Dias Dourados
~NC 13~
- Espere. – murmurou Bellatrix a tempo de impedir Sirius de sair da sala.
Ele virou-se e a encarou, com um constrangimento aparente. Mas apesar de seu constrangimento era perceptível a decisão em seu olhar.
Ele ficou a olhando de forma indagadora e ela apenas sorriu, meio sem graça.
- Talvez você não seja o único que tenha se envolvido. – sussurrou ela baixo, mas ainda sim alto o bastante para que ele ouvisse.
Por um momento ele apenas a olhou. De uma forma diferente. Sem a luxuria brilhando em seus olhos. Ele apenas a olhou. A olhou verdadeiramente.
- Eu estou cansado dessa brincadeira, Bella. Uma hora você é a pessoa mais doce do mundo e um segundo depois você age como se eu não existisse. Ou então age apenas por impulso, por desejo. – disse ele em um tom de voz que afirmava o seu cansaço.
- Mas, Sirius...- começou ela. – o objetivo disso tudo não era apenas desejo?
Ele se aproximou dela e ela recuou, encostando as costas na parede fria.
O garoto tinha um brilho selvagem no olhar e colou seus corpos, sempre mantendo o contato visual. Passou as mãos desde os lábios até a cintura da garota, até chegar nas pernas dela, erguendo uma delas e a fazendo enroscar-se em seu corpo. A garota ofegou e procurou os lábios dele, no que ele desviou para o pescoço dela.
- Isso é apenas desejo? - perguntou ele num sussurro, próximo ao seu ouvido.
Ela suspirou e fechou os olhos, em sinal de derrota.
Não, não era apenas desejo. Mas, para ela, admitir uma coisa dessas era terrível demais. Mas nem mesmo ela sabia o nome daquele sentimento.
Amor?
Não, não era forte o demais para ser amor. Era intenso e impulsivo, mas não era doce nem carinhoso o suficiente para ser amor.
Paixão, talvez. Dificilmente. Ela nunca se apaixonaria por um rebelde como ele. Na verdade ela nunca se apaixonaria por ninguém.
Mas, se não era nada disso ela realmente não saberia responder o que era.
- Responda. – disse Sirius entre os dentes pressionando ainda mais agressivamente o corpo da garota contra a parede.
- Eu não sei. – falou ela no mesmo tom usado por ele.
E então foi a vez dela. Ela começou apenas o encarando, para logo depois deslizar as mãos por toda as costas do rapaz, levando-as até o abdômen. As parou próximas ao cinto das calças dele e, ainda o encarando, sussurrou:
- Responda você. Isso é apenas desejo?.
Ele fechou os olhos e alguns instantes depois voltou a abri-los.
- Não, Bella. Não é apenas desejo. – respondeu ele após alguns segundos de silêncio.
- Então o que é? – perguntou a garota com uma certa curiosidade disfarçada.
Ele tirou uma das mãos que ainda estavam nas coxas dela e tocou a face da garota, contornando seus lábios.
- Não sei. – respondeu sinceramente. – Mas, se você estiver disposta, podemos descobrir. Juntos.
Agarre o poder fascinante deles
* * *
- Ei, Bella, posso ver seu texto? – perguntou Belinda para a amiga.
- Hãn? – falou Bellatrix olhando para a amiga.
Belinda revirou os olhos e suspirou.
- Seu texto. Posso ler? – repetiu a garota calmamente.
- Ah, claro. Pode pegar. – respondeu Bellatrix sorrindo falsamente para a amiga e lhe entregando uns papeis.
As duas estavam na biblioteca, fazendo alguns deveres dados pelos professores. Já estavam na segunda semana de aula e os professores já haviam começado a pegar pesado com eles, afinal, estavam no 7º e último ano.
- Você anda bem distraída ultimamente, Bella. – comentou Belinda enquanto lia o trabalho da amiga.
- Impressão sua, Linda. – responde Bellatrix tirando os olhos do livro que lia para olhar para algumas estantes próximas dela.
