Força Estranha



                                  -*Capitulo dois: Força estranha*-


 


 
Finalmente alguns dias de suas férias já tinham se passado, e cada dia era um dia a menos de martírio em sua triste férias no Largo Grimmald.


Sirius ansiava loucamente pelo dia de partir em direção à casa de seu grande amigo Tiago Potter para passar o resto de suas férias, afinal, aquela casa estava um tanto estranha demais pra ele continuar ali por muito mais tempo, afinal, vai que a loucura fosse contagiosa, pensou Sirius enquanto terminava de responder a carta que Tiago lhe mandara há dias.


Sirius ainda não entendia o porquê de sua família estar agindo tão estranhamente em relação a ele, mas estava certo de que descobriria o que estava acontecendo, de um jeito ou de outro, ele descobriria.


            Sirius colocou o pergaminho em cima de seu criado mudo, enquanto sua coruja passeava em algum lugar que Sirius não fazia idéia, alias naqueles dias ele não fazia idéia de quase nada que andava acontecendo, e isso o deixava confuso e intrigado.


Deixou-se cair na cama, exausto, o que desta vez, ao contrario das férias anteriores, não era por trabalhos que sua mãe encarregava ele de fazer, ao invés do Monstro, o elfo domestico da casa. Sirius passou a mão pelos cabelos, pensativo, seus pensamentos ferviam dentro de sua mente, enquanto Sirius tentava lembrar-se de alguma coisa da qual não tinha dado importância e pudesse justificar o que estava acontecendo, ou talvez tentando juntar as peças daquele confuso quebra cabeça, mas ao contrario do que desejava, nada parecia fazer sentido, Sirius não se lembrava de nada e não conseguia achar nenhuma pista do que poderia estar acontecendo.


Será que tinha alguma coisa a ver com a guerra que estava acontecendo no mundo bruxo, e que ele sabia muito bem que logo se tornaria muito pior?


Talvez tivesse alguma coisa a ver com essa guerra, mas o que exatamente, Sirius não fazia a menor idéia. Talvez, quem sabe, um milagre tivesse acontecido e sua família tivesse finalmente visto o quão errados estavam e que Sirius era um membro importante na família. Mas isso era realmente impossível de acontecer.


 


            


A tarde passou lentamente, Sirius havia acabado de subir as escadas que davam pro seu quarto, e entrado no mesmo, dessa vez realmente cansado, havia ido ate o Beco Diagonal, retirar um pouco de ouro, e comprar algumas coisas que precisaria para o restante das férias, que se tornariam mais interessantes quando ele finalmente, fosse para a casa de Tiago, o que dessa vez, não faltava muito. Graças a Merlin, pensou Sirius se jogando na cama, e pegando um dos novos itens que ele comprara no Beco Diagonal, um espelho de dois lados, estava pensando no quão bom seria aquilo, quando algo chamou sua atenção.


Sirius sentou-se num pulo, tentando apurar os ouvidos e entender que barulheira era aquela, que agora parecia vir de algum canto da casa.


Levantou-se e devagar ele caminhou ate a porta, encostando-se atrás da mesma e colocando o ouvido encostado na porta, tentando ouvir o que estava acontecendo.


Pareciam gritos, ora, que novidade, pensou ele, finalmente a casa estava voltando ao normal.


Ele riu baixo, abrindo a porta cautelosamente, e sem ser percebido, deixou uma fresta da porta, aberta, tentando escutar quem era bendito ser que conseguira fazer sua mãe voltar ao normal.


 


            Gritos ecoavam vindo de um dos quartos acima, realmente, confirmara Sirius, era sua mãe, que gritava aos quatro ventos. Será que ela pensara que a casa continuava vazia?


            O mais silenciosamente possível, Sirius abriu a porta, e caminhou pelo corredor ate o pé da escada que dava para o próximo andar da casa, andar do qual, Sirius sabia, encontrava-se o quarto de sua ‘adorável’ mãe.


Encostou-se num canto, onde ninguém poderia vê-lo, e ficou em silencio, enquanto os gritos continuavam, e aos poucos começavam a fazer mais sentido para Sirius.


            —VOCÊ TEM QUE FAZER O QUE MANDAMOS.


            —EU NÃO POSSO, TIA. VOCÊS NÃO PODEM ME OBRIGAR!


