Na Escuridão de Magfia



Capítulo 8

Na Escuridão de Magfia

Ao saírem do trem, os quatro amigos caminhavam ao encontro de um grupo de jovens que se agrupava próximo a uma placa num campo deserto. A noite estava muito escura e estranhamente fria para o verão, haviam nuvens enormes sob o céu pouco estrelado. Á frente havia a vastidão do campo e pequenos agrupamentos silvestres na linha do horizonte, mas nenhuma característica que distinguisse casas ou alguma escola do porte de Magfia.
Haviam dois caminhos em frente aos alunos agrupados próximos á placa que indicava as duas direções, para a esquerda indicava-se o trajeto dos alunos do segundo ano em diante e para a direita mostrava-se o caminho para os alunos do primeiro ano, em cuja parte da placa estava escrito em letras douradas e rebuscadas.
“Alunos do primeiro ano, voes vão começar o ano letivo inicial de nove períodos que haverão em Magfia. Contudo para chegarem ao colégio, nessa primeira jornada vocês terão que se demonstrarem aptos para ingressar na casa do conhecimento. Saibam que nada na vida é de graça. Prossigam pelo caminho á sua frente, um professor aguarda vocês. ”
Os alunos seguiram em frente numa procissão até o professor. Havia um burburinho animado entre os alunos. Pedro, Robson, Cláudia e Susana prosseguiram no fim do grupo conversando.
- Eu não disse que ia ter testes? E eu não sei nada. Nada! Eu não devia ter vindo.- disse uma desanimada Susana.
- Se acalme Susana, também não é assim, nós sabemos o mesmo que você sabe...- disse Robson olhando para os outros dois.
- Nada. – disseram juntos Robson, Cláudia e Pedro.
- Isso me acalma, mas eu continuo preocupada...- disse Susana.
- O que será que a gente vai ter que fazer hein? – disse Pedro.
- Ah, não sei, meus pais não me disseram nada sobre isso. – falou pensativamente Robson.
- Eu ouvi falar que são perguntas sobre magia, só que eu acho que a gente vai ter que fazer algum feitiço.- disse Cláudia.
- Viu? Viu? Eu sabia que eu devia ter lido os livros, mas não li, agora...- começou a dizer Susana, mas foi interrompida pelo parar do tropel de passos na frente de uma placa e de alguma pessoa, pois havia alguém falando lá na frente com uma voz mais alta do que a das crianças.
-... sigam-me pelo caminho á frente, depois do que eu expliquei á vocês não vai ser complicado.- disse por fim a voz lá na frente.
- O que ele disse?- disse levantando a ponta dos pés Cláudia.
- Eu acho que ele explicou o que vai acontecer.- disse Pedro provocativamente á Susana.
- E agora? Eu estou ficando desesperada, como eu vou passar pelo teste sem saber o que vai acontecer?- disse Susana quase histérica.
- Você está muito agitada Susana, acho que nem era muito importante o que ele falou. Era o professor Basileu, e ele sempre fala mais rápido do que a gente pode escutar, então ninguém deve ter entendido nada. – disse Robson.
Seguiu-se a trilha atrás do pequeno professor Basileu Leucoplasto que corria veloz pelo caminho, impressionando as crianças com a sua velocidade incrível. A trilha seguia com uma relva rasteira e poucas árvores dos dois lados, mas que iam aumentando em quantidade, volume e tamanho. O professor continuava com sua rápida fala e indicava diversos pontos ao longo do caminho. Aos poucos as árvores foram tomando o meio do caminho e cada vez mais apertavam-no deixando o grupo como uma pequena fileira de alunos aos pares, caminhavam as crianças lentamente pela noite que seguia adiante com pequenos rastos da lua e das estrelas em meio ás imensas e tenebrosas nuvens cumulonimbus ameaçadoras sob o céu de uma escuridão perturbadora. As crianças continuaram andando e conversando animada e despreocupadamente reparando em entalhes simbólicos que haviam nas árvores e nas formas estranhas das folhas que se espalhavam pelo chão. A trilha era imensa e serpenteava por entre a floresta na vastidão da noite, a multidão de alunos parecia menor e caminhava mais rapidamente acompanhando o veloz professor.
