O labirinto entre as chamas




Ao entrar pela madrugada um denso nevoeiro caiu sobre a cidade, fazia muito frio, e uma corrente de ar atravessou a janela aberta batendo suavemente no rosto de Harry, haviam passado-se muitas horas desde o ataque, o garoto começava a recobrar a consciência, abrindo os olhos devagar como quem acorda de um sonho, ele sentiu a brisa cortar seu rosto como se mãos geladas o acariciassem, ainda sentia uma dormência estranha em suas pernas, e o que acontecera ainda não conseguia entender, ele tentou se lembrar bem de tudo que havia lhe acontecido naquela noite mais para sua profunda surpresa aonde se encontrara lhe era estranhamente familiar, as coisas bagunçadas pelo chão, a forma das mobílias, Harry espremeu bem os olhos para reconhecer o local onde estava, “não podia ser”, pensou ele com enorme aflição, levando a mão ate seus óculos que estavam sobre seu criado mudo e ao lado deles estava sua varinha, Harry sentiu-se invadido por uma inevitável sensação de descrença, quem quer que tenha salvado-o também o tinha trazido para a casa dos seus tios, o garoto por alguns minutos ficou ali parado incrédulo no que seus olhos lhe mostravam,“talvez tenham me enfeitiçado para que eu pense que estou no meu quarto para que não tente fugir”, pensava Harry, pois era quase impossível que ele estivesse ali parado em seu quarto como se nada o tivesse atacado, como se não tivesse encontrado Rabicho e ele o avisasse que Voldemort estava atrás de algo que ele poderia encontrar primeiro, como se não tivesse o desprazer de reencontrar Lúcio Malfoy, era incoerente que ele se encontrara ali, e de repente lhe veio a memória as sombras do que pensava ter salvado-lhe dos comensais, Harry lembrou que um deles era grande e peludo e talvez fosse um gigante pois se lembrava que tinha repelido alguns ataques de estuporação, e o outro devia ser um animal grande pois o carregara sem nenhum problema, o ultimo porem Harry não fazia a mínima idéia de quem pudesse se tratar, o garoto passou a mão pelos cabelos, mas ao fazer isso sentiu uma coisa gelatinosa passar por sua testa, ele olhou para mão para ver do que se tratava, era uma espécie de bolha cintilante de varias tonalidades, na qual Harry podia ver as marcas da cobra em sua mão sumirem, era muito interessante aquela coisa, Harry nunca tinha visto nada daquele tipo nem mesmo em todas as diversas vezes que estivera na enfermaria de Hogwarts, e olhando para os lados Harry viu que sua porta não estava totalmente fechada, havia um fio de luz atravessando para dentro de seu quarto e concentrando-se no barulho que vinha do lado de fora Harry teve a impressão de que alguém falava, saindo sorrateiramente de sua cama e se encostando na porta para poder ver pela brecha o que acontecia no corredor, ele viu duas pessoas subindo pelas escadas e parando a uma certa distancia da porta aonde Harry estava, um deles o menino reconheceu logo de cara, um homem grande de cabelos e barba muito negras e olhos que pareciam besouros cintilantes, era Hagrid, o guarda-caças e professor de trato com criaturas mágicas de Hogwarts, a outra pessoa no entanto Harry nunca tinha visto na vida, era uma jovem mulher de cabelos muito vermelho que fazia os cabelos de Rony parecer um mero foguinho perto dos dela, não dava para ver direito, mas ele pode perceber que era muito bonita, vestia um vestido cor de abóbora e por cima dele havia uma capa cinza chuva que escorregava para abaixo dos joelhos, tinha uns prendedores em forma de bichinhos que definitivamente lhe dava um ar aluado, mas o que mais chamou atenção de Harry foi o que ela usava na orelha esquerda, uma pena de coruja muito grande e vistosa que deixava as beterrabas de Luna Lovegood na maior normalidade, Harry espremeu–se ainda mais contra a porta para conseguir ouvir melhor, pois tinha visto a cara de Hagrid dar um salto de descontentamento ao ouvir o que a mulher lhe dizia:

— Hagrid, vá imediatamente para Hogwarts, fale com o professor Dumbledore para que ele lhe entregue “Aquilo”! – disse a mulher com a voz temperada.

Hagrid por outro lado concretizou ainda mais sua cara de desaprovação e com um tom que demonstrava sua total repreensão ao que acabara de ouvir e falou:

— Não gosto nada desta idéia sabe, não me entra na cabeça que precisamos de algo daquilo.

Harry viu a mulher cristar os lábios da mesma maneira que a professora Minerva fazia antes de bravejar com ele que havia perdido cinqüenta pontos para Grinfinória, e olhar para o pobre guarda-caça com uma profunda desdenha, antes de começar:

— Saiba HAGRID que também não gosto nenhum pouco de precisarmos descer tão baixo, mas você mesmo viu qual é a situação, já se esqueceu? — começou a mulher com a voz agora rasa de fúria.

— Quem sabe o que poderia ter acontecido se aquela gente tivesse conseguido leva-lo daqui? Não eu não quero nem imaginar o que poderia acontecer com o pobre do menino. E por favor, leve aquele animal com você ele é muito chamativo.

Parecia que aquelas palavras tinham atingido tanto Harry como Hagrid da mesma forma, Harry por um momento se lembrara das últimas palavras de Lúcio “Não posso mata-lo, mas tenha certeza de que posso fazê-lo sofrer muito antes de te entregar ao seu destino” ele sabia perfeitamente o que Lúcio queria dizer com “entregar ao seu destino”, depois de se divertir com seu sofrimento iria leva-lo para Voldemort, para que este pudesse finalmente acabar com ele, por um instante Harry só ouvia um eco repetindo aquelas palavras como uma marcha fúnebre antecipada, mais os ruídos de passos interoperam seus pensamentos, as pessoas no corredor ficaram caladas, ele ainda podia ver Hagrid dar um grande suspiro antes de sair descendo a escada, a mulher, pelo contrário, veio em direção à porta do quarto, Harry saiu em disparada tropeçando em diversas coisas que estavam pelo chão, chegando na cama quase ao mesmo tempo em que a mulher empurrou a porta, jogando os óculos em cima do criado e caindo duro na cama quase como se tivesse sido atingido por jorros de estupefação, Harry tentou tornar a respiração o mais leve possível quando a mulher se aproximou dele.

— Tão jovem e já tem um destino terrível a enfrentar. — disse a mulher entre pesados suspiros.

E pegando a mão de Harry para examinar como estavam as marcas da cobra —muito bom, parece que vai sobreviver — disse em um ar de quem não gostou da própria piada.

