Um Malfoy



A guerra eleva a alguns e destrói a outros, isso acontece em vários setores, inclusive nos negócios, enquanto uns quebravam, outros subiam, como “As Gemialidades Weasley”, a guerra ao invés de atrapalhá-los os ajudara, as pessoas pareciam estar tentando afastar o sofrimento de suas vidas através do riso, e os gêmeos estavam ganhando muito dinheiro com isso, tanto que agora podiam se dar ao luxo de não trabalhar tanto quanto antes, eles contrataram empregados para cuidar da loja, e agora só se encarregavam das invenções, o que lhes agradava muito mais, sua nova invenção, era uma vassoura para crianças, que voava como as vassouras normais e não apenas flutuava como as vassouras infantis, eles infelizmente não pretendiam colocar aquela vassoura a venda, pois o ministério certamente a classificaria como perigosa, mas o ministério certamente não os impediria de dar a vassoura para seu sobrinho já que nem tinham conhecimento dele.

A raiva que sentiam de Draco quando estudavam em Hogwarts era enorme, mas nem se comparava com a raiva que sentiam dele desde que descobriram o que este havia feito à sua irmã, isso porem não os impedia de gostar profundamente do pequeno Christopher, e de considerarem a possibilidade de um dia o incluir nos negocio, e Merlim sabia como ele tinha capacidade para isso. O pequeno Christopher agora com quase quatro anos já provara que podia ser tão traquina quanto os gêmeos o fora, e o que melhor do que presenteá-lo pelos grandes feitos? Com um objeto que pudesse ajudá-lo a aprontar ainda mais.

A festa de Christopher seria na próxima semana, e a vassoura a ele prometida pelos gêmeos estava bem guardada. Afim de que o pequeno só pusesse suas mãos destruidoras nela no dia de seu aniversário, mas como já era esperado, Christopher achou a vassoura antes do tempo indicado. E não pode resistir à tentação de usá-la antes que houvesse algum adulto o vigiando. Ele adorava a avó Molly, mas às vezes ela era tão desagradavelmente protetora.

Enquanto todos dormiam Christopher esgueirou-se pela casa ate o esconderijo de sua nova vassoura, ficou um tempo olhando para a vassoura considerando a bronca que levaria caso fosse pego, mas no auge dos seus quase quatro anos de idade achou que voar de verdade, pela primeira vez na sua vida valia o risco.

Do lado de fora da casa a noite estava fria, Christopher não reparou nisso, ficara tão tomado pela grandiosidade do que estava para fazer, que ficou completamente imune a qualquer sensação que a noite pudesse lhe transmitir, suas extremidades comichavam, mas ele não notou isso também.

Estava preparado, não sabia muito bem como se fazia, já tinha visto seus tios jogando quadribol uma vez, mas depois que a vassoura saia do chão não sabia como ia controlá-la, resolveu que provavelmente descobriria isso melhor quando estivesse já voando, deu um forte impulso, não estava preparado para a velocidade com que ganhou os céus, em questão de segundos estava num nível mais alto que o de sua casa, se agarrou com medo a vassoura desejando voltar rapidamente ao solo, não tinha coragem de se mexer, olhou para baixo, ficou tonto, começou a suar frio, como viera parar ali em cima?

Lagrimas de desespero começaram a rolar por seu rosto, só então se deu conta do frio, precisava sair logo dali, não podia esperar a noite toda que alguém acordasse e viesse lhe salvar, o que diria sua mãe quando chegasse do trabalho pela manha e o encontrasse ali? Certamente ia gostar dele ainda menos do que já gostava. Resolveu que a melhor solução seria tentar se livrar dessa situação sozinho. Reuniu toda a coragem que possuía e colocou um pouco de pressão na frente da vassoura.

A vassoura atravessou o céu estrelado como uma lança em direção ao solo, Christopher se segurou o mais forte que pode e fechou os olhos esperando o impacto. Christopher sentiu um estralo, tentou se mexer, uma dor alucinante o invadiu, sentiu suas calças molhadas, tinha feito xixi, tentou gritar, mas estava tão tomado pela dor que só o que saiu de sua garganta foi um gemido baixinho, logo depois perdeu os sentidos.

Gina chegou do trabalho exausta, havia passado a noite toda acordada, a ordem havia recebido uma informação sobre os comensais, e eles haviam preparado uma emboscada, aguardara a noite toda mais nada acontecera, se perguntava ate agora o que havia saído errado, torcia para que o informante não tivesse sido apanhado, eles não sabiam quem ele era, pois esse só fazia contato com Dumbledore, mas ele já lhe havia rendido muitas capturas.

