Lily



Cap. 1 – Lily

Olá a todos, eu chamo-me Lilian Evans, mas os meus amigos chamam-me Lily, tenho 17 anos, tenho cabelos longos ruivos e olhos verdes. Estou a estudar no sétimo ano, em Hogwarts, a melhor escola de feitiçaria de Inglaterra.
Vou começar a falar de momentos que aconteceram na minha vida, desde que recebi a carta de Hogwarts, quando tinha onze anos. Quando terminar os meus relatos, irei falar melhor do que é a minha vida, da responsabilidade que é ser Monitora-Chefe e como não é fácil lidar com o amor.

Início do Flashback

Tinha feito os meus onze anos há uns dias atrás, quando fui surpreendida por uma coruja, que estava empoleirada na janela do meu quarto. Fiquei admirada e curiosa, pois pensava que as corujas só saíam à noite. Abri a janela e a coruja entrou e empoleirou-se numa cadeira, fechei novamente a janela e dirigindo-me à coruja reparei que ela tinha uma carta presa à pata. Desamarrei a carta e abri-a assim que vi o meu nome impresso no endereço. E era o seguinte que lá estava escrito:

“ Escola Hogwarts de Magia e Feitiçaria”

Director: Albus Dumbledore
(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Feiticeiro Chefe, Mandatário-Supremo, Confeder. Internacional de Feiticeiros)

Cara Miss Evans
É nosso prazer informá-la de que tem um lugar à sua espera na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Junto enviamos uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano lectivo começa a 1 de Setembro. Queira enviar-nos a sua coruja até dia 31 de Julho, sem falta.
Atenciosamente
Minerva McGonagall
Subdirectora