A mulher não se demorou muito ali, saindo quase quando os primeiros raios de sol apareceram no horizonte, antes de sair, porém ela deu uma última olhada no garoto, que fingia dormir, tirando a esfera gelatinosa de sua mão. O quarto já estava imundado de luminosidade quando Harry decidiu abrir os olhos, os raios de sol faziam desenhos coloridos nas vidraças encharcadas com orvalho, e tudo parecia estranhamente calmo, levantando devagar para não causar barulho, Harry foi até o armário onde pegou umas roupas velhas e as vestiu depressa, pois a qualquer minuto ela poderia voltar, sentia-se completamente instigado em saber quem e por que aquela mulher tinha salvado-o, ainda mais o que seria “aquilo” que mandara Hagrid ir pegar em Hogwarts, ele olhou pela janela e percebeu que uma coruja estava no telhado de uma das casas vizinhas, mais não era uma coruja qualquer, era um tipo igreja, e bem grande por sinal, além disso Harry teve a nítida impressão déb que ela o olhava fixamente, o garoto saiu pela porta do quarto correndo para a escada, talvez fosse hoje o dia dele se reunir aos seus amigos no largo grimmauld nº 12, saiu pulando três degraus por vez e de um último salto já estava no hall de entrada, “tomara que não tenha ninguém em casa” , falava uma voz dentro do garoto, tudo que não precisava agora era tio Válter cuspindo e gritando que da próxima vez não permitiria que nenhuma anormalidade entra-se em sua casa, e muito menos olhar para a “cara de cavalo” da tia que, com certeza, iria comentar o quanto ele era repulsivo e anormal, mas para a surpresa do jovem bruxo a casa estava estranhamente silenciosa, nenhuma exclamação de fúria de tio Valter, nenhum grito de Duda o menino de 16 anos mais gordo que Harry já conhecera, nenhum barulho, o que é que fosse aquilo soava tão anormal aos ouvidos do garoto que não podia acreditar que estivesse sendo deixado em casa sozinho depois de dois bruxos o trazerem para casa desacordado, não que os seus tios fossem se importar pelo fato de que poderia ter quase morrido, mas jamais iriam deixar BRUXOS entrarem em sua casa sem, no outro dia, esfregar em sua cara que nunca mais trouxesse este tipo de gente de novo para perto de sua família.

Harry passou primeiro na cozinha da casa, mas não encontrou ninguém, foi então para a sala onde uma visão sombria estava a sua espera, quando o bruxo entrou na sala observou que tudo parecia estar fora de seus lugares abituais, as revistas ”Sempre Por Dentro” estavam todas espalhadas pelos cantos, as cadeiras viradas e a porta meio aberta, mas o pior ainda estava por vim, Harry viu três corpos gélidos esticados em um canto da sala desarrumada, três corpos que o garoto sabia muito bem de quem se tratavam.

— Não — gemeu o menino. E por alguns minutos, que mais pareciam anos, ele pensou que... que talvez... estivessem mortos.

Ficou contemplando os Dursleys parados, tio Valter caído mais a esquerda e tia Petúnia estava agarrada ao braço maciço de Duda que tinha caído de costa para a mãe, “não, não podem estar mortos” começava a desesperar-se não podia esta olhando os tios e o primo mortos, não gostava deles, mas nunca pensara que poderiam ter um fim... Harry não conseguia pensar no resto era, terrível até para os Dursleys.

Então aconteceu, um lampejo de esclarecimento invadiu sua mente.

— Estuporação — disse com a voz cheia de certeza — estuporados, é claro, como não pensei nisso antes!

E seu rosto se preencheu como se novamente a vida corre-se em suas veias.

— Foram estuporados, como pode pensar que Hagrid poderia deixar alguém, quem quer que seja, ser morto na sua frente!
E sentindo-se ao mesmo tempo feliz e constrangido consigo mesmo por ter acreditado que seus tios estavam mortos, só estavam temporariamente fora de circulação, Harry por um instante pensou em tira-los do feitiço, mas lembrara que era de menor e não podia fazer magia fora de Hogwarts.

O bruxo olhou para os lados a procura de alguma coisa que nem ele sabia bem ao certo o que era, não tinha escolha, não havia nada ali que pudesse ajudar-lo em nada, então decidiu ir atrás das pessoas que o tinham salvado, Hagrid havia partido, mas com certeza a mulher de cabelos muito ruivos ainda estaria por perto, talvez na casa da senhora Figg, Harry virou-se decidido, dando uma última olhada nos Dursleys foi em direção a porta da rua que estava entreaberta, de alguma forma ele sabia que estivera assim por toda noite.

Ao abrir a porta deparou-se com a rua silenciosa e calma como só a vira poucas vezes na vida, então lembrou-se que estavam às vésperas de um feriadão e até ficou feliz que estivera assim sem vizinhos bisbilhoteiros a olhá-lo como se a qualquer momento ele fosse explodir. A rua estava ensolarada e muito aconchegante, Harry pensou como seria ótimo voar com sua fireboot naquelas condições, já estava na frente da casa vizinha quando ouviu um revoar de asas muito fortes às suas costa, virando-se rapidamente para olhar do que se tratava o garoto viu uma coruja enorme pousar na caixa dos correios da casa nº04 na rua nos Alfeneiros, fitando-o diretamente nos olhos.

Harry encarou a coruja-igreja a sua frente, seus grandes olhos amarelados, enormes asas e penas muito vistosas, uma bela coruja se não fosse pela certeza que invadia seu coração, o jovem bruxo sabia que aquele comportamento era estranho até mesmo para corujas, sabia que fosse o que fosse “aquilo” que estava em sua frente não podia definitivamente ser uma coruja verdadeira.

— Quem é você? — perguntou tentando esconder sua ansiedade. — Por que esta me seguindo?

A coruja soltou um pio muito alto e começou um prevê vôo, o garoto viu a coruja abrir as enormes asas e se transformar em na linda mulher de cabelos cor de fogo que Harry tinha visto na noite passada, com seu mesmo brinco de pena na orelha esquerda e broches de animais no cabelo, este Harry não tinha notado da primeira vez, mas ela tinha olhos muito azuis que lhe lembravam os de Dumbledore, a mulher caminhou e disse com a voz repleta de ternura;

— HARRY, fico feliz que tenha se recuperado tão rápido... — ela soltou um pesado suspiro e olhou para ele como se fosse confessar um crime.

— Espero — finalmente voltando a falar — espero que possa me perdoar. Não queria ter chegado a tanto, mas foi a única saída.

Harry começava a entender o que a mulher tentava lhe falar. — foi você não foi? — disse o garoto. — que estuporou os Dursleys?

