O diário de André



23/02

Boa Tarde!

Eu sou o André, estudo no colégio Santa Luiza, localizado na cidade de São Caetano do Sul, interior do estado de São Paulo. Tenho 14 anos e nasci no dia 15 de março. Sou do signo de peixes e amo ler.

Honestamente, não sei o que faço escrevendo num caderno sem vida e que não me fornecerá nenhuma sugestão decente quanto a nada. Na verdade, você (caderno) não me falará nem coisas inúteis, afinal você não fala. Acho que é mais para desabafar do que para pedir conselhos que as pessoas escrevem numa folha ou num diário. Então, suponho que meu inconsciente deseje expor alguma coisa.

Primeiro, falarei um pouco de mim, depois eu falo sobre o que aconteceu comigo hoje, onde fui e etc. Acredito que é isso que se escreve num diário. É que nunca tive algo parecido, nem vontade de escrever sobre minha vida. Acho que ela é patética demais, comum demais, sem sentido, sem nada de fantástico ou de assustador. Nada estranho ou bizarro acontece e isso me deixa altamente decepcionado. Não que eu goste de surpresas, mas, às vezes, sinto falta de alguma emoção mais forte, de temer o desconhecido, de TER um futuro desconhecido para temer, ter inimigos fortes a combater. Não fisicamente! Eu sou muito fraquinho. Digo intelectualmente, uma boa discussão verbal, um bom debate, uma boa disputa em que, para livrar-me de alguma situação, teria que pensar muito.

Sim, eu desejo muitas coisas e tenho muitos sonhos. Pretendo realizar a maioria, pois, nem todos são possíveis...

Acabei nem falando de mim. Desviei. Isso não é muito comum de acontecer comigo. Odeio quem desvia muito do assunto. Comecemos, então, a descrição.

Sou um menino que adora muito ler e escrever histórias fictícias. Já li de tudo, leio tipos variados de livros, adoro assistir filmes diversos, tenho um paladar muito amplo, sou eclético quanto às musicas, costumo ler um livro por semana (já que meu ritmo de estudo não me permite ler mais que isso). Estudo muito, afinal, pretendo ser um psicólogo. Não um psicólogo, pretendo ser O melhor em minha área e me esforçarei o quanto for necessário para isso. Pretendo cursar faculdade no exterior, isso é, se eu tiver a quantidade de dinheiro suficiente até lá. Também gostaria muito de ser escritor, no meu tempo vago. Para ser sincero, eu até já comecei a escrever um livro, não muito inteligente, mais é um livro. Sonho com um futuro melhor para a humanidade, mas, infelizmente, no momento, não tenho como contribuir para um “mundo melhor”, já que não acredito em nenhum dos conceitos e sugestões que me foram dados até hoje sobre o assunto.

Normalmente estou sério e com o meu humor instável. Quando faço algo, mergulho de cabeça mesmo e não me arrependo do que já fiz, afinal, está feito. Arrependo – me do que deixei de fazer e, após não ter feito, passo um tempo considerável me remoendo com a dor da culpa e imaginado como seria se “tivesse sido”.

Sou filho único. Minha mãe se chama Norah e meu pai Eduardo. Eles sempre me apoiaram muito em tudo que precisei. Sempre me incentivaram e me deram muito amor e carinho. O único problema que venho enfrentando hoje em dia, quanto a eles, é o fato deles não serem totalmente à favor da minha profissão. Eles vivem dizendo que eu deveria ser modelo. Pensem só, eu MODELO! Nem pensar! Que horror! Eu insisto que não tenho atributos suficientes para ser modelo. Mas não, minha mãe diz que sou alto, bonito e etc. e tal. Honestamente, não me acho nada disso! 1,73. Alto? Não muito.... Bom, eu não posso fazer nada para mudar a cabeça deles, mas já tomei minha decisão. Modelo, nem pensar!

