Minha filha é uma bruxa



Minha filha é uma bruxa.



Petúnia Evans era uma menina de doze anos alta demais para sua idade, magrela e com cabelos castanhos, não se podia dizer que era bonita. Nesse momento ela estava procurando por sua irmã mais nova, Lílian. Era um jogo e Petúnia sempre perdia. Ela não entendia, sabia que havia algo de anormal na maneira em como não conseguia encontrar sua irmã, as vezes passava várias vezes pelo local onde ela estava escondida sem que conseguisse vê-la. Petúnia detestava isso, mas a irmã sempre conseguia convence-la a participar das brincadeiras, até porque quase não havia outras crianças na vizinhança com quem pudessem brincar. Bem, devia haver outras crianças mas elas não as conheciam, porque tinham acabado de se mudar.
Era sempre assim, viviam se mudando por conta das excentricidades do pai delas. Nunca tinham tempo de fazer amigos, pois nunca ficavam tempo suficiente num mesmo lugar. Tudo o que Petúnia Evans desejava era uma vida calma e estável, totalmente normal.
Mas não era isso que ela tinha, pelo contrario seu pai vivia se mudando atrás de maluquices. Túlio Evans era um jornalista, um desses homens obcecados com conspirações e paranormalidade. Nos últimos anos ele tem se especializado em procurar o.v.n.is (objetos voadores não identificados). Por isso vieram parar nessa cidadezinha onde nas plantações de trigo, apareceram estranhos e misteriosos círculos.
Petúnia também detestava isso, sabia que ninguém levava seu pai a sério.
Ele mesmo editava uma pequena revista sobre paranormalidade e escrevia reportagens para alguns tablóides. Ela desejava que ele fosse um homem normal, a menina sentia muita vergonha do pai.
A família Evans estava vivendo numa pequena casa com um grande quintal com muitas árvores. Encarapitada numas dessas árvores estava Lílian, A irmã de Petúnia. De um galho baixo ela observava a irmã passar pela quinta vez ao redor do tronco da árvore onde ela estava. Lílian prendeu as pernas devagar sem fazer barulho e deixou o corpo cair ficando de cabeça para baixo com as pernas segurando no galho, então disse: “BUUU!”
Petúnia de um grito ao perceber a irmã de cabeça para baixo atrás dela. Passado o susto a irmã mais velha começou a reclamar alto: “Você sempre faz isso! Droga não brinco mais com você!”.
“Calma Petúnia, agora é sua vez, vai se esconder que eu procuro”
“Não!... Esquece, não quero mais essa brincadeira idiota, admito que você é muito melhor do que eu. Está satisfeita?”
Lílian ficou calada se sentindo culpada, há muito tempo queria dizer isso à irmã: “Petúnia não é culpa suas eu trapaceio”
“Como assim?” perguntou Petúnia admirada com a sinceridade da irmã.
Lílian começou a falar baixinho: “Acho que eu fico invisível”.
“Que?”
“Acho que eu fico invisível, por isso você não consegue me ver quando estou escondia”
Petúnia ficou calada observando a irmã, A menina baixinha de cabelos compridos e lisos, castanhos meio avermelhados. Os olhos verdes e brilhantes. O nariz pequeno e delicado.
Petúnia começou a pensar que aquilo fazia sentido, havia passado cinco vezes por aquela árvore sem notar nada e de repente a irmã apareceu de cabeça para baixo nas suas costas. Petúnia sacudiu a cabeça como se quisesse retirar esses pensamentos de lá.
“Cala a boca! Ainda quer me fazer de boba, falando essas bobagens, já basta o papai falando maluquices... Eu não mereço esta família...” Petúnia parou no meio discurso, atrás de Lílian ela viu um gato.
“Olha lá” Disse para a irmã.
A outra menina se virou e também e viu o animal, parado sentado com o rabo enrolado no corpo, ele tinha listras alaranjadas e marcas engraçadas ao redor dos olhos. O bicho estava estranhamente encarando as duas meninas, como se as observasse atentamente.
Ás duas irmãs foram se aproximando dele lentamente, Lílian ia na frente, Petúnia seguia-a com certo receio.
“Não chegue muito perto Lily, ele pode ter alguma doença”.
“É sou um gato, Petúnia e é até bonitinho”.
O gato se esticou como se espreguiçasse, depois encarou Lílian novamente e piscou um dos olhos.
“Ele piscou pra mim”.
“Não começa a falar bobagens de novo Lily”. Petúnia protestou, mas também viu o gato piscar como quem faz um sinal.
O gato saltou de lado e correu, as duas meninas foram atrás. Ele saltou o muro que dava para a rua, quando as duas meninas abriram o portão, não encontraram o gato mais deram de cara com uma mulher de altura média, usava um vestido verde fora de moda e botas estranhas, tinha os cabelos amarrados firmemente com um coque. O mais peculiar eram os óculos de aro quadrado, muito parecidos com as marcas que o gato possuía ao redor dos olhos.
Petúnia soltou um grito, Lílian ficou parada encarando a mulher.
“Calma meninas, desculpem-me aparecer tão repentinamente e sem avisar, será que posso falar com seu pai ou sua mãe?”
Petúnia saiu correndo para dentro, Lílian continuou parada no portão encarando a mulher.
“Você parece ser uma garotinha bem esperta, aposto que é uma menina muito especial, não é?”
De alguma forma a palavra “especial” dita pela mulher pareceu ter um significado oculto e Lílian apesar da idade percebeu isso e era como se ela esperasse que um dia alguém aparecesse para lhe dizer justamente isso, que ela era diferente.
