De volta a Godric’s Hollow

De volta a Godric’s Hollow



Ele tentou de tudo. Mas as varinhas continuavam sem controles nas suas mãos. O que ele faria agora? Achou um caderno, muito velho, cheio de anotações estranhas. De quem era? Começou a folheá-lo e logo achou um relógio desenhado. Era igual a um que ele tinha certeza ter visto em algum lugar.Mas aonde? Nessa hora Harry acorda.
-Onde estamos? – pergunta ao amigo Rony, enquanto ajeita seus óculos.
-Perto de casa. Parece que todos da Ordem da Fênix estão lá. Bem... Pelo menos os que sobreviveram.
Agora Harry começava a reorganizar os pensamentos. Eles foram até a estação de trem de Londres, e lá pegaram um carro que foi mandado pelo pai de Rony, que ainda devia estar trabalhando para o Ministério. Mas Harry dormiu a viagem toda. Hermione parecia dormir também.
-Sabe cara, eu to louco pra ver minha família... Mesmo que eu leve uma bronca daquelas. E eu vou levar!
-Também sinto saudades de todos. – Harry fechou os olhos e pensou em como seria ver Gina de novo. Falar com Lupin e os outros. Comer a comida da sra Waesley. Brincar com os gêmeos Fred e Jorge. Mas ao descer do carro quando ele chegou, não foi isso que ele encontrou. A casa parecia pouco cuidada. Não se ouvia barulho nenhum.
-O que houve aqui? Perguntou para Hagrid, que parecia cansado.
-Ultimamente os comensais andam atacando muito as casas vizinhas. Para se proteger, é bom não sair muito de casa. E ninguém quer que descubram que aqui está o pessoal da Ordem. Vamos entrar.
A entrada foi pior. Todos estavam reunidos na cozinha, conversando baixo, sérios. Harry percebeu que Gina não estava lá. Ao serem vistos, todos se levantaram. A sra Waesley saiu correndo e abraçou Rony, depois Hermione e ainda calada, abraçou Harry também.Olhando para os três começou a falar.
-Como vocês puderam fazer uma coisa dessas, por quantos perigos não passaram? Estão magros... Ah, meu Deus! – Ela se sentou como se não agüentasse ficar em pé, ou se não desmaiaria.

-Mãe nós fomos. E voltamos inteiros. Isso prova que crescemos. Estamos fortes. Enfrentamos muitos perigos e estamos aqui.
-Rony tem razão Molly. – começou seu Waesley. – Nota-se que se tornaram adultos. Amadureceram. Estão os três com as marcas dos perigos em seus rostos.
-Eu sei. Que bom que vocês estão aqui! – Nessa hora todos os outros se levantaram e cumprimentaram os três. Gui e Fleur, Olho-Tonto-Muddy, Carlinhos, Fred e Jorge, Lupin e sua namorada, a prima de Sirius, que parecia bem mais feliz ao lado dele, do que no ano anterior.
-E Gina? Onde está? – perguntou Rony para o alivio de Harry, que estava prestes a perguntar.
-Na escola. Hogwarts. Ela foi reaberta. E como vocês sabem, nesses tempos sombrios, ela parece bem mais segura do que qualquer outro lugar. Mcgonagall é a nova diretora.Tem gente nossa de olho, as coisas estão normais por lá. Gina vai passar o natal lá. – respondeu Molly.
Harry pensou que a possibilidade de ver Gina no natal passou de 100 pra zero. Assim eles todos se sentaram à mesa, com exceção de Rony e Hermione.
Nessa hora Harry viu Rony se aproximar de Hermione, pegá-la pela cintura e beijá-la na boca. Harry acostumado com a cena, mal deu bola, mas ao ver a reação de todos lembrou que ninguém dali sabia que os dois estavam namorando. Foi muito engraçada a cara que a sra Waesley fez. Parecia ter esquecido alguma coisa. Fleur murmurava “Eu sabia! Eu sabia!” para Gui. Lupin sorria. O sr Waesley abriu um sorriso sincero, mas logo o fechou.
