"Closer"



James observou a mulher levantar os olhos e encarar o relógio da cozinha mais uma vez. Eram quatro horas...

- Ele já devia ter mandado notícias... – murmurou ela enquanto tamborilava os dedos na mesa impaciente. Apesar de concordar com a esposa, James se manteve calado, não queria causar mais preocupação, por mais que a situação começasse a pedir o contrário...

- Ele pode ter esquecido... – sugeriu Peter com cautela. Lily se levantou com ar impaciente:

- Não! – exclamou ela. – Ele pode até reclamar, mas ele não esquece!

- Lily... – murmurou ao se levantar e caminhar em direção à esposa para acalmá-la:

- Não! James... Você sabe disso! Harry nunca... – ela encarou o marido. Era visível o desespero da mulher, que tinha os olhos cheios d’água... Ela estava certa. Conhecia muito bem o filho para saber que não era desleixado... Especialmente quando dizia respeito à segurança...

- Dumbledore... Ele já deu alguma notícia? – questionou se voltando para Lupin:

Não... Nada. – murmurou ele.

- Só o que? Não... Algo está errado... Eu sinto! – insistiu se afastando de James. – Nós não devíamos ter deixado Tonks sozinha com eles... – aqui Lupin se mexeu desconfortável. Obviamente sua preocupação ia além da segurança dos meninos...

- Eu vou até lá. – disse Lupin levantando-se e seguindo pela sala, deixando os outros na cozinha.

James observou o amigo sair e se voltou para a mulher. Sabia que dava total razão a ela. E ele mesmo lutava contra o impulso de sair procurando o filho por si próprio naquele instante... Além do fato de que com pai... Logicamente era mais seguro, até para o próprio Harry que ele não o acompanhasse... Mas ainda sim, uma culpa arrasadora tomava conta dele desde... Bom, já fazia um bom tempo... A verdade era que ele tinha uma impressão sobre o quão bom ele estava sendo ultimamente como pai, e não era muito bom...



- Como ela está? – Harry levantou os olhos e observou o chapelão da velha que comandava a charrete:

- Eu... Eu não sei... Ela est... – baixando os olhos novamente. – Pálida... – Hermione gemeu fracamente. Começava a murmurar algo. – Ela está delirando...

Estavam ambos na traseira da charrete. A senhora, acelerava o máximo que podia a cada vez que olhava para trás.

Um espasmo acorreu da menina seguido de um outro, e mais outro.

- O qu..? – Harry pôs a mão na testa da menina, ela ardia em febre. – Ela está queimando!

- Ela está ferida? – questionou a mulher, sem tirar os olhos da estradinha de terra batida.

- Eu... – Harry fitou a roupa de Hermione. Uma grande mancha vermelha tomava parte do tecido de sua blusa. O rubro que agora se destacava no tecido branco era bastante visível. – Está. Demais... – murmurou em seguida. Ele tinha de fazer alguma coisa...

Harry olhou em volta. Não havia nada que pudesse utilizar para estancar o ferimento. Nada... Harry titubeou por um segundo. Era a única solução, apesar da sensação de que aquilo não seria muito higiênico, Harry dobrou as mangas da camisa e puxando a menina mais para perto de si, apertou o local com a própria mão. Aquilo deveria dar...

Um solavanco denunciou uma mudança de rumo. Harry atentou para a mulher. Onde ela estava indo?

- Hei! Pra onde você está indo? – questionou num tom alarmado ao ver que a senhora acabara de entrar no que parecia um atalho escondido.

- Pra minha casa. – explicou a mulher praticamente. – Hoje vocês não chegam à estação assim... – acrescentou. E só agora Harry começava a raciocinar propriamente dito:

- Estação? Você quer dizer King’s Cross? – de lá eles poderiam seguir direto para Grimauld, imaginava que seus pais provavelmente o estariam procurando... Mas seu raciocínio foi cortado pela reação da velha. A Harry parecia que acabara de dizer algo extremamente estúpido, pois a mulher virou a cabeça tão rapidamente que ele jurava ter ouvido um estalo. – Londres? É lá que vocês querem chegar? – exclamou surpresa.

