o coração do leão



O CORAÇÃO DO LEÃO



Os olhos azuis de Mel faiscaram encarando o homem cansado a sua frente, porque ela tinha a impressão de que ele podia saber o que ela estava pensando?
“Seus pensamentos são somente seus Mel, sagrados e secretos, seus ideais, suas metas, particulares... você e somente você tem o poder e o dever de protegê-los”.
As palavras de Dumbledore ecoaram na sua cabeça, ela sorriu, ninguém ia saber o que se passava dentro dela, alargou o sorriso quando viu a confusão, que por um instante, se apossou das feições de Remo Lupin
-Pode começar, estou ouvindo.
Cruzou as mãos sob o queixo, os olhos passando da mãe, que encarava Remo, para o próprio e então para Harry.
-Bom Melanie, não é fácil falar sobre isso, sua mãe já devia ter falado e - Remo começou seu discurso inseguro, mas a garota o interrompeu com uma risada irônica.
-Sério que ela devia ter falado? Uau, porque ninguém nunca pensou nisso antes não é mesmo?-o ar de riso deu lugar a frieza- por favor senhor Lupin,não me enrole, eu sei perfeitamente bem o que minha mãe devia ter falado ou não,fale logo o que tem pra dizer, eu já esperei muito tempo para embolações
-Melanie não fale assim -Helen se pronunciou, olhava para algum ponto acima da massa de cabelos rebeldes de Harry, as unhas cravadas nos braços magros.
A cozinha ficou num silencio tenso por alguns segundos antes do antigo professor retornar a falar
-Sim, Helen errou, erros de pessoa que ama, que quer proteger, a situação toda não é fácil Mel, e até alguns dias atrás o mundo todo, tanto bruxo como trouxa pensava que seu pai era um assassino.- Remo parou para respirar, Harry abaixou a cabeça enquanto batucava com uma das mãos sobre a mesa -Helen continuou.
-O que aconteceu, foi que nos tempos da primeira batalha, Voldemort ficava cada vez mais forte, e quando eu me descobri grávida, eu não sabia o que fazer a única coisa em que pensei foi dar um jeito de proteger Mel,então procurei Alvo Dumbledore e lhe contei tudo, ele achou que a melhor solução era me esconder, porque eu estava correndo perigo,mais do que os outros de alguma maneira, e achei melhor não contar nada para seu pai por um tempo com medo por ele, eu disse que esperaria a hora certa, mas ela nunca chegou,porque depois que o Lorde das Trevas caiu ele foi preso, acusado de ter traído os Potter, acusado de comensal da morte, fiel seguidor ou como você quiser interpretar...
-Ele era aquele prisioneiro que fugiu Mãe, o homem do noticiário, eu vi você conversando com Tonks sobre ele.
Remo se remexeu desconfortavelmente no banco com a menção do nome de Tonks enquanto Helen afirmava para Mel com um aceno de cabeça
-Como era mesmo o nome dele?- Olhava para Harry que a encarava pálido os olhos mais verdes do que nunca enquanto esperava a reposta da mãe, mas foi o próprio garoto que falou.
-Sirius, Sirius Black
Melanie sorriu, um sorriso tímido e sincero que fez com que seu rosto se iluminasse.
-E onde que ele está? Eu posso conversar com ele?
Lágrimas finas escorriam dos olhos de Helen, ao constatar a esperança transbordando de sua Mel, Remo se mexia desconfortável mordendo o lábio inferior, Harry encarava as próprias mãos.
-Não Melanie, não pode - a voz de sua mãe saiu fraca, ela observava uma lágrima rolar até sumir entre os fios loiros pregados na bochecha de Helen Leodergranz, não gostava de choro, odiava lágrimas, odiava ver alguém chorando, odiava chorar, aquilo pra ela era um sinal de fraqueza e ela odiava gente fraca.
-Por que não posso? É claro que eu posso, vamos Lupin, me fale onde ele está - seu olhar era duro, sua voz fria e exigente, Remo sentiu que as palavras iam pular de sua boca antes mesmo dele pensar,tentou controlar a respiração enquanto a voz da menina ressonava em sua cabeça.-Fale logo, onde que ele está, eu quero saber, eu exijo saber!
