No Ministério



- Eu conheço meu primo, milorde. - Bellatrix disse séria - Eles vão cair como vermes cegos. Ele e o Potter sempre foram metidos a "heróis".

- Eu assim espero, Bella. - Voldemort respondeu com os olhos faiscando no terceiro conviva daquela reunião - E você, Rabicho, o que acha?

- Eu concordo com a Black. - Pedro disse quase num sussurro.

- E você vai participar do ataque, não é? - Bellatrix sorriu maliciosa, voltando-se para Rabicho.

- Eu não...

- É claro que não, Bella. Ainda não está na hora de revelarmos nosso agente duplo. Ainda mais agora que ele se infiltrou na organização de Dumbledore.

- Organização de Dumbledore? - Bellatrix perguntou curiosa.

- Os amigos do nosso querido Rabicho o indicaram a uma tal de "ordem da Fênix", mais uma tentativa absurda do idiota do Dumbledore de nos deter. Isso não é realmente ótimo?

Os olhos de Bellatrix estreitaram-se perigosamente e ela resmungou algo em resposta. Voldemort estava começando a valorizar demais a ajuda daquele rato. Voldemort percebeu o que se passava pela mente de sua Comensal e, com um sorriso, levantou-se da mesa em que os três estavam sentados já a algumas horas.

- Boa sorte, Bellatrix. A essa altura, Dolohov já conseguiu afastar os dois outros aurores novatos. Moody só poderá recorrer a Black e Potter quando receber a denúncia de uma concentração de comensais num vilarejo ao norte de Londres. Realmente, perfeito. E você já sabe o que fazer.

- Milorde... - Pedro disse num fio de voz - Tiago e Sirius... eles vão ser mortos?

- Não, Pettigrew. Não dessa vez. - Voldemort sorriu - Eles são apenas um chamariz. Meu alvo é um pouco maior dessa vez...



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Lílian respirou aliviada enquanto tirava o cachecol, pendurando-o junto á porta do escritório. Conseguira enfim escapar da "sogrinha". Já se sentia bem melhor, mas a mãe de Tiago não parecia perceber isso, insistindo para que ela ficasse na cama, onde, certamente, a ruiva acabaria por morrer de tédio.

Ela leu distraidamente a plaquinha dourada sobre a porta: "Escritório Internacional de Direito em Magia". Há três anos trabalhava no Departamento de Cooperação Internacional e adorava aquele serviço, já que estava sempre em contato com gente de todas as nacionalidades. Mas quando acabasse o curso de curandeira, ficaria exclusivamente no St. Mungus. Só que ainda havia dois anos de estudo pela frente...

A ruiva sentou-se à mesa, suspirando ao ver a quantidade de papel acumulado. Ia ser um longo dia de serviço. Ela começou a ler os documentos enquanto pensava em fazer uma surpresa a Tiago na hora do almoço. Apenas três andares a separavam do namorado. Ela sorriu ao sentir a aura dele, andando de um aldo para o outro, juntamente com a de Sirius. Sobre o que estariam conversando? Provavelmente sobre alguma partida de quadribol que acontecera no final-de-semana...

- Bom dia, Lily.

A porta acabara de se abrir, deixando passar por ela uma bela loirinha.

- Olá, Camille. - a ruiva respondeu com um sorriso.

- Você está melhor? A ministra Bagnold avisou que você estava doente.

- A ministra é amiga da minha "sogrinha". E a mãe do Tiago é meio dramática... Bem, resumindo, ele tem a quem puxar.

Camille sorriu, divertida.

- O sr. Donge deve ter imaginado isso, porque não deixou ninguém fazer o seu trabalho.

- É verdade que o serviço acumulou por causa disso, mas eu realmente prefiro fazer tudo sozinha. - Lílian afirmou - Não gosto de passar para os outros aquilo que é de minha responsabilidade.

- Falou a futura Ministra!

Lílian riu, fazendo um "v" de vitória com os dedos enquanto tentava se manter séria.

- Pois é, votem em mim!

As duas riram enquanto a porta se abria pela terceira vez, deixando passar um senhor de cabelos prateados, o chefe do escritório, Elifas Doge.

- E então, mocinhas, qual é a graça?

As duas se entreolharam e a ruiva respondeu.

- Estou lançando minha candidatura a ministra. O senhor vai votar em mim, não é, sr. Doge?