Belinda, ao perceber o olhar de Bellatrix também olhou para as estantes.
E lá estavam Tiago Potter, Remo Lupin, Pedro Petigrew e Sirius Black. Eles estavam cochichando sobre alguma coisa e de vez em quando soltavam alguns risos.
- Eles não se tocam! – exclamou Belinda após uma risada um pouco mais alta de Tiago.
- É, realmente. Não se tocam. – murmurou Bellatrix olhando exclusivamente para um Maroto.
Sirius, que havia ido ali apenas para ter um motivo inocente de admirar Bellatrix fora surpreendido pelos Marotos, que ficaram extremamente curiosos para saber o motivo daquela ida a biblioteca.
- Por que a sua prima olha tanto para a gente? – indagou Pedro.
- Provavelmente ela está vendo se nós fazemos algo errado. Para nos dedurar para o namoradinho monitor dela. – respondeu Tiago rindo.
Sirius fez uma careta e pareceu se irritar com a menção do nome do rival.
- Pessoal, o Sirius se sente enjoado com esse assunto, esqueceram?! – brincou Remo.
- Caro Aluado – começou Sirius. – Vá para bem longe.
Falando isso Sirius deixou com que sua irritação fluísse e se retirou da biblioteca.
- Ok, agora o negócio ficou sério. – disse Pedro.
- O Sirius não está bem. – falou Tiago preocupado.
Remo ficou olhando alguns instantes para o lugar em que Sirius estivera e logo depois virou-se para as mesas ali perto. Bellatrix, que deveria estar concentrada em um grosso livro em suas mãos, olhava para a porta pela qual Sirius havia acabado de sair. O maroto pareceu ficar confuso e disse:
- Precisamos conversar com Sirius.
* * *
A garota olhou para os lados e abriu a porta, entrando no local.
Fechou a porta atrás de si e admirou a sala que agora havia sido transformada em um aconchegante quarto.
Sirius havia marcado com ela ali, na Sala Precisa, mas ela não esperava que ele transformasse a sala justo em um confortável quarto com uma cama de casal em um canto.
- Sirius Black, você é um pervertido. – falou Bellatrix ao vê-lo sentado em uma poltrona perto da cama.
- É o que dizem. – disse ele sorrindo enquanto caminhava ao seu encontro.
Ela sorriu e deixou se levar por um beijo carinhoso que ele lhe deu. Beijaram-se por alguns instantes, até que ela se afastou levemente.
- O que deu em você na biblioteca? – perguntou Bellatrix curiosamente.
- Nada de mais. – respondeu Sirius fazendo descaso.
Ela revirou os olhos e lhe deu um selinho, para logo depois se afastar do garoto.
Ela andou pelo quarto e começou a observá-lo.
Sirius sempre marcava seus encontros ali, na Sala Precisa. Às vezes o local se transformava em uma sala de aula, em uma confortável sala de estar, ou até mesmo no quarto do garoto no Largo Grimmauld.
Mas desta vez o quarto em que se encontravam era grande e pouco iluminado, com algumas velas espalhadas pelos cômodos. Aquele efeito dava um clima romântico demais na opinião de Bellatrix, mas ela não pode deixar de gostar do local.
Uma enorme cama de casal com doseis de carvalho e colcha vermelha ocupava um dos cantos do quarto. Cortinas também vermelhas em uma janela provavelmente falsa, e pequenos moveis como poltronas e bidês preenchiam o resto do quarto.
O garoto se aproximou da prima, que estava de costas para ele, e a abraçou, apoiando o queixo no ombro dela.
- Qual é o propósito deste encontro? – perguntou Bellatrix sorrindo ironicamente.
- Você realmente não sabe? – perguntou o garoto em um sussurro, a virando pela cintura.
Ela o deixou a virar e o encarou após estar de frente para ele. Admirou o sorriso maroto brincando em seus lábios e o brilho em seus olhos.