Harry se levantou, o banco onde estava sentado pendeu pra trás e caiu com um baque surdo, estava pálido, os dedos cravados na palma da mão.
-PARE! PARE MELANIE! SEU PAI ESTÁ MORTO! MORTO! VOCÊ NÃO VAI PODER FALAR COM ELE, NÃO EXISTE LUGAR ONDE ELE POSSA ESTAR!
A garota encarava o moreno com uma surpresa contida, a cozinha dos Weasley girava, Sirius estava morto?Seu pai...Estava morto? Ela ouviu a respiração de Harry se acalmar e um soluço vindo de sua mãe
-Eu odeio você, odeio você – os olhos de gelo encaravam os vermelhos e inchados de Helen – você esperou ele morrer pra me contar?Que tipo de pessoa é você?
Ela sentiu a mão firme de Lupin apertar seu braço
-Você não pode falar assim com sua mãe Melanie, exijo que a respeite.- a loira sorriu, um sorriso frio e vazio.
-Quem é você pra exigir alguma coisa Remo Lupin?Não te conheço, fique fora disso não lhe diz respeito.-ela soltou seu braço da mão de Remo – e nunca, nunca encoste as mãos em mim.

Ela saiu a passos firmes da cozinha, se perdendo na escuridão do jardim dos weasley, as estrelas eram com diamantes brilhando contra o veludo negro do céu sem lua . Esfregava os braços numa tentativa de aquecer o corpo e aquecer a alma.Antes mesmo de Harry Potter se postar ao seu lado admirando o céu, ela sabia que ele estava ali, será que o garoto sabia que tinha tanta energia? Tanto poder?
- o céu está bonito hoje...
Harry olhou para a menina de perfil, admirando a naturalidade com que as palavras brotaram dos lábios dela
-Costumam ser assim por aqui durante o verão...
-Você gosta daqui não é? Eu sinto a sua naturalidade aqui, você é feliz...-Harry escondeu sua surpresa pelas palavras da menina, e agradecia pela noite, sua expressão não deveria ser das melhores.
-Gosto, é como se eu tivesse uma família de verdade – a surpresa aumentou quando ouviu aquelas palavras saltarem de dentro dele.
-Vai me contar como aconteceu? – ela encarou os olhos verdes de Harry, o azul frio e cortante contra o verde transbordando de emoção.
-Não faz muito tempo, na verdade e estaria mentindo pra você se falasse que entendi, não foi realmente um feitiço de morte que o atingiu, mas tinha aquele arco lá, e ele passou por ele e não voltou mais entende?-Harry olhava para os olhos de Mel tentando descobrir o que se passava por detrás daquelas pedras de gelo, ele se surpreendia pela facilidade com que as palavras saiam de sua boca, sobre assuntos que ele não conseguia falar, mas que ali, conversando com aquela garota estranha, pulavam antes que ele desse conta e faziam com que toda a amargura que vinha sentindo e acumulando nos últimos dias também saltasse de dentro dele junto com elas
-Eu também estaria mentindo se falasse que entendi, mas a morte independente de como seja sempre é um mistério não é mesmo-ela se virou novamente para o céu – Sirius...Uma estrela...Eu gostaria de ser uma estrela Harry
-Não sei se você sabe, mas ele era meu padrinho, eu gostava muito dele Melanie, Sirius foi como uma espécie de pai pra mim.- Ela sorriu, o mesmo sorriso doce que escapou dela quando se descobriu filha de Sirius.
-E imagino que você também deve ter sido uma espécie de filho pra ele, um grande amigo, fico feliz que ele possa ter conhecido esse sentimento, eu gostaria de ter conhecido.
-Você ficou triste não é mesmo?
-Não, não fiquei Potter, não costumo ficar triste por perder coisas que eu nunca tive, ou pessoas que nunca tive a oportunidade de ter, estou desapontada.