A jovem bruxa balançou a cabeça em sinal de afirmação ao que o garoto lhe perguntara. — foi melhor para eles no final das contas, irei mais tarde reverter o feitiço agora quero que me acompanhe a um lugar.

E dizendo estas palavras virou-se de uma vez fazendo sua capa cinza-chuva estender-se pelo ar quase como a do profº Snap, Harry reconheceu imediatamente o caminho que estava percorrendo, fizera ele enumeras vezes quando era mais jovem e seus tios tinham de sair.

Era o caminho que dava para a casa do único indício de magia em um raio de quilômetros, a casa da senhora que era doida por gatos e que a mais de um ano Harry descobrira que era um aborto (uma bruxa puro sangue que não pode fazer magia), eles andaram mais um pouco e pararam diante de uma casa que sem dúvidas era a casa da senhora Figg, era uma casa velha pintada de azul-celeste com pequenos cercados brancos e estátuas de gnomos de jardim, tinha uma área enorme com uns estofados de canto e cristais dependurados nas vigas mais baixas, era, sem dúvidas, a mesma casa que Harry muitas vezes passava tardes inteiras ouvindo as mesmas historias milhares de vezes.

A bruxa entrou primeiro no jardim da velha senhora acompanhada de perto por Harry que olhava o jardim com sua grama mal cortada e partes secas que, se fosse na grama dos seus tios eram capazes de ter um infarto, o local parecia ter ganhado grandes quantidades de terra, pois já andavam por quase quinze minutos e ainda não tinham chegado na porta na casa, quando alcançaram a entrada da casa Harry finalmente perguntou:

— O que está fazendo a Ordem? Lupim, Tonks, Olho-tonto e os outros?-começou ele engolindo a própria voz de tão rápido que falava. - não tem nenhuma carta dos meus amigos Hermione ou Rony? — terminou ele quase sem fôlego, mas a resposta que a jovem bruxa lhe daria seria como levar um soco no estomago.

Ela parou tão repentinamente que sem querer Harry esbarrou nela, olhou-o de cima a baixo, crispando os lábios tão fortemente que seu rosto ficou escarlate, por um breve momento ele achou que iria levar o maior passa fora, dito e feito, ela começara a colocar-lo em seu divido lugar.

— SENHOR POTTER, se não sabe, estamos enfrentando uma guerra lá fora e informação é o que distingue os que fracassaram dos que vencem, não acha que seria melhor gritar aos quatro cantos do mundo o que a... — diminuindo a voz a um ponto quase de um sussurro ela continou — Ordem está fazendo! — terminou ela com um olhar que o garoto já conhecia bem, sabia também que não teria notícias da Ordem por algum tempo.

Chegando à porta de entrada a mulher tirou de dentro das mangas das vestes sua varinha e, apontando-a para a porta bateu três vezes antes de a mesma abrir devagar, deixando que o sol da rua dissipasse um pouco a escuridão que tomava conta do vulto que veio abrir a porta, se tratava de uma senhora de cabelos mal arrumados e com a mesma aparência de loucura de sempre, carregava sua sacola cheia de comida para gatos.

— LIWERGEN!! — disse a mulher dentro da casa quando viu a jovem bruxa em sua porta e escancarando a mesma foi ao encontro do menino que, nesse momento, estava olhando tolamente para a mulher de nome Liwergen.

— Ah!!, Harry, que susto você nos deu, não sabe o quanto preocupado nós ficamos quando fui a sua casa ontem avisá-lo que sua escolta estava a caminho e sua tia me disse que você tinha fugido pela janela outra vez. — apertando-o no abraço tão forte que Harry ficou sem ar, mas logo a senhora Figg lembrou-se de algo que a fez largar do garoto e virar-se para falar com Stª Liwergen.

— Liwergen, eu quase me esqueci, tenho uma coisa pra você, entrem, entrem — completou a velha senhora, empurrava os dois casa á dentro. — Saia senhor Dipp, estes lugares são para Harry e Liwergen! — disse a mulher empurrando um gato que estava na poltrona para o chão.

—Senhora Figg, não tem que comprar comida para os seus gatos? — perguntou a bruxa mais com tom de afirmação do que propriamente de pergunta.

— Ah, não, não senhora, não tenho...- mais foi interrompida por um ataque repentino de tosse e por um olhar muito penetrante de Liwergen. — mais é claro, claro, como pude me esquecer dos meus filhotes, vou comprar agora mesmo!! — corrigiu a senhora Figg rapidamente o que estava dizendo.

Mas era óbvio que não iria comprar comida nenhuma, pois sua sacola fazia tanto barulho que Harry apostaria sua vida de que estava cheia de ração, além do que ouviu a senhora dizer baixinho ao passar pela bruxa de cabelos cor de fogo:

— Não brigue muito com ele! — antes de sair para a rua iluminada à sua frente.

Harry se afundou em uma poltrona cor de manteiga que há poucos minutos esteve deitado senhor Dipp, um dos inúmeros gatos que a senhora Figg criava, sentia que uma conversa ira acontecer e até sentia que mereceria tudo que, com certeza, iria ouvir, afinal que idéia tinha sido aquela, talvez estivesse tão desesperado em ser outras pessoas que não fossem tio Valter, tia Petúnia ou Duda que topar com comensais seria um preço aceitável naquele momento.

— Muito bem Harry, - finalmente ela voltara e começara sua falar - ESPERO PIAMENTE QUE O SENHOR TENHA NOTADO O TAMANHO DA ESTUPIDEZ QUE FEZ SAINDO DA CASA DOS SEUS TIOS DE NOITE E SOZINHO, ME DIGA, O QUE FARIA QUANDO ACORDARSSE HOJE OLHANDO PARA A CARA (SE É QUE AQUELA COISA AINDA TEM CARA) DAQUELE-QUE-NÃO–SE-DEVE-NOMEAR? — terminou temporariamente o que dizia como quem esperava uma resposta para o que tinha perguntado.

— Como pensei, não me responde porque sabe que não poderia fazer nada a respeito, Harry, a Ordem não gira ao seu redor, mesmo sendo você um dos principais motivo para a existência dela, todos estamos muito ocupados VOCÊ-SABE-QUEM está fazendo coisas terríveis e, se o profº Dumbledore só mandou-nos pegar você ontem é porque tem motivos que nem eu nem você podemos entender!