Era a voz de Bellatrix, e pelo grito, Sirius pôde perceber, ela estava chorando.


            —NÃO ME DESAFIE, BELLATRIX! VOCÊ PENSA QUE PODE IR CONTRA AS VONTADES DELE? JAMAIS.


Dele? Dele quem? Sirius estava começando a ficar ainda mais intrigado e confuso. Afinal o que queriam que Bella fizesse que ela, por um milagre, não quisesse fazer para agradar a família?


            —EU NÃO POSSO...


            —SERÁ QUE EU PODERIA SABER POR QUE VOCÊ NÃO PODE? DESDE QUANDO SE IMPORTA COM ELE?


            Um silêncio mortal tomou conta de toda a casa, Sirius quase sentiu o clima no corredor, e sabia que dentro daquele quarto, uma Bellatrix chorava baixinho enquanto Walburga Black, sua mãe, andava irritada de um lado para o outro. Qual seria o motivo dessa discussão? Ou quem seria o motivo dessa discussão?


            Sirius ouviu que alguém abrira a porta e correu silenciosamente para seu quarto, fechando-a em seguida, encostou-se de costas na porta, dessa vez com a respiração levemente ofegante, e a cabeça a mil por oras. Do que afinal elas estavam falando?


           


  


Os dias naquela casa transcorreram mais estranhos do que de costume, um silencio parecia tomar conta de toda a casa e ninguém parecia querer quebrar aquele silencio nostálgico.


Sirius evitou ao Maximo sair de seu quarto, pensava em como iria conseguir descobrir o que estava acontecendo, não que aquilo fosse realmente importante pra ele, afinal, era só ele agüentar mais uns poucos dias, e assim que o Natal finalmente passasse, ele poderia pegar seu malão e ir direto pra casa de Tiago, deixando sua casa, sua família e todo esse mistério estranho pra trás.


 


 


            Sirius desceu para o jantar pontual, não queria voltar a ser o centro das atenções enraivecidas de sua mãe, o Maximo que pudesse passar despercebido o restante dos poucos dias que lhe restavam, melhor seria pra ele.


O clima estava tenso, sua mãe estava calada, Bellatrix estava de cabeça baixa e , percebera Sirius, evitava ao Maximo encarar o maroto.


            Sirius tentou puxar papo com sua prima Andrômeda, mas ela também parecia não querer quebrar o silêncio, e Sirius resolveu que era melhor manter-se concentrado em seu jantar.


Sua mãe terminou logo o jantar e subiu sem dizer uma única palavra, Sirius enrolou o Maximo que pôde na cozinha.


            Logo a cozinha estava quase vazia a não ser apenas por Sirius e Bellatrix que permanecia imóvel na sua cadeira de cabeça baixa.


Sirius estranhou porque afinal nunca vira Bellatrix tão quieta antes.


— Bella... – ele hesitou, ajeitando-se a sua frente na mesa. – Esta tudo bem?


Bellatrix permaneceu quieta por alguns segundos e sem encará-lo respondeu.


—Esta tudo bem, Sirius.


—Não. Eu sei que não esta. – ele disse sério, esquecendo-se totalmente da delicadeza e de que não devia se meter no que não era da sua conta, quando se tratava de sua família.


Bellatrix finalmente ergueu os olhos, encarando-o e Sirius percebeu que haviam lagrimas escondidas naqueles olhos azuis.


Ela permaneceu olhando-o por alguns segundos, que pra ele pareceram muito longos enquanto sentia um estranho arrepio percorrer todo seu corpo.


Ele nunca havia percebido o quão lindos e profundos eram aqueles olhos. Sentindo-se confuso diante daquelas sensações estranhas que começavam a tomar conta de si, Sirius desviou os olhos e levantou-se da mesa, no fundo ele temia o que aquelas sensações poderiam causar-lhe.


—Bella, me diz o que esta acontecendo?


Bellatrix observava Sirius com um olhar diferente, de uma maneira que ele jamais a vira olhar antes. No fundo Sirius sabia que ela sentia-se exatamente como ele, mas não tinha coragem de expressar tal questão.


—Não é nada, Sirius. – Bellatrix levantou-se e caminhou até a porta da cozinha. Sirius apressou-se até ela, segurando-a pelo braço fazendo-a virar-se para encará-lo.