Gina abriu a porta quase como uma sonâmbula, mas quando ia entrar se deteve, achava que tinha escutado alguma coisa, algo como um gemido, esperou durante um minuto para ver se ouvia novamente, mas nada aconteceu, estava morrendo de vontade de entrar parar tomar banho, comer alguma coisa e dormir, mas contra a sua vontade resolveu averiguar.

Encontrou Christopher desmaiado atrás da casa, sua perna se encontrava num angulo que lhe parecia ser totalmente impossível. Não consegui acreditar no que via, o pequeno corpo de seu filho caído no chão desacordado, uma pequena vassoura caída quebrada ao seu lado, fora à perna o pulso também se encontrava num ângulo estranho, e o menino estava todo arranhado e cortado, as calça molhadas de urina, tudo isso lhe parecia irreal, ficou olhando para o pequeno corpo inerte como se algo dentro dela tivesse se rompido, quando finalmente conseguiu sair do estado de imobilidade, jogou-se no chão ao lado de seu filho e começou a gritar.

Christopher...Christopher... – Gina sentiu a garganta rasgar – acorde, por favor...Christopher...

Mãe... Mãe me ajuda, mãe – Gina sentiu sua mente e sua voz gritarem pela única pessoa que nunca havia lhe faltado – Mãe...

As lagrimas rolavam por sua face, não consegui mais gritar, só ficava agora murmurando o nome de Christopher, depois do que lhe pareceu uma eternidade seus pais apareceram, junto com Rony.

Depois tudo aconteceu para Gina come se fosse um filme e ela fosse uma mera espectadora, Molly desesperada, seu pai mantendo a calma e Rony xingando contra os gêmeos. Seu pai examinou brevemente Christopher e logo disse que teriam de levá-lo para um hospital Bruxo, só então Gina meio que recuperou a consciência.

Não – foi à única coisa que disse, evitou encarar seu pai.

Gina, preste atenção – disse seu pai se controlando para não alterar a voz – olhe para seu filho, isso é serio, precisa ser tratado corretamente, o que os trouxas poderão fazer por ele? Isso me parece serio mesmo para bruxos, teremos de levá-lo.

Não – disse Gina sem conseguir olhar para o filho – eu não permito, os médicos trouxas vão curá-lo, os trouxas também quebram a perna e seus médicos também sabem consertar pernas quebradas, só vai levar um pouco mais de tempo.

Eu não estou pedindo sua autorização Gina, - disse Arthur, agora gritando – eu o levarei para o saint Mungus, você querendo ou não, sei muito bem que os trouxas também quebram os braços e as pernas, assim como sei que seus médicos conseguem curá-los, mas muitas vezes também não conseguem, você quer que seu filho fique aleijado Gina? Esta disposta a por a saúde de seu filho em risco só para manter Draco longe? Gina, não vê que esse segredo fica diminuído diante da saúde de seu filho? Que espécie de mãe é você, que prefere ver o filho aleijado a que o pai dele saiba de sua existência? Eu não vou deixar você fazer isso, eu o levarei agora mesmo.

Droga – Gina xingou, seu pai estava certo, com o podia se preocupar mais com o segredo que com seu filho? – vamos então.

Eles levaram Christopher ao hospital, os medibruxos o levaram para tratá-lo, enquanto isso na sala de espera a família toda aguardava com a expressão pesada, depois de um tempo apareceu uma enfermeira para lhes dar informações, disse-lhes que Christopher estava bem, que o mais grave tinha sido a fratura da perna, que o osso tinha se esfarelado no ponto da fratura e que por isso teriam que remover o osso e fazer crescer um novo, nada muito complicado, mas que o garoto teria de passar a noite no hospital.

Gina quando ouviu isso finalmente relaxou, mas foi por um breve espaço de tempo apenas, por que logo depois a enfermeira disse que precisava dos dados do garoto. Olhou assustada para o pai, o que diria?

Arthur logo tomou o controle da situação, disse para a enfermeira que Christopher era um sobrinho-neto dele, que morava na Bulgária, e que tinha vindo passar as férias na casa dos parentes. A enfermeira não desconfiou de nada, não conhecia a família Weasley muito bem, a única certeza que tinha era que não tinham uma criança daquela idade no circulo mais intimo da família, mas sendo um sobrinho-neto lhe parecia absolutamente viável.

Gina, Rony, Molly e Arthur foram embora, os horários de visitas eram apenas às 12 horas da tarde e às 18 horas da noite, chegando em casa Rony se ocupou de dar a noticia da queda de Christopher para o resto da família, Molly foi arrumar umas coisas para ele usar enquanto ficasse no hospital e Arthur foi comprar uns presentes para levantar o animo do neto, Gina procurou ficar sozinha para por os sentimentos em ordem.

