Troca de Julieta



-Aquiles! – disse a garota, se levantando assustada do gramado com a respiração ofegante. Ela colocou a mão direita na localização da onde provavelmente seria o coração e, com os olhos abertos, ela continuou – Você me assustou! – Hermione respirou fundo e depois olhou novamente para Aquiles, que estava mais triste que o normal. Preocupada, Mione se aproximou dele e, colocando a mão esquerda no ombro direito do garoto, perguntou – Está tudo bem?
-Está sim... Eu só vim conversar com você. Isso é, se você quiser conversar comigo, lógico!
-Mas é claro... Sente-se aqui ao meu lado. – disse a garota se sentando novamente onde estava. Abrindo um sorriso tímido e forçado, o garoto sentou ao lado de Hermione com um espaço de quinze centímetros entre os dois.
A garota esperou que Aquiles começasse a falar. Como ele não disse nada, Hermione ficou olhando o lago, cantando músicas e brincando com as pedras, enquanto Aquiles olhava para baixo, meio vermelho. Eles ficaram uns vinte minutos sem conversar, até que Victor finalmente tomou coragem. Ele respirou fundo e começou a falar, olhando profundamente para o lago:
-No dia em que nos conhecemos, você quis saber porque é que eu pareço ser tão triste. Ou, como você disse, porque eu carrego tanta tristeza nos olhos.
-E você disse que era um segredo.
-Naquela época era...
-Mas, só se passaram alguns meses.
-Porém, está chegando a hora!
-Hora? Que hora? Gente do céu... Eu não to entendendo nada!
-Em breve você vai entender...
-Ai, ai... Você e seus mistérios! Ok, ok... O que você quer me contar? Agora eu fiquei curiosa!
-Já que você já lembrou... Eu vou contar toda a história....
-Está bem! Mas, fala logo... Você está me assustando.
Aquiles olhou para baixo novamente depois respirou fundo, balançou a cabeça e, de novo, olhou fundo para o lago. Ele ficou em silêncio por quase um minuto para poder se concentrar, mas, logo que pode, começou:
-Certo... Vamos começar do princípio! Bom, Hermione, sinto-lhe dizer que eu menti para você!
-VOCÊ O QUE?
-Eu... Eu... Eu menti para você. Desculpe-me, por favor.
-O que você me contou que não é verdade?
-O Aaron não é meu primo.
-NÃO? Que sorte sua... Ainda bem que ele não é seu primo. Já pensou? Se eu tivesse um primo daqueles, eu me mataria!
-Ele não é meu primo... Ele é meu irmão!
-O QUÊ? Mas... Você disse que ele não é seu irmão.
-Eu sei! Mas, eu fui forçado a dizer que não...
-Por quem? Quem te forçou a dizer isso?
-Eu não posso...
-Ok, ok... Continue!
-Certo… Bom, eu e o Aaron somos os herdeiros de uma família que é próxima da anarquia do meu país há gerações e gerações.
-Hum...
-O rei atual teve três filhos: duas meninas, que eles não sabem onde estão e um menino, que era o mais velho.
-Como assim: ERA o mais velho?
-Ele morreu no dia em que as duas meninas nasceram.
-Ai, que horror! Mas, continue...
-Bom, quando eu nasci, eu fui prometido à Princesa Herdeira e vice-versa, já que, por mais incrível que pareça, eu nasci no mesmo dia que ela. E o Aaron, que, por sinal, é meu irmão gêmeo, foi prometido a segunda filha e vice-versa.
-Interessante...
-Depois que as princesas desapareceram, achamos que não iria mais haver o casamento, mas o rei prometeu que haveria. Então, eu e meu irmão crescemos sob normas rígidas... Tivemos que aprender que nunca poderíamos nos apaixonar por ninguém.
-Nossa! Que horror! Mas, e a Princesa? Ela se apaixonou por outro?
-Calma... Eu já vou chegar nessa parte! Bom... Aos onze anos, eu e meu irmão recebemos as cartas. Eu recebi de Hogwarts e meu irmão de Durmstrang. Então, nos nós separamos. Mas, esse ano, meu irmão recebeu a carta de Dumbledore, convidando-o a terminar o curso aqui em Hogwarts. Ele veio, primeiro para terminar o curso e depois, para resolver alguns assuntos pendentes.
-Quais assuntos pendentes?
-Desculpa, mas não posso...
-Ok... Ok...
-Eu não posso... São assuntos particulares do meu irmão.
-Certo! Já entendi!
-Bom... Mas, quando veio para cá, trouxe junto com ele sua própria perdição, assim digamos. Explicando: ele se apaixonou aqui. E, ele não podia se apaixonar, ainda mais por vo... – antes que falasse alguma besteira, ele se calou. Hermione olhou confusa para Aquiles, que ficou vermelho ao perceber o olhar da garota e olhou para baixo.
-Ele não podia se apaixonar né?
Aquiles olhou para Hermione, que, apesar de sorrir, parecia confusa. O garoto sorriu e balançou a cabeça afirmativamente.
-Minha mãe até quis mudar o Aaron daqui, mas eles acharam outra solução. Ou melhor, eles pensaram que acharam.
-Hum...
-Mas, não foi só o Aaron que o Cupido flechou... Eu também acabei me apaixonando.
-Mas você é um rapaz maravilhoso, Victor... Você é muito diferente do Aaron! Com certeza a pessoa que você gosta também sente a mesma coisa por você. Eu tenho certeza.
-Quem me dera... Quem me dera!
-Que?
-Nada. Só estava pensando! Continuando... Acontece que não fomos apenas eu e o Aaron que nos apaixonamos. A Princesa Herdeira e a Princesa também.
-Ai meu Deus do céu... Esse mundo tá perdido. Quero dizer... O seu país tá perdido! Mas, a Princesa Herdeira pelo menos sabe que ela é a herdeira do trono de seu pai?
-Ela nem sabe que é uma princesa...
-Nossa!
-Ela não sabe nem quem são seus próprios pais!
-É... É horrível não saber da onde você vem! Mas eu tenho certeza que, no final, tudo vai dar certo.
-Assim espero, Mione... Assim espero.