Harry olhou para o céu, as montanhas se erguiam ao longe, imponentes, uma mancha escura na escuridão da noite. Lembrou-se do pai, Voldemort tirou a oportunidade que ele tinha de conhecê-lo, de verdade, e o que Harry sentia? Raiva, ódio, e tristeza...Doía saber que o pai nunca estaria junto com ele, não em corpo pelo menos, mas desapontamento? Não, ele nunca se sentiu desapontado.A garota bonita do seu lado estaria ela falando a verdade? Ele sentia por talvez nunca poder saber, Melanie Leodergranz, Mel Black era uma dura como uma pedra, os olhos...Não se podia tirar nada daquela imensidão azul. Será que estava doendo nela como doeu nele a perda de Sirius? Ele preferia acreditar que sim.
-Ele me deixou algumas coisas, algum dinheiro, uma casa e um elfo doméstico, talvez você queira ficar com eles, na verdade são seus eu acho.
Ela olhava divertida a confusão nos olhos de Harry, não respondeu nada pra ele enquanto caminhava de volta a casa dos Weasley, somente quando parou a luz que saía da porta que ficou brincando em seu cabelo e em seus olhos que por um segundo Harry acreditou estar em chama, água e fogo.
-São seus, tudo é seu Harry Potter, ele não me conheceu e acredito nunca irá me conhecer, não ia deixar suas coisas para uma estranha. Boa noite Potter.
Desapareceu dentro da casa sem ao menos virar para trás deixando Harry sozinho no jardim escuro


-Então quer dizer que você é filha do velho Sirius? Uau, não sabia que ele tinha filhos! – Fred conversava com Melanie com uma naturalidade displicente que a fez ficar a vontade instantaneamente
-Acredite, nem eu sabia a duas semana atrás e te garanto que muito menos ele – o suco de abobara desceu gelado e refrescante pela garganta, mel fechou os olhos aproveitando a sensação
-Garota, contamos com você para seguir os nosso passos em Hogwarts – Jorge falava animado, mal se contendo quieto na cadeira.
-Por que, posso saber?
-Mel ,Mel, Mel, Sirius Black era um dos nosso ídolos! Claro que não sabíamos que era ele até o conhecer.Vou te contar um segredo, acho que você pode saber não é mesmo Fred?
- Com certeza, vamos pedir ao Harry que mostre o mapa pra você.- diante da expressão confusa da menina Jorge completou com um sorriso – o mapa do maroto, obras dos nossos saudosos Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, ou Remo Lupin, Pedro Pettigrew, Sirius Black e Tiago Potter
-É, mas descarte Pettigrew, aquele rato covarde não deve ter ajudado em nada! O mapa – Fred esfregou as mãos, a excitação pela história visível em seus olhos – acho que é uma das coisas mais importantes criadas em toda história de Hogwarts, não em toda a história do magia
Melanie soltou uma risada alta e cristalina que atraiu a atenção de todos os rapazes da mesa, e fez com que as orelhas de Rony ficassem escarlates
-Uau, o que esse mapa tem de tão especial assim?
-Simplesmente mostra toda a Hogwarts
-Bem não toda - Jorge continuou o discurso do irmão – não acredito que existe alma viva e morta que consiga mapear toda a escola, mas mostra o necessário para se agir
-Passagens secretas, corredores, salas de aula, salões comunais e o mais importante, a localização exata de todos os estudantes, professores e Filch – os gêmeos trocaram um olhar maroto.
- E o que eu tenho que fazer?
-Dar um pouco mais de ação a Hogwarts! Desde que nós saímos de lá – Fred fez uma cara de falso pesar que fez a menina rir – acreditamos que a escola perdeu um pouco a alegria de viver!
-Perdeu a alegria de viver?
-É! Os alunos vão pra lá esperando um pouco de diversão, você não ia querer ver todas aquelas carinhas tristes não é mesmo? Oh mamãe? Só temos que seguir regras e fazer lições, nenhuma explosão sequer no -corredor!
Melanie e Fred fingiram enxugar falsas lágrimas imaginárias pelas palavras de Jorge
-Não eu não iria querer
-É assim que se fala garota!