Contudo o caminho quanto mais se prolongava, mais apertado ficava e agora havia uma fila indiana no meio da mata e a voz do professor ficava cada vez mais próxima e abafada, parecia que pairava um olhar perscrutador sobre os alunos, olhos e ouvidos atenciosos e questionadores, uma pressão mental incrível sobre as crianças. Os detalhes de figuras inscritas nas folhas e nas árvores eram mais delineados e acentuados, alguns brilhavam!
E haviam outras coisas naquela estranha floresta, os olhos eram visíveis entre as árvores, piscavam estranhamente na vertical, como se os olhos estivessem virados em um ângulo de 180°, e eram vermelhos, hipnotizantes, paralizantes. Ouviu-se um grito! Tumulto! Vozes na escuridão! Correm as crianças! Pânico! Somem diversas crianças ao encostarem nos entalhes das árvores e das folhas caídas no chão. Sobram apenas três das tantas crianças que haviam no local. O professor também desaparece na escuridão profunda da mata.
- Onde está a Cláudia?- perguntou Pedro preocupado.
- Não sei, não vi ela no meio da confusão. – respondeu Robson olhando para os lados.
- E os outros, onde estão? – perguntou Pedro para os outros dois.
- Também não sei, sumiram. – disse Robson confuso.-
- E você Susana, o que acha? – indagou Pedro novamente.
- Ah, Susana, não! – disse Robson de chofre. Susana estava encostada em uma árvore sentada na relva baixa e lisa chorando copiosamente, em prantos dilacerantes, solitária. – Não chore, tudo vai se resolver.
- Não é isso, eu acho que não devia ter vindo, eu não fui feita pra esse mundo, eu sou muito medrosa. – disse Susana maduramente aos soluços.
- Todos não estamos preparados para tudo que pode acontecer, mas estamos aqui, se fomos chamados é porque somos capazes. – disse Pedro calmamente.
- Isso deve fazer parque do teste, quem sabe quem ficar por último ganha um prêmio? Ou ainda quem sabe nós estejamos na primeira prova do ano e isso vale pontos? Vamos seguir em frente. Certo? – disse Robson com mais coragem na voz do que no corpo.
- Certo. – disseram Susana e Pedro juntos.
- E você Susana, não chore mais, estamos todos juntos. – disse Robson.
Continuaram caminhando lentamente tentando evitar tocar em qualquer coisa que demonstrasse perigo, a noite escurecei mais ainda, isso se uma noite tão escura como aquela pudesse escurecer mais, os espectros pareciam se aproximar das três crianças que andavam tão próximas que a respiração de uma ia no corpo da seguinte na fila. O frio também ficou mais intenso, uma sombra pairava sobre eles, era possível ver o frio exalado na respiração.
De repente Susana viu algo interessante no chão, ela era a última da mínima fila e foi deixada despercebida agachada no chão admirando hipnotizada a pequena figura brilhante contida numa folha morta, era um pequeno camundongo, bonito e esquisito. Ela direcionou a mar até a folha para pegá-la e levá-la consigo, contudo na hora em que ela ia tocar a folha, sentiu um toque no seu ombro, um aperto fraco de uma figura enorme, negra como o breu da noite, os olhos brilhantes, um borrão fraco contra a escuridão á sua volta, tentava lhe puxar, ela percebia isso, mas continuava a tentar pegar a pequenina folha, parecia que só lhe bastava isso, somente isso, estava tão próxima, era só necessário um leve movimento da mãe e ela se satisfaria. A figura negra puxou-lhe, ela esticou o braço rapidamente, estava próxima, muito próxima, a escuridão era imensa, a força que estava sendo colocada nela também, era enorme, e então.
Aplausos! Muitos aplausos num salão tão grande que conteria três casas dela e ainda sobraria espaço. Um claridade intensa depois daquela enorme escuridão a envolveu, seus olhos arderam, mas ela pôde ver mais atentamente que o são era circular com uma cúpula imensa, como se fosse uma igreja. Haviam sorrisos largos de muitas pessoas á sua volta, á frente uma enorme mesa contra a parede ovalar, várias pessoas estavam sentados diante da mesa e ela estava diante da mesa olhando para um senhor muito velho, mas com uma potência enorme no olhar e um sorriso acalmante que lhe deixou em paz.