-Bom, então quer dizer que a Srta. Jenny Granger não está presente? – perguntou a professora Trelawney colocando a lista de presença dela em cima de sua mesa. – Assim, não vamos poder ensaiar grande parte das cenas da peça, já que ela aparece em várias cenas. Mas, mesmo assim, vamos começar?
Os alunos do curso de teatro, ao ouvirem a recomendação da professora, se levantaram e subiram no palco. Aos poucos, cada um foi tomando suas posições, ou no palco, ou na coxia. Estavam todos preparados para começar o ensaio quando, de repente, a porta da sala se abriu, apresentando Madame Pomfrey, a enfermeira de Hogwarts, atrás dela.
Todos os que estavam na coxia colocaram a cabeça para fora para ver quem é que estava entrando, interrompendo assim o início do ensaio.
Madame Pomfrey caminhou calmamente em direção da professora Trelawney. Quando chegou na frente dela, disse, meio preocupada:
-Sinto-lhes informar que a aluna Jenny Granger pegou uma doença que ainda não conseguimos diagnosticar. Assim sendo, não poderá, por tempo indeterminando, participar do curso do teatro e, por seqüência, da apresentação teatral se ela não se recuperar. – ela se virou e caminhou para fora da sala sem falar mais nada, deixando a professora Trelawney com cara de taxo.
Assim que a enfermeira fechou a porta, os alunos começaram, pouco a pouco, a descer do palco, todos indignados. Aos poucos, eles foram formando um círculo em volta da professora, falando cada vez mais alto. A professora tampou os ouvidos com as mãos e praticamente gritando, pediu silêncio. Os alunos, rapidamente se calaram e a professora tirou as mãos do ouvido.
Ela caminhou em direção do palco, onde a única pessoa que não havia ido a direção dela estava sentada: Hermione Granger. A ruiva estava sentada na borda do palco, com as pernas para baixo, balançando-as num movimento monótono, para frente e para trás e de novo para frente e para trás mais uma vez. Para frente. Para trás. Ela olhava para baixo, a princípio para esconder a tristeza de ter que ver Draco e não poder estar ao lado dele e depois para que a professora não a escolhesse para ser Julieta novamente. Para ela seria um sacrifício contracenar com o loiro sem sofrer. Ela não queria sofrer de novo. Estava decidida, nunca mais iria sofrer.
Trelawney, quando chegou perto da garota, sentou-se ao lado da ruiva e disse baixo, só para que Hermione ouvisse:
-Acho que você terá que substituir a sua irmã enquanto ela não melhora! Não sabemos se ela vai poder ou não fazer o papel dela na apresentação. É bom estarmos prevenidos.
A ruiva olhou para a professora, com os olhos cheios de lágrimas, suplicantes. A professora percebeu o sofrimento da garota e pegando nas mãos dela disse:
-A nossa peça está, a partir de agora, nas suas mãos. Se você não fizer o papel, teremos que cancelar a apresentação de quarta-feira e começar a ensaiar uma peça nova. E vai demorar muito mais tempo para começar outra peça, afinal, daqui a quatro dias já é Natal.
Mione olhou para baixo e respirou fundo. Ela olhou para seus colegas, cada um com uma expressão diferente, mas todos pedindo para que ela fizesse o papel. A garota enxugou as lágrimas e disse que faria o papel, mas, com uma condição.
-Qual condição? – perguntou a professora.
Mione chegou mais perto da professora e, no ouvido dela disse a sua condição.
-Ok... Então, vamos começar! – disse a professora.
Depois de ouvir a fala da professora, os alunos subiram no palco novamente e eles começaram, finalmente, a ensaiar.




