Às voltas com o inexplicável



Às voltas com o inexplicável


-Você está ferido – ela exclamou aproximando-se. – O que foi isso? – Hermione indagou, fitando-o.

-Não é nada demais, nem dói na verdade. Acho que uma das garrafas me atingiu – Harry retrucou observando a mão de Hermione ir devagar ao encontro de seu ferimento.

Instintivamente, o moreno deu um passo para trás, fugindo de seu contato. Hermione tornou a fitá-lo e, desta vez, resignando-se, Harry ficou parado esperando seu toque. Este toque foi um tanto quanto receoso, mas ainda assim suave e gentil. - De fato – ela murmurou com sus olhos presos no corpo do rapaz. - Por sorte não é um corte profundo.

-E-eu disse a você, não precisa se preocupar – Harry contrapôs nervosamente, segurando com delicadeza a mão de Hermione e afastando-a de si.

Ela o encarou segundos depois, quando o rapaz ainda não havia libertado sua mão de seu agarre. Corando, Harry lhe soltou quase imediatamente. Mas Hermione apenas sorriu de maneira astuta, aproximando-se mais, de modo que seus rostos ficaram a centímetros.

Harry ergueu a sobrancelha, mas não se afastou. Seus olhos decaindo por um instante para encontrar os lábios dela. – Sua blusa está molhada, Herms - sussurrou ainda lhe fitando os lábios, quando sua mão encontrou a cintura da garota.

-Sim, foi resultado confusão que aconteceu lá embaixo – disse um tanto quanto alheia.

Ele voltou a encará-la nos olhos, afastando-se um pouco, estranhamente reprovador. – Pode ficar gripada – recriminou apoiando ambas as mãos no fim de seu suéter e, subindo lentamente, para retirá-lo. – Se eu tivesse minha varinha, poderia limpar isso num instante, mas como dependemos da boa vontade da madame Rosmerta... – justificou, mas Hermione não estava ouvindo; a morena apenas ergueu os braços para auxiliá-lo.
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-Droga, Malfoy! Olha por onde anda, isto aqui ainda é um pé! – Gina reclamou de cara feia, enquanto alisava o pé.

-Ele está tirando o suéter dela! – Draco quase exclamou, estupefato, enquanto ainda observava a maçaneta.

A ruiva esqueceu do pé dolorido no mesmo instante e o afastou prontamente do lugar. – Você não pode ver isso – disse com enfado. – Seria baixo de sua parte – acrescentou espiando.

-Baixo?! Quem se importa se é ou deixa de ser baixo? É meu dever observar tudo! – Gina voltou-se para ele com um sorriso irônico.

-Se contenta com essa guloseima, vai, Malfoy – disse lhe estendendo um sapo de chocolate que tirara do bolso da jaqueta. – Como se eu fosse deixá-lo ver minha amiga desprevenida - murmurou para si mesma, olhando-o como se ele tivesse lhe proposto casamento. - Só se fosse para que tivesse um ataque de hiper-ventilação – ela riu. - E isso, benzinho, arruinaria nossos planos.

-Do que está falando, Weasley? A Granger não seria a primeira garota a quem eu veria “desprevenida” – disse malicioso.

-Sua mãe não conta, Malfoy – Gina retrucou, por sua vez, em motejo olhando-o de esgueira, sob um sorriso torto. – Vai ficar com o chocolate ou não?

O rapaz a olhou como se quisesse fuzilá-la, mas aceitou o chocolate.
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Então o sutiã cor de vinho dela apareceu e Harry prendeu a respiração. – Você... Você é muito linda Hermione – ele conseguiu murmurar.

A morena sorriu levemente, aproximando-se novamente. – Você também não está nada mal, Harry – disse deslizando seu olhar pelo torso dele. – Realmente nada mal – acrescentou deslizando, desta vez, os dedos da mão direita sobre seu torso.

-Hermione voc-- – então os lábios dela estavam nos dele, impedindo-o de formular perguntas ou dizer qualquer coisa. Logo, tudo se tornara impulsos.

Com um dos braços, Harry a envolveu pela cintura trazendo-a para si de modo que não existia mais distância. E seus lábios moviam-se sobre os outros de maneira mais sensual e exigente. Hermione sorriu no beijo, perdendo sua mão entre os cabelos dele, uma perna sua erguendo-se no ar, para se prender no lado dele, Harry, com a mão livre, a segurou de bom grado.

