Sentimentos Descobertos



Estava um dia quente, tudo estava tão monótono naquela rua tão conhecida, todas as casas pareciam iguais, carros na garagem flores bem cuidadas um bairro perfeito, para quem quisesse morrer de tédio. Era assim que um garoto porte médio de cabelos bagunçados escondendo uma cicatriz em forma de raio se sentia, entediado.

Ele estava deitado em sua cama naquele quarto com os olhos inchados, como de alguém que havia chorado dias e dias. Uma pilha de livros estava agrupada perto do armário, o quarto parecia arrumado pela primeira vez, a gaiola estava vazia mostrando que sua residente havia ido caçar. As lagrimas começaram a cair e flashs daquela noite terrível vinham em sua cabeça. Havia sido assim todos os dias de suas férias. Ele procurava ficar ocupado, havia arrumado o quarto, feito os trabalhos da escola, arrumado o jardim, tudo que os Dursley pediam ele fazia sem pestanejar, mas quando ele não tinha o que fazer aquelas malditas lembranças lhe caiam a mente como agora. Imagens daquela noite no ministério, seu padrinho sumindo diante daquele véu. Isso o perturbava mais porem a coisa que o deixava mais triste era rever a imagem de Hermione sendo atingida e derrubada. Sentia-se arrasado por não fazer nada pensava que se não existisse ninguém passaria por aquilo, que se não existisse seu padrinho nunca haveria morrido. Pensou algumas vezes em se matar, mas não criava coragem para isso, seus amigos lhe mandavam cartas todos os dias, mas ele mentia dizendo “estou bem não se preocupem” ou “Até que não estão sendo ruins estas férias...”. Todos acreditavam naquela baboseira que ele escrevia menos Hermione.

Ela o conhecia melhor que ela mesma, sabia que ele escrevia aquilo para não preocupar os amigos, mas no fundo ele estava sofrendo, Rony talvez não visse isso, mas pra ela estava bem claro isso, pensava num jeito de falar com Harry. Precisava disso, precisava ouvir dele se era verdade que estava bem, se ele ainda pensava na morte de Sirius. É claro que ele pensava, mas precisava arrumar um jeito de fazer com que ele melhorasse, quando ele escrevia daquele jeito o coração da garota apertava, ela sentia que ele não estava bem. Ela estava quase dormindo, já se passava da meia noite até que levanta como se um relâmpago houvesse caído sobre ela.

- É claro como não pensei nisso!

Desce correndo para a sala. Era uma casa bem arrumada, paredes de cor clara, moveis bem ajeitados, passava uma tranqüilidade... Mas ela estava agitada, correu para uma mesinha e agarrou o telefone e subiu para o quarto no mesmo pique, largou o telefone sobre a cama e começou a revirar a gaveta.

- Ai ai... Cadê? Achei! – Exclama feliz.

Ela senta na cama com as penas cruzadas e começa a discar os números, mas antes de terminar ela desliga o telefone rapidamente.

- Droga ele já deve ta dormindo.

E começa a se perguntar se o garoto atenderia ou não. Decide ligar, se ele não atendesse ela desligaria. Então volta a discar os números.

Harry descia vagarosamente, custando a se parar em pé, nada o animava, ele ia à cozinha pegar um copo d’gua, acabava de entrar na sala quando o telefone toca. Ele não se move, fica olhando o telefone tocar sem se mexer. Estava pensando se atenderia ou se deixava tocar e ia embora. Escolhe atender então anda ainda devagar, não pelo sono mais pela tristeza e melancolia.

- Alô? – Diz com a voz rouca de tanto chorar. – Alô? – Repete com a voz um pouco mais firme, mas visivelmente abalada.

-Err... Harry é você? – Hermione fala tentando esconder o nervosismo.

- Mione? – O garoto se assusta, pois já se passavam da meia noite.

- Sim... Ah desculpa ligar tão tarde, tava dormindo? – Ela já mordia o travesseiro para conter o nervosismo.

- Não, esses dias eu não ando dormindo mesmo. – Fala normalmente, mas depois se arrepende, acaba de confessar que estava mau com tudo que havia acontecido e se castiga com um tapa na cabeça.