[Robert]
Ah, irmão Montéquio, dê-me sua mão. Este é o legado de minha filha, e nada mais tenho a oferecer.

[Jason]
Mas eu posso oferecer-lhe mais: mandarei construir uma estátua de Julieta em ouro maciço. Enquanto Verona for o nome de nossa cidade, nenhuma imagem terá tanto valor quanto a de Julieta, digna e fiel.

[Robert]
Pois a estátua de Romeu, também em ouro, estará ao lado da de sua esposa. Pobres vítimas de nossa inimizade!

[Aaron]
Melancólica paz nos traz esta manhã. O sol, de luto, não se mostrará. Embora daqui, vão e conversem mais sobre esses tristes fatos. Alguns serão perdoados, e outros, punidos, pois jamais houve história mais dolorosa que esta de Romeu e Julieta.

-Bravo! – disse a professora Trelawney, aplaudindo ao mesmo tempo em que se levantava da cadeira onde estivera sentada durante todo o ensaio – Esplêndido! Todos vocês, entrem no palco. Certo, após a última fala, a de Aaron, a cortina se fechará e todos vocês deverão sair do palco, para a coxia, para depois entrarem para receberem os aplausos. Eu acabei de montar um quadro para vocês se organizarem. Vou afixa-lo no quadro depois e vocês vem em que ordem vocês entrarão, por onde entrarão e com quem. Lembrem-se: vocês vão entrar pela última coxia ir até o meio do palco, no fundo, dar as mãos, vir até a frente e agradecer, ok?
Todos os alunos balançaram a cabeça afirmativamente e, então, a professora colocou as duas cópias que havia feito da ordem do agradecimento, uma em cada um dos quadros da sala, um na parede da direita e outro na da esquerda, depois informou que no dia seguinte iriam ensaiar a peça com as roupas e, então deu a aula por encerrada.
Os alunos rapidamente começaram a correr para ver com quem entrariam. Hermione esperou que a multidão terminasse de ver. O primeiro quadro de avisos que se esvaziou foi o da direita, então a garota se levantou do banco em que estava sentada e andou até lá.
Colocou o dedo indicador da mão esquerda no pergaminho e, devagar, foi escorregando o dedo por ele, procurando seu nome.