Não dou valor ao que as pessoas pensam sobre mim, afinal, o que importa para mim é o que sou, não o que pensam que sou. Ser popular? Acho uma perda de tempo. Não sou popular, não tenho inveja de populares, não quero ser popular. Para mim, isso é idiotice, afinal, as pessoas que são populares acreditam que todos gostam delas, que serão chamadas para todas as festas, que são amadas por todos e isso é uma grande mentira. As pessoas têm inveja dos populares, são legais para receber um convite para a festa DELES, não têm identidade própria quando seguem a “modinha” de um ícone popular do colégio. Não tenho preconceito. Nem contra populares nem contra nada, só não gosto da forma como agem, tratando as pessoas consideradas “normais” com despreza, na maioria das vezes. Populares sentem – se superiores demais.

Realmente não tenho preconceito quanto a nada. Nem com times, nem cor, nem religião, nem patys, nem nerds, nem “com um cérebro pouco avantajado”, nem bonitos, nem feios, nem gordos, nem magros, nem emos, nem punks, nem roqueiros. Qualquer um desses existe da mesma forma e não há nenhum motivo nesse mundo que me fará mudar de idéia quanto aos iguais direitos de todos.

Não tenho muitos amigos, pois, primeiro, eles terão de demonstrar serem dignos de confiança. Não podem simplesmente me copiar e concordar com tudo que digo ou falo. Não é porque conversei com alguém uma vez ou outra que essa pessoa tem o direito de chegar, me abraçar e dizer que me adora. Porém, sou muito doce e carinhoso com meus amigos e amo todos. São pouquíssimos, mais eles sabem que são amados.

Acredito que existe sim aquela amizade mais forte, aquela pessoa que você confia plenamente, aquela pessoa que você não existiria sem. Não falo de “alma gêmea”, pois também acho que não existem pessoas perfeitas umas para as outras. Cada um tem seu defeito que, mais cedo ou mais tarde, virá à tona e, aí sim, poderá ser provado o amor do casal e a vivacidade da relação, caso essa sobreviva à “mostra de defeitos antes não aparentes”. Falo de melhor amigo. No meu caso, é melhor amiga.
Sim, eu tenho uma melhor amiga. Não digo isso para soar bem, para ficar de enfeite, para exibir para os outros nem para motivo algum. Não digo, sinto. Sinto que minha amizade com ela é eterna. Não é muito longa a trilha que percorremos. Digo, não é longo para os padrões da sociedade, para os convencionais. Mas, mesmo assim, parece que sempre nos conhecemos, que somos amigos há séculos. Honestamente, passei a me considerar um alguém ao lado dela. Você deve estar achando que eu amo muito ela, não é?! Pois bem, amo muito. Muito mesmo. Ela é minha amiga. Só amiga. Mas, ao lado dela, passei por momentos bons e ruins, por desafios e brincadeiras, por risos e doenças, por brigas e momentos carinhosos (não, nós nunca ficamos e acho que isso NUNCA vai acontecer. Acho que nós não nos damos como um casal. E não quero testar para ter certeza.). Minha fiel parceira.

Ela é muito diferente de mim, porém respeito e, algumas vezes, chego até a admirar certas qualidades (ou defeitos, chame como quiser) dela. Ela vive dizendo que arruinou minha vida e que eu poderia ser muito popular caso não estivesse em sua companhia. Como eu já disse, essa história de populares é uma grande baboseira em minha opinião e digo isso pra ela constantemente. Rebecca sempre quis ser popular. Diz que quer ter amigos e isso às vezes me magoa. Quero dizer, se ela quer ter amigos, significa que eu não sou amigo o suficiente? Que eu não supro as “necessidades” de amigos dela? Que eu não sou confiável ou suficientemente “legal” com ela?? Mas, eu supero. Esse é um dos meus inúmeros defeitos. Sou altamente ciumento e explosivo. Calmo?! Até certo ponto. Mas isso eu não penso com muita freqüência, prefiro interpretar de um modo menos... menos dramático.