- Talvez saiba. – murmurou ela mordendo o lábio inferior. – Mas eu acho que seria mais interessante se você me mostrasse.
Após completar a frase ela abriu um grande e sincero sorriso no rosto e foi acompanhada por ele, que também sorriu.
- Se você faz questão. – falou o garoto antes de pegá-la pela mão.
Ele a puxou delicadamente pelas mãos e a conduziu para a cama bem arrumada. Ao chegarem aos pés da cama ela o fez sentar, sorrindo marotamente.
Se aproximou dele e sentou-se em cima do garoto, sempre o encarando. Após se sentar ela passou as mãos pelos cabelos desarrumados dele e os arrumou carinhosamente.
- Como nós deixamos isso acontecer? – perguntou a garota acariciando o rosto do rapaz.
- Isso o quê, Bella?
Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.
- Isso. Nós. – começou a garota. - Nós dois, aqui, nesse estado apenas com um simples toque um do outro.
Ao terminar a frase ela sorriu marotamente e prendeu ainda mais o garoto entre as suas pernas, o fazendo gemer levemente.
- Não sei, Bella. Eu sei de uma coisa.
- E o que você sabe? – perguntou Bellatrix sorrindo.
Foi só a garota terminar a pergunta que ele já estava a derrubando na cama, a deitando de frente para ele. Ele prendeu os pulsos dela com as mãos e deitou-se em cima dela, depositando levemente seu peso sobre ela.
- Eu não me arrependo de nada. – respondeu o garoto em um sussurro, próximo ao ouvido dela.
* * *
Algumas horas depois Sirius estava entrando no Salão Comunal da Grifinória, que a essa hora estava completamente vazio.
Ele quase havia sido pego por Filch na volta da Sala Precisa, mas havia conseguido escapar. Mas, ao contrario do que ele esperava, o Salão Comunal não estava vazio. Ele já estava quase subindo as escadas para o seu dormitório quando uma voz o chamou.
- Eu nem quero imaginar o que você estava fazendo pelos corredores a uma hora dessas.
Ele virou-se assustado e viu que Marlene Mackinnon que havia o chamado. A garota estava sentada em uma poltrona, na frente da lareira, que já estava apagada.
- Olá, Lene. – cumprimentou Sirius passado o susto.
- Oi, Sirius. – saudou a garota sorrindo divertidamente.
O garoto se aproximou dela e sentou-se em uma poltrona ao lado da dela.
- O que você faz acordada uma hora dessas? – perguntou ele curiosamente.
- Eu poderia fazer a mesma pergunta. – respondeu ela ainda sorrindo.
Sirius sorriu e ergueu os braços, mostrando a derrota.
- Eu tinha me esquecido que ninguém arranca nada de você. – comentou o garoto se recostando no encosto da poltrona.
- E eu tinha me esquecido que você é tão...- ela parou um pouco. – maroto.
- Não, Lene. Uma coisa dessas ninguém esquece! – exclamou ele fingindo-se ofendido.
Eles riram por alguns instantes, até que Sirius bocejou instintivamente.
- Bem, Lene, eu adoraria ficar aqui conversando com você, mas eu preciso dormir. Estou morrendo de cansaço. – anunciou o garoto se levantando.
- E eu acho melhor nem perguntar o motivo do seu cansaço. – disse a garota divertida, também se levantando.
Alguns minutos depois de se despedir de Marlene o maroto estava entrando no dormitório e aparentemente todos estavam dormir.
Ele entrou silenciosamente e sentou-se na sua cama, que era a segunda das 5 camas do dormitório. Tirou os sapatos calmamente e começou a desamarrar o nó da gravata do uniforme.
- E ele volta tão silenciosamente quanto saiu. – comentou uma voz na cama ao lado.
E então Tiago acendeu uma vela no bidê e Sirius pode ver seus amigos sentados na cama de Remo, o olhando com sorrisos divertidos.
- Olá, pessoal. – falou Sirius sorrindo nervosamente.
