Notícias desagradáveis.



Amanheceu e as meninas já começaram a se aprontar. Era 1º de Setembro e elas iriam regressar a Hogwarts.
Estavam todas felizes, cantarolando pela casa, dançando e arrumando suas coisas no carro de Sr. Chang.
Pouco antes de saírem, o telefone tocou.
- ALÔ! - gritou Cho que não era acostumada a usar aquele aparelho trouxa - QUEM - É?
- OI - CHO! - gritou a outra pessoa em resposta - AQUI - É - O -RONY! POSSO - FALAR - COM - A - HERMIONE?
- CLARO - RONY! VOU - CHAMAR!
Cho foi para o quintal com os ouvidos zunindo. Hermione estava colocando sua mala no carro cantarolando músicas que Cho nunca ouvira na vida.
- Mione! O Rony tá no lerofotone!
- Telefone?
- Isso! Achei que fosse algo parecido com isso...
- Ah! Tô indo!
Cho percebeu que Hermione estava escarlate. Sua cor de rosa suave ficara vermelho vivo.
- OI MIONE!? - disse Rony contente - QUE - VAGÃO - VOCÊ - PRETENDE - FICAR?
- Fale normalmente... (aí meus tímpanos) eu sempre fico nos últimos, por quê?
- Desculpe... é que eu queria te falar uma coisa, bom, é importante e você vai gostar de saber!
- O que é?
- Te falo no trem OK?
- É sobre o que então?!
- Calma! Olha - sussurrou Rony - eu gosto muito de você - Hermione ficou mais escarlate - e me deram essa missão de contar a você uma coisa, e eu só vou falar no trem, é muito perigoso!
- Tá bom! - disse Hermione descontente - Só no trem!
- Mas só eu e você, OK?
- Ah! Tudo bem, tchau!
- Tchau! - despediu-se Rony.
Quando desligou, mil coisas passaram pela mente de Hermione. O que será que Rony queria dizer? Será que era perigoso mesmo? Ou ele estava fazendo aquilo só para assustar? Hermione não saberia responder.
Todos estavam esperando lá fora, Hermione se distanciou do telefone e foi para os jardins, estava uma manhã ensolarada e quente.
Cho estava preocupada, como iria encarar Harry? Será que devia falar com ele como se nada tivesse acontecido?
Estava totalmente confusa, gostava de Harry, mas tudo apenas não passava de uma ilusão?
- Vamos garotas? - disse a mãe de Cho, abrindo a porta do carro.
As meninas entraram no carro, cada uma sentou confortavelmente onde quis, como sempre, Cho foi no meio, e contou toda a história complicada que havia de passar quando visse Harry novamente.
O som estava muito alto e o Sr. e a Sra. Chang estavam conversando em chinês.
As meninas tiveram oportunidade de conversar com privacidade. Hermione também teve a oportunidade de falar do telefonema de Rony para as amigas.
Cho e Melany fizeram cara de desdém quando Hermione disse que ficariam sozinhos no trem, mas, ao mesmo tempo felizes.
Já estavam quase chegando à estação King’ cross. Todas calaram-se. Estavam ansiosas para poder usar magia, rever seus colegas...
O carro parou em frente á estação. O pai de Cho saiu do carro.
- Vamos garotas? - disse ele abrindo o porta - malas do carro, enquanto as garotas saiam, e apanhavam as malas, acrescentou - as suas Hermione - chamou-a enquanto retirava o grande malão da garota, que continha as iniciais “H.M.G” (Hermione Mollyface Granger) em prata - Mel... - e tirou um malão preto do carro, estampado com o símbolo da casa Corvinal - e Cho é claro. - encerrou, agora sorrindo para a filha mais nova, o último malão era vermelho e continha o nome de Cho gravado belas letras douradas.
- Bom meninas, agora vão! - exclamou Sra. Chang entregando a cada uma um bilhete para sua entrada na plataforma nove e meia.
Caminharam até entre as plataformas nove e dez. Olharam atentos para ver se nenhum trouxa estava prestando atenção e atravessaram a passagem.