- Eu sabia que você tava mau Harry, porque não falou pra gente? Porque ficava falando que estava bem? – O nervosismo se transforma em preocupação, ela havia acertado o garoto não estava bem

- Calma ai... – diz subindo com o telefone para o quarto onde poderia conversar normalmente. – Pronto.

- Vamos Harry pode ir falando porque não conto pra gente?

- Ah Mione eu só ia deixa vocês mais preocupados, não quero envolver vocês nos meus problemas idiotas...

- O QUE? – Alem de preocupada agora ela estava irritada. – Como assim não nos envolver, nós já estamos envolvidos você querendo ou não e seus problemas não são idiotas! – Quando ele argumentar ela o corta novamente. – Que dia eu posso ir ai? – Ela mesma ficou surpresa com a proposta e se jogou na cama.

- Amanha de manhã meus tios e o Duda vão viajar, vão visitar aquela velha que o Dobby transformou num balão. E só voltam na segunda. – Ele precisava de alguém pra conversar, ela estava disposta a ir na casa dele ajudá-lo, ele sabia que era errado mas precisava dela. – Mas...

- Mas nada! To ai depois do almoço – E desliga o telefone.

Ele ta precisando de min eu sei disso, por isso ele me chamou. Pensava enquanto estava deitada e acaba adormecendo pensando nele. Ela havia demora um pouco pra perceber que gostava dele não só como amigo, sabia que ele a veria sempre como uma irmã e nunca como outra coisa. Mas o que ela não sabia é que estava enganada, Harry havia pensado nela muita mais depois do lance do ministério, quando a viu sendo derrubada, ele também estava confuso mais começava a perceber que estava gostando dela de outra maneira.

Foi pra cama mais tranqüila, ela não havia falado muita coisa mais só dele saber que ela viria no dia seguinte já o confortava, estava pensando o quanto ela poderia estar linda. Os pensamentos tristes foram trocados pelas imagens de Hermione, ele não entendia o porquê mais ela gostava do Rony, não ia dar certo e foi pensando nisso que se jogou na cama e dormiu pesadamente.

Era manhã e Harry fazia o café da manhã pros Dursley. Colocou tudo na mesa e todos se serviram.

- Seu moleque não quero ver aquela coruja voando por aqui enquanto nós estivermos fora ta? – Fala com aquele ar rabugento e Harry apenas afirma com a cabeça.

- E vê se cuida do jardim! – Tia petúnia o lembra e ele apenas afirma novamente.

Eles se levantam para se arrumarem após o café. Duda vai pegar suas coisas em seu quarto enquanto os tios ficam lembrando Harry pela 5º vez de suas tarefas domesticas. Logo Duda volta.

- Estamos indo, quero ver isto aqui um brinco quando voltarmos viu moleque?

- Tudo bem tio Valter. Boa Viagem.

Eles não respondem apenas saem e ele escuta o ronco do carro saindo pela rua monótona. Ele se joga no sofá, tudo que teria que fazer agora era esperar por Hermione. Estava feliz em revê-la, tudo que queria era alguém para conversar, alguém com quem podia contar, alguém como Hermione. Sobe para tomar um banho e se arrumar para reencontrar a amiga. Toma um banho demorado e veste uma roupa (que não era do Duda) e desce para esperá-la, mal se senta no sofá a campainha toca, era pouco mais de 11 horas, e ele se lembra que ela havia dito depois do almoço e não antes, mas não se importa vai pra porta e abre.

- Oi Harry! – Mal abre a porta e já é abraçado com fervor. Um abraço aconchegante, que ele logo retribui e abre um sorriso.

- Olá Mione – Diz ainda abraçado a ela, a voz sai num sussurro fazendo-a se arrepiar.

Separam-se e Harry faz um gesto para ela entrar.

- Cadê seus pais?

- Ah eles disseram que vão me pegar amanha a noite. Tem problema eu dormir aqui hoje? – Ela estava um pouco receosa da resposta, dormir com Harry na mesma casa ia ser um pouco difícil ainda mais estando sozinhos.