- Eu disse que ele ia tentar escapar. – falou Pedro para Tiago.
- O que exatamente significa isso? – perguntou Sirius confuso.
Remo, Tiago e Pedro levantaram-se da cama e sentaram-se no chão, com as costas apoiadas na cama. Sirius, com uma olhar de derrota, fez o mesmo, se sentando de frente para os amigos.
- Ok, você vai contar para a gente ou nós vamos ter que perguntar? – perguntou Remo calmamente.
- Contar o quê?! – falou Sirius fingindo estar confuso.
- Nós vamos ter que perguntar. – comentou Tiago para os outros.
E então os três se entreolharam e pareceram decidir quem falaria. Mas nenhum deles pareceu querer começar.
- Ok, eu começo! – exclamou Tiago fazendo drama. – Onde você estava?
- Pelo amor de Merlin, vocês não querem que eu avise quando for sair com alguma garota, querem?! – perguntou Sirius se contendo para não falar muito alto.
- Claro que não! – disse Pedro. – Mas você sabe que não é só isso.
Sirius se remexeu desconfortavelmente no chão e continuou se fingindo de desentendido.
- Vamos, Sirius, nós somos seus amigos, não precisa esconder nada de nós! – disse Tiago.
- Sirius, nós não estamos te obrigando a nada. – falou Remo com um sorriso no rosto.
- Eu não estou escondendo nada. É só que não há necessidade de contar detalhes da...da minha vida sexual! – falou o garoto antes de sorrir também.
Tiago sorriu vitoriosamente e ergueu as mãos e começou a balançá-las.
- Eu disse que tinha mulher no meio!
- É, tem mulher no meio. – falou Sirius se dando por vencido.
Os Marotos sorriram ao perceber que Sirius contaria o motivo de sua mudança e Sirius revirou os olhos.
- Mas...- murmurou Pedro. – Eu vi a Merlene depois que você sumiu. E a Mary também. A Carolyne também...E a...
- Pedro, nós já entendemos. – falou Remo rindo.
Eles riram um pouco e logo após todos olharam curiosamente para Sirius, esperando uma resposta.
- Ela não é da Grifinória. – disse Sirius.
- Corvinal ou Lufa-lufa?
- Sonserina. – respondeu Sirius sem pensar muito.
Os Marotos o olharam como se ele fosse uma aberração, mas logo depois sorriram descrentes.
- Boa piada! – falou Tiago piscando.
- Não é piada. – disse Sirius sério.
Tiago abriu a boca para falar alguma coisa, mas parou ao ver a expressão séria no rosto de Sirius. Ele virou-se bruscamente para os outros e ficou os olhando boquiaberto.
- Não é piada! Não...não é piada. – murmurou ele de forma desconexa.
Ele ficou em silencio alguns instantes, com feições de quem havia visto um bicho de sete cabeças na sua frente.
- Você...quer dizer...uma sonserina...mas...- murmurou Tiago ainda desnorteado.
- Tiago, você está bem? – perguntou Remo colocando a mão no ombro do amigo.
- Se eu estou bem...? O Sirius ta transando com uma sonserina! Eu estou ótimo, e você?!
Sirius pareceu se enraivecer e protestou:
- Eu não estou transando com uma sonserina! – exclamou o maroto irritado.
- Então quer dizer que alem de sonserina ela ainda se faz de difícil? – perguntou Pedro.
Sirius encarou Pedro e o fuzilou com um olhar que se assimilava bastante com o de Bellatrix.
- Eu não estou transando com uma sonserina. – repetiu Sirius. – Eu estou transando com a minha prima.
Os amigos o encararam profundamente, tentando entender, até que Pedro se manifestou.
- É, eu sempre achei a Andrômeda bem bonitinha.
- Eu não estou transando com a Andy!
Tiago abriu a boca para dizer alguma coisa, mas Sirius o interrompeu.
- Muito menos com a Narcisa.