Os dois pararam de se beijar. A mão direita de Rony segurando a mão esquerda de Hermione, enquanto à direita dela acariciava o rosto dele, e à esquerda dele acariciava o rosto dela. Qualquer um diria que aquela cena havia saído de um filme de romance. Mas talvez tivessem notado o silêncio que se fez, ou os risinhos frenéticos de Fleur. Harry não saberia dizer. Eles ao perceberem olharam um para o outro, mas com acenos de cabeça continuaram de mãos dadas. Rony com as orelhas muito vermelhas, e Hermione um tanto corada. Mas continuavam de mãos dadas. Ela começou a falar.
-Sra Waesley? Me desculpe... Eu não devia ter essa liber...
-Desculpa de quê? – perguntando isso Molly levantou-se da mesa e abraçou Hermione, as duas começaram a pular juntas, assim que Molly abriu seu sorriso. – Você é ótima pro meu filho! – pareceu muito mais disposta que antes - Desde quando estão juntos?
-Vai fazer dois meses mãe. Agora vamos jantar. Nós três, Mione, Harry e eu estamos com fome.
-Sim filho! Você cresceu e eu ainda me lembro de você como um bebê... – e abraçando Hermione e Rony seguiu em direção a mesa.
Assim todos começaram jantar. Rony e Hermione contaram muitas coisas do namoro, da viagem e dos perigos. Harry falou pouco, pois estava muito pensativo. Seus amigos agora se encontravam seguros, e depois? As últimas horcruxes onde estariam? Ele queria voltar a Grodric’s Hollow e descobrir alguma pista do lugar onde Voldemort estaria se escondendo. Mas por enquanto descansaria. A jornada seria longa e ele precisava descansar um pouco.

Um mês se passou na Toca, e para Harry foi o suficiente esse descanso. Todos os dias no Profeta Diário saia matérias que perguntavam: “Onde Harry Potter está?” Se nem a imprensa sabia, Voldemort também não, e isso era uma vantagem. Ele durante esse um mês sondou muita coisa sobre Godric’s Hollow com a ajuda dos membros da Ordem da Fênix. Lupin fez questão de passar uma semana na cidade. Por fim descobriram que vários comensais da morte estavam morando nela, ou perto dela, e isso era a prova necessária para afirmar que Voldemort estava lá.
Hagrid também fora até a cidade. E após dois dias fora, voltou com duas surpresas. A primeira era uma moto que Harry só ficou sabendo de quem era quando seu amigo falou.
-Foi de seu padrinho Harry! Eu achei no mesmo lugar em que a deixei há muito tempo atrás. Lavei e fiz uma geral, ela parece novinha de novo. Toda sua Harry!
-O quê?! – espantou-se Harry.
-Foi de seu padrinho, agora é sua!
-Caracas! Uau! – Rony olhava admirado pra moto.
Maravilhado Harry foi até a moto, e ao se sentar nela imaginou a sensação de poder voar com ela. Poderia ir a Godric’s Hollow rapidamente.
-Eu preciso de licença pra dirigi-la, Hagrid?
-Só se for andar como um trouxa. Essa moto já está registrada no Ministério. Você pode usá-la, já é de maior. Mas nenhum trouxa pode ver. Ok?
-Claro!
Enquanto Harry e Rony admiravam a moto, Hagrid contou a outra surpresa.
-Localizei o esconderijo de Você-Sabe-Quem.
-Como? Onde fica? – perguntou Harry não acreditando no que ouvia.
-Fui num bar, e lá estavam dois comensais discutindo baixo, mas eu ouvi. Graças aos extensivos de orelha de Fred e Jorge! Parece que fica numa casa abandonada no campo. Bem perto da cidade. Mas ela está com feitiço de invisibilidade. Nessa hora seria bom ter Dumbledore por perto.
Hagrid caiu no silêncio, pensativo. Harry resolveu falar.
-Vamos guardar a moto, e entrar. Precisamos contar aos outros.
Após todos da Ordem saberem, foi feita uma reunião. Estavam todos lá. Passaram a noite em claro armando uma estratégia. No início do outro dia, quando a sra Waesley já havia preparado café para todo mundo, terminaram o plano.
-Então... – começou Lupin. – Vamos nos dividir. Quando eu tirar o feitiço de invisibilidade, vocês lutaram com os comensais. Mas só faremos isso quando encontrarmos a horcrux que falta. Até lá, de prontidão.
