Uma noite de lembranças



Numa quente noite de verão, um carro do ano saía da garagem da rua dos Alfeneiros, n° 4. O sr. e sra. Dursley haviam saído para ver a luta de seu filho Duda. E, como de costume, Harry Potter ficou trancado em seu quarto, pensando na vida. Não saía de lá para quase nada. Muitas vezes, ficava trancado no quarto por vontade própria. Estava muito triste, triste demais. Desde a morte de Sirius, não ficou muito animado, nenhuma vez. E a sua dor se juntava à sua tristeza em saber da obrigação em voltar à rua dos Alfeneiros todo verão, porque graças a isso era que vivia. Não tinha muito porque sorrir, sua vida sempre foi um inferno, e agora estava uma tortura.

Pelo menos de uma coisa não tinha do que reclamar: agora recebia notícias freqüentemente das coisas que acontecia. Voldemort ainda não tinha atacado ninguém, mas o terror já era muito grande. Seus amigos, Rony e Hermione, contavam quantas pessoas estavam querendo fugir para muito longe, e como eles próprios estavam com muito medo. Já Tonks, Lupin, Quim Shaklebolt, Olho Tonto e muitos outros membros da Ordem da Fênix escreviam reclamando na maioria das vezes, por causa do imenso trabalho que estavam tendo trabalhando como aurores. A última carta de Tonks dizia que agora eles estavam com menos trabalho, porque Voldemort não dava muitas notícias, e já não tinham muito que fazer. Mas isso não aliviou Harry. Ficava mais preocupado quando Voldemort estava escondido, e não quando estava agindo.

Mas naquela noite ele não pensava nisso. Estava olhando para o céu, imaginando onde Sirius poderia estar. Edwiges não estava em casa, ela tinha saído para entregar uma carta para Hermione. Ela mantinha a promessa! Agora, só faltava ele receber a carta de Hogwarts, mandando a relação de livros e o seu resultado nos N.O.M.s, que era a única coisa que lhe dava ansiedade. Ele queria saber se tinha conseguido suas notas necessárias para treinar para ser Auror. A carta não deveria demorar...

_ Eu acho que hoje elas não vêm. É melhor eu dormir!

Sentou na cama e ficou olhando o espelho que Sirius lhe dera. Talvez se o tivesse usado naquela noite... não teria sido enganado por Monstro, não teria ido ao Ministério da Magia e Sirius não estaria morto. Ele se sentia muito culpado, muito... de tanto sentimento de culpa que estava sentindo, ele nem percebeu que dormiu.

Estava em uma rua escura. Devia ser de noite. Ele estava andando quando, para sua surpresa, ele se viu no fim da rua, olhando para um grande cachorro negro:

_ Ei, esse foi o dia em que conheci Sirius...

A visão desvaneceu. Agora ele estava se vendo no campo de quadribol de Hogwarts. Estava voando quando vê o mesmo cachorro olhando para ele:

_ Esse foi o dia que ele foi me assistir. Levei um susto!

A visão desvaneceu de novo. Ele via várias vezes que esteve com Sirius: ele na lareira, no natal, na escola...

Não quero ver isso, não quero mais ver isso!

De repente tudo ficou preto. Ele estava sozinho num lugar muito escuro. Tinha que sair dali, o mais rápido possível. Era perigoso, ele sentia isso...

_ Não Harry, volte. Aqui não é perigoso!

Aquela voz... não podia ser...

_ Sirius?

_ Aqui! Estou aqui!

_ Cadê você? Não consigo te ver...

_ Por favor, traga ajuda! Não fique aqui sozinho!

_ Cadê você, Sirius?

_ Eu estou bem, mas traga ajuda. Eu não posso ficar aqui. Alguém tem que me tirar daqui.

_ Eu te tiro, mas onde você está?

_ Não Harry, você não pode fazer isso. O véu é muito perigoso, você não pode fazer isso, não agora...

_ Você está vivo?

_ Ainda, mas não por muito tempo.

_ Onde você está? Precisamos sair daqui...

_ Você não vai me achar agora, procure ajuda... não pode ficar aqui sozinho, é perigoso, perigoso...

A voz de Sirius foi desaparecendo...

_ Sirius, Sirius, SIRIUS...

Harry acordou muito suado, e de manhã. Edwiges estava olhando para ele, com a carta de Hermione na pata. Ao seu lado, uma das corujas de Hogwarts lhe mostrava a pata, impaciente. Ele pegou a carta da segunda coruja, que dizia os livros que ele deveria comprar, e o resultado dos seus N.O.M.s . Ele mal podia acreditar: dois "Excepcionais", em Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas, um "Excede as Expectativas" em Transfiguração e outro em Feitiços, e um "Aceitável" em Trato das Criaturas Mágicas. Ele não entendia como tinha conseguido a nota máxima em Poções, e isso lhe deixou alegre e triste: podia ter esperanças em ser Auror, mas tinha que aturar Snape mais dois anos. As outras notas, com exceção de Adivinhação, Astronomia e História da Magia, vieram com "Passável". As últimas três vieram com "Deplorável", já que um ele nem se importou, outro ele só fez pela metade e o último ele dormiu no meio da prova. Embaixo das notas, veio o recado:

"Suas aulas no próximo ano letivo serão essas:
Poções- prof° Severo Snape
Transfiguração - profª Minerva McGonagall
Feitiços- prof° Flitwick
Defesa Contra as Artes das Trevas - ?
Trato das Criaturas Mágicas - prof° Rúbeo Hagrid

Até dia 1° de setembro,
Minerva McGonagall, vice-diretora da Escola da Magia e Bruxaria de Hogwarts."

Ele olhou a carta por mais um tempo, pegou a carta de Hermione, leu-a apenas uma vez e começou a escrever uma carta para ela e Rony. Pela primeira vez naquele verão, tinha pelo o que esperar...

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