Os olhos azuis tinham o mesmo brilho maroto que não saia dos olhos dos gêmeos
-Podem contar comigo! Mas acho que vou precisar do mapa
-Pode contar com o Harry pra isso
-Mas você também vai precisar de munição
Fred tirou um imenso saco de papel que estava sob a mesa e continha a maior variedade de logros que a gemialidades Weasley poderia fabricar
-Uau Fred! Vocês fizeram tudo isso?
-E muito mais, mas é com muita alegria que falo que a próxima remessa você terá que pagar
-Faça bom proveito Mel, você é um orgulho pra nós e para os marotos também com certeza! Descarte Pettigrew como eu já disse, mas acredito que ele ficaria bastante empolgado se você usasse uma dessas belezinhas nele!
-Farei o máximo que puder, e descarte Remo Lupin também, não acredito que ele possa ter feito um mapa para burlar regras, parece tão certinho sei lá!
-Esses são os piores querida Melanie, e nunca julgue um dragão pelos dentes, por mais estragos que ele possa provocar.
-Isso não teve sentido Jorge – Fred e Mel olhavam risonhos para o ruivo
- E daí? Nem eu mesmo entendi então, acredite que é verdade, os maiores gênios falam essas coisas e são as que mais valem a pena de serem ouvidas veja Dumbledore, por exemplo!
Fred gargalhou
-Você não está querendo se comparar a Dumbledore está?
Jorge fez um gesto de descaso com a mão esquerda
-Não, todos sabemos que sou muito mais inteligente que ele!
A ponta esquerda da mesa onde os três estavam sentados explodiu em risos atraindo a atenção de todos. Os gêmeos passaram cada um , um braço pelos ombros da loirinha sentada entre eles
-Feliz aninversário Melanie!


13 de agosto passou com uma rapidez incrível e antes que todos percebessem, os gêmeos já estavam se despedindo e todos sonolentos caminhavam para suas camas para um sono reconfortante e tranqüilo.
Melanie colocava o pijama colorido bocejando enquanto sua mãe estava sentada tensa em sua própria cama
-Não tive a oportunidade de lhe dar meu presente Mel
A garota se virou para a mãe que mordia o lábio inferior antes de se deitar debaixo das cobertas cor- de -rosa
-Não precisa você sabe disso
-Mas é claro que precisa querida – Helen se levantou e andou até a escrivaninha que elas tinham colocado no quarto, segurava nas mãos, quando se voltou para filha, uma bonita caixa de madeira clara cravejada com safiras e esmeraldas.
-Oh mamãe é linda! – Mel se adiantou pulando da cama fazendo com que as molas rangessem, a madeira fria em contato com os dedos fazendo com que uma onda de excitação se espalhasse por todo o corpo
-Abra querida
A caixa se abriu silenciosamente, dentro era toda coberta por veludo vermelho, e no centro...
-Por Deus, que coisa mais maravilhosa!
Mel deixou que a caixa caísse nos cobertores enquanto olhava maravilhada para a pulseira que tinha nas mãos, os fios de ouro branco entrelaçados delicadamente, adornavam rubis e diamantes, como pequenas gotas de lágrimas e sangue. Mel prendeu a pulseira no pulso,que parecia ter feita para se encaixar ali,a luz da lua cheia iluminavam as pedras fazendo com que a luz vermelha e prata envolvesse todo o quarto e com que os olhos de mãe e filha possuíssem todas as cores existentes aprisionadas na íris
A menina se jogou carinhosamente nos braços da mãe, num gesto de carinho explicito que assustou as duas, já que abraços eram tão raros quando se tratava de Mel.
-Oh mamãe me desculpe, me desculpe por tudo, eu nunca te odiei mamãe você sabe disso! Nunca mamãe. Você é o bem mais preciso que eu tenho e eu te amo tanto!
Helen não pode segurar as lágrimas que afloraram em seus olhos com as palavras da filha, e Melanie se esforçava ao máximo para não deixar as que inundaram os seus caírem.
-Eu sei minha querida, eu sei! Eu também te amo tanto Mel, e errei tanto com você! Desculpe-me por tudo, é tudo minha culpa, eu nunca devia ter escondido nada de você!