Após ler a carta, várias perguntas apareceram na minha cabeça. Dirigi-me às pessoas que podiam responder às minhas perguntas: os pais. Desci para a cozinha de modo a falar com a minha mãe, já que o meu pai tinha ido trabalhar.
- Mãe, que escola é esta? Eu sou uma bruxa? Porquê – perguntei.
- Uma pergunta de cada vez. Essa é a escola onde vais entrar assim que eu mandar a coruja de volta. – falou a minha mãe. – És uma bruxa, porque há antepassados na família do teu pai que foram bruxos. Tanto eu como o teu pai somos abortos, ou seja pessoas que têm pais bruxos, mas que nasceram sem poderes mágicos. Tanto os meus pais comos os teus avós paternos ficaram desapontados por perceberem que eu e o teu pai tínhamos nascido sem poderes mágicos. O teu pai tinha perdido as esperanças tivesse filhos com poderes mágicos, pois quando Petúnia nasceu, não demonstrou nenhum poder mágico. O teu pai e os teus avós ficaram mais alegres depois de tu nasceres, pois demonstrastes que irias ser uma feiticeira.
- Então é por isso que às vezes quando eu estava triste ou zangada, fazia acontecer coisas, não é verdade? – perguntei, ao me recordar de certas situações que me aconteceram.
- Sim, é verdade. – confirmou a minha mãe. – Amanhã iremos comprar os teus materiais para a escola. Agora traz a coruja para eu responder a Dumbledore.
Enquanto fui buscar a coruja, a minha mãe escreveu a resposta para Dumbledore.
Voltei para o meu quarto e fiquei a pensar naquilo que a minha mãe me tinha dito. À noite o meu pai deu-me os parabéns por ter sido aceite em Hogwarts e reparei que a única pessoa que não estava contente era a minha irmã mais velha, mas não liguei muito, pois sabia que ela não gostava muito de mim e passava quase todo o tempo a implicar comigo.
No dia seguinte, fui com os meus avós maternos à Diagon-Al, onde iria comprar os meus materiais. Fiquei muito encantada com as coisas que vi por lá. Para mim o mais engraçado, foi quando tive de escolher a minha varinha, pois demorei muito tempo até ter encontrado a varinha que era perfeita para mim. Comprei todos os materiais que precisava e no fim só faltava comprar o meu animal de estimação. Quando entrei na loja fiquei bastante indecisa em relação ao animal que queria, pois fiquei indecisa entre as corujas e os gatos. Perguntei à minha avó se não podia ficar com dois animais, ao que ela me respondeu que podia, mas depois só poderia levar um deles para Hogwarts, pois não eram permitidos mais de dois animais de estimação. Acabei por me decidir por uma coruja, pois esta seria muito mais indicada quando eu quisesse mandar notícias para os meus pais.
Os restantes dos dias decorreram calmamente tirando as vezes que Petúnia vinha até ao meu quarto só para me chatear, chamando-me de aberração, anormal entre outras coisas. Cá para mim, ela tem é inveja de eu ter a atenção dos meus pais toda só para mim.
Finalmente tinha chegado o dia de embarcar para Hogwarts. Fiquei bastante chateada, pois devido às birras da minha irmã, a minha mãe ficou em casa para ficar com ela, enquanto o meu pai me iria levar à estação de King’s Cross. O meu pai explicou-me como atravessar a barreira e lá fui eu. Despedi-me e entrei no comboio com a intenção de encontrar uma cabine. Após verificar muitas cabines, acabei por encontrar uma cabine que só tinha um rapaz como ocupante. Abri a porta e perguntei se podia entrar, ao que o rapaz respondeu afirmamente. Entrei e após colocar as minhas coisas no sítio, sentei-me de frente para ele e apresentei-me:
- Olá, o meu nome é Lilian Evans, mas os meus amigos chamam-me de Lily. – disse. – E tu, como te chamas?
- O meu nome é Remus Lupin. – respondeu o rapaz, olhando para mim, mas logo desviando o olhar, dirigindo-a para a janela.
Achei-o um rapaz calmo, que não gostava muito de falar. Olhando-o o melhor reparei que os seus cabelos eram da cor da palha, e que no pequeno vislumbre que tive dos seus olhos, reparei que eram castanhos-claros. O comboio estava quase a partir quando a porta se abriu revelando uma rapariga baixa, roliça, de cabelos e olhos castanhos e que perguntou se podia ali ficar, pois as outras cabines estavam cheias. Tanto eu como Remus respondemos afirmamente e a rapariga entrou e após arrumar as suas coisas, sentou-se ao meu lado e apresentou-se:
- Olá aos dois! Eu chamo-me Alice Meadows. – disse a rapariga. – Como vocês se chamam? Também é o vosso primeiro em Hogwarts?
- Olá, eu sou a Lilian Evans, mas se quiseres chama-me só de Lily. – adiantei-me eu a responder. – E para mim, este é o meu primeiro ano em Hogwarts.
- Eu chamo-me Remus Lupin. – respondeu o rapaz, após um breve silêncio. – E também vou entrar em Hogwarts este ano.
Já o comboio tinha deixado a estação quando a porta se abriu revelando três pessoas, dois rapazes e uma rapariga. Perguntaram se ali podiam ficar e após terem tido respostas positivas dos ocupantes da cabine, entraram e após arrumarem as respectivas coisas, sentaram-se, a rapariga ao lado de Alice e os dois rapazes ao lado de Remus. Os três apresentaram-se:
- O meu nome é Sirius Black. – disse um dos rapazes que tinha os olhos e cabelos negros.
- O meu nome é Andrómeda Black e sou prima de Sirius. – respondeu a rapariga, que era como o primo, com os olhos e os cabelos negros. – Mas gosto que me tratem por Andie.
- O meu nome é James Potter. – finalizou o outro rapaz, que também tinha os cabelos negros, um tanto bagunçados e os olhos castanhos. – E vocês, como se chamam. É o vosso primeiro ano em Hogwarts?
Todos nós dissemos os nossos nomes e ficamos a saber que para James e Sirius aquele seria o primeiro ano em Hogwarts, mas Andromeda já andava no quinto ano e tinha-se tornado monitora dos Ravenclaw, a casa onde tinha sido colocada.