Ah! O nome dela é Rebecca. Rebecca Gonçalves Coelho. Conhecemos-nos quando tínhamos 8, num parquinho. Lembro-me como se fosse ontem. Foi um dos melhores dias de minha vida. Eu havia acabado de me mudar para um bairro onde só pessoas mais velhas que eu moravam, onde nada era legal, onde eu não tinha nada para fazer. Eu odiava tudo. Odiava a minha nova casa, a minha nova escola, odiava sentir falta dos meus antigos amigos, odiava minha vida. Até que me apareceu um pingo (literalmente!) de gente correndo à toda velocidade em direção ao balanço que estava do meu lado (o azul). Ela sentou e me encarou por algum tempo, como se me analisasse. Eu fiz a mesma coisa. Então, depois de certo tempo, ela perguntou: “Você mora aqui perto?”. Foi aí que tudo começou. Que a minha maior e mais duradoura (ao menos por enquanto) amizade teve início.
Prefiro não ficar falando muito do começo e me concentrar mais no agora, se é que me entende. Mesmo tendo gostos diferentes, também temos certas características em comum. Digo características psicológicas, afinal, fisicamente, somos muito diferentes. Sou moreno de olhos azuis. Ela é ruiva e tem olhos castanhos. Ah, quanto à altura... Qualquer um da minha idade (que eu conheço, ao menos) é mais alto do que a Rebecca. Para você ter uma idéia, quando eu ia com ela até a Playland (a única da cidade) a moça perguntava o que uma menininha como ela fazia com um homem como eu. A Rebecca ficou muito brava. Ela odeia que chamem ela de baixinha, mesmo ela sendo. A aparência não importa nenhum pouco, afinal, se importasse, ela realmente seria minha amiga. Nem ela nem ninguém (é, eu sou muito feio).

Olha eu dando uma de Rebecca de novo!! Por quê?! Porque ela é a pessoa mais dispersa e enrolada que eu conheço. Ela desvia demais do assunto e eu odeio isso!

Nossos gostos em comum. Ambos amamos ler, gostamos do mesmo tipo de música, nos aturamos, nossos pratos favoritos são iguais (nossa cor favorita também), somos vizinhos e muito mais. Dividimos até sonhos. O maior (mais insano, louco, sem sentido, perfeito, ilusório, viajado, impossível, almejado, amado...) deles é entrar no mundo de Harry Potter. Não só ir até lá. Ir para fazer história. Ir para ficar. Ir e mudar. Ir e ser úteis. Ir e ajudar. Ir para sempre. Queremos tudo aquilo para nós mesmos. Invejamos com muito ardor todo aquele mundo desafiante, mágico e mutante. Invejamos as personagens e as situações que passam. Invejamos os atores que fazem seus papéis no cinema. Invejamos Hogwarts. Invejamos as batalhas contra Voldemort. Invejamos a caçada deles pelas Horcruxes. Invejamos os amigos que fizeram lá dentro ( e os inimigos também!). Invejamos até mesmo as aulas deles com Snape!!

Se ter muita inveja de algo levasse ao inferno, eu e Rebecca já estaríamos condenados a muito tempo. E admito isso sem vergonha alguma. Eu sei que isso é um mundo de fantasias, mais não sabemos!! Mergulhamos e escrevemos em fics, tornando – nos personagens, “juntando” casais, tornando (ao menos em nossas deturpadas mentes) todas essas fantasias reais. Fazendo do nosso jeito. Imaginando e criando da nossa forma. Honestamente, às vezes eu chego até a acreditar que, qualquer dia desses, um comensal vai aparecer nesse mundo “trouxa”, ou que eu (e a Rebecca, é claro) vou achar uma chave de portal e ser transportado para a eterna Hogwarts. Já tive até sonhos com isso. Posso estar parecendo um louco viciado em Harry Potter, mas, na verdade, eu não sei o que acontece!! Simplesmente amo aquilo tudo, como não amo nenhuma outra história, nenhum outro filme. É tudo muito estranho para mim, mas, por enquanto, estou tentando lidar com essa situação.