- Por quê? Onde nós estamos?

- Bree. – respondeu ela.

- A cidade? – questionou com uma pontada de esperança.

- O vilarejo. – olhando de esguelha, ela pode ver o garoto franzir a testa em confusão. Obviamente nunca ouvira falar de tal lugar, o que não era estranho... – Digamos que estamos bem longe de Londres garoto.

Ao completar a sentença, os dois cavalos estancaram. Tirando o chapéu num movimento estranhamente rápido para uma senhora. Ela desceu e se voltou para Harry:

- Então? Vocês vão ficar aí?

Harry pôs os braços da menina ao redor do pescoço fazendo um pouco mais de esforço para levá-la para dentro do que parecia ser uma pequena chácara.

- Rápido! – apressou a velha. Harry resmungou. Não era tão fácil quanto a mulher imaginava... Além do ardor imenso que sentia no braço esquerdo, sua perna direita começava a demonstrar sinais de ferimento também. Visto que mancava levemente. – Ponha ela ali. – disse apontando um grande sofá florido na sala apinhada de móveis e quinquilharias.

- Certo... – Harry deitou a garota no sofá. Ação que pareceu ser bastante dolorosa para ela, visto que murmurou algo que interpretou como “dor”, ou “ouch”... Não tinha certeza... Ao terminar se afastou e observou a mulher que se aproximou de Hermione com olhar sério.

- Como foi isso? – questionou ao ver a quantidade de sangue que cobria a blusa da menina.

- Um... Cachorro. – respondeu com mal disfarçada insegurança. Os olhos dela pousaram em Harry por um momento depois se voltaram para Hermione novamente. Num gesto rápido, que pegou Harry totalmente de surpresa, começou a desabotoar a blusa da garota. Mais ou menos dois segundos se passaram até que ela notasse a completa inércia por parte dele:

- Não fique aí parado! – resmungou impaciente. – Primeira porta à esquerda, no corredor. Dentro do armário tem uma caixa branca grande. Traga-a pra mim! – Harry piscou por um momento:

- Er... Certo. – respondeu caminhando prontamente com as instruções na cabeça.

Harry trouxe a caixa e observou a mulher limpar o que se mostrou ser três longos e profundos cortes abaixo da costela... Não tinha certeza de qual seria a conseqüência daquilo... Até mesmo porque, ela não havia sido mordida... Mas ainda sim, ele não era a melhor pessoa para analisar essa possibilidade, na qual ele preferiria não pensar...



O dia estava claro quando Harry abriu os olhos. Passara o resto da madrugada sem pregá-los por um minuto sequer... Ouviu passos ligeiros e cadenciados vindos da escada e endireitou-se na poltrona onde acabara de cochilar pelo que lhe pareceu ser menos de dez minutos. Voltando os olhos para o sofá do outro lado da sala observou Hermione... Ela ainda dormia... Supondo que ainda estaria fraca demais para agüentar até a estação mais próxima, Harry voltou a atenção para a origem do barulho.

Sra. Marple acabava de descer as escadas. Após ter cuidado de Granger, a mulher se encarregara de cobrir o grande corte que identificou no braço esquerdo dele, quando tiveram tempo de conversar um pouco. Não dissera muito de si mesmo, até porque, Harry (que teve a suspeita confirmada) identificou a senhora como sendo trouxa... Mais um motivo para não dizer simplesmente que eles acabavam de ser atacados por um lobisomem, sabe lá Deus por que... Apesar de a senhora ter insistido em saber do ocorrido, Harry continuou afirmando que fora apenas um acidente e que um cachorro do mato havia atacado sua colega... Ela não insistiu.

Após mais cinco minutos de conversa, ele acabara por descobrir que ela era viúva, e tinha uma vaca chamada Bubbles que dormia confortavelmente no celeiro ao lado... Vaca essa que ela acabava de sair para ordenhar, explicou antes de fechar a porta atrás de si.

