Capitulo 3



Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria
É só o amor, é só o amor, que conhece o que é verdade



Sim, eu queria mais, mais e mais.



Boca, língua, corpo. Mas eu afastei-o. Mais uma vez, eu o afastei; abaixei minha cabeça. O que tinha acontecido? Sim, eu estava gostando, mas eu empurrei Potter, e com esse empurrão eu estava querendo mais é puxá-lo mais para perto de mim, entrelaça-lo em meus braços, sentir todo ele em mim.


O amor é bom, não quer o mal, não sente inveja ou se envaidece


É um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer



Boca, língua, corpo. Eu implorava por isso em silêncio. Mas não entendi a minha reação e a dele. Como ele queria que EU agisse? Como eu queria que ELE agisse? Nenhum de nós sabia o que aconteceria. Eu estava com medo dele não me entender. Ele olhou-me dentro dos olhos, e balançou a cabeça positivamente. Potter respirava fundo e calmamente. E foi então que eu, desesperado, comecei a dar passos para trás, em direção à porta. Em direção a saída.


Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria


Boca, língua, corpo. O que mais podia ser para fazer-me ter essa reação? Sai quase correndo de dentro da sala e fui para o salão Sonserino. Estava deserto. Postei-me em frente a lareira. Louco, sim, estava louco.


Pelo que?


É um não querer mais que bem querer, é solitário andar por entre a gente

É um não contentar-se de contente, é cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor



Boca, língua, corpo. Essa era a resposta para tudo.


Boca, avermelhada, doce e fina.

Língua, macia, feroz, e saborosa.

Corpo, lindo, escultural, com curvas encantadoras. Que desliza-se facilmente com apenas um olhar. Eu piro. Eu enlouqueço. Perco a fala. Sinto calafrios, arrepios rápidos, quase chegando a serem mortais (tudo bem, é exagero meu tudo isso, mas só estando no meu lugar para saber).


Olhando para as faíscas que o fogo estava soltando para fora da lareira, relembrei.



É um ter com quem nos mata lealdade
Tão contrário a si é mesmo o amor



Boca, língua, corpo. Me enfeitiçaram, me fizeram mais, mais, mulher? (NÃO, pára, pára, pára, volta a fita).


Boca, língua, corpo. Me enfeitiçaram, me fizeram mais, mais, homem. Mais seguro nos braços dele. Só nos braços dele, do Potter, Harry Potter.

Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte, mas então veremos face a face




Sentido-me melancólico, vejo o fogo queimar a madeira, lasca por lasca. Galhinho por galhinho. Vendo voar cinzas por cinzas. Sendo hipnotizado, por entre “nuvens de algodão” formas de escapar, fugir, gritar, correr, voar. Liberdade.



Ops, estou fugindo, mas apenas do assunto. Eu me achei um covarde, largando-o lá depois dos beijos quentes que trocamos. Fantasias “eróticas” passaram pela minha cabeça. Se não foram fantasias, só podiam ser uma coisa mais.


É só o amor, é só o amor, que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria




PAIXÃO.

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