- Bellatrix. – sentenciou Remo, como se já esperasse por aquilo.
- Sim, Bellatrix. – afirmou o garoto.
Silêncio. Um dos mais perturbadores que Sirius já havia vivenciado. Ficaram no mínimo uns cinco minutos daquele jeito, sem falar nada. Sirius continuou calado, dando tempo para os amigos digerirem a informação.
- Ela é bonita. – comentou Tiago quebrando o silêncio.
- Muito bonita. – confirmou Remo.
- Você a odeia. – disse Pedro.
Então Sirius sorriu, de forma incrivelmente verdadeira.
- Não odeio mais.
- É, percebe-se. – falou Tiago. – A não ser que seja um tipo de sexo masoquista.
Ao ouvirem as palavras de Tiago todos marotos caíram na risada, mas controlando-a, para não acordar ninguém.
- Pontas, cale essa boca! – disse Sirius sorrindo.
- Então é isso? – perguntou Tiago. – Você transa com a sua prima durante a noite e durante o dia vocês fingem que se odeiam?
- Pontas, pare de falar que eu estou transando com a minha prima.
- E não é isso que você está fazendo?! – exclamou Tiago divertido.
Sirius parou por um momento e percebeu que aquilo seria uma batalha perdida.
- Eu não estou apenas transando com a Bella. – começou ele.
- Não! – exclamou Remo. – Ele já a chama de Bella!
- Aluado, cale a boca você também! – ordenou Sirius rindo.
- É,Aluado,deixe o Sirius terminar.Eu fiquei curioso para saber o que mais eles fazem alem de transar.– falou Rabicho.
Sirius deu um tapa na própria testa e suspirou.
- Vocês são pervertidos.
- Você também Almofadinhas, você também. – respondeu Remo.
- De qualquer forma, o que você quis dizer com o "eu não estou apenas transando com a Bella"? – perguntou Tiago imitando a voz do amigo.
Sirius parou por um momento, pensando no que responder, já que nem mesmo ele sabia a resposta.
- Ela é diferente das outras. Ela não me procura, ela não me cobra satisfações, ela até mesmo finge que não está nem ai para mim. Ela me trata com desdém e superioridade, ela finge que só está comigo por desejo. – respondeu Sirius.
- Essa é uma resposta que eu não esperava. – falou Tiago. – A garota que conseguiu colocar uma coleira no cachorrão só conseguiu isso porque te ignorou.
- Quem disse que ela colocou coleira em mim?! – exclamou Sirius.
Tiago o encarou e sorriu. E com aquele sorriso Sirius soube que ele, e os outros Marotos, o apoiariam. Mesmo que ele estivesse transando com uma sonserina.
- Você mesmo disse, Sirius. – respondeu o maroto antes de se levantar e anunciar que todos deveriam dormir e que no outro dia conversariam sobre o assunto.
* * *
- Você está atrasado. – falou a garota displicentemente ao vê-lo sentar-se ao seu lado.
- Eu sei. Mas – ele procurou alguma coisa no bolso do casaco. – eu espero que você me perdoe.
E acabando de falar ele sorriu com satisfação ao encontrar o que procurava no bolso. Bellatrix o olhava com curiosidade e sorriu contrariada ao vê-lo tirar uma delicada flor vermelha do bolso.
- Para você. – disse ele colocando a flor nas mãos dela.
- Você deveria saber que esse tipo de romantismo barato não me convence. – comentou ela com desdém, mas mesmo assim aceitando a flor.
- Romantismo nunca é demais. – falou ele antes de engatinhar pela grama à beira do lago.
Ela ficou o olhando com uma certa ironia e diversão e só foi entender quando ele postou-se atrás dela, afagando seus cabelos negros.
Ela se aconchegou no corpo dele, ficando entre as suas pernas, apoiada no tronco do garoto, com a cabeça descansando suavemente em seu peito.
- E você ainda tem coragem de me dizer que não gosta de romantismos. – comentou o garoto enquanto ela remexia a flor em suas delicadas mãos.