— Sabe, não quero parecer dura mais sua atitude tem que ser repreendida Harry, todos queremos seu bem e mesmo que estivesse aflito não recebeu as mensagens dos seus amigos, dizendo que viríamos buscá-lo? — ela novamente esperou que o garoto respondesse, mas Harry sentia como se seu estômago desse um grande salto e uma forte sensação de raiva aparecia em sua mente, como aquela mulher podia falar com ele com se fosse um completo insolente, as palavras que se seguiram foram saindo uma após as outras sem a necessidade de Harry as pensa-se.

— VOCÊ NÃO ENTENDE O QUE É FICAR TRANCADO NAQUELA CASA SEM NOTÍCIAS E SABENDO QUE VOLDEMORT ESTA POR AÍ FAZENDO COISAS QUE NÃO SEI O QUE SÃO, MAS COM CERTEZA SÓ TEM UM ÚNICO OBJETIVO, ME MATAR, NÃO PODE ME CULPAR DE ESPERAR UM PINGO DE COPREENÇÃO DAQUELA ORDEM, NÃO POSSO ME DEFENDER SE NÃO SEI DA ONDE VEM O ATAQUE!!!. — Terminou de despejar tudo o que estava engasgado por dois longos meses desde que tinha recebido uma página do Profeta Diário.

Harry viu a mulher encolher-se um pouco ao ouvir o nome Voldemort, mais depois voltou a olhá-lo com tanta raiva que sem perceber estava gritando a todos pulmões.

- NÃO, POSSO NÃO SABER COMO É ISSO, MAS NÃO ME LEMBRO DESSE SEU ORGULHO E SUA MANIA DE MÁRTIRE TER FUNCIONADO DA ÚLTIMA VEZ!!!!!!! NÃO SE CONSEGUE NADA SENDO TOLO E ARROGANTE, VOCÊ AINDA É SÓ UM MENINO UM MENINO, DIFERENTE É VERDADE, MAS NADA MAIS DO QUE UM MOLEQUE QUE PENSA SER O REI DO MUNDO POR TER ESCAPADO UM OU DUAS VEZES “DELE” , SEUS PAIS NÃO SE SACRIFICARAM PARA QUE VOCÊ DESSE UMA DE HERÓI, FICAR UNIDOS E CONFIAR UM NOS OUTROS É A ÚNICA MANEIRA DE TODOS CONTINUARMOS VIVOS! — Harry percebia que a voz da mulher tremia tanto que teve a nítida impressão que fazia força para não chorar.

Aquelas palavras tocaram profundamente o coração do garoto, foram as últimas palavras de Hermione lhe dissera antes de tentar “salvar Sírius” no departamento de Mistérios, e fora sua mania de heroísmo que tinha provocado a morte da pessoa mais querida de Harry depois de seus pais, seu padrinho morrera por tentar salvá-lo e aquilo o atormentava muitíssimo. Ele abaixou a cabeça e sentiu fios de lagrimas correrem por seu rosto ao lembrar de tudo que tinha acontecido no ano passado e principalmente do que poderia não ter acontecido se ele tivesse escutado o que seus amigos lhe diziam.

Liwergen ficou um pouco constrangida por todas aquelas coisas que havia dito e, pedindo desculpas, mandou que o garoto ficasse ali, pois iria à casa dos seus tios para “acordá-los”, saindo imediatamente depois, ele ouviu a mulher dizer ao passar por ele:

— Desculpa — logo depois bateu a porta.

Harry ficou imóvel por alguns minutos, se levantando logo em seguida, ele percebeu que não conhecia a casa onde estava, por fora não tinha mudado nada, mas seu interior estava totalmente transformado, as grandes janelas tinham uma espécie de cortina de fumaça transparente que Harry arriscaria ser produto de um feitiço, o garoto pegou um pequeno vaso mirou-o em direção a janela jogou-o com muita força, o vaso, porém, bateu na janela provocando uma enorme onda na fumaça transparente logo depois e voltou direto para ele que, como bom apanhador, conseguiu pegá-lo sem problemas.

— UAU, IMPERTUBILIDADE!- Disse deixando o vaso em cima da mesinha e saindo pela casa para dar uma olhadinha, era como se tivessem ampliado a casa umas dez vezes, as paredes que antes eram vaziais agora estavam cheias de quadros que se mechiam cumprimentando-o, quando ele passava em um quadro, porém o bruxo viu uma mulher gorda de cabelos arrumados em forma de concha que lembravam o da verdadeira MULHER GORDA, o retrato que guardava a porta da sala comunal da Grinfinollia.

Ele olhava tudo com muita atenção, jogou várias vezes diversos objetos até ter certeza que todas as janelas, portas e a lareiras estavam lacradas por um feitiço muito forte, na lareira Harry encontrou o feitiço mais estranho de toda casa, era uma estáatua que tentava morder qualquer coisa que se aproxima dela, “não pode ser lançado o pó de flúor” pensou ele olhando a estatuasinha tentar arrancar sua mão quando tentou colocá-la dentro da lareira, o bruxo subiu para o primeiro andar e, para seu espanto, havia inúmeras portas que definitivamente não estavam ali da última vez, ele foi andando em direção as portas e notou que uma dela estava debatendo-se violentamente, mas quando o garoto chegou perto dela se fez um grande silêncio.

Tudo tinha ficado estranhamente calmo, Harry sentia-se muitíssimo curioso em saber o que estava do outro lado daquela porta, mesmo tendo a impressão de que entraria numa fria, finalmente ele decidiu por entrar, e assim foi, o jovem bruxo pegou sua varinha respirando bem forte fechando os olhos e abrindo a porta à espera de tudo menos do que estava lá dentro.

PAM! CREK! AU! AI!

A sala era tão escura que Harry tinha batido em alguma coisa mássisa, estava tão escuro que nem a porta ele via direito, mais o jeito era continuar até o meio da sala, que estava iluminada por uma faixa de luz, ele ouviu a certo ponto um barulho como se muitas asas de pequeno porte batessem sem parar, quando finalmente o garoto chegou à parte iluminada da sala ele viu milhares de pontinhos brilhantes virem em sua direção, ele saiu correndo antes que as pequenas aves o atacassem, atirando-se no chão bem a tempo de não ser atingido pela segunda investida dos bichos, levantando bem rápido, e novamente saiu correndo em muitas direções à fim de despistar as aves na escuridão, era mais difícil desviar-se dos ataques, até que Harry viu uma porta de luz se formar na parede e uma mão o agarrar pelo pulso e puxar para a claridade do corredor.

— Obrigado, eu já estava ficando cansado! — e respirando como quem quer sugar todo o ar de uma vez, ele se levantou e olhou para ver quem era, sentido-se surpreso por ter sido novamente salvo pela mulher de cabelos muito vermelhos ele a encarou enquanto ouvia-a falar:

— FADAS MORDEDORAS não são muito perigosas, mas são extremamente difíceis de se escapar, não acha Harry? — e com um grande sorriso ela virou-se tomando o caminho para o hall.