Fim do Flashback

Foi nesse dia que eu conheci os irritáveis do Potter e do Black. Mas foi nesse dia que eu também conheci aquelas que viriam a se tornar as minhas melhores amigas: Alice Meadows, Andromeda Black e mais tarde durante a viagem de barco no lago, conheci Giselle Mudrose e Priscila Donovan, já que eu, Alice fomos no mesmo barco que elas. Giselle era uma rapariga bonita de cabelos encaracolados pretos e olhos castanhos e revelou-se uma pessoa muito simpática e extrovertida e Priscila era uma rapariga não muito alta, com cabelos castanhos cacheados, que lhe batiam nos ombros e que constantemente lhe caem na face e tinha as curvas bastante definidas e era uma rapariga bastante extrovertida e que rapidamente se tornou popular, e embora tivesse sempre muita gente ao seu redor ela nunca esquecia as suas verdadeiras amigas. Adorei imenso os meus primeiros contactos com Hogwarts, e adorei Hagrid, que embora fosse muito alto e um pouco assustador, ao contrário da impressão que tinha dele, o guarda dos campos revelou-se uma pessoa bastante alegre e meiga, embora mais tarde não entendesse a sua atracção por criaturas mágicas perigosas, as quais ele adorava muito.
Eu fiquei um pouco assustada quando chegou a hora da selecção, mas quando a vice-directora me pôs o chapéu na cabeça o meu medo dissipou-se e acabei por ser seleccionada para os Gryffindor, assim como James, Sirius, Remus, Giselle, Alice, Priscila, Frank e Peter. A partir desse dia eu, Alice, Giselle e Priscila passamos a andar sempre juntas e raramente nos separávamos, de vez em quando tendo a companhia de Frank ou de James, Sirius e Remus que se auto-intitulavam como os Marotos. Só quase no final do primeiro ano é que Peter entrou para os Marotos. A minha amizade com os Marotos durou até cerca do terceiro ano, pois até essa altura eu divertia-me com as brincadeiras deles e de vez em quando participava em algumas principalmente contra o seboso do Snape, que eu odiava pois não gostava quando ele me chamava de sangue de lama. Mas no terceiro ano, fui vítima de uma das partidas dos Marotos, que me magoou tão profundamente que acabei por passar a odiar todos os Marotos (excepto Remo), especialmente o Potter e o Black, que foram os autores da brincadeira.

Início do Flashback

Na noite anterior, tinha me deixado dormir já muito tarde, devido a ter participado nas brincadeiras dos Marotos, juntamente com Alice, Giselle, Priscila e Frank. Embora estivesse ainda muito sonolenta, rapidamente me levantei da cama pois tinha ouvido um grito vindo da sala comum. Desci para baixo, ainda em pijama, e vi que quem tinha gritado era Giselle, pois estava rodeada pelos Marotos, que usando vários feitiços, fizeram o cabelo dela mudar de cor tantas vezes que acabou por ficar parecido com um arco-íris. Eu teria rindo da situação, se não fosse pelo facto de Black me ter detectado nas escadas e ter praticamente me arrastado até ao meio do círculo, formando pelos Marotos e eles deixando Giselle de lado, começaram a lançar-me feitiços de mudança de cabelo. O divertimento deles foi tanto, que um deles sem querer usou um feitiço que fez com que o meu cabelo encolhesse tanto, que ficou tão curto que mal me tapava as orelhas. Só quando comecei a chorar, pois adorava o meu cabelo comprido (tinha-o deixado crescer tanto que já me chegava à cintura), começando a reclamar do que eles tinham feito ao meu cabelo. Remus ainda tentou desfazer o feitiço, mas ao não ser capaz, fez o meu desespero aumentar o que levou a que eu praticamente saísse a correr pelo retrato da Dama Gorda em direcção à sala da Professora McGonagall. Quem sabe se ela não me poderia ajudar.

Fim do Flashback

Bem, as minhas esperanças foram por água abaixo, quando ela me disse que não me poderia ajudar muito, pois embora o feitiço tivesse reversão, ela não iria ser capaz de fazer com que o meu cabelo ficasse do mesmo tamanho, antes do feitiço. Eu disse que não fazia mal, mas pelo menos ela conseguiu fazer com que o meu cabelo crescesse até à altura dos ombros. Não era muito, mas pelo menos ficava muito melhor. Lembro-me que nesse dia, os Marotos já nem sabiam aonde se haviam de esconder, pois passei o dia todo de mau-humor e cada vez que os via os meus gritos deveriam chegar até Hogsmeade. Foi por causa dessa situação que eu comecei a odiar três dos Marotos (excepto Remus, claro), principalmente James Potter e Sirius Black que tinham sido os autores da brincadeira. Foi a partir desse dia que eu comecei a brigar constantemente com James e a puramente odiá-lo com toda a minha alma. Nunca os perdoaria por aquilo que eles me fizeram. Mas enfim, os nossos grupos separaram-se e os quatro Marotos continuaram juntos, enquanto que eu, Alice, Giselle e Priscila formamos outro quarteto, mas o nosso apenas se dedicava a estudar, a infernizar a vida dos Marotos estragando os planos deles e entregando-os de cada vez que eles aprontavam alguma coisa ou se metiam com outros alunos. E o ódio que eu nutria pelos Marotos era correspondido, pelo menos da parte do James e do Sirius, que ficavam uma fera de cada vez que eu estragava a diversão deles. E ainda ficou pior quando eu me tornei monitora. Aí é que eu comecei a irritá-los profundamente, pois de que cada vez que eles aprontavam alguma marotice, e eu os visse, punha-os de detenção. Acho que James e Sirius entraram para os recordes de detenções em toda a História de Hogwarts, porque até eu já perdi a conta da quantidade de detenções que eles apanharam. Quando o meu quinto ano começou, James embirrou comigo e de cada vez que me via, perguntava-me se eu queria sair com ele. E o pior era que ele aproveitava também para o fazer quando estava a aprontar.