Hermione se mexeu absorta no sono. Uma crescente noção do ambiente tomou conta dela, seguida de um ardor imenso na barriga. Um barulho metálico chamou sua atenção fazendo-a franzir o cenho e forçar os olhos a abrirem lentamente...

- Hei... – chamou Harry se aproximando e pondo um prato de comida na mesa ao lado do sofá. Sentando-se em frente a ela a encarou em silêncio. Não sabia exatamente o que dizer. Afinal o relacionamento dos dois não era exatamente sólido. Entretanto ainda se sentia estranhamente aliviado por saber que ela estava melhor...

Pode notar que ela tentava respirar fundo agora. Uma tentativa falha observou, visto que ela parou repentinamente e gemeu de dor.

- É melhor você ficar parada... – sugeriu Harry. Hermione ignorou olhando em volta. Sua mente estava completamente confusa. Não tinha exata noção de onde estava, e não fosse pela dor que sentia, também não lembrava muito bem do ocorrido desde o ataque...

- Ond...? Onde nós estamos? – murmurou ela.

- A salvo... – respondeu Harry. – Você realmente deveria ficar deitada! – acrescentou em seguida, fazendo menção em auxiliar a menina que se esforçava para sentar.

- Eu estou bem. – retrucou Hermione com maior aspereza que o intencionado, e se arrependendo logo em seguida. Harry se afastou meio desconcertado.

- Certo... – disse simplesmente baixando os olhos. – Então... Er... – tateou – Você perdeu muito sangue, então... – explicou. – Eu acho que, eu achei que você ia querer comer alguma coisa então eu fiz sanduíches... – Hermione fitou o prato na mesa ladeado por um copo grande do que parecia ser suco. Da comida, voltou-se para o garoto que a observava obviamente esperando uma resposta que não veio. Ela estava surpresa demais com a atitude para se prender em algo como resposta...

- Você cozinhou?

- Isso... Não tinha muita coisa, mas... – se explicou Harry entregando o prato para a garota. – Eu não sei nem se você deveria comer isso, mas...

- Não faça isso... –resmungou ela.

- O que? – questionou confuso.

- Isso! – disse com veemência. – Ser gentil! Não seja gentil! Você nunca é gentil!– Harry franziu a testa. Por essa ele certamente não esperava. Especialmente de alguém que horas atrás estava moribunda como ela. – Se você for gentil, eu vou acabar gostando de você, e... E não quero gostar de você! – bem que ele vira quando Sra. Marple colocou alguma coisa na boca da menina para que ela bebesse. Na hora, a velha alegara ser algum tipo de remédio, obviamente a menina ainda sofria as conseqüências dele...

- Você não está com fome? – Hermione piscou por um momento.

- Não... Eu quero dizer, sim... Esquece. – acrescentou sem fazer muito sentido. – Me dá isso. – Harry entregou o sanduíche.



Passos cadenciados ecoaram no longo e escuro corredor. O local era úmido e abafado, entretanto, caminhava tão rápido agora que sua capa flutuava suavemente atrás de si. Imaginava que a casa estaria completamente vazia. Mesmo assim, o chamado do mestre não foi o que poderia chamar de surpresa. Ele sabia...

O ardor que sentira no braço cinco minutos atrás. Tão intenso que pressupunha a ira que lhe aguardava. Qualquer um diria que era completa maluquice caminhar com tamanho desespero em direção a tal destino, mas não ele...

Sabia que pior seria se deixasse Lord Voldemort esperando...

Um silvo agudo e longo chegou aos seus ouvidos. Mal alcançara o fim do corredor e Nagini já viera em seu encalço. Vil como era aquele animal, provavelmente vinha cuidar para que não fugisse antes mesmo de encarar seu próprio fracasso...

- Você está atrasado. – disse uma voz vinda do fundo da sala. Um calafrio repentino tomou conta de seu corpo, apenas ao som agudo e sibilante daquela voz fria. – Nagini me diz que você está... Nervoso...

- Eu sinto muito meu Lord. – respondeu curvando-se ao ver o homem alto e esguio virar-se para encará-lo. Esforçando-se para transparecer o máximo de calma, um passo em recuo soou involuntário na saleta.