Para Harry ficou claro que dependia dele achar a horcrux que faltava. E ele faria isso. Foi para o quarto de Rony, dormir um pouco.
Sonhou com duas varinhas, dessa vez nas mãos de outra pessoa. O Relógio do sonho de antes, parecia bem mais nítido. Gina carregava flores nas mãos. Tudo ficou escuro de repente. Ele agora sentia falta de ar... Não! Não! Não...
-Não! – berrou Harry. Rony que estava em pé foi até ele.
-O que foi cara? Sonhou com Voldemort? Sua cicatriz ta doendo? – perguntou Rony, assustado.
-Mais ou menos. - ele sentia sua cicatriz quente, mas não doía. – Eu voltei a sonhar com as duas varinhas. Eu sei que isso significa a vontade que o Voldemort tem de destruir a minha varinha. E dessa vez elas não estavam nas minhas mãos. Acho que ele tentou pegá-las me usando.
Rony até então preocupado, pareceu apavorar-se.
-Não é melhor falar com Hermione, e com os outros?
-Com a Mione sim, mas com os outros não. Não vou preocupá-los.
Os dois então desceram até a cozinha. Mione estava com Molly preparando o almoço.
-Conseguiu dormir um pouco Harry querido? – perguntou a mãe de Rony.
-Sim. - mentiu Harry.
Nessa hora ele viu o relógio na parede. Como ele não notara antes? Era o relógio do sonho. Todos os ponteiros indicavam perigo mortal. Lembrou-se do que a sra Waesley falara dele uma vez, que ele passara de geração em geração. Resolveu perguntar.
-Esse relógio alguma vez foi para algum concerto? Saiu dessa cozinha? Há quanto tempo vivem aqui?
-Uma vez ele foi para uma exposição de antiguidades que teve em Hogwarts. Carlinhos estava no primeiro ano dele lá. Faz muito tempo isso. Vivemos aqui desde que nos casamos. Carlinhos nasceu depois. Mas por quê as perguntas, querido?
Ele não respondeu. Quis saber onde estava Carlinhos.
-Com o Arthur no Ministério. Mas por quê?
-Curiosidade. Mas preciso falar com Carlinhos.
-Ele vem de noite.
-Eu espero. Licença.
Subiu as escadas. Ao chegar ao quarto começou a andar pra lá e pra cá. Não podia ser. Tanto tempo ali? Assim desse jeito? Dumbledore saberia. Ou não? Mas ele não sentiu nada. Uma vez achara o relógio estranho. “Passou de gerações em gerações”. Todos os Waesley tinham ido para Grifinória. Todos eram dessa casa. Deviam ser parentes distantes de Gryffindor... “Uma coisa de Gryffindor, ou Ravenclaw...”. Eles não acharam nada na cidade de Corvina. Isso queria dizer...
- “Uma coisa de Gryffindor...” - Se não era a espada... - SÓ PODE SER O RELÓGIO!
-O que houve cara? Por quê esse agito todo? – perguntou Rony abrindo a porta do quarto, devia ter esquecido do sonho de Harry. - O almoço ta pronto... A Mione ajudou a fazer, ta maravilhoso! Vamos! Já levei um tapa na mão por querer comer antes. Que droga, eu só queria experimentar! Vamos?
-Sim. To indo.
Harry almoçou naquele dia, olhando fixamente o relógio. Nada aconteceu. Se fosse uma horcrux de Voldemort, teria muitos feitiços de proteção nele. Quais feitiços? Harry não quis contar aos amigos suas teorias sobre o relógio. Talvez ele tivesse obcecado demais, e então tivesse imaginando coisas. Queria ter certeza para contar. Ia esperar Carlinhos chegar.

-Sim Harry, eu o levei a uma exposição em Hogwarts. Gui já estudava lá, estava na segunda série quando eu entrei. Ele não quis levar nada. Sempre rebelde! Eu quis levar o relógio...
-Dumbledore já era diretor? – pergunta Harry.
-Sim. Não sou tão velho Harry! – diz rindo Carlinhos.
Os dois estavam na sala conversando. O resto da família estava jantando.
-Aconteceu algo estranho por você levar o relógio?
