Capítulo XXXIV



N/A Obrigada pela compreensão... e por esta trégua... desculpem pela demora... taí o novo cap! Espero que gostem...

Bastaria chegar a Hogsmeade e pegar uma condução até a Mansão, depois viria a parte mais difícil: tirar Hermione das garras de seu pai!

Draco olhava para o imenso jardim de sua casa. Já passava das 23:00 horas e ele começava a sentir o vento gelado vindo das montanhas próximas. Observava as janelas acesas e a movimentação dentro da mansão. Figuras sumiam e apareciam de vez em quando, deveriam ser os elfos que ainda trabalhavam. Mais atentamente olhou para a varanda que dava no quarto do pai, ele já deveria estar deitado. Agora só faltava descobrir em que parte da casa estava Hermione.

Sem esperar mais tempo, empunhou sua varinha no caso de precisar desviar de alguma armadilha ou feitiço de proteção. Caminhando sorrateiramente entre os arbustos, conseguiu chegar sem ser visto até as paredes da propriedade. Imaginou o melhor caminho a seguir e decidiu entrar pelo porão. Dando a volta pelo lado oeste abriu o alçapão que levava à adega da família. Tudo estava empoeirado e o cheiro era nada agradável, mas pra ele não importava, precisava encontrá-la o quanto antes.

Com cuidado, abriu a porta que dava no hall. Como não havia ninguém por perto, rapidamente correu em direção à biblioteca e fechou a porta sem fazer ruído. Olhou à sua volta, tudo estava no lugar. Encaminhou-se até a estante de livros à direita e procurou o que abria a passagem para os corredores secretos, onde geralmente seu pai se divertia torturando aqueles que lhe desobedeciam, ou simplesmente o irritavam.

Lembrava-se de quando era pequeno, e da primeira vez que foi levado até aquele lugar. Seu pai o havia deixado sem comida por três dias após ele ter sujado seu mais novo sapato durante um jantar de negócios. Passava exatamente no corredor onde havia sido jogado, e algo lhe dizia que se Hermione estivesse ali, seria para lá que Lúcio a levaria. Estaria ele certo?

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Hermione estava sentada próxima a porta com as costas na parede, as pernas esticadas no chão, a capa estava envolvida no corpo, diminuindo a intensidade do frio. Estava cansada, porém havia tido uma idéia que poderia dar certo, e não perderia a oportunidade deixando-se cair no sono. Quando aquela porta abrisse novamente ela o atacaria com um peso de papel que havia na mesa e o deixaria tonto, tendo tempo então de roubar sua varinha e escapar daquele lugar.

Porém, antes que pudesse se preparar devidamente ouviu a porta abrir-se com certa rapidez. Ao ver a capa negra à sua frente, Hermione levantou de um pulo e acertou com força a cabeça da pessoa que acabara de entrar no aposento. Ao ir checar quem estava caído no chão, ela pôde constatar que cometera um terrível engano.

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Draco, ansioso por confirmar sua suspeita, destrancou a porta usando um feitiço sangüíneo, que permitia a qualquer Malfoy entrar em todos os aposentos da mansão. Após passar pela porta, apesar da pouca visibilidade, constatou que ninguém se encontrava ali, mas antes que pudesse dar meia volta sentiu um baque violento em sua cabeça e tudo a sua volta pareceu girar até tornar-se um completo vazio.

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Hermione sentiu o coração gelar ao ver que acabara de acertar Draco ao invés de Lúcio. Fechou a porta rapidamente com medo de que alguém pudesse ter ouvido o barulho dele caindo no chão. Ajoelhou-se a sua frente, virando-o a fim de poder encarar o rosto sem expressão. Na verdade ele parecia dormir tranqüilamente, exceto pelo galo que começava a se pronunciar no meio dos cabelos loiros.

- Draco? – A garota segurava sua capa com as duas mãos, sacudindo-o levemente. – Draco? – Insistia ela, enquanto sussurrava próximo ao seu ouvido. – Não foi tão forte assim... Acorda! – A garota persistia enquanto os segundos iam se passando. – Draco...

Enquanto ela olhava para a porta, rezando pra que ninguém chegasse, ele abriu os olhos encarando a garota à sua frente. A expressão cansada e preocupada o deixou ainda mais nervoso, imaginando o que seu pai poderia ter feito a ela.

- Hermione... – Chamou ele fazendo-a encará-lo com olhos surpresos e contentes.

- Draco! – Exclamou ela enquanto o abraçava fortemente. – Que bom que você acordou. – Ela olhou nos olhos azuis enquanto passava a mão pela cabeleira loira. – Você está bem? Ainda está doendo? Desculpe, é que eu não sabia que era você! – Falava ela rapidamente, sem parar para respirar. – Mas, como você veio parar aqui? Quer dizer, como sabia que eu estava aqui?

- Você poderia parar de tagarelar um pouquinho? – Pediu ele com um sorriso nos lábios. – Eu acabei de levar uma pancada na cabeça. Meu raciocínio ainda está lento.