Do outro lado haviam muitos alunos e pais que enchiam a estação. Cho procurou por Harry, mas não o achou; provavelmente já teria embarcado, pensou.
Hermione e Mel foram encontrar-se com os pais que aguardavam em um canto da estação, deixando Cho sozinha com os seus.
- Tchau mãe, pai - disse Cho abraçando cada um deles.
- Se você ou suas amigas tiverem esquecido algo, mandaremos pelo correio - avisou Sra. Chang gentilmente - e se quiser, pode fazer a assinatura do Profeta Diário. - ao terminar beijou o rosto da filha.
Cho afastou-se de seus pais e foi cumprimentar os de Hermione, apesar de não se dar bem com a mãe da garota.
- Sr. e Sra. Granger - disse num tom de voz educado - que prazer em revê-los!
O Sr. Granger apressou-se a apertar com firmeza a mão de Cho, já a mulher contentou-se com frio aceno de cabeça. A família da mão de Hermione sempre pertencera a Sonserina e todos, até mesmo Hermione sentiam-se superiores por serem “sangue-puro”... Cho também vinha de uma família tradicional, mas não vangloriava-se por isso.
O apito do trem soou e as duas carregaram seus malões para o trem, que começava a soltar baforadas de fumaça roxa. Lá, encontraram-se com Mel numa das cabines ao fundo, que estava vazia.
- Acho que o Rony está me esperando na última cabine... - Hermione corou.
- Ah, tudo bem! - disse Cho encabulada enquanto Melany dava risadinhas.
Hermione saiu da cabine onde encontravam-se Cho e Mel, e foi a procura de Rony.
Todas as cabines estavam lotadas de alunos de diversas séries, que conversavam alto, brincavam e alguns até assobiavam quando Hermione passava por eles.
Hermione parou na penúltima cabine, uma voz desagradável soou em seus ouvidos.
- Ei, gata!
Era Draco Malfoy, a última pessoa que a garota gostaria de ver no trem.
- Que foi Draco?
- Vem cá! - sussurrou ele da cabine - Parece que está sozinha... posso te fazer uma ótima companhia.
- Não está sozinha - respondeu uma segunda voz saíndo da próxima cabine - Ela está comigo.
Era Rony, estava vermelho e nervoso, porém sério.
- Com você? - disse Malfoy com sua costumeira voz arrastada e fria. - Má companhia Granger... Não gosto que ande com traidores do próprio sangue e ainda por cima pobres. - concluiu, olhando de Rony para Hermione.
- Você - não - manda - em - mim.- falou Hermione desgostosa.
Ao dizer isso, virou a cara para Malfoy e foi até a última cabine com Rony.
- Você não perde por esperar Weasley, você vai perder Hermione antes que possa dizer galeão de ouro... - sussurrou Draco para si mesmo.

- O que tem para me falar Rony? - Hermione foi um pouco mais direta do que pretendera.
- Ah! Desculpe. - Rony pegou nas mãos da garota, que ficou corada - preciso que confie em mim tá? É um assunto muito delicado e quero que me compreenda.
- Eu confio inteiramente em você! - confirmou Hermione com um arrepio, estava segurando finalmente as mãos de seu amado.
- E o seguinte...
Mas esse seguinte foi cortado por ninguém menos que Cho, que acabara de entrar escancarando a porta; e, ao ver os dois amigos tão íntimos, levou um grande choque.
- Me desculpe! - disse envergonhada - não, é, n-não sabia que... bem...
- Ammm... não foi nada disso que você viu! - disse Hermione encabulada - Rony só queria me contar uma coisa.
- Então tá... - disse Cho piscando para a amiga - Só queria saber onde posso encontrar o ... - mas mal acabou de falar e Rony respondeu bruscamente:
- Não está aqui. Não viu que só estamos eu e a Hermione? Pode sair por favor?
- Que estresse, hein... seu chato... mas de qualquer forma “obrigada”. Tô indo, bye!
- Tchau Cho! - disse Hermione sorridente, mas a amiga já havia saído.