Início do Flashback

Tinha acabado de fazer o meu NPF de Defesa Contra a Magia Negra e eu, Giselle e Priscila e tínhamos ido para a beira do lago para revermos as perguntas do exame, mas a uma determinada altura um barulho atraiu nossa atenção. Mais à frente, estavam o Potter, o Black, Remus e Pettigrew e eu pude ver que James estava a aprontar contra o seboso do Snape. Embora eu não gostasse daquele Slytherin asqueroso, vi que Snape estava em apuros pois o Potter tinha usado um Expurgar em Snape e este estava a sufocar. Levantei-me e aproximando-me do grupo, de modo a que eles parassem com aquela brincadeira estúpida. Potter e Black já tinham atraído a atenção dos alunos que estavam à beira do lago e que agora estavam a rodear os cinco assistindo ao espectáculo, uns visivelmente divertidos, e outros um pouco apreensivos.
- Deixem-no em PAZ! – gritei, atraindo a atenção de James e Sirius.
- Tudo bem, Evans? – Potter perguntou-me, mudando o seu tom irritante de sempre, para um tom agradável e mais profundo e maduro, mas que serviu para ainda me irritar mais.
- Deixem-no em paz. – voltei a repetir, olhando para Potter com enorme desagrado. – Que foi que ele vos fez?
- Bem. – começou Potter, parecendo pensar no assunto. – É mais pelo facto de existir, se percebes o que quero dizer…
Várias pessoas ao redor começaram-se a rir, mas eu não achei graça nenhuma. Potter estava a ser mesmo teimoso e convencido, como sempre. Black e Pettigrew também se riram, mas Remus que estava concentrado no livro também não se riu.
- Pensas que és muito engraçado. – afirmei, com frieza e com raiva do maroto. – Mas tu não passas de um idiota desprezível e arrogante, Potter. Deixa-o em paz.
- Obedeço-te se saíres comigo, Evans. – Potter declarou, irritando-me ainda mais. – Vá lá… sai comigo e nunca mais aponto a varinha ao velho Snivelly.
- Não saía contigo, Potter, nem mesmo que tivesse de escolher entre ti a Lula Gigante. – afirmei.
Olhando para Snape que já não estava sobre o feitiço Impedimenta e tinha pegado a sua varinha e apontava-a para o Potter, que não reparou, pois tinha a sua atenção em mim, assim como o Black.
- Azar Prongs. – declarou Black, voltando a sua atenção para Snape. – Cuidado!
Admirei os reflexos do Potter a esquivar-se do feitiço, mas ele ao fazer isso fez com que o feitiço viesse na minha direcção, pois ele estava à minha frente. Fiquei sem reacção e acabei por ser atingida pelo feitiço directamente no meu ombro. Vários alunos em volta gritaram, quando viram que eu tinha sido atingida. Eu não me lembro de mais nada a não ser ver um corte horrível no meu braço e de seguida desmaiei. Só acordei mais tarde na Ala Hospitalar com Alice, Giselle e Priscila ao meu lado.
- Estás bem? – perguntou Alice, preocupada.
- Acho que sim. – respondi, ainda atordoada. - O que aconteceu a seguir?
- Bem, o Potter e o Snape apanharam uma detenção. – explicou Giselle.
- Porque o Potter? – perguntei, curiosa.
- A professora McGonagall viu Snape a atacar-te e estava a aproximar-se. – respondeu Priscila. – Mas não a tempo de evitar que o Potter partisse para cima do Snape. Ambos tiveram de ir para a enfermaria para tratarem dos arranhões antes de irem ao gabinete da vice-directora.
Nesse momento, algo dentro de mim mudou ao ouvir que Potter tinha entrado numa luta por causa de mim. Mas logo esqueci ao lembrar-me que fora por causa dele e da sua implicância com Snape que eu estava na Ala Hospitalar. Bem, o certo é que a partir dessa altura, o Potter deixou de implicar com o Snape, pelo menos não na minha frente.