-Não dá para voltarmos atrás agora mãe, e eu já te perdoei por tudo há muito tempo atrás! Antes mesmo de descobrir sobre Sirius!
Elas não puderam determinar quanto tempo ficaram abraçadas, passando todo o amor guardado dentro delas de uma para a outra.
Mel viu sua mãe adormecer com um sorriso sereno mesmo que as lágrimas marcassem seu rosto.Seus olhos ardiam pela tentativa de conter as suas, e sua boca delicada estava curvada em um sorriso bonito que ninguém nunca teve a oportunidade de observar.Olhava com carinho a pulseira que cintilava no seu braço
“Foi de sua bisavó”.Essas tinham sido as palavras da mãe.Ela se pegou tentando imaginar como teria sido a ancestral e foi pensando em Lorenna Weasley que ela adormeceu

Caminhava por uma floresta de arvores altas e próximas umas das outras, uma vez ou outra tropeçava nas grossas raízes que dominavam o chão, o céu era coberto de estrelas como o céu na Toca, a lua clara e redonda dominava céu.
Ela podia sentir o cheiro das folhas e das flores, e o sussurro musical dos moradores da floresta. Os pés descalços roçavam a grama e a terra dura e quente. Ouvia o barulho de flautas e uma harpa numa clareira iluminada, o som preencheu sua cabeça fazendo com que perdesse todos os sentidos e pensamentos a não ser o de que queria continuar ouvindo aquilo para sempre.

Havia centauros dançando cordialmente e faunos pulando felizes tocando suas flautas, o som delicado da harpa saía das mãos compridas de um bardo, a barba longa e prateada descendo até a cintura, mantinha os olhos negros fechados, da boca torta saía a musica que a tinha enfeitiçado, contava a história de bruxos antigos, de uma época em que ainda não utilizavam varinhas.
Havia uma mulher vestida elegantemente, o vestido azul bordado de estrelas descia pelos braços alvos que se balançavam no ritmo da musica.Os cabelos claros se derramavam em cachos até o quadril, brilhando como os primeiros raios de sol da manhã.Estava sentada numa grande cadeira de espaldar reto onde estavam gravadas palavras que Melanie não entendeu. A mulher se levantou, tinham quase a mesma altura, os olhos violeta encaravam os azuis com carinho e severidade, um centauro negro reluzente apareceu ao lado da mulher, segurava uma espada cravejada de águas marinhas, os olhos amarelos não denotavam sentimento algum. Um garoto saiu do meio das folhas, devia ter a idade da menina, os olhos era prateados, e a boca cheia estava curvada em um sorriso.Usava calças negras, o peito estava nu e coberto de símbolos tatuados em negro que contrastavam fortemente com a pele extremamente branca. Melanie pensou estar olhando para um fantasma durante alguns segundos de admiração
A musica dos faunos tinha parado, ela não tinha percebido que as criaturas haviam feito um circulo em volta dela, os dedos ágeis do bardo continuavam a tocar como se nada tivesse acontecido.
-Estávamos esperando por você criança
O menino havia falado, Melanie queria dizer que era muito velho para chamá-la de criança, mas a voz não saía.
-Esperamos muito tempo por esse dia, e o senhor de Hogwarts tentou atrasá-lo o quanto pode.Mas existem coisas minha querida em que nem o mais sábio e poderoso dos mortais pode interferir. Você chegou até nós no tempo em que havíamos previsto, escondê-la ao norte de nada adiantou.
-Eu não vim a lugar nenhum senhor, isto não passa de um sonho.
Os olhos prateados brilharam quando a luz da lua pousou neles, o menino se virou para o céu.
-A lua está cheia menina, muitos homens sofrem nessa noite – a cabeça de Melanie se encheu de gritos, uivos, de dor. Ela levou as mãos aos cabelos tentando fazer com que parasse, as lágrimas contidas com tanto empenho, rolavam livres pelo rosto alvo – você consegue ouvir?
-Faça parar! FAÇA PARAR!