Gina foi logo tomar banho sentia-se suja, quando a água lavou sua pele era como se estivesse lavando também sua alma da dor que era viver, todo o desespero que sentira ao ver Christopher desmaiado no chão estava finalmente indo embora, nunca pensara que sentisse tanto pelo menino, mas quando viu sua carne tenra maculada, era como se fosse o seu próprio corpo ferido, durante todos esses anos se mantivera afastada do menino, pois sempre ligara ele a podridão do pai, nunca em toda a sua vida imaginara que mesmo se mantendo longe poderia acabar sentindo tanto por ele, sentia-se agora fraca, como se a sua existência dependesse do bem estar de Christopher, tudo dera errado no final, se manter longe não tinha impedido que o pequeno peste entrasse em seu coração, ele tinha entrado, assim como o maldito do pai dele, sem que ela pudesse impedir.

Gina saiu de casa sem que ninguém percebesse, começou a vagar pelos arredores de sua casa, não tinha um destino certo, só queria não ter que encarar ninguém, quando deu por si percebeu que estava indo para a floresta, o lugar onde tinha se encontrado com Draco no natal. Amaldiçoou esse pensamento, não podia pensar isso, Draco não fazia mais parte de sua vida, porque Christopher tinha de ser tão parecido com ele? Olhou para o relógio, precisava voltar para casa, queria visitar Christopher, conferir por si mesma que ele estava bem.

Sylvia estava enfadada com o papel que assumia nesta guerra, há muito tempo que queria declarar abertamente que estava do lado do Lorde, esse papel de espiã nunca lhe fora querido, e se não soubesse que o Lorde gostava tanto de seu trabalho como espiã, já teria aberto a todo o mundo bruxo o orgulho que sentia de estar do lado do Lorde das trevas. Estava pensando nisso distraidamente quando entrou no quarto de mais um novo diabinho acidentado, vinha trazendo uma poção para fazer crescer ossos, colocou a poção em cima da mesa. E finalmente olhou para o garoto.

A copia de Draco, o garoto não era nada mais, nada menos, que uma copia de Draco, deve de se segurar na cama por causa do susto, não conseguia para de olhar o garoto, lhe parecia absurdo, mas estava diante de seus olhos, tinha passado varias noites com Draco desde que investigara para ele se a porca Weasley estava no hospital e por isso tinha decorado na sua mente a imagem de Draco, uma idéia começou a se formar em sua mente, correu para o prontuário do garoto, Christopher Weasley, começou a tremer. Merlim parecia impossível, no entanto estava diante de seus olhos, um filho de Draco e da Porca, mantido em segredo, e Draco devia saber disso, no entanto tinha certeza que ninguém do lado do Lorde das trevas sabia, talvez nem Lucio soubesse. Esperou ate parar de tremer, lembrou-se da poção, deu ela para o garoto e saiu correndo em busca de Lucio.

Sylvia chegou ao esconderijo sem fôlego. Não havia ninguém lá afora ele, então ela foi falando logo.

Lucio eu...Eu descobri algo – disse Sylvia, cada palavra saída com esforço – Draco... Tem um filho.

O que? – Lucio, ficou logo em alerta, seus olhos se estreitaram – Do que esta falando sua idiota?

Draco tem um filho – repetiu ela com mais convicção agora – há uns quatro anos ele me procurou para descobrir se Gina Weasley tinha dado entrada no hospital, eu disse para ele que nenhum Weasley tinha dado entrada, ele ficou muito preocupado, eu não entendi nada, mas agora a pouco eu fui atender um garoto que se machucou, fui lhe dar uma poção, e o que vi foi uma copia pequena de Draco, uma coisa incrível, quando olhei o prontuário dizia que ele se chamava Christopher Weasley, só pode ser filho de Draco.

Lucio não falou nada, um brilho estranho se alojara em seu olhar, e se Sylvia não estava enganada era malícia, depois de um tempo calado mandou que ela fosse embora e não contasse nada do que tinha lhe dito para ninguém, antes de sair ela lhe perguntou uma coisa.

Posso saber o que pretende fazer quanto a isso? – perguntou Sylvia.

Pretendo pegar o que é meu de direito – disse Lucio, com um sorriso amarelo no rosto.

Vai pegar o menino? – perguntou Sylvia assustada.

Vou – respondeu Lucio, depois de algum tempo – e você vai me ajudar.