- Parabéns Susana. Eu sou, Zacarias Salomão, diretor da Escola de Magia e Bruxaria Magfia, seja bem vinda, tenho de lhe dizer que a senhorita demorou um pouco para chegar, mas vejo que correu tudo bem. Pela cor da folha na sua mão devo crer que a senhorita deva ir para a mesa que está á sua direita mais distante...
- Senhor, me desculpe incomodar, mas posso me aproximar do senhor. – disse timidamente Susana.
- Sim, é claro. – disse calmamente o diretor. Ela caminhou lentamente, mas decidida até a mesa dos professores.
- Diretor, havia alguém me seguindo na floresta, eu e os outros alunos. – disse baixinho no ouvido do diretor.
- Isso tudo foi planejado, não se preocupe, minha querida. – disse o diretor também no ouvido da garotinha.
- E o homem de preto com o olho brilhante, também? – disse novamente no ouvido do diretor. Mas dessa vez ele não respondeu no ouvido da garotinha. Seu rosto se empalideceu, parecia que o medo pela primeira vez recaía sobre ele e o peso da idade foi imenso. Olhou para todos os alunos, analisou o rosto da jovem menina que também olhava para ele, profundamente nos olhos, não ameaçando, mas como símbolo de toda a sua verdade e inocência.
- Professor Wilson, acompanhe essa garota até minha sala no quinto andar, espere até eu voltar, se algum aluno vier do teste antes de mim voltar leve-o lá também. Gadelha você é a vice-diretora mantenha a paz e continue a cerimônia de abertura do ano letivo sem mim. E minha querida secretária Luana, dirija uma carta ao Chefe da Guarda da Magna Sofia. Pequena Susana, não se preocupe, eu trarei seus dois amigos em segurança, em quanto isso me aguarde. – disse o diretor com forças renovadas, saiu com passos firmes e largos entre os alunos, seu longo traje mágico azul e prata brilhando entre os alunos, que olhavam ele com grande reverência.
O salão se calou com a saída do diretor, os sorrisos sumiram dos rostos até dos mais velhos que já estavam acostumados com o processo de seleção. Cláudia parecia que imitava Susana em seu desespero, ao ver a amiga sair pela porta atrás da mesa com um professor.
Enquanto isso os dois garotos continuaram andando, no frio da escuridão, lentamente e Pedro percebeu que Cláudia não estava atrás dele. Olhou para trás.
- Robson, cadê a Cláudia?
- Não sei, ela estava atrás de você.
- Não está mais.
- Meu Deus, isso já ta chegando longe demais, e agora que fazemos?
- Eu vou procurar ela, enquanto isso vai seguindo em frente, talvez a escola não esteja longe, se você chegar peça ajuda. Eu sigo você se eu encontrar ela.
- Não, você não pode ficar sozinho. Acho que você já percebeu que não estamos sozinhos.
- Sim, tem alguém seguindo a gente, mas eu menti quando disse que não sabia nada, meu avô me ensinou alguns truques que nossos antepassados sabiam. Eu vou saber me defender, pode ir.
- Não!
- Vai sim e agora! Você tem que achar ajuda.
- Está bem, eu vou o mais rápido que puder.
Pedro continuou seguindo sozinho na trilha de volta para onde tinham partido, mas parecia que algo havia mudado, o caminho não era o mesmo. Havia alguma magia muito estranha naquilo tudo, mas ele não sabia de nada, então continuou andando, prestando atenção em cada passo e som que ouvia. Os seus passos eram cada vez mais rápidos, ele sentia que a pessoa que estava seguindo ele estava se aproximando tão depressa que ele mal conseguia se distanciar.
- AE CHUÍ ABAÉ! – gritou ele em um idioma estranho no meio da escuridão apontando a varinha ao nada.
