A Despedida

Harry quase não dormiu, recordando o que se passara entre ele e Gina. Quando olhou no relógio, viu 5h. Levantou-se rapidamente e tentou acordar o amigo.

- Vamos, cara. Daqui a pouco sua família acorda e ficará difícil a gente dar o fora.

- Humm ..., ok, ok... – Rony resmungou, virou para o outro lado e voltou a dormir.

- Ron, é sério!

Vendo que o amigo não abria os olhos, Harry apelou.

- Desculpa, cara. Aguamenti! – disse apontando a varinha para o amigo.

Uma jato de água imediatamente foi lançado no rosto do ruivo.

- Hein! O quê? Como? O que foi isso? – disse levantando num salto, assustado.

- Só assim mesmo, hein! – Harry disse rindo.

- Está maluco, Harry?

- Você não acordava, então tive que recorrer à medidas mais drásticas, digamos assim. – ele continuava rindo.

- Que horas são?

- Já são 5h! Vamos ver se Hermione já acordou.

Eles mudaram de roupa e saíram de fininho do quarto, já levando suas coisas. Ao passarem pelo quarto de Gina, ele estava aberto e as meninas não estavam lá. Se dirigiram para a cozinha e as encontraram sentadas à mesa, tomando café.

- Bom dia! – eles sussurraram.

- Bom dia! – elas responderam.

- Gina, você não precisava levantar tão cedo. – disse Harry.

- Claro que precisava, ou você acha que não daria um último beijo em você antes de irem embora.

- Irem embora? – disse uma voz vinda da porta.

- Sra. Weasley! – disse Hermione e Harry em uníssono.

- Mãe! – disseram Rony e Gina também ao mesmo tempo.

A Sra. Weasley chegou próximo aos garotos e os olhou com um misto de reprovação e tristeza.

- Vocês pensam que eu sou idiota, não é? Pensam que eu não sabia nada desse plano de vocês saírem por aí, atrás de só Merlin sabe o quê?

- Mamãe, eu... – Rony começou, mas Harry o interrompeu, levantando sua mão.

- Deixe Ron, eu explico. – ele respirou fundo – Sra. Weasley, eu espero que me perdoe e compreenda as razões pelas quais eu não podia, e nem posso dizer o que estamos indo fazer. Antes de morrer, Dumbledore e eu saímos em uma missão. Ele descobriu algumas coisas e as compartilhou comigo, em segredo, porque ele confiou em mim e tinha certeza de que eu era, e sou, a única pessoa que pode destruir Voldemort. Tem a ver com a profecia. Bem, agora que Dumbledore está morto, eu não posso deixar as coisas voltarem ao que eram antes, eu preciso e vou seguir nesta missão. Preciso continuar de onde paramos. Eu compreendo sua apreensão e seus motivos de tentar nos impedir, ainda mais que seu filho resolveu ir comigo. Quero que saiba que eu não estou o obrigando a nada, assim como Hermione também está indo de livre e espontânea vontade. A princípio, eu achei loucura levá-los comigo, mas no fundo eu sei que eu não seria Harry Potter se Ronald Weasley e Hermione Granger não estivessem ao meu lado. Eles são meus melhores amigos, a minha família, e realmente não dá para ficar sem a ajuda deles. Eu não tenho como agir sem eles junto comigo. Eu...

- Harry – Molly interrompeu – eu não vim aqui para dar bronca, esbravejar ou tentar impedir nada.

Todos ficaram boquiabertos e ela continuou:

- Eu sabia que vocês iriam, que vocês precisarim fazer algo. Dumbledore deixou uma carta para mim e Arthur, antes de morrer. – e ela mostrou aos garotos.

“Arthur e Molly Weasley,

Se estão lendo isso é porque agora não estou mais junto a vocês. Escrevi esta carta, pois sei que coisas muito importantes estão por vir. Coisas ruins, certamente, mas coisas boas também. Assim espero.
Entramos em um tempo mais que nebuloso e precisaremos nos unir, mais do que nunca, para que possamos resgatar a paz. A Ordem precisará muito de vocês, assim como seus filhos mais novos. Sei que receiam colocá-los no meio desta guerra, mas eles já estão nela, quer queiram ou não. Todos estamos. Precisaremos da ajuda de todos, sem exceção. Eles já deram provas de serem corajosos o suficiente para nos ajudar. Quero que saiba que Harry Potter vai seguir o caminho e a incumbência que eu dei a ele. Infelizmente este menino carrega um fardo muito pesado, ele mesmo tem consciência de quem é e o que precisará fazer. Não o impeçam, por favor. Pelo contrário, peço que o ajudem em tudo que ele precisar. Sei que a preocupação deve afligir seus corações, mas para o que ele fará, ele precisará demais de seus amigos. Uma verdadeira amizade supera o medo e alivia a angústia. Por favor, deixem que seu filho Ronald o siga nesta missão. Se bem o conheço, a esta altura, ele já está pronto para acompanhá-lo, assim como a Srta. Granger. Deixe-os ir com a certeza que vocês os apoiarão. Eles irão mais tranqüilos.
Espero que o Ministério não tenha fechado Hogwarts, pois precisaremos da pequena Weasley lá dentro. Também deixei uma carta com instruções para Minerva, para que minha sala esteja a disposição dela e deles, se eles também precisarem. Lá eu guardo muitas coisas que podem ser de grande valia para todos. Basta saber procurar nos lugares certos. Tenho certeza que vai ser fácil, já que a Srta. Granger estará com eles.
Molly, Arthur, eu confio em vocês.