1. Lister Tezuka (E) e Teo Boot (D)
2. Goyle (E) e Crabbe (D)
3. Morag MacDougal (E) e Lorenzo Noole (D)
4. Ana Abbott (E) e Mádi Brocklehurst (D)
Mila Bulstrode (E) e Pansy Parkison (D)
5. Padma Patil (E) e Nelly Rox (D)
6. Diego Hah (E) e Neville Longbotton (D)
7. Kauã Pérez (E) e Jimmy Duff (D)
Pietro Duff (E) e Valter Duff (D)
8. Yue Mirme (E) e Blás Zabiní (D)
9. John Antony (E) e Alex Yole (D)
10. Rogger Spina (E) e Justino Finch-Fletchley (D)
11. Susana Bones (E) e Simas Finnigan (D)
12. Dino Thomas (E) e Aaron Lo (D)
13. Parvatil Patil (E) e Lilá Brown (D)
14. Robert Christal (E) e Jason Heron (D)
15. Hermione Granger (E) e Draco Malfoy (D)

(E) – Esquerda
(D) – Direita


Ao ver seu nome ao lado do nome de Draco, Hermione virou-se enfurecida e andou em direção da professora. Na frente de Trelawney, ela perguntou, furiosamente:
-Professora, por que EU tenho que entrar junto do Malfoy?
-Porque vocês dois têm os papéis principais.
-Mas, professora...
-Mas, nada, Srta. Granger. E eu acho que você deve ir. Além de ter que fazer o monitoramento, você deve ir dormir cedo. Afinal, a apresentação é daqui dois dias.
-Está bem.
Irritada, Mione pegou seu roteiro que estava na mão da professora, já deveria redecorar todas as falas de sua personagem, virou-se e caminhou para fora da sala, onde Malfoy a esperava. Quando a ruiva chegou perto do garoto, ele disse, em um tom bravo:
-Vamos ver se agora que você recuperou seu papel você faz direito.
-Você cala a sua boca, tá, Malfoy, seu verme insignificante.
-Não me manda calar a boca, Granger. Sua sujeitinha de sangue-ruim.
Hermione olhou furiosa para os olhos de Draco.
-EU TE ODEIO, DRACO MALFOY! NÃO SEI O QUE ACONTECEU COMIGO PARA UM DIA PENSAR QUE ENTRE NÓS ALGUMA COISA PODERIA ACONTECER! VOCÊ É INCAPACITADO DE SENTIR QUALQUER SENTIMENTO BOM! VOCÊ NÃO TEM CORAÇÃO!
Terminando de falar a garota virou-se e saiu correndo, chorando, para longe Malfoy. Draco demorou a entender tudo que a ruiva havia dito e quando entendeu, Mione já havia virado o corredor.
-HERMIONE! – ele gritou. Mas a garota ignorou o chamado de Malfoy. Ignorou e continuou andando. Tinha tomado uma decisão: iria esquecer Draco Malfoy. Iria esquecer Draco Malfoy e tudo que tinha a ver com ele.

N/A: Nhaiii... Como eu sou cruel... O nosso shipper voltou a brigar!
Está bem, eu sei que o capítulo ficou pequeno, mas, eu não tinha muito que escrever nesse capítulo. Afinal, esse capítulo só existe porque a Jenny ficou doente 8D.
Bom, esse foi O PIOR CAPÍTULO da fic... Não que ele esteja ruim.
Mas, sabem quantas vezes eu reescrevi esse capítulo: umas sete vezes. E por causa desse capítulo, estou completamente atrasada com as outras fics. Tenho mais cinco fics para atualizar e por causa do capítulo 16 eu não consegui escrever novas capítulos.
Oh capítulinho chato. Por isso, agora dou graças a Deus por ele estar pronto.
Bom, agora to indo.
Beijinhos...
Luh

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