“Minha mãe na me deixa falar com estranhos”.
“Ah sim... você deve sempre obedecer aos seus pais, que bom ver que você é uma menina tão disciplinada. isso é algo raro nos jovens de hoje em dia”.
Lílian continuou olhando a mulher, as duas caladas. A mãe estava demorando para voltar com Petúnia. A menina não aguentou a curiosidade e disse: “Você viu um gato pulando o muro?”
“Sim” Limitou-se a responder a mulher.
Lílian continua olhando ela estava lutando para não fazer a pergunta, mas não conseguiu se segurar “Você era o gato?”
A mulher sorriu, ele tinha um ar sério, mas sorriu candidamente ao ouvir a pergunta e respondeu à menina com outra pergunta: “Você sempre ganha da sua irmã no esconde-esconde?”.
Lílian abriu a boca surpreendida e nesse momento a conversa foi interrompida, pois a mãe das meninas chegava ao portão com petúnia bem atrás.
“Boa Tarde” disse a misteriosa mulher.
“Boa Tarde, em que posso ajuda-la?” Disse a mãe das meninas, sem se surpreender com o estranho vestido da mulher. Ela estava acostumada a lidar com as pessoas esquisitas que vinham procurar seu marido.
Meu nome é Minerva McGonagal, eu marquei uma visita com o seu marido, eu represento a escola Hogwarts e falamos sobre uma vaga para Lílian Evans.
Agora sim a mãe das meninas parecia surpresa: “Bem, meu marido não comentou nada comigo, mas também ele é tão distraído que pode muito bem ter esquecido tanto de me avisar como de encontrar com a senhora aqui hoje. Mas entre por favor que ele não deve demorar
As duas mulheres e as duas meninas entraram na casa. Minerva foi convidada a se sentar numa confortável poltrona. A mãe das meninas serviu um chá, depois sentouse de frente para a mulher.
“Você falou sobre uma escola e uma vaga para Lílian?”
“Sim... Nossa escola está oferecendo uma vaga para ela, como eu havia dito por telefone ao seu marido, porém devo explicar a senhora que Hogwarts não é uma escola comum como as outras que a senhora deve conhecer.” Minerva bebeu mais um pouco de chá pousou a Xícara sobre a pequena mesa ao seu lado, se endireitou na poltrona sentando-se o mais reto possível, ajeitou os óculos e disse: “Hogwarts é uma escola de magia”.
A mãe das meninas olhou-a serenamente, também tomou um gole de chá e disse com um sorriso zombeteiro no rosto: “A senhora não precisava envolver uma das minhas filhas se pretendia chamar a atenção do meu marido para alguma estória fantástica, apenas a estória em si já o deixaria muito interessado, imagine só uma escola de bruxaria, aposto com ele vai querer ouvir tudo que a senhora quer dizer a respeito, por favor só te peço que não envolva minhas filhas.”
Minerva ficou muito contrariada e olhou severamente para a mulher. Ela levava Hogwarts a sério demais, para ter que aturar trouxas fazendo piadinhas sobre a escola. Minerva odiava quando Dumbledore lhe pedia para ir até a casa de alunos nascidos trouxas, ela nunca foi boa em dar a notícia às famílias. E tinha certeza que Dumbledore se divertia muito ao coloca-la nessas situações.
“A senhora acreditando ou não, não muda o fato de que sua filha é uma bruxa e o melhor para ela é estudar em Hogwarts.”
“Minha filha é uma bruxa? Ora minha senhora, por favor, já pedi para não envolver minhas filhas”
Nesse instante o pai das meninas entrou pela sala e ao ver Minerva sentada se lembrou imediatamente da reunião que havia marcado.
“Boa tarde, você deve ser a Sra. McGonagal, não é mesmo?”
Minerva apenas fez um gesto positivo com a cabeça. Túlio Evans percebeu o clima estranho entre as duas mulheres. Ele se sentou ao lado da esposa e perguntou o que estava acontecendo.
“Essa senhora está dizendo que nossa filha é uma bruxa”
“Minha filha é uma bruxa?” Ele hesitou um pouco como se deixasse a idéia se encaixar no cérebro e perguntou “Qual delas?”.
A mãe olhado incrédula para a reação do marido disse: “Lílian”
O pai se virou para filha que estava quieta ao lado na irmã no ouro sofá, meio assustada com a notícia, ele a observava, tentando perceber algo que nunca havia notado na filha ou como se esperasse que ela fizesse algo que confirmasse a estória. Depois de alguns segundos olhando para Lílian, ele se virou para Minerva: “Acho que a senhora se enganou se minha filha fosse uma bruxa eu teria notado”.
Minerva se ajeitou novamente na cadeira e disse: Eu represento a escola de magia e bruxaria de Hogwarts eu mesma sou professora lá e garanto que nós nunca nos enganamos, se sua filha tem uma vaga é porque ela é uma bruxa.
Túlio Evans coçou a cabeça, sua mulher agora olhava com raiva para McGonagal.
“Senhora disse que era professora nessa escola isso quer dizer que a senhora é uma bruxa?”
“Sim meu senhor, assim como a sua filha eu sou uma bruxa”
A mãe das meninas soltou um muxoxo demonstrando a sua incredibilidade.
Minerva perdeu a paciência e se levantou bruscamente depois encarando a outra mulher se transformou em gato.
Petúnia soltou um grito de horror, a mãe ficou paralisada de susto, o pai se levantou alarmado, Lílian arregalou os olhos, maravilhada com o que aconteceu ali na sua frente aquilo era magia de verdade.
O gato deu a volta ao redor da família depois voltou a se tornar uma mulher que caminhou até Lílian retirou um envelope da bolsa e o deu para a menina:


Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Diretor: Alvo Dumbledore

Prezada Srta. Evans,
Temos o prazer de informar que V. As. Tem uma vaga em nossa escola, Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em dois de setembro.

Atenciosamente

Alvo Dumbledore.
Diretor.


Ela leu e depois entregou a carta ao pai. Enquanto isso Minerva caminhou de volta para a poltrona e se sentou dizendo: “Agora quenão restam mais dúvidas quanto à veracidade das minhas palavras, existem algumas questões que eu quero esclarecer aos senhores. Primeiro, sei que o Sr. Evans é um jornalista e devo alerta-lo que o ministério da magia tem se esforçado durante séculos para manter os bruxos e a magia em segredo. Por isso o senhor como responsável por um menor estudante de magia deve se inteirar de nossas leis sobre o sigilo da magia e deve se comprometer em obedece-las. Segundo daqui a uma semana os senhores receberão uma carta entregue por uma coruja com as instruções para a compra do material escolar, já que os artigos da lista não se encontram nas lojas de trouxas. Terceiro caso não aceitem a matricula de sua filha o ministério da magia enviará obliviadores, para apagarem a memória de vocês.”
Túlio Evans se levantou tinha um monte de perguntas a fazer, estava maravilhado com a descoberta, mas a professora McGonagal o interrompeu. “Sei que o senhor deve ter muitas questões e dúvidas sobre o mundo da magia e eu não tenho tempo para explicar-lhe tudo, leve este cartão até este endereço em Londres, lá um funcionário do ministério está preparado para recebe-lo e esclarecer todas as suas dúvidas.” Ela entregou-lhe um cartão prateado com o brasão da escola que identificava os pais de alunos para o ministério.
A mãe das meninas continuava calada ainda se recuperando do choque.
Minerva se levantou caminhou até a mulher e disse o chá estava ótimo agora tenho que ir andando, depois se virou para Lílian e disse; “Espero vê-la em breve em Hogwarts, mocinha”. A menina sorriu e fez um sinal positivo enquanto sua irmã se encolhia no sofá, McGonagal piscou para ela como tinha feito quando estava sob a forma de gato.
O Sr. Evans e Lílian a acompanharam até a porta ela desceu os dois degraus até o gramado rodou nos calcanhares e desapareceu com um estalo.
O Sr. Evans olhou para Lílian com admiração e disse: Meu deus você é um bruxa, que coisa maravilhosa... Eu sabia que existia algo escondido nesse mundo e eu procurando discos voadores por aí, quando a resposta estava bem na minha casa, sangue do meu sangue... Incrível”
“Eu não vejo a hora de começar a estudar magia, não sei como, mas sempre me senti diferente”.
“Oh minha filinha você é muito especial”.
Petúnia os tinha alcançado na porta e perguntou: “Você vai deixar a Lílian entrar nessa escola de aberrações? Isso não é normal, o que as pessoas vão dizer quando ela fizer coisas estranhas, pai? Será que e não mereço uma vida normal?” Petúnia estava transtornada, ainda mais quando ouviu o pai dizer que a irmã era especial. Ao ver que elei concordara com aescola, Petúnia tentou convencer a mãe. “Mãe, você não pode concordar com isso!”
“Petúnia minha filha, se sua irmã é uma bruxa o melhor para ela e ir para essa escola, aqui em casa ela não poderá desenvolver seus dons”.
Petúnia ficou desconsolada e foi chorando para o quarto. Sua mãe foi atrás dela. Lílian caminhou até o ponto onde a professora havia desaparecido e ficou imaginado se na escola aprenderia a fazer aquele tipo de coisa.
Naquele mesmo dia ela foi com seu pai até Londres procurar o ministério. E para felicidade do Sr. Evans, toda sua curiosidade foi saciada.

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