Lucio estava de frente para o Lorde das trevas, estava ansioso, precisava conduzir as coisas de forma adequada, senão poria tudo a perder, o que no caso, era a sua nova chance, e desta vez seria diferente, não soubera criar Draco corretamente, com esse garoto seria diferente, ele seria um verdadeiro Malfoy, e então quando tivesse idade e preparação o suficiente o poria no lugar de Draco, se livrando de uma vez por todas desse filho que só lhe trouxera vergonha, que nunca tinha tido o brilho que um Malfoy devia ter.

Mestre eu vim pedir sua autorização para usar a comensal espiã Sylvia numa missão especial para minha – disse Lucio, seu rosto estava inexpressivo – infelizmente após a missão ela não poderá ser usada novamente como espiã.

Querido Lucio eu lhe tenho muita consideração, você me foi muito útil e fiel, mas... – Voldemort fez uma pausa, enquanto passava a língua que parecia como a de uma cobra por seus lábios finos, pálidos e ressequidos – o que o faz pensar que eu desperdiçaria uma comensal espiã de ótimo posto no Hospital, em uma missão pessoal sua? Que vale salientar, pelo jeito como você fala, não me trará beneficio nenhum.

Senhor, eu acho que não me fiz entender como deveria, - disse Lucio perdendo a compostura por alguns segundos –, o senhor pode sim obter compensações com essa missão... Ao menos em longo prazo.

É mesmo? Bem se é assim... Então talvez queira, por favor, me dizer para que é essa missão – A voz de Voldemort saia sibilante.

Bem senhor, trata-se por alto de Draco, e de um filho dele – disse Lucio tratando fazer crescer a curiosidade de Voldemort.

Filho? – a voz de Voldemort chegou a tremer de surpresa – Eu nunca soube que Draco tinha um filho.

De fato senhor, nem eu mesmo sabia, e acho que Draco também não, embora ainda não tenha tido oportunidade de falar com ele – a voz de Lucio tremeu diante da mentira que aplicou, sabia muito bem que Draco já tinha conhecimento do filho desde seu nascimento, talvez ate mesmo antes – Sylvia me procurou hoje, disse que um menino tinha dado entrada no Hospital, que ele era idêntico a Draco, e quando mencionou o nome da mãe, me lembrei que Draco teve um caso passageiro com essa moça.

Posso saber que moça é essa Lucio? – os olhos de Voldemort se estreitaram.

Nenhuma digna de importância, meu mestre, por isso mesmo ele logo terminou o caso, - Lucio conteve um tremor – o fato realmente importante é o garoto, precisamos trazê-lo para nosso lado, sei que o garoto pode não lhe parecer de muita importância agora, mas independente da mãe que tem, é um Malfoy, e com o devido treinamento...

Sim, sim Lucio você tem razão, pode usar Sylvia – disse Voldemort já enfadado desse assunto – agora espero grandes feitos desse moleque para a nossa causa no futuro.

Sim mestre, com toda a certeza – disse Lucio fazendo uma reverencia a se retirando.

Lucio foi diretamente ao Hospital encontrar com Sylvia, deu um jeito de chamá-la e transmitir as ordens.

Você trará o menino para mim – disse Lucio, sua voz não permitia contestações, uma atitude totalmente diferente da usada com Voldemort, mas afinal, longos anos de estudo das artes das trevas lhe tinham ensinado, que só se alcança o poder, quando se sabe a quem se abaixar e a quem se deve pisar e Lucio não se abaixava a muita gente.

Mas... Mas senhor, se eu o fizer serei descoberta – disse Sylvia, estava entre a cruz e a espada, maldita situação em que se tinha colocado – o Lorde das trevas, ele me punira se me descobrirem.

Eu já resolvi isso – disse Lucio, um indicio de desprezo se insinuava em sua voz -, ele concorda que um Malfoy não pode ser educado longe do ambiente adequado, ordenou que eu pegasse o menino, e depois você assumira outra posição na nossa causa.

Bem senhor confesso que eu ambicionava isso há muito tempo – disse Sylvia, mal conseguido se conter.

Isso não me interessa, – disse Lucio o desprezo agora estava evidente em sua voz – faça o que lhe é mandado e já estará de bom tamanho.

Sim senhor – disse Sylvia, baixando a cabeça envergonhada.

Quando poderá trazê-lo ate mim? – perguntou Lucio, não queria prolongar mais a conversa.

Bem, agora esta no horário de visita e a família dele esta lá, depois disso eu o levarei ate seu esconderijo – disse Sylvia, não conseguia mais encarar Lucio.

Muito bem, depois saberá qual será seu novo posto – disse Lucio.

Obrigada – disse Sylvia se retirando.

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