- Você é tão inconveniente. – resmungou a garota com um pequeno sorriso que não pôde ser visto pelo rapaz.
Ele não respondeu. Estava ocupado demais mexendo nos seus cabelos e acariciando sua face.
Ela sentiu o coração do garoto batendo calmamente e suspirou.
- Algum problema? – o garoto perguntou virando levemente o rosto dela, para encará-la.
- Saiu do controle, não saiu? – perguntou a garota em uma afirmação, enquanto o olhava com uma tranqüilidade surpreendente.
- Completamente. – respondeu o garoto com simplicidade.
Ela pareceu estar aliviada por não ser a única a achar aquilo e voltou a prestar atenção na flor que ele lhe dera.
- Meu charme ainda não te atinge? – perguntou ele de forma divertida, relembrando a noite em que tudo começara.
Como nós fazíamos naqueles dias dourados
Ela sorriu e virou parte do corpo para ele, o olhando de forma delicada e parando algumas vezes no seu sorriso tão contagiante e no brilho tão intenso de seu olhar.
- Atinge de uma forma que me deixa tonta. – respondeu a garota sinceramente.
Ele desfrutou um pouco da resposta tão sincera da garota e logo depois sorriu.
- Essa foi a coisa mais doce que você já falou. – comentou o garoto lhe acariciando as bochechas.
- Você é tão inconveniente! – riu-se ela.
- Eu te amo. – falou o garoto de repente.
Silêncio.
Ela, que remexia a flor parou, ficou imóvel por vários instantes, piscando várias vezes. Ela só podia ter ouvido errado. Não era possível que ele realmente tivesse dito aquilo. Era doce demais.
Ele pôde sentir o coração da garota acelerando, e a respiração ficar um pouco mais intensa.
- Você não precisa responder nada. – disse o garoto em um tom de voz inexpressivo.
Ela se afastou um pouco dele e ajoelhou-se na grama, ficando completamente de frente para ele. Ele, que antes estava quase que atirado na grama, sentou-se ereto, a encarando.
Bella ficou algum tempo ajoelhada sobre as próprias pernas e apenas o olhou. Colocou o cabelo para trás da orelha e voltou a se aproximar dele. Ela tocou-lhe a face e passou a ponta dos dedos sobre todo o rosto do rapaz, enquanto ele apenas a encarava. Aproximou-se mais um pouco e ergueu um pouco o corpo, ficando mais alta que ele.
Passou a mão pelos seus cabelos, e depois voltou para a sua face. E então selou seus lábios.
No primeiro momento ele pensou em não corresponder, mas depois percebeu o como este ato seria inútil. Cedeu.
Mas desta vez não foi um beijo cheio de desejo, apesar dele ainda existir. Um beijo verdadeiro, talvez. Mas um beijo que mostrou a Sirius que, naquela situação, palavras eram extremamente supérfluas.
Postou suas mãos na cintura da garota, a aproximando mais de si, enquanto ela o empurrava levemente, o deitando na grama.
Ele sorriu entre os beijos e ela se afastou um pouco.
- Durma comigo. – pediu ela. – Apenas durma e zele pelo meu sono.
Ele a encarou docemente e sorriu.
- Eternamente. – respondeu o garoto enquanto ela deitava-se ao seu lado, encostando a cabeça docemente no seu peito e ele a abraçava protetoramente.
(N/A):
É, eu realmente não sei se esse capítulo foi o mais pervertido ou o mais fofo da fic.
Eu admito, eles falaram e fizeram sexo demais nesse capitulo. Nem eu sei porque eu coloquei tanto sexo num capitulo só.
Mas e esse fim! Cara, até eu achei fofo ao extremo. Mas também, depois de tanta perversão um pouco de doçura não é demais.
Enfim, espero que gostem desse capitulo, eu sei que ele ficou um pouquinho grande demais, mas eu gostei dele.
COMENTEM!!!
Beijos,
Lisi Black
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