—Só você pode me dizer, Bellatrix. O que esta acontecendo? – Sirius a encarou, sério.


—Por favor, Sirius. Eu não posso dizer...


—Porque não? Porque brigou com minha mãe?


Bellatrix baixou a cabeça e desviou-se de Sirius caminhando para o interior da cozinha, parecia querer evitar os olhares do primo, será que ele tinha alguma coisa a ver com a discussão?


—Você ouviu? – ela perguntou receosa.


—Um pouco. Não tinha como não ouvir com vocês gritando.


Bellatrix permaneceu em silencio, Sirius aproximou-se e percebeu que ela chorava silenciosamente. Afinal o que estava acontecendo?


Ele segurou-a dessa vez com delicadeza, forçando-a a virar-se para encara-lo.


 Merlin, Como ela era linda! Ele ficou olhando-a, dessa vez como ele nunca olhara em toda sua vida.


Sua pele era delicada e branca como a neve, seus lábios estavam vermelhos e fazia Sirius tremer por dentro. As lagrimas transparentes escorriam por sua face suave e tão perfeita como um pêssego. Seus lindos cabelos negros caiam por sobre o ombro deixando-a ainda mais branca e mais delicada, era como se fosse uma bonequinha de porcelana. Sirius sentiu-se estranho, uma vontade de beija-la, de te-la em seus braços, de acaricia-la, estava tomando-o por inteiro.


       Bellatrix o olhava de uma maneira que ele não conseguia entender. Ele acariciou delicadamente o rosto de Bellatrix secando-lhe as lagrimas que escorriam silenciosas, e Bellatrix sentiu-se tremer levemente.


       Muito próximos, Sirius podia ouvir a respiração de Bellatrix e ela quase sentir o coração pulsando forte dentro do peito do maroto.


Podiam sentir o calor emanando um do outro, podiam sentir o desejo do outro, e quase não podiam mais se conter. O que será que aconteceria se deixassem esse desejo falar mais alto?


Se lhe perguntassem isso naquele momento, ele responderia “com certeza”. Tudo que ele mais queria era tê-la em seus braços, era beijá-la loucamente, abraça-la forte e sentir aquele doce cheiro embriagando-o de forma extasiante.


Mas Sirius não podia deixar-se levar por essa loucura, por esse sentimento estranho que tomava conta de si de forma arrebatadora. Era loucura, e naquele momento em que todos pareciam estar loucos, ele tinha que permanecer consciente, tinha que permanecer são.


       Contra sua própria vontade, Sirius afastou-se de Bellatrix, dando alguns passos para trás, e Bellatrix assustando-se com a atitude do primo, também se afastou.


Eles se encararam por mais alguns longos segundos, enquanto Sirius lutava contra si próprio para não agarra-la com todo o desejo que lhe queimava por dentro.


—Eu preciso que me diga o que há nessa casa, Bella?


Bellatrix baixou os olhos, secou as lagrimas e num soluço rouco ela finalmente respondeu.


—Tente descobrir primeiro o que esta acontecendo dentro de você, e você entendera.


Sem dizer mais nenhuma palavra, Bellatrix saiu.


Sirius sentiu-se perdido. Ela não poderia estar falando serio, não é? Como descobrir o que ele estava sentindo ajudaria a descobrir os mistérios daquela casa?


Sirius permaneceu na cozinha durante algum tempo. Pensando e pensando. Porque o natal simplesmente não chegava logo pra ele poder ir embora de uma vez por todas?


Mas enquanto o natal não chegava, Sirius só tinha um uma escolha: Descobrir o que estava acontecendo.


Mas primeiro ele teria que descobrir o que estava acontecendo com ele, e pra isso ele sabia, não precisava ir muito longe.


Era apenas olhar mais uma vez para ela, e ele já saberia a resposta.


 


 


 


 *N/A: Bom, finalmente saiu o segundo capitulo...


Espero que tenham gostado...


Bom, devo dizer que eu não fiz um script muito certinho do que vai acontecer, então muita coisa vai surgindo assim da minha mente maluca e daí a gente vai vendo como fica, né...


Então se tiver alguma coisa estranha, por favor, relevem.


 


E comentem.


Beijos


Lanah Black.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.