Fim do Flashback

Tirando isso o quinto ano tinha sido relativamente calmo, já que o Potter e Black andaram bastante calmos. E isso nunca significava coisa boa vindo daqueles dois, mas pela primeira vez pela minha vida, enganei-me porque os dois não aprontaram muito e era até estranho quando os quatro Marotos desapareciam de vez em quando e estranhei quando eles se começaram a chamar por alcunhas: o Potter era tratado como Prongs; o Black como Padfoot; o Remus como Moony; e o Peter como Wormtail. E comecei a estranhar o estranho desaparecimento de Remus, uma vez por mês, e quando eu voltava a vê-lo ele dava uma desculpa qualquer, que poderia convencer muita gente, menos a mim. No sexto ano, as minhas desconfianças ficaram maiores, quando eu às vezes notava que exactamente na mesma altura que Remus desaparecia, também acontecia o mesmo com Potter, Black e Pettigrew, que durante as noites de lua-cheia esgueiravam-se dos dormitórios (quem me disse isso foi Frank Longbottom, que partilha o mesmo dormitório que os Marotos e que tinha começado a namorar com Alice no início do ano). Achei isso estranho e começando a observá-los mais atentamente, percebi que quando chegava na manhã seguinte após eles terem saído do dormitório e não regressarem, eles mostravam-se cansados, como se não tivessem dormido nada. Mas não tive tempo de investigar nada, pois o ano lectivo tinha terminado e então pensei que era melhor descobrir o segredo de Remus (pois eu não acreditava nas suas desculpas) e a razão porque os outros três marotos também desapareciam nas noites de lua cheia. Fiquei bastante alegre quando me tornei Monitora-Chefe, mas não fiquei nada satisfeita ao saber que o Monitor-Chefe era o Potter. Estranhei a escolha do director, pois o Potter nem Perfeito tinha sido. E com todas as minhas obrigações como Monitora-Chefe, acabei por me esquecer de investigar sobre os segredos que os Marotos escondiam. Só me lembrei disso numa noite de Setembro (as aulas tinham começado há duas semanas), quando Lupin desapareceu novamente. Mas dessa vez eu não ia deixar escapar e comecei a investigar. Comecei por apontar as datas em que Remus misteriosamente desaparecia e o seu estado quando regressava. Durante essa semana de Setembro, acidentalmente acabei por descobrir Remus na enfermaria (mas ele não me viu) e nessa mesma noite, por volta das nove e meia, eu vi dois vultos nos jardins a dirigirem-se para o Salgueiro Zurzidor e só vi um dos vultos a regressar, mas seria arriscado ir tentar ver quem era os vultos. Mas quando na noite seguinte, esperei nos corredores pelos dois vultos eles nunca apareceram e eu senti-me desapontada e voltei para a sala dos Gryffindor. Teria de esperar pela próxima lua cheia (que era quando Remus desaparecia) e que por acaso calhava na noite de Halloween. As semanas passaram e chegou a noite de Halloween. Eu para disfarçar, decidi que era melhor ir ao Baile, onde não era preciso acompanhante, e eu disfarcei-me de anjo. Saberia que Remus não viria ao baile, mas estranhei quando vi que o Potter, o Black e o Pettigrew também não tinham vindo. Quando eram quase nove e meia, esgueirei-me da festa e percorrendo os corredores da escola tentei encontrar os dois vultos, os mesmos que tinha visto à quase um mês atrás. Rapidamente os localizei e seguindo-os, apercebi-me que era Remus e a Madame Pomfrey. Continuei a segui-los em silêncio e mantendo uma distância razoável, vi que a enfermeira ajudava Remus a entrar numa passagem que o salgueiro zurzidor escondia. Escondendo-me, impedi que Madame Pomfrey me visse. Já ela tinha saído há algum tempo, quando três vultos se aproximaram do salgueiro e para meu espanto, vi-os transformarem-se em animais. Embora eles falassem baixo, eu tinha reconhecido as vozes deles: eram os outros três marotos. Graças