Conflitos Internos



Juliah estava lembrando de tudo o que acontecera, teria de ser um sonho, ela queria que fosse um sonho, mas sabia que não era. Como ela poderia levar Harry se ele era seu amigo? Mas a lembrança da morte lhe veio a cabeça e Juliah sabia que não tinha coragem suficiente para enfrentá-la e o único jeito de escapar era entregar Harry.

Depois de algum tempo, Juliah deixou seus pensamentos se esvaírem e já estava quase pegando no sono, devido o cansaço dos acontecimentos. De repente ela ouviu um ruído e abriu seus olhos assustada, ali, ao lado de sua cama, estava parado Harry Potter.

- Oi, como você está?- perguntou Harry parecendo aflito.

- Bem! Só um pouco cansada.- respondeu Juliah.

- Eu... eu fiquei muito... preocupado!- comentou Harry corando.

- Harry você me desculpe, mas- Juliah virou-se de costas para Harry tentando esconder as lágrimas- eu estou realmente muito cansada.

- Ah! Claro ... até amanhã então!- disse o menino saindo.


Harry voltou para seu dormitório, o dia já iria nascer e dentro de poucas horas ele teria aula com seu padrinho Sirius e ele sabia que lhe devia uma explicação.




Fazia pouco tempo que Harry Potter havia dormido e Rony já estava vestido e pronto para ir tomar café, ele tentou acordar o amigo, mas não conseguiu, saindo sozinho. Ao sair do dormitório encontrou Hermione e Gina. Hermione contou, agora em detalhes, tudo que tinha acontecido e Rony ficou muito zangado por não ter sido convidado.

- Eu não consigo aceitar que vocês não me chamaram, nem ao menos me falaram sobre o que iam fazer!- disse Rony.

O menino reclamou até ele e Hermione entrarem na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Rony cala a boca! O Harry não vem?- perguntou Hermione.

- Acho que não, ele tava dormindo e eu não consegui acordá-lo.

- Ah Rony o Sirius vai querer uma explicação!

- Oh! Você não planejou tudo sozinha, agora se vira!

O professor Sirius Black chegou na sala e pediu silêncio a todos. Ele fez a chamada e viu que Harry não estava. Iniciou sua aula e depois que pediu que os alunos lessem uma parte do livro os perigos que você pode enfrenta, foi até onde Hermione e Rony estavam sentados.

- Onde o Harry está?- perguntou Sirius um pouco zangado.

- Bem... ele não conseguiu acordar.- respondeu Rony.

- Quero falar com os três! É com os três!- disse Sirius quando Rony fez uma cara de espanto- depois do almoço aqui na minha sala.

O resto das aula transcorreu normalmente. Durante o período de feitiços o Harry apareceu e não ficou surpreso com o pedido de Sirius. A única coisa que ele havia estranhado foi o comportamento de Juliah com ele na enfermaria, mas deveria ter sido por ela não estar se sentindo bem. Pelo menos ele queria acreditar que era só isso, pois ele já não suportaria deixar de ter a amizade dela.



- Olá meninos, podem se sentar aí e começar a explicar o que vocês faziam na sala de astronomia com uma porção de livros da seção restrita!- disse Sirius num tom sério, mas sorrindo.

Harry e Hermione explicaram tudo a ele, detalhadamente, Sirius apenas ouviu e depois que os meninos terminaram ele voltou a falar.

- Aquele talismã de Juliah está enfeitiçado, mas tenho certeza que não é um objeto das Artes das Trevas, ele foi só um jeito talvez da mãe dela protegê-la. Dessa vez eu não falarei nada disso a ninguém, mas é a última vez que eu encubro o que vocês fazem. Agora vocês me darão licença porque eu preciso falar com a professora McGonagall.




Juliah saiu da enfermaria algumas horas depois. Fisicamente ela não estava sentindo nada, mas emocionalmente ela ainda estava muito abalada. Alguns pensamentos povoavam a cabeça de Juliah, se ela era filha do Lord das Trevas porque ela não era má? Mas será que ela não era má? Ela não havia machucado o Draco? Se ela era capaz de machucar alguém daquela forma era muito provavelmente porque ela tinha a maldade dentro de si.