A neblina que encobria a sua volta se dissipou rapidamente e um perímetro a sua volta ficou mais claro, ele viu claramente a longa capa negra á uma pequena distância, e figuras parecidas com morcegos voando á volta do homem encapuzado, aumentou a velocidade de seus passos, até que se deparou com uma fruta estranha em meio á macieira, mesmo sabendo que aquele não era o momento devido para paradas, ele parou e admirou lentamente a graciosa fruta que estranhamente tinha um desenho de um leopardo brilhando em dourado na sua superfície, direcionou seu braço até a fruta esférica assim como Susana havia feito. Hipnotizado. O homem de preto seguia adiante com suas criaturas horrendas á sua volta, espalhando o medo e o terror á volta na floresta. Direcionou seu braço escurecido pela noite, segurou o ombro desta segunda criança, agora com mais firmeza, de forma que fosse impossível fugir. Pedro sentiu o frio invadir-lhe o corpo ao toque da imensa criatura escura, mas continuava querendo tocar a fruta, assim como aconteceu com Susana. Bastava-lhe somente isso. E foi num movimento rápido, preciso no mesmo instante em que o desconhecido retirava algum objeto da capa que o garoto tocou o que ele queria e não foi recebido com aplausos como Susana, mas sim estava numa sala repleta de objetos e estranhos e quadros dispostos nessa sala que era oval, continha bustos de algumas pessoas, e uma escrivaninha iluminada pela luz de velas, onde não havia ninguém. Na sala além dele haviam mais duas pessoas, um homem bruxamente vestido, por volta dos quarenta e tantos anos com uma menina que ele conhecia. Era Susana. Ela estava sentada na cadeira que havia na frente da escrivaninha, a mão na frente do rosto, escondendo talvez lágrimas, Pedro se aproximou dela.
- Eu já não disse pra você não chorar? – disse Pedro em um tom não muito sério.
- Ah, eu não estou chorando, to vendo a folha que eu ganhei. – disse Susana com um sorriso no rosto, mostrando uma folha de árvore.
- E o senhor quem é? – perguntou Pedro.
- Sou o professor Wilson, de Poções. – respondeu seriamente Wilson.
- Então, o que aconteceu Susana, porque você sumiu? – perguntou Pedro.
- Eu estava caminhando atrás de vocês e então eu vi essa folha no chão, fui pegar, apareceu um vulto atrás de mim, tentou me puxar e eu vim parar aqui. – falou Susana.
- Aconteceu o mesmo comigo mas por causa dessa fruta, fui pegar ela e então apareceu esse vulto, aí eu vim parar aqui. – disse Pedro.
- Mas e o Robson, cadê ele? – disse Susana.
- É mesmo, onde ele está? – perguntou por fim o professor.
- Como assim, o senhor também conhece ele? – perguntou Susana.
- Sim, é claro, ele deve ser o pai do Robson, os pais dele são professores, esqueceu? Então senhor Wilson, ele foi procurar ajuda enquanto eu procurava a Susana, mas eu me perdi dele. – disse pesarosamente Pedro.
- Entendo, mas eu acho que o diretor vai encontrá-lo. Não era para acontecer isso crianças, essa cerimônia de abertura sempre foi um momento muito feliz para toda Magfia. Cada um recebe um símbolo como presente, marca da escola e alguns acreditam em poderes místicos vindo deles, eu pessoalmente não acredito. Nunca vi, mas sempre guardei o meu, ta aqui comigo querem ver?
- Sim. – responderam em uníssono.
- Aqui está, é um ovo, está meio despedaçado, mas é. Antes era um belo ovo, prateado, de uma ave muito rara no Brasil, mas eu acho que peguei ele porque eu sou meio atrapalhado, era um teste para a minha atenção, eu acho. – disse pensativamente o professor.
- Legal isso, começar o ano ganhando presentes. – disse Pedro.
- É, mas estou preocupado com meu filho. Quem será que está fazendo isso com as crianças?

Na floresta alguém corria abaladamente, um grito alto fora ouvido á distância, as trevas e a neblina continuavam intensas na floresta. A noite transcorria e nada mudava, porque isso não acabava logo?
