Nasce Uma Paixão



- Harry? – chamava uma voz.
Quando o garoto abriu os olhos, viu Hermione lhe chamando. A aparência da garota não era das melhores, pois ainda tinha os olhos úmidos e vermelhos.
- Harry? – chamava ela.
- Oi, Mione! – falou Harry sentando-se na cama – como você está?
- Ah, Harry.... ainda não consigo me conformar. – disse ela com lágrimas nos olhos - onde é que eu vou passar as férias? Onde é que eu vou dormir agora depois que acabarmos o nosso último ano?
- Ah, não se preocupe, eu vou estar aqui com você! E quando a gente acabar Hogwarts, você pode ir morar comigo! Estou mesmo disposto a comprar um apartamento. Você pode ir morar comigo, mas é claro, se você quiser! – falou Harry.
- Ah, obrigada, Harry! Mas, eu preciso pensar, porque ainda não sei o que vou fazer com a casa dos meus pais. – falou ela – o professor Lupin passou hoje mais cedo pra me ver! Harry, porque você não me disse que ele era o nosso novo professor?
- Ah, me esqueci! – Harry balançou a cabeça fazendo Hermione rir.
- Ele disse que ia passar ontem a noite, mas ele teve uns assuntos para resolver! E quando ele passou aqui, você estava dormindo sobre os seus livros!
Harry agora havia se lembrado, ele passou a noite inteira tentando fazer o dever de Poções. Estava explicado a dor que Harry sentia no corpo.
Hermione tentou segurar, mas não agüentou e chorou mais uma vez.
- Harry? Obrigada por tudo, viu? Você é o meu melhor amigo, você sabe disso. Mas, olha, não precisa ficar preocupado comigo, eu estou bem. – começou ela tentando esconder a teimosa lágrima que estava escorrendo do seu rosto de Harry.
- Tudo bem, Mione! Você não precisa esconder nada de mim, você também tem sentimentos, eu sei como é difícil! Mas, quando você precisar, eu vou estar sempre aqui pra te ajudar, OK? Agora, vamos pra aula? – falou Harry.
- OK! Vamos sim! – respondeu ela virando-se para pegar a mochila em cima da cama.
Harry segurou-a pelo braço, fazendo-a virar, e então a abraçou.
- Não se preocupa, tá? – perguntou Harry, mas não obteve nenhuma resposta.
Harry seguiu com Hermione até a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Quando a garota entrou na sala, muitos vieram conversar com ela para saber como ela estava. Isso deixou Hermione muito feliz.
- OK! Vamos nos sentar agora? Vocês tem o dia todo para conversar com a Srta. Granger! – falou Lupin que entrava na sala.
Todos se acomodaram, e Hermione sentou-se junto com Harry. O garoto reparou que em intervalos, a menina deixava rolar uma lágrima pela superfície do rosto. Mas, também reparou que Rony nem viera falar com Hermione, isso o deixou realmente chateado.
As aulas seguiram normalmente, e para a surpresa de todos, quando um professor fazia uma pergunta para a classe, a garota que sempre sabia tudo, já não levantava a mão para responder. Hermione não havia perdido a sua inteligência, ela apenas estava fragilizada com os acontecimentos.
A semana se passou, e Hermione parecia melhor, mas Harry a encontrou muitas vezes chorando na sala comunal.
A partir daquela semana, Harry andava bastante com Hermione, as vezes para conversarem, outras para ficar em silêncio. Todas as vezes que ele a encontrava, sentia seu estômago revirar e o dia de repente ficava quente. Mas, afinal o que é que estava acontecendo com ele? Como era possível, num dia de frio, se sentir calor? As perguntas bloqueavam o cérebro de Harry. Ele estava achando tudo aquilo muito estranho.
Na manhã em que tinha um período livre antes de Poções, Harry caminhou até o jardim sozinho, e se sentou sob o sol fraco.
- Harry? – chamou alguém que Harry reconheceu. Era Remo Lupin.
- Sim, professor? – falou Harry, enquanto Lupin se sentava ao lado dele.
- O que está acontecendo com você? Estou te achando meio esquisito ultimamente!