-Naquele dia minhas mãos arderam bastante. Isso foi depois de relógio ficar sozinho por um tempo. Nunca vou me esquecer. Era estranho segurar o relógio...
Harry já não estava mais na sala. Seguira direto para cozinha. Rony conversava com Hermione, os dois ultimamente não se desgrudavam. A sra Weasley conversava com Fleur, parecia mais conformada com o casamento agora que passara meses. Harry olhou para o relógio. Precisava contar a todos.
-Temos a última horcrux aqui conosco! – Declarou Harry. O sr Weasley foi o primeiro a olhar apreensivo, depois Gui, Carlinhos que entrava na cozinha exclamou:
-QUÊ?!
O resto da família olhava com incredulidade para ele. Harry resolveu dizer logo. Mas antes precisava preveni-los.
-Como Mione e Rony já sabem, as horcruxes tem feitiços de proteção muito fortes. Peço para que ninguém faça nada, não por enquanto.
-Mas onde está Harry? – Sr Weasley pergunta. – O que é? Você tem certeza que é uma horcrux?
-O relógio.
Todos ficaram chocados. Hermione parecia se questionar. Então ela falou:
-Não é possível Harry. Dumbledore saberia. E nós estaríamos em perigo.
Harry sentiu sua barriga se contrair de desânimo. Mas ele tinha como provar se fosse verdade. Pegou sua varinha e pronunciou o feitiço.
-Accio relógio de parede.
-Harry, eu sei que isso pode ter sido de Gryffindor, pois passou de geração em geração nessa família, onde só há pessoas da casa de Grifinória. Mas Harry...
Harry não deu ouvidos a Hermione. Continuou segurando e olhando os detalhes do relógio.
-Harry! Cai na real! Voldemort jamais colocaria sua horcrux na casa do inimigo! – gritou hermione.
-Mione tem razão Harry. – disse Rony.
-Harry querido você precisa descansar. Esse relógio é presente de família. Você está sob pressão. Vamos todos dormir.
Harry sentia-se como um bobo. Como uma criança que não levam a sério. Decidiu entrar no jogo deles. Largou o relógio na parede. De noite voltaria e o destruiria. Precisava esperar todos dormirem.

Sozinho no hall da escada, vestido, pronto para qualquer coisa, com sua varinha para entrar em ação e seu instinto preparado, foi para a cozinha. Cético de que estaria somente ele lá. Ele se bate em alguém.
-Ai!
-Hermione?
-Harry? Eu sabia que você ia fazer alguma coisa. Andei cogitando possibilidades. Eu acho que o relógio pode nos dar uma pista de onde está a horcrux.
-Como assim?
-Olha! – ela apontou para o relógio que marcava perigo. - Ele esta assim desde que Voldemort retomou o poder. Molly sempre disse que o motivo era à volta de Voldemort, todos começaram a correr perigo desde então. E se não for? Rony sempre disse que era defeito. E se esse “defeito” for de fábrica? Ou melhor, for de um concerto mal intencionado? Algo que o fez agir assim, pois era programado. Quando aumentasse o poder de Voldemort, o relógio marcaria com o ponteiro “perigo”.
Harry começou a pensar. Carlinhos deixou o relógio sozinho e depois sentiu sua mão arder ao tocá-lo. Um sintoma? Voldemort estava prestes a ter todo o poder naquela época. Harry nasceria seis anos mais tarde, só depois disso viria à tona a profecia. Voldemort já devia ter feito alguma horcrux. O anel de Slytherin, o diário... De repente como um flash, Harry sente uma dor horrível na cicatriz. Hermione grita alto. Ele vê tudo nublado. Os dois parecem estar caindo. Ele cai de joelhos na mesma hora que Hermione. Tudo fica escuro.
Ao abrir os olhos, com sua cicatriz em chamas de tanta dor. Harry descobre-se amarrado. Hermione está na mesma situação. O quê houve? Onde eu estou?
-Olá Potter! Sem sua varinha você não é nada, não é? – a voz fria penetrava como agulhas na pele de Harry.
-Deixa Hermione em paz!
-Essa garota precisa de uma lição. Assim que ela acordar vou usar a maldição Imperius. Ela descobriu o quê eu fiz com o relógio. É uma tola! Não sabe com quem se meteu.