— OK! — falou Harry para si mesmo, e saiu atrás da mulher alcansando-a bem a tempo de perguntá-la:

— Como sabia que eu estava lá em cima naquela sala, e por que todos estes feitiços na casa? — a mulher ia começar a responder quando a porto da sala se abriu e por ela saiu a dona da casa, muito sorridente.

— Ah, falou a Harry, pensei que já estaria em casa, bem já que não está, Liwergen, deixe-o ficar mais um pouco para comer uma comida dessente! — disse a senhora Figg muito animada.

— Tudo bem, ele não come já faz horas! — e olhando para Harry disse: — acho melhor continuarmos nossa conversa mais tarde, não é mesmo? — a bruxa se virou para a cozinha e entrou para ajudar a Senhora Figg a preparar o lanche.

Uma hora depois Harry se sentiu novamente em Hogwarts, com pratos cheios de doces, pastéis, tigelas de mingau, batatas assadas, jarras com suco de abóbora, tudo estava delicioso, o garoto comeu como há muito tempo não comia, já que na casa dos Dursleys Duda ainda estava de regime e isso significava estado de fome para todos da casa, Harry sentia seus músculos relaxarem e sentia um profundo sono lhe invadir, ele só se levantou para voltar a deitar-se de novo em um dos puffs que tinha na sala, tudo começava a sair e entrar em foco até que finalmente ele adormeceu e ficou ali por três maravilhosas horas onde um sono calmo e tranqüilo lhe envolvia, ele sentia que poderia dormir ali para sempre.

Pouco a pouco o menino foi acordando do pesado sono que estava, ele pegou seus óculos que tinham escorregado de seu rosto e agora estavam no chão perto de onde o garoto estava sentado, ele endireitou-se saindo em direção a cozinha que era muito bem iluminada e tinha grandes prateleiras cheias de frascos e panelas e uma mesa grande de uma cor carvalho antigo e sentada ali estavam Liwergen e Figg, um grande caldeirão borbulhava no fogo exalando um cheiro muito bom.

— Que bom Liwergen, não precisaremos mais chamar um príncipe para acordá-lo! — disse a senhora Figg quando o viu entrar na cozinha.

— Harry já está ficando tarde, é melhor irmos para sua casa! — falou ela levantado-se muito rápida e indo na direção do garoto.

— Hum... OK. — e saiu andando para acompanhar a bruxa que já estava na porta de saída —Tchau, senhora Figg — disse Harry muito bem humorado.

Uma brisa suave e terna soprava naquela tarde na rua dos Alfeneiros, e um sentimento de paz invadiu o coração do jovem bruxo, nem parecia que a menos de doze horas atrás ele estava lutando desesperadamente para não ser pego por comensais da morte e entre eles o mais perigoso de todos, Lúcio Malfoy.

— Um belo dia para praticar quadribol, não acha Harry? — disse a mulher com uma expectativa fora do normal na voz.

Talvez ela estivera pensando na mesma coisa que ele, mas naquele momento tudo que Harry desejava era rever o campo de quadribol de Hogwarts, voar por aqueles céus atrás do pomo de ouro, ouvir a multidão gritando seu nome por ter ganhado a partida...

— H-A-R-R-Y! H-A-R-R-Y! — parecendo que ele acabara de acordar de um tranze, olhou assustado para a bruxa que estava lhe balançando. — seja bem vindo de volta a Terra! — disse ela com ironia — vá, entre em casa, depois nos encontramos! — com essas palavras ela se transformou em coruja novamente e saiu voando pela rua deserta.

Não sabia bem por que se sentia tolo, Harry abriu a porta e já estava no segundo degrau da escada quando Duda sai de um canto da sala e gritava a todos pulmões:

— PAPAI, ELE ESTA AQUI, ELE VOLTOU, PAPAI, ELE ESTA EM CASA, VENHA AQUI!! — Antes que ele pudesse sequer pensar foi puxado pelo primo e caiu escada abaixo.

Tio Valter veio em disparada para cima de Harry como um rinoceronte enfurecido, agarrando o garoto pela camisa e cuspindo as palavras mais do que propriamente falando:

— SEU MOLEQUE ATREVIDO, QUE CONVERSA FOI AQUELA, AQUELA DE TRAZER AQUELE MONSTRO PARA DENTRO DA MINHA CASA, E AINDA PIOR, AQUELA LOUCA NOS, NOS... — era notável que a palavra “ENFEITIÇAR” estava queimando suas entranhas e que seria esperar de mais que Tio Válter a pronunciasse - HÁ, VOCÊ SABE O QUE FIZERAM CONOSCO! — terminando a frase que tinha deixado pela metade.

Harry abriu a boca, mas, para sua própria surpresa, o que saiu de lá foi uma voz suave e muito bem equilibrada, mesmo que sua vontade era de poder estuporá-lo de novo:

— Sei o que fizeram, mas não é culpa minha e se tem alguma reclamação a fazer pode se entender com quem fez o feitiço, ela está, agora, na frente de casa e tenho certeza de que ficaria extremamente feliz de fazê-lo de novo!

Com essa frase Tio Válter soltou o garoto trêmulo, Tia Petúnia, com seu corpo ossudo e cara de cavalo, saiu como uma cobra de trás do marido e foi espiar pela janela se o que o menino dizia era verdade.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! — Um grito escapou da boca cheia de dente cavalescos antes dela levar as duas mãos a boca e sair andando de costas até se encontrar com a parede, os olhos vidrados na janela como se tivesse visto um fantasma.

Tio Valter, ao ver a reação da mulher, olhou para Harry e depois perguntou a mulher, ainda fitando o garoto, pelos olhinhos espremidos:

— Petúnia, o que foi? Não me diga que AQUELA LOUCA ESTÁ AÍ FORA? ESTÁ?! — ele percebeu o olhar angustiado da mulher — LEVE O DUDINHA DAQUI, PETÚNIA! E QUANTO A VOCÊ MOLEQUE, É MELHOR QUE NÃO SE ENVOLVA, ESSA ABERRAÇÃO DOMINOU-ME UMA VEZ, MAS NÃO TERA TANTA SORTE DESTA VEZ!! — terminou de bravejar na mesma hora que Tia Petúnia tentava arrastar o filho, que estava imóvel, paralisado pelo medo, e repetia baixinho:

— Não, mamãe, não deixe-a me pegar, ela quer me transformar num... Num... — Harry viu o primo apertar com tanta força o bumbum que não sabia como não o tinha arrancado fora, sempre fazia isso quando encontravam com qualquer tipo de bruxo, talvez por causa dos seus últimos encontros com eles, o primeiro tinha sido há cinco anos atrás, quando Harry descobrira seu passado e Hagrid fez crescer um rabo de porco, o segundo encontro fora há dois anos quando Fred e Jorge Wesley tinham dado-lhe um caramelo incha-língua, o último, porém, era o que Harry achava que mais medo trouxe ao primo, quando, no começo do ano passado, ele quase fora dementado por dementadores mandados por Dollores Umbridge.