à luminosidade da lua, vi que Potter se tinha transformado num veado, Black num cão e Pettigrew num rato. Agora eu sabia a que se devia as alcunhas deles. Vi que o rato se aproximou da árvore e carregando num nó, ela deixou de se debater. E entrou seguido do cão e do veado. Fiquei ali sossegada, encostada a um dos pilares do corredor, pois não me atrevia a aproximar do salgueiro. Fiquei aterrorizada quando ouvi uivos medonhos, provenientes de um ponto para lá da Floresta e dei-me conta de que deveria ser a Casa dos Gritos. Mas fiquei mais ainda, quando vi surgir da passagem, um pequeno rato que tocando novamente no nó, permitiu a saída do cão, do veado e de um lobisomem. Fiquei ali parada, olhando para os quatro vultos, completamente aterrorizada. Então aquele era o segredo de Remus: ele era um lobisomem, o que significava que eu estava em perigo, caso ele se apercebesse da minha presença. Mas os meus piores receios tornaram-se reais, quando vi o lobisomem a cheirar o ar e olhar na minha direcção. Eu não me conseguia mexer, vendo apenas a distância entre mim e Remus a diminuir. Felizmente para mim, o Potter e o Black também se aperceberam da minha presença e evitaram a tempo que Remus me atacasse. Vi todos os esforços deles para evitarem que o lobisomem me atacasse. Mas conseguiram e vi o Black e o Remus a desaparecer pela passagem. As minhas pernas não aguentaram mais e eu escorreguei para o chão, encostada ao pilar. Ainda estava a olhar aterrorizada para o lugar onde o Black e Remus tinham desaparecido, que nem me dei conta, que Potter tinha voltado à sua forma humana e se tinha aproximado de mim. Só me dei conta quando ele me pegou ao colo e me levou para a enfermaria.
- Madame Pomfrey. – ele chamou, assim que chegamos.
- O que aconteceu? – perguntou a enfermeira, saindo do escritório e olhando para mim.
- Aqui a Evans descobriu o segredo de Remus. E quase que foi atacada por ele. – Potter explicou à enfermeira. – Será melhor informar o director.
- Mas como ela conseguiu escapar sem nenhum arranhão? – a enfermeira perguntou, desconfiada.
- Porque eu a ajudei a fugir. – explicou Potter. – Eu usei o meu Manto de Invisibilidade para a pôr fora de perigo.
- É verdade, senhorita Evans. – perguntou-me a enfermeira, ainda desconfiada.
Fiquei a olhar para a enfermeira, sem saber que resposta dar. Pensei que ao dizer a verdade faria com que Potter, Black e Pettigrew fossem expulsos. E isso não seria justo, pois eles tinham salvo a minha vida.
- Sim, Madam Pomfrey. – confirmei ao fim de um curto silêncio. – O Potter salvou a minha vida arriscando a vida dele.
Senti que os olhos de Potter se fixaram em mim. Acho que ele não esperava que eu mentisse.
- Bem, se é assim, senhor Potter. – a enfermeira afirmou, finalmente convencida. – Traga a senhorita Evans para esta cama aqui.
Após me dar uma poção, senti que adormecia aos poucos. Mas antes de fechar os olhos, procurei pela mão do Potter.
- Obrigado. – agradeci e fechando os olhos, adormeci sem ouvir a resposta dele: de nada, Lily.
Na manhã seguinte, acordei e senti que o Potter ainda estava ao meu lado, mas estava adormecido e notei que nenhum de nós tinha soltado a mão do outro. Sentando-me, mas com cuidado para não o acordar, observei cada traço dele a dormir. James estava bastante pacífico a dormir. Espera aí, James?! Desde quando eu o tratava pelo primeiro nome?! Puxei abruptamente a minha mão, acabando por acordar o Potter.
- Bom dia! – ele cumprimentou, ainda numa voz sonolenta. – Estás melhor?
Estava tão compenetrada nos meus pensamentos e no conflito que tinha surgido dentro de mim após tratar o Potter pelo primeiro nome, que não ouvia a pergunta dele. Qualquer coisa tinha mudado dentro de mim na noite anterior quando o Potter salvou a minha vida e me apercebi que ele não era tão arrogante como eu pensava.