Ela sentia o mundo girar e o gosto metálico do vômito na boca e sentia gosto de sangue, então tudo passou tão rápido como começou, os cabelos loiros dançavam na brisa e ela sentia os joelhos no chão.
-Isso é um ciclo criança, acontece todos os meses, espíritos se alimentam de todo o sofrimento e em outras dimensões que um dia serão reveladas para você, comemorações são realizadas, tudo está em ordem na terra quando os gritos dos licantropos enchem a noite, são uma das coisas que ninguém pode mudar ou interferir.
-Não há nada que vocês possam fazer? Que eu possa fazer? Você ouviu tudo que eu ouvi! – a respiração estava descompassada, o coração pulsava de encontro ao peito.
-Claro que sim, mas a questão não é o que nós podemos fazer e sim o que deve ser feito? Você faria alguma coisa criança?
-CLARO! AS PESSOAS ESTÃO SOFRENDO!
-mesmo sabendo que mudando isso, coisas piores podem acontecer? Você pode desestabilizar toda a ligação existente entre todos os mundos?
Diante da mudez da menina o menino sorriu, um sorriso que não apresentava nenhum sentimento, todos ali eram vazios...
-Claro que não, não é?- os cabelos negros do menino balançavam contra o vento que ficava cada vez mais forte – estávamos certos quando escolhemos você menina
Melanie viu as feições de menino irem se transformando até que o garoto bonito se transformasse num velho que parecia se desmanchar diante dela.A calça tinha se transformado numa túnica azul como o vestido da mulher, mas os olhos, os olhos continuavam tão prateados e brilhantes como antes.
Ele veio mancando até a menina no chão, estendeu uma mão enrugada e áspera que ela aceitou, o velho tinha seu tamanho, seus olhos se encontraram na mesma altura.
Ele puxou de dentro das veste um cordão de ouro tão fino que quase não se enxergava, mas o cordão segurava um rubi do tamanho de um punho e que brilhava como sangue. O passou pela cabeça da menina que o olhava assustada. Mel sentiu o peso da pedra de encontro ao seu coração, mas foi por apenas um minuto, depois foi com que o pesado rubi não existisse mesmo que ela sentisse a fina corrente no pescoço e a pedra fria no peito.
O velho segurou sua mão e a guiou para fora da clareira
-Há mais de mil anos, quatro bruxos foram escolhidos por seres mais poderosos do que você pode imaginar, para passar conhecimento a todos aqueles que apresentassem aptos a fazer magia.Naquele tempo, os bruxos já usavam varinhas então, os que conseguiam fazer feitiços aumentaram menina, pessoas que nunca tinham sido apresentadas a magia conseguiam fazê-las e isso causou pânico a muitas outras.
Os senhores da escola de Hogwarts um dia, entraram nessa mesma clareira em que você está agora, e cada um recebeu um medalhão, parecido com o que recebeu.
Mas eles infelizmente não seguiram o que lhes fora dito, cada um tinha ideais diferentes e seguiram os próprios pensamentos no lugar dos que deviam seguir. Um laço foi quebrado criança e até hoje não foi reparado.As pessoas que crescem em Hogwarts são obrigadas desde o primeiro instante a escolher qual dos senhores de Hogwarts vão seguir, quais idéias vão aceitar, porque por mais que falem, é você que decide pra onde vai, seu coração.
Andaram para dentro da floresta em silencio por alguns minutos, apenas ouvindo o vento e as árvores.
-Devia haver união, todos deviam lutar por igualdade,por justiça e pelo amor acima de tudo. Deviam ficar juntos pois ninguém é completo, cada um tem características que os distinguem,e que juntas com outras vão formar uma aliança muito mais forte, mas o que acontece é que separam aqueles que tem pontos em comum em grupos e isso os enfraquece por mais que eles não percebam...Cresce a discórdia, cresce a vontade de superar o próximo quando eles deviam querem superar os próprios limites.
O velho afastou alguns ramos e deu passagem para Mel, um medo intenso a invadiu quando percebeu estar a poucos centímetros do abismo, na beira de um penhasco, Hogwarts se levantava imponente a frente, Suas luzes e suas torres recortando a escuridão, Melanie sentiu a ternura lhe invadir por completo, aquele lugar era sua casa, o único lar de verdade que jamais teve na vida, e que iria ter..