- Não minta para mim. – sibilou Voldemort ao fitar o homem curvado a sua frente.

- Eu vim o mais rápido que pude senhor... Eles não foram fáceis de despistar... – balbuciou sentindo as mãos suarem frias.

- Sim... Eles nunca são... – falou a voz num tom frio e distante. – Você sabe por que está aqui. – aqui o tom frio tornou-se horrivelmente perigoso.

- S-sim... O g-garoto... Ele, ele escapou... Novamente. – acrescentou sentindo agora uma gota de suor escorrer pela testa.

- Novamente... – repetiu Lord Voldemort. Uma respiração profunda e pesada chegou aos seus ouvidos. – Diga... Não é... Extremamente notável que um garoto de quinze anos, consiga escapar por duas vezes das mãos dos meus discípulos?

- Er... S-sim, não, senhor... – titubeou.

- Eu deveria matá-lo agora, sabe? – comentou Voldemort. – Entretanto, para sua sorte miserável e abjeta, a sua posição é necessária para mim. Veja... Eu exigi que você mantivesse o garoto a olhar próximo.

- Eu estou mi lorde! Eu estou! – insistiu com um desespero crescente.

- Eu não preciso me desgastar em preocupações com relação a onde sua lealdade se mantém... Preciso...?

- N-não senhor! Absolutamente!

- Você compreende o que deverá ser feito com relação a você se falhar mais uma vez... Eu serei forçado a acreditar, que se voltou para seus amiguinhos mais uma vez... E nós não queremos isso, queremos?

- Não mi lord! Nós... E - eu não... – respirando fundo continuou. – Ele não vai escapar novamente mi lord! Não vai...



- Então... Desde quando você cozinha? – perguntou Hermione com uma sombra de culpa relacionada à sua recente atitude. Passara os últimos minutos em completo silêncio, o mínimo que era iniciar uma conversa civilizada...

- E -eu... Eu não tenho certeza... – respondeu Harry. – Eu sempre cozinhei pra mim e suponho...

- Certo... E você aprendeu sozinho, como o grande gênio que você é. – Hermione mordeu o lábio em seguida. Rude, novamente... Ela não conseguia evitar... Harry franziu a testa levemente ao insulto:

- É tão doloroso assim pra você admitir que eu tenha pelo menos uma qualidade? – retrucou com certo divertimento, mal disfarçado.

- Bom, agora que você mencionou... É meio doloroso sim... – respondeu franzindo a testa e mexendo-se desconfortavelmente. Levando a mão esquerda ao local onde uma grande bandagem cobria seu ferimento ela parou. – Onde está minha blusa?

- Oh... Estava suja então... – respondeu Harry displicentemente. Mas a menina continuou a fita-lo com um olhar que ele não conseguiu identificar a princípio... – Oh! Não, não! Eu não fiz nada... Sra. Marple fez. – explicou amaldiçoando a si próprio por sentir-se corar.

- “Senhora..” Quem? – repetiu Hermione que não parecia muito convencida da existência da mulher.

- Marple... – respondeu Harry se levantando. – Ela está com Bubbles... Na verdade ela está demorando bastante...

- “Bubbles”? – repetiu Hermione novamente. Harry já caminhava em direção à janela puxando a cortina e olhando a paisagem em busca da mulher...

- A vaca... – respondeu vagamente. – Ond...? – Harry identificou a senhora rapidamente, visto que se encontrava a menos de cinco metros da casa com dois baldes grandes cheios de leite nas mãos...

Harry franziu a testa.

- O que foi? – perguntou Hermione do sofá.

- Ela está falando com alguém... - murmurou Harry. – O que est...? – uma terceira pessoa surgiu vinda Harry não sabia de onde, e num rápido movimento, um flash verde e intenso refletiu nos olhos de Harry. O corpo da senhora caiu inerte na grama. Por mais ou menos dois segundos, ele não conseguiu absorver completamente a cena, se manteve estático, segurando um pedaço da cortina, enquanto observava o líquido branco escorrer pela grama num contraste sombrio.