Quando seus lábios se afastaram, eles arfavam e sorriam, havia um grão de confusão no olhar de cada um, mas este se extinguiu quando Harry voltou a beijá-la.
Um beijo quase violento. Mas eles não tinham culpa se não tinham suficientemente um do outro. As mãos já não conseguiam estar em apenas um lugar. E os lábios queriam explorar outros lugares...
A boca de Hermione foi ao encontro do pescoço de Harry, ela tinha a intenção de marcá-lo. As mãos de Harry estavam mais interessadas em conhecer as partes de pele sob a saia pinçada da morena. Ela gemeu cravando as unhas em sua pele com força e ele perdeu o ar ao sentir as mãos de Hermione descenderem sobre seu torso.

Os lábios voltaram a se encontrar. E eles começaram uma caminhada, de comum acordo, ao encontro da cama. Graças a Merlim que havia uma cama!
Harry a deitou delicadamente sem sequer retirar seus lábios do dela, ele se acomodou sobre Hermione de um modo que ficou cômodo para ambos. Seus lábios deixaram os dela uma mais vez, de maneira descendente agora. Boca, queixo, garganta, demorando-se na junção entre ombro e pescoço... Para só então chegar ao seu tronco. Enquanto isso, suas mãos acariciavam suas pernas.

Eles voltaram seus rostos para o outro lado do quarto, aturdidos. Havia vozes no corredor e ainda que não pudessem reconhecer todas, uma era demasiadamente conhecida: Madame Rosmerta.
Levantaram de um salto da cama.
**

Eles ouviram passos. Gina olhou para o loiro desconcertada.
Madame Rosmerta deveria estar atendendo seus inúmeros clientes no momento e não “ajudando” a Harry e Hermione. Ela, Gina, pusera as varinhas no balcão acreditando que a mulher nem tão cedo ia se dar conta daqueles insignificantes pedaços de madeira... Estava demasiadamente atarefada afinal. Pelo jeito, estava enganada. Podia ouvir Rosmerta cantarolar uma canção antiga das Esquisitonas.

-Ok... Eu sei que irei me arrepender amargamente disto – Draco o encarou estranhado, a ruiva agora estava falando sozinha, olhando fixamente para um lugar como se falasse com alguém invisível... Ótimo. Havia entrando numa aposta e tinha aliados que eram loucos.

Gina fitou Draco com tamanha estranheza que o loiro se viu obrigado a recuar um passo. Ela o encarava como se fosse lhe atacar a qualquer momento. E, em realidade, ela o fez. Mas não do modo como o loiro esperava... Em parte, por sorte, para seu alívio.

Os lábios dela estavam conectados aos dele antes que pudesse raciocinar com coerência. E afastaram-se com brusquidão antes que pudesse reagir.

-O que estão fazendo aí? – Rosmerta olhava com incredulidade para o “casal” a sua frente.

-Er... Nós – Gina forçou, da melhor maneira que pôde, um sorriso. Lançando um olhar de esgueira a Draco, este ainda estava atordoado demais para forma palavra. – Oh! Madame Rosmerta, por favor, não conte a ninguém... minha família não entenderia e –

Rosmerta sorriu com condescendência, erguendo uma das mãos e interrompendo-a. – Tudo bem, criança. Mas encontrem outro lugar para... – ela ergueu a sobrancelha marotamente. – Isso - Draco ficou da cor dos cabelos da garota ao seu lado, assim como Gina; esta parecia que, a qualquer momento, em sua cabeça, sobre seus cabelos ruivos, haveria uma erupção. O que ela não fazia para ganhar uma aposta...? Ambos assentiram, por fim.

-Vocês viram o senhor Potter e a senhorita Granger pelo corredor?

Os jovens se entreolharam e, de comum acordo, se voltaram para a mulher com ar de confusão.
Eles eram bons. Bons fingidores.

-Harry e Mione passaram por aqui? – Gina indagou arregalando os olhos. – Ai-meu-Merlim, Draco. E se eles nos viram? E foram contar ao meu irmão? Estaremos perdidos – ela pôs a mão na cabeça dramaticamente.