O tempo, na medida em que iam avançando para o norte, ficava escuro e frio. Ainda faltava um pouco até que chegassem à escola.
Cho caminhou dentre as cabines abertas sem sucesso. Não avistou Harry em lugar algum. Estava absorta em pensamentos; na grosseria de Rony , no dia em que Harry a abraçou, no pingente prateado esculpido com uma lua. O que isso significava?
- AÍ!
Cho não percebeu que esbarrara em alguém enquanto estivera pensando, mas, até que valeu a pena...
- Harry? - disse ela meio nervosa, meio entusiasmada - eu, ahm, estive te procurando, sabe?
- Ah! Eu também! - respondeu Harry encabulado.
Cho tomou coragem e perguntou:
- Por quê estava me procurando?
- Bom...
O trem todo sacolejou fortemente do nada; barulhos de gritos e trituração de ferro que faziam os tímpanos doerem ecoaram instantaneamente. No ar uma fumaça preta e cinzas invadiam todas as outras cabines.
Caos total. Todos os alunos gritavam e corriam para a frente do trem aparentemente mais segura para eles, levavam seus malões, gaiolas com animais, casacos...
Cho e Harry encostaram-se contra a parede para dar passagem para a multidão.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!SOCORRO-AAH!
Um grito juntou-se a todos os outros barulhos, na verdade, superava todos os outros. Eram gritos de terror e desespero.
- Parece a Hermione! - gritou Cho agarrando Harry pela gola da blusa - HARRY É A HERMIONE! VAMOS!
Os dois saíram debelados pelo corredor, trombando com as pessoas. Mas antes de alcançarem o fundo do trem, Hermione veio correndo em direção à eles, parecia estar sangrando na perna e havia um corte feio na sua sobrancelha e ela segurava o braço esquerdo.
- CHOO! - gritou ela assustada - o bagageiro...
Hermione não conseguiu terminar sua frase, tombou desmaiada nos braços de Harry, que a segurou deitada no chão.
- Hermione, Mione! - cutucou Cho desesperada - Mione... Harry ela desmaiou chame alguém! Depressa!
Não foi necessário, alguns dos monitores das casas (incluindo Percy, o monitor chefe) corriam em direção à eles.
- O bagageiro caiu em cima de um garoto! - gritou um menino assustado, que aparentava estar no segundo ano - Alguém atingiu o vidro do trem pelo lado de fora com um feitiço!
Foi um estardalhaço completo, os monitores correram para o fundo do trem com as varinhas em mão. Hermione ainda estava desmaiada no colo de Harry, e Rony, talvez morto no último bagageiro.
- Vamos Potter! - gritou Percy já correndo - vamos salvar meu irmão! Rápido!
Todos se precipitaram para a última cabine para ajudar Rony, Cho ficara com Hermione em uma cabine da frente do trem vazia; a amiga estava muito pálida e com o rosto assustado. Cho já cuidara de seus ferimentos, mas a garota continuava desmaiada.
Após alguns minutos, Harry veio trazendo, com a ajuda de Percy, um Rony machucado e cansado, mas ainda vivo.
O garoto estava acordado e meio confuso, gaguejava palavras desconexas, parecia ter acabado de levar uma bela pancada na cabeça.
- He-he-he! Hermione, quero ela... mim quer ela... Hermione ser minha... não de garoto loiro panaca... he-he-he!
- Calma cara! - Harry não sabia se dava risadas ou um tapa na cabeça do amigo pra ver se o que tinha saído do lugar, voltava - Ela tá bem!
Rony foi levado para a cabine onde estavam as garotas. Hermione já recobrara a consciência.
- Rony! - gritou ela assim que o viu - Você está bem!
Os dois abraçam-se. Harry, Cho e os monitores saíram da cabine para avisar ao maquinista que já estava tudo sob controle. Um dos monitores da Corvinal fizera um feitiço que lacrara a última cabine, totalmente destruída, e Percy apagara instantaneamente o fogo assim que chegaram.
O trem retomou a viagem rapidamente.

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