Esse pensamento fez com que ela se afastasse o máximo possível das pessoas. Nos dias que se passaram ela deu todo o tipo de desculpas para não se encontrar com Harry ou com seus amigos. Eles a estavam achando estranha, contudo não suspeitaram de nada. Porém um dia antes do baile de primavera ela encontrou-se com Hermione na biblioteca e antes que pudesse sair a menina a agarrou pelo braço e a fez sentar em uma cadeira.

- O que está acontecendo com você, nós somos teus amigos e podemos te ajudar!- berrou Hermione.

- Nada, eu só estou um pouco ocupada sabe como é o quinto ano é o ano dos N.O.N.s.- respondeu Juliah forçando um sorriso.

- Você tem andado esquisita desde aquele dia que você tirou o talismã e desmaiou. Eu até suspeitaria dele, mas Sirius disse que possuía magia do bem...

- O professor conhece a magia do colar?- interrompeu Juliah.

- Bem, ele nos disse que o talismã não era um objeto das Artes das Trevas e que provavelmente sua mãe colocara um feitiço protetor...

- Então...- pensou Juliah em voz alta- era o talismã que me protegia dele. Mione eu preciso ir!- gritou ela saindo às pressas.



Agora tudo fazia sentido para Juliah. Voldemort havia dito que não conseguia encontrá-la antes, pois existia alguma coisa que impedia seus feitiços de localização e quando ela tirou o colar ele a encontrou. Era isso! O talismã possuía um feitiço que impedia Voldemort de encontrá-la. Se alguma coisa acontecesse, se ela não entregasse Harry, ela poderia fugir e ele nunca a encontraria, mas por enquanto ela não precisava se importar com isso. Ela sabia que em Hogwarts, com Dumbledore, ele não tinha como fazer nada para ela ou para o Harry.




Faltava uma dia para o baile e Hermione não tinha um par, apesar da insistência de Gina para que ela fosse, Hermione tinha decidido que não iria sozinha. A pessoa que ela queria que a convidasse já iria com outra garota. Hermione simplesmente não acreditava que Cho Chang havia aceitado ir com o Rony, ela sempre pensou que a menina era louca pelo Harry. A única coisa que sabia era que ela queria ir com Rony. Apesar das brigas, já fazia um tempo que Hermione notara que gostava do menino como se ele pudesse ser mais que um amigo, tanto que esse ano ela mal conseguia ficar ao lado do garoto.

Com a cabeça cheia de lembranças Hermione saiu da biblioteca onde havia se encontrado a pouco com Juliah, e foi para o salão comunal da Grifinória. Lá ela encontrou Neville Longbottom, sentado em uma pequena poltrona.

- Oi Neville! Tudo bem com você?- perguntou Hermione preocupada.

- Oi Mione! Eu... eu... tô bem sim!- respondeu o menino baixando a cabeça, com os olhos cheios d’água.

- Ah, não está não! Você não confia em mim? Acredite tudo que eu puder fazer eu faço para te ajudar.

- É que... bem... eu não tenho companhia para ir ao baile amanhã. Convidei um monte de meninas e todas riram de mim.

- Olha... a única coisa que eu posso fazer é ir ao baile com você! Isso é... se você aceitar.

- Claro! – disse ele com os olhos brilhando- puxa Hermione você é ma excelente amiga, nunca ninguém fez uma coisa dessas por mim, quer dizer talvez a Gina...

- Não se preocupe Neville. Eu é que devo te agradecer. Sabe eu também não tinha par e se não fosse por você não iria ao baile! Bem eu vou para o meu dormitório e depois a gente se fala!

- Até logo!- disse Neville.

Mione foi para o seu quarto. Ela não imaginava ir ao baile de primavera com o Neville, mas ele era uma ótima pessoa e com certeza era muito melhor que ir sozinha.






Juliah correu e encontrou-se com Harry quando ele estava indo para o treino de quadribol.

- Harry! Harry!- o menino parou- Oh, Harry! Me desculpe! Me desculpe por ter te evitado durante esses dias mas eu estava um pouco...ãh.... um pouco...

- Diferente!?- sugeriu Harry.

- É, mas isso não significa de maneira nenhuma que eu deixei de ser sua amiga e nem que eu não vá mais ao baile com você.

- É sério?

- É!

Harry e Juliah se abraçaram, Harry pediu licença e foi para o treino. Ele não sabia porque, mas o dia estava muito mais bonito.




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