Retomando a atenção para o que Tio Válter estava fazendo, Harry viu que ele tinha saído para a rua, que hoje estava totalmente deserta e, pegando uma pá de jardim, investiu aos berros contra alguma coisa que voava por ali.

— SAI SUA COISA ANORMAL, SEU MONTE DE LIXO, NÃO PERMITIREI QUE ENTRE MAIS EM MINHA CASA, NEM QUE A TRANSFORME EM SUA CASA, JÁ DISSE ÀQUELE VELHO CADUCO QUE NÃO QUERO NENHUM DE “VOCÊS” AQUI PERTO DA MINHA FAMÍLIA — e descendo a pá com toda a força em cima de um animal que Harry reconheceu como Liwergen.

O que aconteceu depois nem Harry consegui entender direito.

— PAM!!!!!!

Harry viu Tio Válter ser arremessado dois metros para trás antes de presenciar a coruja-igreja se transformar na linda mulher que tinha salvado-o na noite anterior, viu também com profundo prazer às caras dos Tios e do primo se contorcerem de horror ao verem o que a mulher acabara de fazer, Tia Petúnia largou Duda e saiu correndo em direção ao marido que ainda estava caído no chão, abaixando-se para ver se ele estava machucado, ela tinha lágrimas nos olhos e quando a bruxa se aproximou deles ela imediatamente levantou-se pegando uma vassoura e apontando em direção a bruxa, falou entre grandes soluços:

— SAI DE PERTO DA MINHA CASA, NOS DEIXE EM PAZ, VOCÊS SEMPRE APARECEM PARA ESTRAGAR TUDO, NOSSAS VIDAS ERAM PERFEITAS ANTES DE VOCÊS TRAZEREM ESSE GAROTO NOJENTO PARA CÁ, MESMO COM TODA SUA ANORMALIDADE EU CUIDEI DELE QUANDO AQUELA COISA MATOU A ABERRAÇÃO DA MINHA IRMÃ, E SEMPRE ATURAMOS SUAS MAL-CRIAÇÕES, MAS AGORA CHEGA!!! ESTÁ ME OUVINDO, GAROTO IMBECIL, CHEGA!! VOCÊ NÃO ENTRERÁ MAIS EM NOSSAS VIDAS, PODE FICAR COM SEU MUNDO RIDÍCULO E DEIXAR-NOS EM PAZ. — Harry não acreditava no que estava ouvindo, Tia Petúnia o mandara embora de casa, para onde iria?

— Como? O que disse? — perguntou o bruxo incrédulo

— É COMO VOCÊ OUVIU, NÃO ME IMPORTO NEM UM POUCO COM O QUE POSSA LHE ACONTECER, SÓ QUERO QUE SAIA DA MINHA CASA! AGORA! HOJE! JÁ!

— NÃO PODE MANDÁ-LO EMBORA! VOCÊ PERDEU O JUÍZO, ESTÁ LOUCA POR ACASO? JÁ SE ESQUECEU DA ULTIMA VEZ??? — disse a bruxa muito transtornada por ouvir Petúnia dizer tamanha barbaridade.

— POR ME LEMBRAR MUITO BEM O QUE ACONTECEU É QUE QUERO ESTE MOLEQUE LOGE DAQUI, NÃO PERMITIREI QUE O SANGUE-RUIM DA OUTRA PREJUDIQUE OU PONHA EM PERIGO MEU MARIDO E FILHO, LEVE, LEVE-O PARA O INFERNO SE QUISER, MAS TIRE-O DAQUI!!!!! — disse tia Petúnia com a voz decidida, mas não esperava que a mulher fosse responder como respondeu, pegando a varinha e apontando diretamente para Petúnia, Liwergen começou a falar:

— COMO SE ATREVE A FALAR ESSAS BARBARIDADES, SANGUE-RUIM QUEM TEM É VOCÊ, TROUXA IMUNDA, ABERRAÇÃO SEM UM PIGO DE SANGUE BRUXO NAS VEIAS, VOCÊ NÃO VAI INSULTAR A MEMÓRIA DE LÍLIAN OU TIAGO NA MINHA FRENTE, É MELHOR QUE COMECE A PEDI DESCULPAS AO HARRY, E PENSAR SENTI-ME CULPADA QUANDO OS ESTUPOREI, MERECIAM COISA MUITO PIOR!!!!!!!

E apontando a varinha para a cara de cavalo de Tia Petúnia, a bruxa conjurou um feitiço que fez aparecer inúmeros brotos no rosto e no resto do corpo ossudo, fazendo Duda saltar par trás da poltrona, Tio Valter continuava desacordado, Tia Petúnia soltou uma exclamação de terror, mas que de nada impediram que Liwergen entrasse na casa e mandasse Harry pegar suas coisas.

— Vá pegar suas coisas, você não fica mais nem um minuto aqui!!!!!!! — disse enquanto olhava Petúnia choramingar do lado de fora da casa.

Harry subiu como um foguete para seu quarto, pegou os exemplares de diversos livros debaixo da cama e enfiou todos os seus pertences de qualquer jeito no malão, saindo vinte minutos depois com as mãos cheias de coisas. — VINGATTIUM LEVIULSA! — disse a voz na mulher no hall e o malão do garoto saiu levitando escada abaixo.

— Bem, esta tudo aqui? Muito bem, então vamos! — Harry saiu acompanhado de perto pela bruxa, ele tinha nas mãos a gaiola vazia de Edwigens e na outra sua vassoura, uma Fireboot original, presente de seu padrinho Sírius.

A rua estava começando a encher de gente quando Harry e Liwergen já estavam na frente da casa da senhora Figg, quando eles entraram perceberam que a senhora Figg tinha ficado muito feliz dele começar a morar ali por enquanto, a bruxa mostrou a Harry aonde ele iria dormir e deixou para arrumar suas coisa visivelmente transtornada.

Os dias que se passaram foram de extrema tranqüilidade, Harry era constantemente incentivado a ler ”Hogwarts: Uma historia” pela senhora Figg que pedia sempre a ele que lesse para ela as historias de Hogwarts.