-Eu não creio – retrucou Rosmerta franzindo o cenho. – De última vez que os vi, trazendo-os para cá, há quase meia hora, vocês não estavam aqui. Fiz aquela pergunta apenas porque pensei que talvez houvessem pedido sua ajuda, senhorita Weasley – Draco e Gina suspiraram, falsamente, em alivio, sob o sorriso meio divertido, meio malicioso de Rosmerta. “Como é bom namorar escondido!” Pensava a mulher.

–De fato, não estávamos. Mas... O que eles vieram fazer aqui? Nessa parte do bar? – a garota ruiva indagou demonstrando curiosidade.

-Creio que tenha sido culpa minha – disse Malfoy, fingindo embaraço.

-Sua?

O rapaz assentiu, parecendo pesaroso. – De algum modo, alguém me empurrou quando eu estava lá embaixo, e caí exatamente na mesa deles, derrubando a bebida que eu tinha em mãos e as que se encontravam na mesa deles... Mas não foi minha intenção.

-Acredito em você – disse segurando o queixo dele, juntando suas testas por um momento. Oh sim, eles deveriam ganhar algum premio pela atuação impecável.

-Queridos, se vocês querem manter seu romance em segredo – caretas de ambas as partes. -, acho melhor que andem depressa... Depressa – ela os enxotou, empurrando-os com as mãos. – Tenho de devolver as varinhas ao senhor Potter e à senhorita Granger.
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-Eu?! Por que eu faria isso? – Rony perguntou com a cara mais deslavada que se tinha notícia. – Você não pode provar, Hermione. – ele zombou. – Como pôde dizer algo assim de mim? Está me ofendendo – disse mais seriamente, desta vez parecendo realmente ofendido. – Sou ou não amigo de vocês?

Eles haviam chegado, por fim, ao salão comum da grifinória. Estavam, no mínimo, constrangido pela situação que entraram por “livre e espontânea” vontade.
Hermione insistira em culpar Rony por tudo que ocorrera. Por alguma razão, ela estava convencida de que o ruivo tinha algo a ver com “desequilíbrio momentâneo” do “casal”... E o cinismo dele só fazia aumentar sua suspeita. Harry preferia se abster de qualquer comentário, tratando de acalmar Hermione que, a qualquer momento, azararia Rony.
Ele já zombara em demasiado deles por um dia só. Principalmente quando Hermione de maneira acidental – ela não conseguira se conter e, enquanto o acusava, acabara falando mais do que deveria. – contara que “atacara” Harry.

-Claro que é, Rony. E eu acredito em você – Harry retrucou batendo no ombro do amigo, Hermione torceu o nariz, cruzando os braços, num ato de completa revolta. – Hermione só está um pouco cansada. E se quer saber, eu também. Se me dão licença...

Rony lançou um olhar de esgueira para Hermione.
Não, ele não queria ficar ali. – Espere Harry! Eu também vou. Boa noite, Hermi – ela o encarou com os olhos estreitos e, dando um muxoxo, se afastou, dirigindo-se ao dormitório feminino.

-Não foi você não é, cara?

-Claro que não! – Rony falou olhando para Harry com ar surpreso. – Eu juro cara, não fui eu! – “Foi a Gina, a meu mando... Mas isto não vem ao caso”. – Quer dizer que a Herm te atacou? – perguntou quando chegaram ao quarto, tentando sondá-lo. Harry corou.

-Não foi bem a Hermione que me atacou... – disse devagar.
**

Antes que Gina pudesse dizer qualquer coisa, Hermione a estava arrastando para seu quarto. – Hermione? Tudo bem? – indagou preocupada. – Você parece meio doente. Quer que eu a acompanhe a enfermaria...? Eu posso...? – Hermione ergueu as mãos balançando a cabeça. – O que foi? Aconteceu alguma coisa?

Hermione a fitou antes de dizer seriamente:
–Eu o ataquei.

Gina teve de se segurar para não gritar um eufórico “Eu sei!” Seguido de um “Ele não é ótimo? Fui eu quem o ensinou!” Acrescido de risadinha marota.

-O quê? Como assim? Você feriu alguém? – “Oh Merlim, perdoe-me... Eu sei que sou uma pessoa má. Mas isso é tão divertido...”.

Hermione meneou a cabeça de maneira negativa. – O Harry.

-Quê? Você bateu no Harry? Santo Deus, Hermione! Por quê? – Ok, ela admitia ser um pouquinho sádica.