-O que você fez com o relógio?
-O ponteiro Potter! Você não percebeu?
-A horcrux era o ponteiro? Por quê colocou embaixo do teto de quem podia destruí-la?
-Por quê eu achava que niguém desconfiaria se fosse assim. Além do mais ele pertenceu a Gryffindor, e eu não consegui roubar a espada. Mas os weasley também protegeram o relógio, e eu não podia pegá-lo. Se não minha identidade seria descoberta na época. Mas eu deixei uma espécie de feitiço na horcrux, que faz eu rastrear quem tentar pegá-la. Por isso vocês estão aqui.
-Por quê não usou isso nas outras?
-O anel estava bem escondido. Assim como eu pensei que o medalhão também. Mas acharam. Mas eu também julgava não precisar delas, pois era forte o suficiente até você aparecer. Mas agora retomei minhas antigas forças. O diário você o destruiu, com essa mania de grandeza, só para salvar aquela menina...
Harry assustou-se. Ele falou de Gina. Será que ela estava bem? Ele não suportaria se algo tivesse acontecido a ela.
-... A taça eu mesmo pus naquela mansão para você vir como um patinho para Corvina, onde eu estava. Queria sua varinha, e ela já está comigo.- ele riu de satisfação. – Agora você não é nada perto de mim, Potter. Apesar de eu só ter uma horcrux agora, não importa.
-E Nangini?
-Ela foi um descuido meu. Eu não fui capaz de perceber que sua mania de grandeza custaria à vida de minha doce Nangini. Você e seus amigos conseguiram escapar naquele dia. Mas hoje e aqui, não!
-Onde estamos? – Harry sentia dores na cabeça. – Como nos trouxe pra cá?
-Estamos em Godric’s Hollow. – Harry sabia. Ele se escondia lá. Mione e ele deviam estar na casa abandonada do campo na qual Hagrid falara. – Meus comensais trouxeram vocês e o relógio. Bateram em suas cabeças, enquanto estavam de costas. E aparataram.
Harry sentia que devia usar algum feitiço mentalmente. Precisava de sua varinha. Voldemort estaria certo? Ele não seria nada sem sua varinha? Isso não era verdade. Ele só precisava que Hermione não corresse perigo. O resto seria por sua conta e risco. O quê importava a vida dele?
Nessa hora ele escuta um barulho. Passos. Duelos de varinhas. Pelas vozes, os comensais de Voldemort lutavam com a Ordem da Fênix. Voldemort estava em pé e começava a ficar com raiva. Entra na casa, Rony, Luna Luvegood, Neville Logbotton e Gina Weasley. O coração de Harry dispara: O quê ela está fazendo aqui? Ele precisa tirar todos daqui. Harry aproveita a distração de Voldemort com a entrada repentina e mentalmente executa um feitiço para desamarrar as cordas. Mas Voldemort o impede. Rony corre ao encalço de Hermione, que continua inconsciente.
-Harry? Ela não morreu? Morreu? – pergunta ele apavorado certificando o pulso de Hermione. Harry quer acreditar que ela está viva.
-Ela tá viva. Não? – Harry nem percebe que Voldemort pega em seu pescoço. Ele não sente o ar, quando escuta Rony.
-Estupefaça!
Isso fez Voldemort largar Harry, mas ele não desmaiou.
-Hermione acorda! – grita Rony voltando-se para Hermione novamente. Depois a beija na boca numa tentativa desesperada de reanimá-la.
-Oi Harry! – Cumprimenta Luna, com sua varinha em prontidão. Mesmo assim ela está meio desligada como sempre.
-E aí Harry!
-Oi Neville! – Nessa hora Voldemort tenta atacar Harry com um feitiço imperius. Ele se desvencilha. Pula por cima de uma poltrona. Voldemort de repente para. Pela porta entra os gêmeos. Fred e Jorge.
-Desculpem a demora. Há comensais demais lá fora! – dizem os dois em coro.
-O quê houve com Hermione?- pergunta Jorge.
-Machucaram nossa cunhada preferida? Isso não vai ficar assim! – disse Fred.
Os dois começam então a brincar com Voldemort, que pela cara não parece gostar das palhaçadas.