Do amigo,
Alvo Dumbledore”

Harry olhou e tentou definir a expressão dos amigos após a leitura da carta. Gina estava boba com a confiança que Dumbledore depositara nela. Hermione sentiu um tanto de orgulho ao saber que o Diretor a considerava inteligente. Rony também estava radiante de ser chamado de corajoso. Harry então mirou a Sra. Weasley e ela tinha lágrimas nos olhos. Ele devolveu-lhe a carta.

- Harry – ela segurou seus ombros – tome conta do meu menino. Não deixe que ele apronte nenhuma besteira. Você sabe como ele é impulsivo, principalmente quando está nervoso ou com raiva. – então ela lhe deu um daqueles abraços de quebrar costelas.

Ela se dirigiu a Hermione, que também tinha lágrimas espalhadas por toda a face.

- Hermione, você é a mais lúcida desse trio. Bote juízo na cabeça desses dois. Não deixe que eles metam os pés pelas mãos. – e se aproximou do ouvido dela falando uma coisa que Harry não pôde ouvir, mas que deixou Hermione corada. – Boa sorte! – ela completou e deu um beijo e um abraço na garota.

Então ela foi até o filho. Seu rosto banhado em lágrimas. Ela não disse nada, apenas o abraçou forte e ficou um tempo assim, como se quisesse ter ele o maior tempo possível junto a si. Depois disse:

- Filho, eu sei que você já é um homem, mas para mim você será sempre criança, você sabe. Por mais que os pais queiram os filhos sempre ao lado, nós sabemos que, uma hora, temos que cortar o cordão umbilical. Ron, por mais medo e preocupação que estou sentindo agora, saiba que estou muito orgulhosa de você, ainda mais sabendo a confiança que Dumbledore tinha em vocês. Saiba que nós estamos e estaremos sempre aqui. Nunca hesite, um segundo sequer, em nos procurar. Nem que seja para pedir colo, para chorar. Por mais durão que você aparente ser, eu sei que você tem sentimentos fortes aí dentro. Não esconda-os, meu filho. Nós te amamos. Vá com Deus! – e beijou-o.

Todos choravam, sem exceção. O Sr. Weasley também apareceu e se despediu deles. Gina abraçou o irmão.

- Te cuida, meu irmão.

- Você também! – e ele deu-lhe um beijo.

Ela depois se despediu de Hermione. Quando foi até Harry, todos saíram da cozinha, deixando-os a sós.

- Lembra o que você me prometeu? Não me faça ter que ir atrás de você para te estuporar, hein? – ela disse rindo, mas com os olhos cheios de lágrimas.

- Me espere que eu volto. – Harry a abraçou e depois disse no seu ouvido – Te amo.

- Eu também te amo.

E eles se beijaram. Um beijo encharcado de lágrimas, mas encharcado de paixão e amor. Eles se soltaram.

- Preciso ir.

- Eu sei. – ela olhou para o chão e depois o encarou – Então é até logo.

- Isso, é um até logo. Eu vou tentar me comunicar com você todos os dias, pelo pingente. Você vai ter que aturar um holograma com a minha cara quase que diariamente.

- Vou adorar! – ela riu.

- Veja, quero que fique com isso. – disse entregando-lhe o Mapa do Maroto – Você vai precisar dele em Hogwarts. Peça a Fred e Jorge para explicar a você como se usa. Cuida da Edwiges para mim. – ele deu-lhe um beijo rápido e saiu porta a fora.

No jardim, Hermione disse:

- Meninos, vocês precisarão segurar no meu braço para aparatarmos. Nunca fui com ninguém, mas acho que não haverá dificuldade.

- Eu já carreguei Dumbledore comigo, não há muita diferença. – Harry tranqüilizou-a.

Deram um último aceno aos Weasley e desaparataram.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.