- Ah, não, não está acontecendo nada. Só estou um pouco preocupado com a Hermione! – respondeu Harry – afinal ela acabou de perder os pais.
- Sim, mas será que você só está assim porque ela perdeu os pais? – perguntou o professor encarando Harry.
- Como assim, professor? – Harry não sabia do que ele estava falando.
- Você já parou para pensar, que essa sua preocupação com a Hermione, pode não ser só porque ela perdeu os pais? – perguntou o professor – o que quero dizer é que você pode estar apaixonado pela Hermione, Harry!
- Eu... eu...o que? Não... não.. nem que eu quisesse, ela gosta do Krum, e ela é a minha melhor amiga! – falou Harry querendo não receber uma resposta.
- As vezes você não sabe, mas ela pode não gostar mais do Krum, e qual é o problema de se apaixonar pela melhor amiga? – perguntou Lupin.
- Ah, eu não sei, mas, acho que isso não tem nada a ver! Eu não posso estar apaixonado pela minha melhor amiga! – respondeu Harry.
- Escuta, Harry, eu sei que você não teve um pai para poder conversar com você sobre isso, você até podia Ter conversado com o Sirius, mas vocês passaram muito pouco tempo juntos. Mas, essa resposta sobre a Hermione, você só vai encontrar dentro de si mesmo! – falou o professor.
- Como assim? – perguntou Harry.
- Você tem que reparar nos seus sentimentos. Como o que você sente quando está perto dela! Olha, Harry, não tem problema nenhum em se apaixonar, isso até vai lhe fazer bem! Pensa no que eu te falei, OK? Quando quiser conversar, me procure na minha sala, tá?
- Tá! Obrigada, Lupin! – falou Harry.
Depois disso, o professor rumou para sua sala, e Harry para a aula de Poções.
A semana se passou e Harry percebeu que o que Lupin dissera era verdade. Mas ele não podia estar gostando dela! Não da sua melhor amiga! E como ele ia dizer isso a Hermione? Não, ele nunca teria coragem para dizer a ela! Não podia, e a amizade que eles tinham? Será que ela também sentia alguma coisa por ele? Ou será que ela ainda gostava do Krum? As perguntas pareciam explodir o cérebro de Harry. Se ao menos, ele pudesse conversar com o Rony, seria mais fácil, mas ele não conversava com o garoto desde que Hermione ficou sabendo que perdera os pais.
Harry passou os dias seguintes, formulando respostas para as suas perguntas, mas ao chegar a conclusão de que não haviam respostas, ele tomou uma decisão. “Não, eu não posso falar para Hermione que eu amo ela! Eu não vou falar! Eu tenho que esquecer ela! Eu tenho que tirar a Hermione da cabeça! Mesmo que isso me faça sofrer! Hermione nunca vai saber que eu amo ela!” pensou para si mesmo.
A partir desse dia, Harry resolveu ocupar sua cabeça com os estudos e também estava reparando nas meninas da escola. Quem sabe ele não achava alguém para substituir Hermione?
Mas em uma tarde, Harry parou. E a Gina? O que aconteceu com o que ele sentia por ela? Será que Gina ainda gostava dele?
Tomou a decisão mais errada de sua vida, mas tinha plena consciência disso.
- Gina? – Harry estava parado no pé da escada.
- Oi, Harry! – falou a garota.
- Acho que a gente tem que conversar! – falou Harry.
- Agora, Harry?
- É, é sim! Por que?
- É porque eu vou me encontrar com o Draco agora! – disse Gina corando.
- Com o Malfoy? Você tá namorando o Malfoy? – perguntou Harry.
- É, tô sim. Mas por que Harry?
- Eu pensei que você ainda gostasse de mim!
- Ah, eu gostava até o Draco vir falar comigo! Ah, desculpe, Harry, mas eu preciso ir! – falou Gina virando-lhe as costas.
Harry estava chocado. Gina o trocara por Draco Malfoy? Não sabia, mas ele sentiu um alívio por Gina Ter lhe dito que estava com outra pessoa. Agora, teria de arranjar outro jeito de esquecer Hermione.

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