— A floresta proibida é o lugar que apresenta o maior número de espécies mágicas do mundo bruxo, foi criada pelo ministério da magia há mais de duzentos anos, servindo de lar para espécies como LOBISOMENS, ARANHAS GIGANTES, CENTAUROS, TESTRÁLIOS, BICHOS-PAPÕES, TRASGOS, UNICÓRNIOS, PELÚCIOS, EXPLOSIVINS, entre outros, todos remanejados pelo ministério, a floresta esconde criaturas muito perigosas e raras... — lia Harry para a atenta senhora Figg. Um dia, enquanto Harry lia para senhora Figg, uma pessoa bateu a porta, a bruxa de cabelos vermelhos foi abrir, o garoto pode perceber que se tratava de uma pessoa muito grande, “HAGRID, é claro, ele voltou com AQUILO”, pensou ele fechando o pesado livro e correndo para falar com o guarda-caça.

— HAGRID! HAGRID! — disse Harry ao passar pela porta e dar de cara com o corpo maciço de um grande animal. — AI, BICUÇO!! — disse o garoto surpreso por dar de cara com o bicho, ele se lembrava como a bruxa não tinha gostado nem um pouco do animal ter vindo da ultima vez e parecia que também não estava gostando nada dele estar ali.

— Não acredito que você trouxe esta... — parecia que ela não tinha adjetivos para dar ao animal. — este ANIMAL!!! Não percebe que ele é enorme, não podemos dar bandeira, Hagrid!!! — terminou de falar dando um olhar de desaprovação ao animal que brincava agora com as estátuas de gnomos no jardim. — Harry, você conversa com ele mais tarde preciso pegar uma encomenda, está bem? — falou ela quando o garoto abriu a boca para falar com Hagrid.

Um sonoro OK! saiu da boca do menino quando ele respondeu, ele percebeu que o guada-caças tinha uma coisa saindo do grande bolso do casaco de toupeira, era algo de cor azul-turquesa com grandes estrelas branco-prateadas que Harry viu Hagrid colocar rapidamente para dentro quando percebeu que o garoto estava olhando o objeto, e, entrando na casa, os dois foram direto para uma porta escondida por trás de uma tapeçaria, saindo horas depois.

—Ah!, Harry, tenho uma coisa aqui para você! — e procurou em muitos bolsos antes de tirar três envelopes e entregar dois de uma vez, o primeiro tinha uma letra bem feita e muito organizada que Harry identificou como sendo de Mione, já a segunda tinha uma letra feia e bem difícil de se compreender, era sem duvidas a letra de Rony, mas a última carta Hagrid fez ele prometer que não abriria até chegar em Hogwarts, disse mais que era de Lupin e que era melhor não mostrar nem a Hermione nem a Rony.

— Sabe, Lupin me fez prometer que te entregaria pessoalmente! — falou o meio gigante olhando para Harry — deve ser algo muito importante para ele se preocupar tanto! — completou ele com um pouco de curiosidade na voz. — bem, é melhor eu ir embora, tem certeza que não quer o Bicuço, ele pode ser de grande ajuda lá dentro, Penélope? — disse ele olhando para a mulher.

— Não Hagrid, muito obrigado não será necessário! A propósito, diga que logo estaremos na Ordem!! — terminou ela de disser com muito entusiasmo.

— Adeus, Harry, e cuide-se bem, obedeça a Strª Liwergen! — disse o guarda-caça dando um grande abraço antes de ir embora. — conversamos melhor depois!! —disse antes de sumir totalmente.

Harry viu com profunda tristeza Hagrid desaparecer com Bicuço no entardecer avermelhado do céu, estava fazendo um entardecer lindo, ele viu Duda e os seus amigos passarem sem nem olhar de lado, de repente Harry se viu pensando nas palavras que Hagrid e Strª Liwergen tinha trocado na noite do seu ataque “o que será que ela quis dizer com ‘eu também não gosto nada de termos que descer tão baixo’”, pensava ele curioso, e o que será que era aquele objeto azul-turquesa, sem perceber a noite foi se aproximando e com ela aos acontecimentos que antecediam sua volta a Ordem.

Harry entrou para o jantar e reparou que tanto Penélope quanto a senhora Figg estavam muito quietas até pouco tempo antes do final do jantar ninguém tinha dito uma única palavra — Harry, quero que suba e arrume suas coisas — disse finalmente a mulher — nós vamos para a ordem hoje! — Harry, balançou a cabeça afirmativamente e, empurrando o prato para frente ele se levantou e foi até seu quarto para arrumar tudo como Penélope tinha lhe pedido, voltando minutos depois com seu malão feito. Ele encontrou as duas mulheres sentadas na sala, Liwergen se levantou ao ver o garoto se aproximar e com um gesto mandou que ele deixasse-se o malão no chão — Harry, quero que saiba que não gosto nada de ter que fazer isso, mas é o único jeito — e estendendo duas capas azul-turquesa com estrelas branco-prateadas em cima da poltrona — essas são capas-entra-quadros, isso é, com essas capas se pode entrar e caminhar por dentro dos quadros, Harry, acho que você não sabe, mas todos os quadros são ligados pelo labirinto das chamas e só se pode entrar dentro de um quadro 1º se tiver uma capa dessas e 2º se tiverem um quadro negro para servi como entrada, acho que já percebeu o que isso significa não é Harry?

— Quer disser magia negra! — disse ele atentamente para saber mais de como iria para a Ordem.

— Você se lembra de uma casa em ruína que tem no caminho para o outro quarteirão? — o menino confirmou com a cabeça — Bem, lá tem um desses quadros negros e por ele vamos voltar a Ordem, Harry você entendeu?

— Nós vamos para aquela casa, entramos no quadro negro e saímos na Ordem é, entendi tudo! — falou ele com uma falsa animação na voz — e quanto ao meu malão nós vamos levar ele agora?

— Não, não, depois alguém vem pegar, pegue sua capa e vista! — disse ela olhando a rua calma e silenciosa lá fora, ela pegou sua varinha e conjurou “aquele feitiço”, Harry novamente sentiu como se estourassem um ovo em sua nuca e o mesmo fosse escorre-se por todo seu corpo e de novo ele se sentiu como um camaleão que se torna invisível adquirindo a cor do ambiente — Bem, estamos prontos? — falou uma voz invisível.