- Desculpe. – Ela disse sorrindo. – É que eu estou um pouco confusa com a situação e ansiosa pra sair dela.

- Eu sei, mas antes... – Ele a olhou nos olhos, fazendo-a corar levemente. Apoiando um dos braços no chão ele inclinou-se na direção dela, segurando sua nuca e puxando-a para perto.

Hermione sentiu o sangue correr por todas as veias. A proximidade dele só fazia-a ansiar pelo momento. Assim que as bocas se tocaram, uma corrente elétrica pareceu tomar conta dos dois. O beijo era urgente e apaixonado, carinhoso e envolvente. Não importava se o machucado incomodava, se a cabeça dele doía, ambos sentiam a respiração quase faltar, mas não interromperam o beijo até ele se se tornar calmo e suave.

- Você não pode imaginar o quanto senti falta disso. – Falou ele ofegante, ainda de olhos fechados, enquanto encostava a testa na dela.

- Acho que posso. – Respondeu ela sorrindo, também com a respiração acelerada e os olhos cerrados.

Após alguns segundos ele a encarou, passou a mão pelo seu rosto e sentiu-se confiante para enfrentar o que tivesse pela frente.

- Agora precisamos esclarecer algumas coisas. – Falou ele firmemente, enquanto sentava-se no chão, cruzando uma das pernas. Hermione imitou o gesto dele, ficando à sua frente. – Como você veio parar aqui?

- Snape. – Respondeu ela quase num sussurro, olhando para o chão.

- Professor Snape? – Repetiu ele incrédulo.

- Você conhece mais algum Snape? – Retrucou a garota erguendo uma sobrancelha, enquanto ele ria cinicamente.

- Aprendeu rápido! – Ela deu um meio sorriso. – Certo. Mas como vocês vieram parar aqui?

- Ele pediu que eu pegasse um livro e quando eu entregava-o ele se tornou uma chave de portal. Quando percebi, nós já estávamos aqui, e ele já havia me desarmado.

- Muito criativo o seboso. – Comentou ele como se para si.

- Mas afinal, que lugar é esse? – Quis saber ela não contendo mais a curiosidade.

- Minha casa. – Respondeu ele, olhando-a nos olhos.

- Então... – ela murmurou, ligando as informações. – Este é o esconderijo de Voldemort?

- Não. – Ele disse rapidamente, antes que fosse mal interpretado. – Alguns comensais vêm aqui pra se reunir sim, secretamente. Mas Voldemort nunca chegou perto destes portões.

- E porque? – Continuou ela inquisidora.

- Porque seria um pouco óbvio, sabendo-se que meu pai é um seguidor dele. – Ela pareceu ponderar. – Ele por acaso veio até aqui?

Ela negou com um aceno de cabeça.

- Hermione, eu recebi um bilhete de meu pai e sei que ele descobriu sobre a gente. – Ela o encarava com apreensão. – Ele não gostou da idéia. – Ela afirmou com a cabeça. – Esse plano todo foi dele!

- Ele disse que eu não deveria ter me metido no caminho, que você não era bom... – Draco a encarava cada vez mais perplexo. – Que você seria igual a ele...

- Eu não sou igual a ele, Mione. – Ele disse segurando seu rosto entre as mãos. – Você mesma já me convenceu disso... Lembra?

- Eu sei disso! Mas ele parece estar obcecado por fazer de você um comensal! Pelo que eu entendi, nada vai impedi-lo disso. – Ela continuou tristemente.

- Ele sempre tentou me mostrar que o caminho das trevas era o meu destino. E que, caso eu o traísse, perderia tudo que eu tenho. - Ele disse enquanto observava a reação dela.

- Então ele vai te deserdar? – Ela indagou.

– Ele não estava falando de dinheiro, Mione. – Falou o loiro serenamente. – Ele estava falando de tudo o que eu ganhar desobedecendo ele.

- Mas...

- A primeira coisa que eu ganhei foi você! – Ele interrompeu, vendo-a ficar com os olhos marejados. – Você é tudo o que eu tenho... E ele está tentando te tirar de mim.

- Então... Ele vai me matar? – Resumiu ela, ainda emocionada com a declaração do rapaz.

- Isso eu nunca vou permitir. – Respondeu ele, segurando em suas mãos. – Por isso estou aqui. Vim pra te levar embora!

Hermione não conseguiu conter o sorriso que transparecia toda a felicidade em seu coração. Draco havia vindo para resgatá-la! Ele iria tirá-la daquele lugar!

- É melhor irmos logo. – Ele disse levantando-se, e ajudando-a a erguer-se. – Alguém pode chegar a qualquer momento.

Ela concordou com a cabeça, enquanto ele checava se o caminho estava livre através da porta entreaberta.

- Vamos. – Falou o rapaz, enquanto erguia sua varinha em uma mão e na outra segurava firmemente a de Hermione, que olhava apreensiva para todos os lados por onde passavam.

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