Proposta inaceitável



Em uma livraria antiga, “Mágicas em Brochuras”, no vazio beco diagonal, tão vazio, que tornou a contratação de Remus Lupin como consultor, leia se: vendedor, da loja, pois ninguém mais achava seguro trabalhar no local.

—Olá, boa tarde, estou procurando por Remus Lupin, ele se encontra?
—Sobre o que se trata senhor?
—É particular...
—Bom, acontece que tudo hoje em dia é segredo, e incerto... Não o chamarei até que esclareça a que veio, por uma questão de segurança.
—Sou Andrew Till, relações públicas do ministério da magia e tenho assuntos que só ele pode saber a respeito. - Disse puxando um distintivo.
—Bom, então diga... – Lupin se mexeu deixando aparecer o crachá de identificação:

Mágicas em Brochuras
R. J. Lupin
Consultor Sênior

—Por que o ministério tem interesse na minha pessoa?
—Podemos ir a algum lugar mais reservado?
—Não vejo necessidade, não há muito movimento por esses dias, e não posso abandonar minha mesa... – Disse irônico enquanto alisou o balcão velho atrás do qual se encontrava.
O homem abriu a pasta que carregava e puxou um pergaminho. Deu-lhe um toque com sua varinha fazendo com que se desenrolasse, e o ofereceu a Lupin.

Ao Sr. Remus John Lupin,
O ministério da Magia, representado aqui pelo Sr. AndrewTill, vem por meio desta solicitar sua colaboração na situação que vem ocorrendo com os licantropos.
Devido a sua condição, conhecimento único, envolvimento com as criaturas indicadas e ser um exemplar cidadão do ministério, gostaríamos de seu apoio e de sua consultoria sobre o assunto.
Assim com a sua ajuda talvez seja possível uma definição do ministério com relação a estas criaturas e um possível fim na situação de ataques que vem ocorrendo.
Para que possamos contar com sua ajuda estamos oferecendo um salário, de quantia a ser determinada, e algumas concessões por parte do Ministério.
As negociações deverão ser feitas através do Sr. AndrewTill, para que o senhor comece em seu novo emprego imediatamente.
O ministério conta com seu apoio.

Grato,
Rufo Scrimgeour
Ministro da Magia

—E então? Vamos discutir as condições?
—Bom, nem sei por onde começar... – Disse Lupin coçando o queixo – Esta carta me ofende de várias maneiras diferentes, não estabelece o objetivo da minha “consultoria”, mas bem imagino o que deva ser, minha resposta não poder ser outra: Não, obrigada.
—Mas o senhor não tem emprego fixo, seria uma oportunidade e tanto na sua condição... E o ministério está disposto a ser generoso...
—Bom, acontece que a situação mudou, estou muito bem neste emprego, o salário é o suficiente para minhas despesas. Nada me atrai nesta carta, o senhor pode ir embora, a resposta é não.
—Mas ainda posso oferecer outras coisas...
—Nas quais tenho certeza não estarei interessado também.
—O ministério está disposto a colocá-lo na condição de um mago normal, proibindo que seja expulso de estabelecimentos mágicos, e poderia levar uma vida comum, e até mesmo continuar a trabalhar no ministério se quiser!
—Não, obrigada.
—Bom, sabemos de seu envolvimento com a Auror Nimphadora Tonks, e da proibição de seu casamento... O ministério estaria disposto a liberar a cerimônia...
Lupin nada disse, pensativo olhou para o infinito, que dava exatamente na brochura “Encantamentos para itens de cozinha, uma cozinha encantadoramente arrumada em 10 lições”.
—Sabia que isso ia fazer o senhor pensar a respeito!
O fato era que já fazia um tempo que ele pedira a mão de Tonks em casamento, mas o ministério “desaconselhava” o casamento entre magos e criaturas... Sendo ele um conhecido lobisomem, não conseguiu a permissão para se casar, e mesmo casando nos papéis dos trouxas, não podiam nem morar juntos, pois Tonks corria o risco de perder seu emprego.
—Está certo, vamos acertar o salário!
Negociou um salário que justificasse perigo que ele enfrentaria, ele mais do que ninguém sabia dos riscos que corria ao se envolver com o bando dos Lobisomens. Mas a proposta e de que ele se identificaria como um representante do Ministério, e não tentaria se passar por um deles como da ultima vez.

Ficou acertado que se casariam após o cumprimento da missão, devido aos riscos que ela oferecia, era melhor morrer tentando do que deixar uma viúva. Quando pensou nisto, ao fechar pela última vez a loja, lembrou-se de Tonks: Ela vai me matar... Mas os benefícios superam os riscos! Pensou, tentando se animar.

Chegando em casa, preparou um jantar com tudo que ela mais gostava e ainda encomendou alguns doces especiais da Dedos de mel, tudo preparado para soltar a bomba de sua novidade para sua quase esposa.

—Oi Remus! – logo ela já o abraçou e deu-lhe um longo beijo – Ai que cheiro bom! Você caprichou mesmo hoje, não? Macarrão de margaridas, feijões voadores... quanta coisa gostosa!
—O que foi que eu esqueci? É nosso aniversário? Meu aniversário? Me conta logo!
—Bom, é que a notícia que eu tenho pra contar é muito boa! Conseguimos uma permissão para nos casarmos!
—Pérai!! Conseguimos??? Conseguimos??? Eu não fiz nada para conseguir essa permissão... O que é que você fez??? Por que o ministério, que colocou tantos empecilhos na nossa união decidiu permitir agora?? Lupin, o que esta acontecendo!?

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