-Harry! – ele, que até então observava todos os amigos na sua frente, vira-se para trás, depara-se com Gina, que o abraça emocionada.
-Por quê vieram? – pergunta Harry aflito. Ela não devia estar ali. Estava correndo perigo. - Tenho que derrotá-lo sozinho. Fujam rápido, se não, eu não terei como impedir um desastre. Por favor, leve os outros!
Harry disse isso com o coração na mão. Gina era tudo pra ele. A beijou, mas foi na testa para que ela não sofresse mais do que já podia estar sofrendo.
Gina concordou, em lágrimas, em sair e levar os outros. Chamou Neville e Luna. Os três saem da casa sem Voldemort ver. Nesse instante Hermione retoma os sentidos para alívio de Harry e de Rony, que balançava seu corpo, antes inerte.
-Graças a Deus! – exclama Rony. – Você está bem?
-Sim...
-Leve ela Rony! Antes que seja tarde! – grita Harry.
Mas nessa hora, Voldemort cansado das brincadeiras dos gêmeos, vira-se e vai na direção de Hermione. Passa por uma mesa e agarra um punhal de cabo preto. Com muita rapidez, sem Harry poder fazer nada, ele vê Voldemort lançar o punhal na direção de Hermione.
Rony se joga na frente. O punhal o acerta onde seria o coração. Ele cai no chão segurando o punhal com o peito já em sangue.
-NÃO!!! – grita Harry. Hermione cai de joelhos, e começa a chorar segurando Rony. Os gêmeos tentam se aproximar. Mas Voldemort com sua varinha os ameaça.
Harry só vê uma coisa a fazer. O relógio está perto demais de Voldemort. Mas se ele o destruísse, Voldemort ficaria fraco, então Harry poderia matá-lo. Rony tinha que escapar dali, Harry resolveu ser bem óbvio. Se ele fosse apanhado, Voldemort se distrairia e os outros poderiam fugir. Correu até o relógio e o pegou.
-Vou destruir sua última horcrux! – gritou.
-Me dê isso garoto! Você não quer se machucar, ou quer? Tem um feitiço no ponteiro que não te deixará nada bom.
Harry não tinha muito tempo para pensar. Se ia morrer, pelo menos seria fazendo alguma coisa útil. Quebrou o vidro do relógio. Voldemort parecia apavorado. Rony estava sendo levado por Jorge. E Hermione por Fred. Todos saíram da casa, agora ele podia usar todas as tentativas para matar Voldemort.
-Avada kedrava! – Harry não conseguia acreditar, Voldemort tinha sido mais rápido outra vez, mas ele desviou-se do feitiço por um triz. Ainda com o relógio na mão, não se importou com o que poderia acontecer, e em um segundo pegou o ponteiro maior. Ele indicava perigo. Mesmo sabendo que estava sem varinha, ele optou por usar um feitiço mentalmente. Assim como o encantamento que usara para proteger seus amigos.
-Impedimenta! – gritou Voldemort enfurecido.
Harry sentiu estar imobilizado. Seria seu fim? Agarrando o ponteiro com muita força, sentindo sua mão queimar, ele susurrou como para sua própria alma: Você consegue! Vamos, destrua o ponteiro! E mentalmente ele pronunciou um feitiço chamado “Quebres”. Ele tinha aprendido com seu padrinho Sirius, quando passara o fim das férias de verão na casa dele, há quase dois anos atrás. Por culpa de Snape, que era seguidor de Voldemort, ele não tinha mais o padrinho. Por culpa de Voldemort ele não tinha mais o padrinho Sirius, nem Dumbledore. Talvez nem seu amigo Rony. Por culpa de VOLDEMORT ele não tinha mais SEUS PAIS...
A raiva de Harry foi tanta, que não só o feitiço quebrou o ponteiro, como quebrou a força mágica que prendia Harry. Voldemort se sentiu muito mal. Com as mãos na cabeça, gritou de dor. Harry sentiu sua cicatriz doer muito e também gritou. Tentando voltar a si, concentrou-se em procurar sua varinha. Com seus ouvidos mais aguçados podia ouvir a batalha que se travava lá fora com os comensais da morte. Rezando para que todos estivessem bem, tentou procurar sua varinha. Mas voldemort outra vez foi mais rápido.

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