O velho deixou escapar um sorriso.

- Com toda a certeza, srta. Evans. Mas acho que vocês devem voltar ao trabalho antes que se afoguem nessa papelada. - ele respondeu, apontando para a pilha de documentos que estava na mesa de ambas.



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- Então, você quer pedi-la em casamento. - Sirius observou, cruzando os braços - Pela quarta vez...

- Nós já vivemos como se fôssemos casados, eu só quero oficializar. Mas sempre que eu começo com essa conversa, ela me corta dizendo que ainda não está na hora.

- Pelo ritmo que isso vai indo, esse casamento só sai quando vocês estiverem de cabelo branco, cuidando dos netinhos. Toda a noite de ano novo você a pede em casamento e ela sempre desconversa do mesmo jeito... Quem diria que você teria que ficar insistindo para se casar e não o contrário. Quem te viu, quem te vê, Pontas...

Tiago suspirou, olhando para o chão, imaginando que logo, logo abriria um buraco ali.

- Porque as coisas só funcionam com a Lily quando se tomam atitudes drásticas?

- Como é que eu vou saber? A namorada é sua!

Nesse momento, Olho-Tonto entrou no cubículo que pertencia a Sirius.

- Eu imaginei que encontraria os dois juntos... Escutem, há uma denúncia de um possível ataque num povoado aqui perto de Londres. Eu quero que vocês dois fiquem lá de olho, mas nada de heroísmos! Qualquer atitude suspeita, comuniquem-se comigo. Eu vou tentar encontra um dos esquadrões que está de ronda, caso seja preciso intervir.

Os dois assentiram, logo desaparecendo das vistas de Moody.



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- Lílian?

Lílian virou-se para Camille, que a olhava espantada. A ruiva levantara-se de um pulo ao perceber que as auras de Sirius e Tiago tinham desaparecido. Não à toa acabara por assustar a colega.

- Não foi nada, é só que eu me lembrei de pegar uma coisa com o Tiago. Com licença, eu já volto.

Ela saiu antes que Camille pudesse lhe dar uma resposta, sentindo um aperto no peito. Antes de chegar ao elevador, ela parou, balançando a cabeça, com vontade de rir de si mesma. Estava ficando paranóica, não acontecera nada de errado. Com um suspiro, ela voltou-se novamente para sua sala, decidida a voltar ao trabalho.

- Eu não acredito! - alguém resmungou baixo - Ele não pode ter feito isso!

Lílian reconheceu a voz de Doge e, sem saber porque, escondeu-se quando seu chefe passou por ela, murmurando palavras desconexas e entrando no elevador. Ela observou o painel mostrar que Elifas parara no segundo andar. O quartel-general dos aurores.

- Ok, Lily, isso é paranóia, simplesmente volte para sua sala e... - ela suspirou - Bem, não custa deixar um recado na sala dele...

Ela chamou o elevador, mas estava tão ansiosa que acabou indo para as escadas, começando a descer correndo. Chegou ao segundo andar arfando. Estava tudo vazio, aparentemente, ainda era muito cedo. Mas havia vozes vindas de uma sala no fundo do pavimento. Da sala de Alastor Moody.

- Eu estou dizendo, é uma armadilha. Eles se aproveitaram das suas rondas, quando todos os aurores, exceto os novatos, estão no quartel. Afastaram Bones e Longbottom com aquela história idiota de monitoria na Academia. Moody, você tem que tirá-los de lá!

- Eu não posso deixar o ministério agora e não tenho como me comunicar com os outros esquadrões até de noite. Doge, isso não é possível, apenas alguém daqui de dentro poderia dar essas informações para eles.

- Eu disse para ficar de olho no Dolohov! Mas você só prestava atenção no Black e no Potter para que eles não arranjassem confusão. E agora o Dolohov escapou, sumiu do mapa, e o que Dumbledore alertara vai acontecer.

Lílian empalidecia à medida que ouvia o que eles estavam dizendo. Tiago estava realmente em perigo. A sensação que tivera... Precisava descobrir onde os dois marotos estavam. Não podia se arriscar a continuar ali ouvindo.

Ela apertou o pingente de Hades com força e aparatou. Se fosse preciso, enfrentaria o próprio Voldemort, mas Tiago não iria morrer.

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