Se pudesse, ficaria o dia inteiro a narrar tudo o que penso sobre Harry Potter e sobre tudo mais, mas, tenho que ser um pouco mais objetivo, afinal, minha mão já está ficando meio cansada de tanto escrever. Então você me pergunta: “Ei, André, você não ama escrever???” e eu respondo: “Amo sim!” e você pergunta novamente: “Então como é que você pode cansar tão rápido, se escreveu apenas 5 páginas nesse caderninho de nada?!” por fim, eu digo: “É que eu digito meus textos no computador, seu diário, e nele, meus dedos não cansam de tanto digitar.” “Está certo então, deixe para lá e continue a escrever então. Desculpe a interrupção”, finalmente o diário para de se intrometer na minha narração séria e objetiva.

Não tenho mais nada a declarar sobre mim e acho que falar sobre a Rebecca também não convém. Ah!! Quase esqueço do detalhe mais importante. Só estou escrevendo em você, sua budega, porque quem me deu você foi a Rebecca. Na verdade, nós dois ganhamos esses caderninhos que tem uma capa cor de vinho com um brasão de autenticidade duvidosa num parque. Eles vieram acompanhados de dois cadeados e duas chaves e foram feito para dois melhores amigos (ou casais. No meu caso, a primeira opção, obviamente). Quando ambos terminarem de completar todas as páginas em branco dos caderninhos, trancaremo-los com os cadeados e trocaremos de diário. Cada um possui a chave do outro, logo, irá abrir o diário e ler tudo que está escrito. O objetivo disso é muito amplo. Você pode pensar que é só uma perda de tempo. Eu prefiro pensar que é um “Tratado Estranho de Confiança Extrema”, mais conhecido como TECE.

Não, eu não tenho medo de escrever tudo o que penso aqui, afinal, ela é minha melhor amiga e, tudo que eu sei e sinto, ela tem o direito de saber.
Agora, finalmente, irei falar um pouquinho sobre meu dia comum.
Passei a tarde toda estudando, dei uma entradinha básica no meu orkut para checar os scraps novos (a maioria da desocupada da Rebecca, perguntando se eu estou online e pedindo para eu floodar no orkut dela para aumentar o número de scraps) e agora estou escrevendo aqui. Depois que eu terminar, vou voltar pro MSN, pois a janelinha da ~ReBecCoSa: Yeu Odeiu Studá xD~~ não para de piscar, mesmo meu status estando Ausente.

Ah...

Acho que agora eu terminei. Nada mais a declarar. Não sei quando voltarei a escrever, por isso, direi apenas o que vem a seguir.


Até logo!

~~~~~~~~~~~~~~~~~***



Esse capítulo foi menor que o anterior e a culpa foi da minha falta de capacidade criativa. Foi para vcs verem como funciona a cabeça do André (de maneira mto diferente q a da Rebecca. Espero que vocês tenham gostado! Fiz umas modificações bem leves nesse capítulo. Mas, acreditem, a história está tomando um rumo diferente. Pois bem, é isso. Nada demais. Quero comentários, hein?! Segundo terceiro capítulo não virá antes de 20 coments, viu gente??? Se quiserem ler, ora essas, comentem!!
De qualquer forma, Obrigada por quem já comentou espero que continuem acompanhando a história e dando suas opiniões quanto ao que está bom q quanto ao que precisa melhorar.
OBRIIIIGAAAAADA novamente e continuem comentaaando!

JuJu_Ka*





Pessoal, comentem aí viu!!!!! A gente quer saber o que vocês estão achando da fic!!!!! Plix comentem!!!!!!! Os seus dedos não vão cair! Eu garantooo!!! Deixem aqui o endereço de suas fic, que eu tbm irei comentar!


Bjão,

Angel^^


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