— Sim — respondeu a outra voz e saíram pela rua deserta, andando apresadamente, não demorou muito até eles estarem na frente da antiga casa e entraram sem muitas conversas, Harry nunca tinha entrado ali antes, ele viu as coisas jogadas pelos canto cheios de poeira, Penélope subiu as escadas com cuidado e logo atrás estava Harry, uma lembrança estranha surgiu na sua mente, era a figura de um homem baixo muito feio e que tinha traído seus melhores amigos por causa de bruxo das trevas, Rabicho a lembrança do que ele lhe tentara dizer começava a tornar em sua mente como um filme até que ele ouviu Penélope parar em frete de um quadro totalmente negro com molduras douradas, ela se virou para Harry e disse:

— Não se distancie de mim, fique atento e vamos entrar!!! — e com essas palavras eles passaram pelo quadro negro, a sua frente Harry sentiu uma onda de calor atravessar seu corpo, e no momento seguinte estavam cercados por milhares de pequenas janelas fumegantes que giravam, trocavam de lugar o caminho por onde a Strª Liwergen estava indo era extremamente iluminado, o bruxo viu que as chamas douradas faziam movimentos para cá e para lá como se dançassem, então quando o garoto se apressou para alcançar a Strª Penélope notou que o caminho começou a movimentar-se e as chamas douradas se dividiram e deram origem a chamas verde-esmeralda fazendo toda a sala girar em direção oposta, o movimento da sala foi tão forte que eles foram atirados em direção diferentes, Harry sem perceber ultrapassou uma dessas janelas e começou uma queda sem fim batendo violentamente no chão de grama verde, o garoto ficou um instante desacordado por causa da pancada, mas logo recobrou a consciência.

O lugar onde ele tinha caído era idêntico a sala de aula de “Firenze” o centauro que dava aulas de adivinhação, no chão tinha uma grama muito verde com folhas secas que dava idéia de selva, tinha uma mesa com muitos livros e uma bola de cristão, havia também um grande caldeirão que fumegava algo que, pelo cheiro, era uma infusão de ervas muito fortes pois incensava toda sala, ainda tinha um espelho que Harry reconhecia como 0 “Espelho De Ojesed”, ele se levantou e viu que tinha muitas portas por trás do caldeirão “uma dessas portas deve me levar de volta ao labirinto” pensou ele “mais qual? Há milhares e se eu escolher a porta errada?”.

Ele foi até a frente do espelho e ficou se olhando, o Harry do espelho estava sorrindo ao lado de Sírius e de seus pais, o verdadeiro Harry pegou uma pedra no chão e jogou com toda sua força contra o espelho que se quebrou, mas depois de alguns estantes rejenerou-se mostrando o Harry do espelho colocou a mão no bolso e tirou de lá uma esfera brilhante que tinha uma varinha no meio que girava compulsivamente e, dando um grande sorriso voltou a colocar-la no bolso, o Harry verdadeiro reconheceu o objeto como sendo o presente que Dumbledore tinha lhe mandado, mas o que ele estaria fazendo no seu bolso era tão absurdo aquilo ser real que ele nem queria conferir quando lhe veio à mente à cena de cinco anos atrás quando estava diante do mesmo espelho e do nada também conseguiu tirar do bolso a pedra filosofal.

O bruxo suava frio agora e respirava como se tivesse corrido por um quarteirão inteiro, decidindo fazer o que seu reflexo tinha mostrado ele escorregou a mão úmida de suor para dentro do bolso e para seu espanto tocou em algo, puxando o objeto percebeu que era o mesmo que seu reflexo tinha lhe mostrado sentido-se totalmente atordoado por ter encontrado tal objeto em seu bolso, Harry notou que a esfera agora tinha um estranho brilho e começara a debater-se em sua mão como o pomo de ouro quando era pego, ele esticou a mão abrindo-a o cheiro forte das ervas estavam entorpecendo sua mente, antes porém de Harry sentir-se tonto ele notou que a listra dourada do presente tinha enlarguescido e agora parecia um anel ao redor do presente, a varinha girou duas voltas inteiras antes de parar em direção a uma porta pequena de cor cinza-chumbo que estava escondida pela fumaça.

Uma suave brisa tinha aparecido e tudo que o garoto tinha em mente era que de alguma forma aquela coisa tava tentando lhe mostrar o caminho de volta, ele colocou o objeto de volta no bolso e, pegando a varinha ele foi em direção da porta escolhida, estava a dois passos da porta quando finalmente parou ele, hesitou de início, mas depois esticou a mão para empurrar a porta, porém antes de toca-la ela se abriu com um CRAK ensurdecedor e o garoto foi jogado de volta ao corredor de chamas douradas e dançantes, um pouco tonto e com a vista embaçada Harry levantou-se cambaleando reparando que a sala iria mudar de posição de novo ele se jogou no chão agarrando-se bem a tempo de não ser arremessado novamente para outra sala, o que veio a seguir nem Harry saberia ao certo se estava tendo uma alucinação por causa das tontura ou se realmente ele tinha visto o que pensara ter visto.

Harry ficou ali parado sem reação, aquilo era simplesmente impossível, ele tinha acabado de ver alguma coisa, alguém, passar por entre as chamas verde-esmeralda — SÍRIUS! SÍRIUS BLACK! SÍRIUS!!! — gritava Harry sem acreditar “não, não pode ser Sírius, não, como pode?” pensava o jovem bruxo desesperado “tenho que ir atrás dele, tenho que encontra-lo” Harry agora estava às lagrimas em pensar que seu padrinho pudesse ainda esta vivo, e, mas por impulso do que por qualquer outra coisa, ele se levantou em meio ao turbilhão de chamas e tentou desesperadamente chegar à janela onde vira Sírius passar, mas para a infelicidade do garoto a força das chamas foi mais uma vez mais forte fazendo com que o garoto caísse de costas e fosse arrastado para mais uma janela, caindo pesadamente no chão úmido e sujo de algum lugar.

Ele ficou de pé de um pulo virando-se para ver onde estava e como poderia voltar para procurar Sírius “não, ele não estava ficando doido, tinha total consciência que tinha visto seu padrinho passar por entre as chamas das janelas” repetia a todo minuto para não cair na tentação de pensar que estava endoidecendo de tristeza, ele realmente tinha visto Sirius ou o que quer que tivesse passado pelas chamas e percebendo que o lugar que tinha caído se travava de um beco, ele achou melhor sair dali mas antes deu uma última olhada para ver se podia voltar dali mesmo, mas só o que encontrou foi um tipo de pôster comsumido-se pelas chamas assim como um berrador ao dar seu recado, Harry caminhou depressa para o que parecia ser a rua e quase correndo ele se viu parar diante de um poste que lhe dera a maior das noticias, estava parado bem em frente no poste que dizia em letras garrafais:
LARGO GRIMMAULD


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