- Claro não tem problema. Vamos colocar suas malas lá no quarto, vem. – Pega as malas dela e sobe pro seu quarto pra colocá-las lá. Logo que entra ela toma um susto.

- Mas o seu quarto ta bem arrumado Harry, você sempre falava que isso aqui era uma zona...

- Ah é eu dei uma arrumada. – Fala meio sem jeito se lembrando do porque havia arrumado. E parece que ela adivinhou.

- Não adianta nada você se matar de trabalhar pra não pensar no Sirius Harry. – Diz em tom de repreensão. Mas se arrepende ao ver a expressão dele e uma lagrima solitária cair de seus olhos percorrendo seu rosto. Ele se vira de costa enxugando as lagrimas. – Harry eu sei que é um assunto delicado mais você tem que enfrentar Harry.

- NÃO EU NÃO TENHO QUE ENFRENTAR... – Grita enfurecido. Mas ela corta sua próxima frase com um abraço carinhoso, deixando as lagrimas escorrerem e corresponde ao abraço. – Me desculpe Mione – Diz com a voz embargada, percebendo que havia se excedido.

- Não precisa Harry eu entendo o que você ta sentindo. Eu nunca perdi nenhum familiar, mas sei que se perdesse estaria igual a você agora. – Diz se separando um pouco dele e colocando uma das mãos em seu rosto amparando algumas lagrimas tímidas que caíam. – Você não está sozinho Harry, você tem a min. – Fala quase sussurrando, olhando profundamente naqueles olhos verdes marejados, ia falar sobre Rony, mas não deu tempo.

É surpreendida por um beijo, no começo suave, apenas um toque de lábios. Harry não estava mais angustiado, se sentia melhor pelas palavras dela. A beijou num impulso, mas era o que ele realmente queria. Logo o beijo se aprofundou mais um pouco, Ela ficou confusa, mas se deixou levar pelos sentimentos, já havia sonhado com um beijo dele, porém era bem melhor na realidade. Logo as línguas se procuravam, timidamente. Harry a trouxe para mais perto de si, mas ela se separou levemente dele.

- Harry... – Diz olhando nos olhos dele que ainda degustavam aquela sensação – Isso foi um erro. – Ele olha pra baixo

- Me desculpe Mione – Diz com a voz embargada, deixando mais uma lagrima tímida cair de seus olhos. – Eu sei que você gosta do Rony, me desculpa.

- Eu não gosto do Rony. – Diz começando a se assustar, e pensando será que Harry gostava dela.

- Sério? – O rosto dele se ilumina ao pensar na idéia de ficar com Hermione. – Então não foi um erro... – Fala se aproximando mais um pouco, mas ela o interrompe novamente.

- Foi Harry – Diz se soltando dos braços dele. E o olhando nos olhos. – Eu sei que você está triste e carente, não quero que fique comigo por causa disso.

- Mas eu não estou querendo você por isso... – Se aproxima dela colocando uma de suas mãos no rosto dela amparando uma lagrima solitária que caia. – Eu realmente gosto de você...

Ela ficou estática ao ouvir a declaração do garoto. Ele se aproxima mais comprimindo os corpos que se esquentam no momento do toque e vai aproximando seu rosto do dela até tocar-lhe os lábios. Ela se entregou completamente aquele beijo, suas mãos deslizavam pelo peitoral de Harry, enquanto ele deslizava as suas pelas costas da garota as depositando em sua cintura. Eles se separam daquele beijo profundo e apaixonado. E se olham nos olhos. Ele ia começar a falar alguma coisa, mas ela toca seus lábios com o dedo indicador, fazendo-o apenas observá-la.

- Eu também gosto de você... – Sussurra pra ele, afinal ela estava um pouco sem voz depois daquele beijo ardente.

Ele apenas a abraça forte, e não diz nada. Ela havia se tornado a luz no fim do túnel para Harry, a vida em meio a morte. Agora ele tinha mais uma razão para viver e ela se chama Hermione, mas isso mesmo assim não o deixava feliz, pois logo teria de largá-la...



Ae espero que gostem da fic comentem ai pra saber se fico boa e talz... flws ae depois trago segundo episodio!!

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