Após o que pareceu ser uma rápida discursão, ambos os homens voltaram-se para a casa. Harry fechou a janela rapidamente e puxou a varinha do cós.

- O que houve? – perguntou Hermione num tom alarmado ao ver o olhar assustado do garoto.

- Nós temos que ir! Agora! – disse fazendo com que ela se levantasse a custo de um gemido de dor e um palavrão.

- Mas... Nós, eu... Ouch!

- Vamos! – insistiu seguindo em direção às escadas. Eles tinham que sair dali. Rápido...

Harry se apressou para dentro do quarto e trancou a porta. Um barulho de vidros se estraçalhando soou lá em baixo.

- Aquela luz... Eles... Eles a mataram certo? – murmurou Hermione com visível receio nos olhos. Harry levou as mãos à cabeça.

- Shsh! – murmurou ele.

- Como eles nos acharam? Por que...? – continuou murmurando.

- Quieta! – ele tinha que pensar... Hermione surpreendentemente se calou e abriu a janela. Harry observou a ação da menina e caminhou em direção ao local.

Da janela Harry podia ver parte do celeiro e entre os dois uma grande pilha de feno. Sem pensar duas vezes, abriu a janela e atravessou. Com o máximo de cuidado que se permitia devido à urgência, se virou e estendeu a mão para a menina.

- Venha.

- O que? Não! – exclamou Hermione exasperada. Aquilo devia ter pelo menos cinco metros de altura...

- Granger! Venha! – passos soaram nas escadas. Hermione se apressou passando uma das pernas pela janela.

- Sabe... E - eu não muito chegada a alturas... – murmurou Hermione, cujas pernas tremiam consideravelmente agora.

- Ok... – disse Harry sem dar muita atenção. – Quando eu disser...

- Não... Espere, eu não... Espere!

- Pule! – falou. Segurando o braço da menina apesar do impulso não ter sido mútuo, ela acabou por vir junto com ele.

Harry abriu os olhos e virou para o lado. Uma nuvem de palha cobria sua visão e embaçava seus óculos completamente. Hermione esforçou-se para levantar, chamando sua atenção, para a necessidade de que se apressassem para sair dali.

- Você está bem? – ela respondeu com um gemido. Com uma rápida análise constatou agradecido que não quebrara nada. Com um pouco de dificuldade, considerando que ambos haviam afundado completamente no bolo de feno, Harry se apressou em arrastar a garota pra longe dali se embrenhando novamente no meio da mata. Com sorte alcançariam a estação em pouco tempo...



Eles haviam matado a mulher... Ela não havia feito nada exceto ajudá-los... E eles... Ela estava morta, na frente dele... Ela...

- Lá... – murmurou Granger, fazendo óbvio esforço para respirar. Harry acompanhou o olhar da garota. De fato, podia ver uma placa com alguns dizeres que não compreendia muito bem devido à distância. E mais alguns minutos depois, alcançaram o que aparentava ser uma pequena estação de trem.

- Nós devemos chegar a Londres amanhã... Talvez... – disse ele mais para si mesmo que para ela, ao caminharem em direção a um banco. Hermione tinha uma das mãos por dentro da blusa.

Só agora Harry notava o imenso esforço que devia ter sido para ela correr até ali ferida como estava... Retirando a mão, ela se apoiou no banco, deixando para a surpresa de Harry uma mancha avermelhada na madeira. Ela estava sangrando novamente... Hermione sentiu o olhar do garoto e falou simplesmente:

- Eu estou bem. Vamos só pegar o primeiro trem ok?

- Ok... – murmurou Harry em resposta.

Felizmente, o trem não demorou muito a chegar, pelo menos não tanto quanto Harry esperava... Ou então, considerando o fim de mundo onde se encontravam, suas expectativas estavam simplesmente baixas demais... Não tinha certeza, só sabia que ao ouvir o barulho do vapor, sentiu-se extremamente aliviado por estar voltando para casa. E dado o modo como a menina também se apressou para a plataforma, Harry supôs que ele não era o único.

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