eu?

— A sua cara de cachorro curioso vai ficar muito bem.

Sirius deu um suspiro conformado e se adiantou.

— Professor Slughorn?

— O quê? — disse o professor, que estava cuidando das malas, e se virou abruptamente. — Ah, Sr. Black!

— Sirius, professor, achei que já tínhamos chegado a um acordo sobre isso…

— Ah, sim, claro. Desculpe.

— Então, professor… Fiquei sabendo que você vai completar 40 anos de serviço em Hogwarts! Parabéns! — disse Sirius com seu sorriso mais bajulador.

— Oho! As notícias se espalham! Obrigado, meu rapaz!

— Não há de quê, professor, você merece. Quer dizer, merecia, se não fosse o fato de que está prestes a fazer uma festa e nem eu nem James fomos convidados ainda! — disse Sirius na maior cara-de-pau.

James achou que era a hora de se intrometer:

— É, professor, por mais que você esteja fazendo quarenta aninhos de Hogwarts, isso não é razão pra esnobar a gente.

— Oho! — riu Slughorn. — Esnobando vocês? Eu não ousaria!

James e Sirius riram também.

— Eu ia mandar o convite oficial para vocês hoje à noite, mas já que insistem, estão convidados!

— Ah, bom.

— Ainda bem! — disse Sirius fingindo-se aborrecido, o que fez Slughorn e James rirem.

Vendo como Slughorn estava à vontade, Sirius e James se entreolharam. “É agora”.

— Bem, professor — disse Sirius com a voz muito bajuladora e a famosa cara de cachorro abandonado em dia de chuva. — A gente tava pensando…

— Sabe, você é o nosso professor mais divertido — disse James com um sorriso pidão. — E vai fazer quarenta anos de Hogwarts... Uma ocasião feliz…

— É, feliz… — concordou Sirius.

— Então… A gente podia chamar o Moony pra vir na festa? Sabe, o Remus Lupin.

Slughorn olhou ressabiado para os dois Marauders, olhando para a carteira coberta por vegetação.

— Ah, não foi o Remie que fez isso — disse Sirius. — Foi o Frankie, e o Frankie é do Slug Club, então você vai convidá-lo… E, apesar de não ser nenhum talento em Poções, o senhor não pode fingir que o Moony não é um dos melhores alunos da classe, professor.

— Ahn… hum…

— Ou vai dizer que não ouviu o Prof. Robert, de Runas Antigas, dizer que o Remus é o melhor aluno que ele já teve?

— E não ouviu falar daquela façanha dele nos N.O.Ms, quando a Profª Marchbanks pediu para ele fazer uma última demonstração à vontade e ele transformou a mesa dela em uma girafa de cinco metros de altura?

— E que, tirando Poções, que ele tirou Excede Expectativas, o resto tudo ele tirou Ótimo?

Slughorn parecia cada vez mais espantado, enquanto James e Sirius contavam as peripécias de Remus Lupin com notas.

— E então, professor? Não vale a pena convidá-lo? — concluiu James.

— Ah, bem… eh… sim, vale — concordou Slughorn. — Vocês venceram. Vou convidá-lo para a festa. E… já que estou sendo bonzinho, chamem também o Peter Pettigrew. Quero os quatro Marauders na minha festa.

— Sério? — disseram James e Sirius exultantes.

— Claro…

Os dois saíram da sala de Poções dando piruetas.

— Ah, meninos… — riu Slughorn, para depois se voltar para a aluna que
ainda estava na sala. — Ainda aí, Lily? Vai acabar se atrasando para a próxima aula.

— Período livre, professor — disse Lily sorrindo, para sair comendo o chocolate.

No corredor, sozinha, ela disse para si mesma:

— É… Até que James Potter e Sirius Black não são tão insensíveis assim… E até… bonitos.

Ao ver o que dissera, Lily corou e se repreendeu:

— Não começa, Lily Evans. Você não vai cair de quatro por eles que nem as outras.

Entretida com seu chocolate e seus pensamentos, Lily não percebeu o olhar furtivo de Severus Snape atrás de um corredor.

— Ah, Lily… — ele murmurou. — Você não pode se interessar pelos Marauders. Eu não vou deixar.



Legenda:
Honeydukes: Dedosdemel.

Obs: OK... Sobre Peter não ser besta. Não, gente, por mais que o Pete pareça um tapado idiota, ele não é. Aquele plano para escapar da morte por Sirius foi genial, até Remus reconheceu. Na verdade, eu imagino o Peter de Hogwarts como um cara meio sonso, mas que gosta dos amigos, afinal, ele não é um traidor nato (suponho que tenha apenas sido pressionado por Voldie, não saiu correndo para entregar James e Lily). E não vou fazer o Peter ficar à margem, apesar de tudo, ele é um dos Marauders. Ele vai ter participação ativa no desfecho da história.

Obs 2: Comentem! :)

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