-Não Gina! Você não está entendendo! – disse cansada. – Eu “ataquei” o Harry – disse acrescentando agora um olhar significativo. Olhar o qual a ruiva fez questão de ‘não entender’. Oferecendo-lhe um olhar confuso. Hermione suspirou frustrada, “Isso só funciona com o Harry?” – Eu o beijei – “pra dizer no mínimo, meu bem” adicionou com malicia uma vozinha irônica em sua cabeça.

-O que?! – Gina estava se congratulando por dentro. Definitivamente, ninguém poderia ser tão boa atriz quanto ela.

-E isso não é tudo - Hermione murmurou, adquirindo um tom desconhecido da escala do vermelho, pensava a ruiva, em sua face.

-O que? Mas Hermione... Por que você fez isso? Quero dizer, eu sei que tem uma enorme queda pelo Harry – alfinetou. E imediatamente a morena a encarou com indignação.

-Não tenho queda alguma pelo Harry!

-Oh. Claro que não – Gina rolou os olhos. – Você apenas respira Harry Potter, você ouve e enxerga Harry Potter – Hermione abriu a boca com clara intenção de retrucar. Retrucar que todos o faziam, mas Gina continuou, fazendo-a desistir de argumentar. - em tudo. Você até o sente. E agora, para completar, o ataca! – Hermione desviou o olhar corando. “Quantos tons de vermelho ela ainda pode adquirir?” Gina pensou divertida. – Poupe-me Herms, e admita, para seu próprio bem – “e, por quê não? O aumento consideração de minha poupança”. -, Está apaixonada pelo Harry.

-Estou – disse suavemente trás alguns segundos de meditação. – Mas isso não explica a questão de tê-lo agarrado – a garota ruiva ergueu a sobrancelha. - Não explica, Gina! Estou te dizendo. Não faria algo que pudesse destruir nossa amizade, não sem medir as conseqüências. Não sem saber se ele estava disposto a correr o risco. Aquilo não era eu!

Gina franziu a testa. – O que quer dizer com “aquilo”?

Hermione expirou. – Tenho certeza que estava sob efeito de uma poção, assim como Harry – Gina engasgou alarmada. A amiga falava com tanta convicção que estava a deixando preocupada. Não queria nem imaginar se Hermione ao menos sonhasse que havia feito e misturado duas poções poderosas junto a Malfoy para que simplesmente se atirasse nos braços de Harry, e que este, Harry, não a deixasse escapar. Então sorriu, e depois riu. Hermione nunca iria descobrir... Suspeitar que dela junto ao Malfoy?! Ainda mais improvável. De toda forma, se desse algo errado, culparia Rony por tudo. O qual, obviamente, a aliciara. – O que há de engraçado, Ginny?

-Nada... Nada. Quero dizer, como pode ter quanta certeza sobre uma poção? Quero dizer, você o deseja... E a recíproca certamente é verdadeira. Visto que, pelo que você disse, parece que o Harry não estava apenas “recebendo” afeto, não é Herms? – ela riu quando Hermione a olhou desconcertada forçando-se a não desviar o olhar. – Sim, estou certa.

Hermione preferiu ignorá-la. – Rony. Ele estava com um ar muito misterioso para meu gosto.

Gina virou os olhos. – Pare de implicar com o pobre do meu irmão, Hermione. Parece que está no terceiro ano! – Hermione a encarou ofendida e foi a vez de Gina ignorá-la. – Além do mais, todo esse mistério significa apenas uma coisa: saiu novamente com aquela garota que, de modo algum, ele quer dizer o nome.

-Não. É mais que isso. Foi o modo como me olhou, como se procurasse algo, como se soubesse, de repente, o que procurar em mim. Ele, de algum modo é culpado, Gina. Eu posso sentir.

A ruiva virou os olhos. – Eu desisto. Acuse o Ron o quanto quiser. Apenas me diga... Como foi o “ataque”? – indagou maliciosamente enquanto sentava-se mais comodamente na cama de amiga, encarando-a com interesse.

Hermione a encarou com enfado. – Ah, porque você não morre Gina? - a ruiva riu divertida, deitando-se (lê-se: jogando) na cama. Havia sido uma jogada de mestre.
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(continua)
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Básico do básico, capítulo fraquinho... Espero que curtam, desculpem os erros e a demora.
Beijo!

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