Quem é ele/ela??



-Ora ora ora, finalmente o senhor acordou! A Srta. Lílian já saiu da enfermaria á dois dias! – A enfermeira disse, desaparecendo atrás dos cortinados logo depois. Thiago se levantou e botou as mãos na testa. Estava morrendo de dor de cabeça, e também um pouco tonto. E perguntas martelavam em sua cabeça. Como viera parar ali? Por que estava ali? Quem era Lílian? Se vestiu e saiu da enfermaria. Na escada esbarrou com alguém.
-Olha por onde anda! Hey...cadê você? – Thiago olhou em volta, mas não via ninguém.
-Ah, pegaram minha capa de invisibilidade, não é? – Ele olhou desconfiado para os lados.
-Do que é que você está falando garoto, quem não está vendo você sou eu! – Lílian gritou, exasperada. Que garoto idiota, fingir que não a via pra avacalhar com ela! Mas não ia sair perdendo nessa.
-Sai dessa Sirius, eu sei que é você! – Thiago foi devagar pra onde ouviu uma respiração compassada, mas pesada. Agarrou a ‘pessoa misteriosa’ pela cintura e viu que era muito fina...subiu um pouco as mãos e ao notar algo a mais levou um tapa. Mas não a soltou.
-Me larga, moleque idiota! – Ela se debatia nos braços dele, inutilmente.
-Hey, mas você não é o Sirius... – Ele acariciou o corpo da garota, agora em lugares não-proibidos, pra não levar mais um tapa. Acariciou costas, cintura, cabelos (se surpreendendo de como eram compridos e macios), nuca, o rosto da menina...e não sabia como, mas agora ela estava como um animal amansado, completamente estática como em um transe, e...arrepiada? Como sabia disso? Não tinha idéia de como sabia, mas em vez de pensar inalou o perfume que se desprendia da garota, se inebriando. Como não a via?
-A-agora e-e-eu tenho aula... – Ela disse com dificuldade. Deixara um completo estranho a tocar e ainda por cima gostara! Isso estava a assustando muito. Nem ao menos conseguia ver o garoto. Nem o conhecia. Mas então por que se arrepiara? Não sabia. Mas estava disposta á descobrir.
-Eu também. – A voz dele era firme, calma e envolvente, e parecia não estar com muita pressa para ir pra aula.
-Então eu...eu tenho que ir – Ela tentou se desvencilhar dos braços dele.
-Mas... – Ele sentiu uma coisa diferente, um aperto no peito. Por que queria que ela ficasse ao seu lado? Por que seu coração pulava e as sensações mais devastadoras o assolavam toda a vê que a tocava. Nunca vira a garota! Não estava a vendo naquele momento, mesmo tocando-a! Nem mesmo sabia se ela era real...mas se aquilo era um sonho, uma certeza prevalecia: a de que ele não tinha a mínima intenção de despertar.
-Eer...dá pra me soltar? – Ela pediu, timidamente. Por que se sentia assim perto dele? Por que se arrepiava ao ouvir a voz de alguém que sequer conseguia ver? Não sabia, mas alguma coisa no fundo de si dizia que ela devia se afastar...não devia se envolver...não devia se apaixonar...apaixonar? APAIXONAR? COMO ASSIM? Será que corria o risco de se apaixonar por essa...ilusão?? Justo ela, sempre tão realista, cabeça no lugar e pés no chão? Se desvencilhou rapidamente dos braços dele e saiu correndo pelo corredor(que ironia, correr no corredor).
-Será que eu posso te ver de novo? – Ele gritou, sem saber pra quem direito, já que o corredor estava vazio.
-Talvez, em um sonho! – Ela gritou de volta, sua voz doce ecoando pelo corredor. Ele sorriu e pressentiu que ‘ela’ também estava sorrindo. Devia estar ficando maluco, mas por um momento imaginou como essa ‘garota’ seria...tentou, mas não conseguiu. Agora estava determinado. Teria de vê-la, custasse o que custasse!
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Kisu:*

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