Robson continuava caminhando, sentindo uma presença estranha a sua volta, alguém o perseguia, ele sabia disso. O que havia acontecido com seus amigos? Era melhor ir rápido, quanto antes chegasse, antes estaria salvo. Á frente viu uma luz fraca entre a neblina, havia alguém lá na frente, ele se preparou, sacou a varinha sem saber o que fazer. Continuou caminhando, passo por passo com cuidado, se aproximou da luz com apreensão, sentia a presença de alguém, até que conseguiu divisar o contorno de algo muito estranho. Era alto, muito alto, tão alto quanto uma montanha e era de uma escuridão tamanha que a única coisa iluminada era no meio, um circulo bem no meio, brilhante em ouro e prata, com inscrições em alguma língua já perdida, haviam dois caminhos, um para cada lado, e a inscrição brilhante na pedra indicava as duas direções. Robson raciocinou, tentando pensar em que lado seguir, demorou minutos imaginando o que poderia haver de cada um dos dois lados. Por fim não decidiu nada, sentou-se encostado na pedra, olhando para onde tinha vindo. As árvores eram mais esparsas e maiores, a neblina naquele local era menor e o paredão de rocha era largo para os dois lados, até não ser visível mais nada. Colocou a mão no bolso traseiro e tirou o pequeno livro, leu as inscrições novamente, “Vade Mecum. Vide. Audi. Cogita. Erga sum.” E se lembrou que ele lhe daria as respostas. Que tal se ele perguntasse como sair daquilo e chegar em Magfia.
- Como eu posso sair daqui e chegar a Magfia? – falou Robson para o livro.
O livro o absorveu novamente, uma sensação de empuxo, como se o esmagasse o envolveu e no instante seguinte ele estava no mesmo lugar, levantou-se, olhou para a inscrição na pedra e as letras e símbolos começaram a se mover a um toque da varinha, misturando-se e formando palavras legíveis. Como “Antiga entrada. Magfia Arcaica.” Ou ainda “Nova entrada. Magfia Moderna”. Por fim a inscrição dizia, “Tome sua decisão, só e somente só, mas agora!”. Ele começava a caminhar mas não conseguia ver onde ia, só seguia em frente e agora via o rosto de alguém atrás dele, que desejava encontrá-lo a qualquer preço. O livro fechou-se novamente e ele se viu jogado no chão novamente, deu um toque na inscrição, como havia feito no livro e as letras se modificaram da mesma forma, algumas palavras não eram nítidas, mas ficava claro que o caminho correto á se percorrer era o da esquerda, ele foi caminhando lentamente e depois com passos mais rápidos, um vulto apareceu á sua frente, ele continuou mais rápido e mais rápido, outro vulto, correu muito mais rápido, alguém lhe toca no ombro, ele tenta se desvencilhar ao sentir o toque da mão fria e escura sob a noite, pára de repente. Uma voz ofegante e grutural o chama, pelo seu próprio nome, ele continua calmo, até que vê ao longe um novo vulto, escuro como as trevas e com um brilho voluptouso no olhar. Pedro olha para trás, encontra uma voz conhecida lhe chamando e um olhar amigo de um azul mais claro do que o céu de Verão, lhe puxando calmamente.
- Robson, olhe em volta e encontre aquilo que mais te atrai, precisa encontrar logo, eu vou atrás desse ser que invadiu minha escola, quando achar, toque-o e me espere.- disse Zacarias por fim e seguiu de encontro a figura amedrontadora.
- Sim, senhor. – disse Robson.
E se aproximou das árvores, olhando para elas com atenção, olhou também para trás em alguns momentos e viu luzes assim como viu no Ano Novo, mas se preocupou com o que tinha que fazer. Quando virou o rosto novamente, viu uma madeira, um galho muito pequeno com o rosto de uma ave pintado nele, brilhava assim como todas as inscrições anteriores, ele foi calmamente até lá e tocou rapidamente o galho, apareceu de repente na mesma sala onde estavam Susana e Pedro. Seu pai correu até ele e o abraçou fortemente.
- Meu filho, como você está? – disse Wilson.
- Bem, pai. Zacarias foi me buscar. – disse Robson.
- Ainda bem, devemos mais essa a ele. – disse Wilson apertando o filho novamente.
Nesse momento, ouviram passos rápidos e a porta foi aberta com estrépido. Era Gadelha acompanhada de Zacarias, ela abraçou o filho também e também lhe fez perguntas que foram respondidas, o diretor foi ao lado da sua escrivaninha, alimentou Montauban com carinho, aguardou um pouco e disse:
- Tudo acabou bem, mas preciso falar com esses três jovens, e peçam que uma jovem chamada Cláudia também venha aqui, vocês reconhecerão ela pela cor do cabelo vermelho intenso e ela está em Gainea.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.