-Muitos vieram antes de você e falharam criança, essa é sua chance, reúna os corações sob um mesmo sentimento novamente antes que seja tarde, a grande guerra se aproxima cada vez mais rápido como a chuva que vai molhar os campos daqui algumas horas.O exercito do Lord das Trevas está mais forte do que nunca esteve minha querida, vai chegar uma hora em que terá de escolher um lado, o lado em que todos terão que se apoiar...Escolha certo.
O homem se transformou em menino novamente, os cabelos negros escorriam até os ombros.
-Ele tem algo que é seu por direito, e vai exigir algo em troca quando chegar a hora certa...veja bem o que vai oferecer criança
-Por favor, senhor, eu não entendo o que devo fazer, não entendo nada!
-Você carrega consigo o coração do leão enquanto o corvo sobrevoa Hogwarts, ele vai te guiar menina, e não fale que não sabe o que fazer, está tudo dentro de você
-Senhor- Melanie foi interrompida, a mulher segurava sua mão, no pulso esquerdo uma pulseira com gotas de lágrimas e sangue brilhava a luz da lua
-O sol já vai nascer, os espíritos dormem agora menina, e os homens acordam a fera está dormindo, seu castigo acabou.Nos vemos de novo em algum lugar do tempo.
O menino desapareceu com a brisa, enquanto a mulher chorava, as lagrimas de transformavam em lírios antes de cair ao chão.O centauro carregava uma caixa longa e fina
-Um presente das criaturas da floresta para ajudá-la – o centauro não se curvou como ela esperava que fizesse, apenas estendia a caixa segura nas mãos de homem, os olhos amarelos olhando no fundo dos seus
-obrigada
A mulher acariciava os cabelos dourados da garota e Melanie sentia a sonolência tomar conta de todo seu corpo
-Vá para a casa Mel...Está quase na hora de acordar

Foi com dificuldade que Melanie abriu os olhos naquela manhã, a cama estava quente e ela queria poder ficar ali o resto do dia. Levou a mão a uma fina corrente que contornava o pescoço, do seu lado havia uma caixa, ela se mexeu silenciosamente para não acordar a mãe. Sentou-se na cama, em cima das pernas cruzadas ela colocou a caixa de madeira escura antes de abri-la. Havia uma varinha, era longa e fina, tão escura quando a caixa e brilhava como se tivesse acabado de ser polida. Sentiu a madeira esquentar quando a tocou e uma energia nova tomar conta dela.
A chuva caía do lado de fora, lavando os campos, as flores pareciam sorrir quando as gotas lhe acariciavam as pétalas.
Em algum lugar da floresta proibida os centauros se recolhiam, estava feito, havia uma nova escolhida como os céus haviam profetizado.





N/A: desculpem a demora mas segundo semestre pra mim é mais do cheio,quase explodindo de coisas pra fazer, junte a falta de tempo uma crise devastadora de inspiração que vão encontrar a fórmula mágica para mais de seis meses sem atualização...a historia começa agora na verdade com toda essa historia de escolhida e tals..é meio estranho mas...os motivos serão revelados no próximo capitulo que deve vim no mais tardar dia 11, no próximo será hogwarts e vai ter bastante rony e hermione pq eu vou correr com o tempo la, jah que o sexto ano vai ser praticamente o msm que nos livros a diferença vai ser o ponto de vista, vai ter mais draco tbm pq eu realmente gosto dele, e algumas explicações de Dumbledore e Lupin mas não agora, mais a frente, e tbm snape, há coisas que são passadas de pai pra filho e o relacionamento de mel com o novo mestre de defesa não poderá ser chamado nem de horrível...slug pq eu tbm sei la, acho que ele engraçado, na verdade naum sei o que sinto por ele mas.....Desculpem-me a demora prometo naum demorar tanto tempo mais para atualizar!
E os erros tbm! Nem li o cap duas vezes sequer acabei de escrever e postei!







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