- Hei! Evans! – chamou Potter, visivelmente irritado por eu não lhe dar atenção.
- Sim? – eu finalmente respondi, olhando para os olhos dele e perdi-me neles, reparando pela primeira vez em como James tinha uns olhos bonitos.
- Perguntei-te se estavas bem? – ele perguntou, visivelmente preocupado.
- Desculpa, estava distraída. – desculpei-me. – Sim, estou bem. Só estava a pensar no que aconteceu ontem à noite.
- Falando de ontem à noite. – ele falou. – Que ideia foi a tua de seguires o Remus?
- Apenas fiquei curiosa em saber a razão porque ele sumia misteriosamente. – expliquei-me, encolhendo-me perante o tom de voz do Potter.
- Garota irresponsável. – explodiu uma voz atrás de nós.
- Padfoot, por favor! – refilou James, impendido Sirius de me ralhar. – Acalma-te.
- Prongs! POR MERLIN! – ele gritou. – Como queres que eu me acalme, quando foi ela que nos viu. Justamente ela!
- Mas que gritaria vem a ser esta. – reclamou a enfermeira, saindo do escritório dela. – Por favor, senhor Black. Se não se acalmar terei de pedir-lhe que se retire.
Black confirmou com a cabeça e sentou-se numa cadeira, emburrado. Naquela altura reparei numa cortina corrida e pensei que deveria ser Remus que deveria estar naquela cama.
- Sirius! Ela não vai dizer nada. – implorou o Potter. – Certo, Evans?
Olhando para mim, vi que ele implorava para que eu concordasse. Virando-me para a cortina que tapava a cama onde Remus estava deitado, pensei que se dissesse alguma coisa sobre o segredo dele, perdia toda a confiança que ele tinha depositado em mim. E soube também que o trairia também se dissesse alguma coisa acerca de três dos marotos serem animagos. Eu sentia que o Potter, o Black e o Pettigrew tinha arriscado as suas próprias vidas e feito magia perigosa apenas para ajudarem Remus.
- Eu prometo que não digo nenhuma palavra daquilo que eu vi ontem à noite. – exclamei, surpreendo o Potter e o Black. – Mas com uma condição: vocês terão de me responder a algumas perguntas. Mas não aqui. Está bem?
- Sim, Evans. – concordou Black, aliviado. – E obrigado.
- De nada, Black. – agradeci. – Se eu dissesse aquilo que sei, não vos prejudicaria só a vocês os três. Eu não quero magoar Remus, nem quebrar a confiança que ele tem em mim.
- Obrigado, Lily. – agradeceu a voz de Remus e vi que ele tinha afastado a cortina. – Obrigado por não dizer nada. Peço desculpa por quase ter te atacado.
- Não te culpes, Remus. – exclamei. – Eu é que não deveria ter-te seguido.
A partir desse dia, eu guardei o segredo dentro de mim, e nem mesmo Alice, Giselle e Priscila o descobriram. Os Marotos responderam a todas as minhas perguntas e eu fiquei espantada por tudo o que passaram só para ajudar o amigo. Foi nessa altura que vi que estava errada em relação aos Marotos e finalmente e aceitei o convite de James de o acompanhar até Hogsmeade. Nunca me arrependi até hoje, pois vi que ele era realmente apaixonado por mim, e eu também me apaixonei pelo jeito amigo e querido dele. Foi uma grande alegria para os nossos amigos: Frank e Alice, que eram bastante felizes um ao lado do outro; Sirius e Priscila (foi uma grande surpresa para nós quando os dois começaram a namorar, pois era sabido que Sirius raramente namorava com uma rapariga por mais de dois dias); Remus e Giselle (namoro que nos surpreendeu, pois nunca tínhamos desconfiado que os dois se amavam, chegando ao ponto de Remus contar o seu segredo a Gi) e Peter, que estava descomprometido, mas ele não se parecia ralar muito com isso.
Quando Hogwarts terminou e eu olhei pela última vez para Hogwarts, senti que iria sentir saudades de tudo o que ali tinha passado com os meus amigos. Mas alegrei-me, pensado que teria um futuro dali para a frente, juntamente com James.

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