Cara Feia



O dia do reencontro chegara, Hermione estava no carro dos pais em direção a estação, estava indo para o embarque, indo para seu amado em quem ela pensara durante todos os dias de suas férias, em quem ela depositava suas esperanças.
Chegou na estação, atravessou a barreira e nada, não era justo, passara horas se arrumando e nem ia encontrar Rony? Isso não podia estar acontecendo.
Entrou no trem, ia andando cabisbaixa, quando ouviu vozes em uma cabine, parou para poder escutar.

-... Mas a Cho ainda estava caidinha por você no ano passado, você não ficou com ela porque não quis... –Dizia a voz de Rony para o amigo Harry que estava sentado à frente.

-Não fiquei com ela porque... Porque... Porque estava afim da sua irmã, mas e você, ficou com a Lilá pra fazer ciúme pra Mione, acho que não deu certo não é mesmo?- Zombou Harry

- Mentira, a Mione não tem nada a ver com o meu lance com a Lilá, mas que ela ficou meio estranha ficou não é mesmo?- Harry riu em sinal de concordância.- Mas você acha que eu consigo ficar com a Parvati, ou a Ana Abbott da Lufa-Lufa?- Harry ria ainda mais.- Mas cadê a Mione?

Cansei da sua cara feia
Pra piorar, tem mais
Já não consigo escutar
Tanta bobagem sem ter
Um fundamento sequer
Qual é o problema?

-Bem aqui! – Disse a garota escancarando a porta da cabine e assustando os garotos.

-Mi-Mi-Mione?-Gaguejou Rony assustado.- Faz tempo que você chegou?

-Acabei de chegar, ouvi você perguntando por mim e entrei. – mentiu ela- Mas por que vocês não me esperaram?

-Pensei que você já tinha entrado e estava na cabine dos monitores, já que é monitora-chefe agora - Disse o ruivo apontando para o distintivo na roupa dela.

-Não sei se você se lembra Ronald, eu sou sua amiga, e não iria para a cabine dos monitores antes de falar com vocês, aliás, o que você está fazendo aqui?- Disse ela com o tom um tanto alterado.- Você ainda é monitor querido! Já vou, vocês tem que conversar não é mesmo?- Ela ia sair, mas voltou-se para o garoto de olhos verdes.- Oi Harry, me desculpe.

-Oi Mione! Sem problemas.- E deu uma piscadela marota.

Ela saiu da cabine então ouviu passos atrás de si, continuou andando, iria até a cabine dos monitores, deveria passar instruções para os mais novos, então não poderia perder tempo, aliás, era ali que iria descobrir quem seria o monitor-chefe agora.

-Mione, espera!- Chamou Rony as suas costas.

- Fala- Disse ela se virando de repente. “Mione, Por que você está agindo assim?”

- O que deu em você?

- Você é tão estranho Rony.- dizia ela com os olhos enchendo de água.

-Estranho? Como assim?- Perguntou ele espantado.

Mas, agora, eu relaxei
Pode falar o que você quiser

-Ah Rony ME deixa. –Disse ela e saiu batendo os pés.

-Garotas, quem as entende.- disse ele para si mesmo.

Mione não sabia o que a estava fazendo agir assim, mas não ia voltar atrás agora.

-Ei, Mione, me espera por favor.

Ela nem olhou pra trás, continuou andando até entrar na cabine dos monitores e descobrir que o monitor chefe era Ernesto MacMillian. Rony havia entrado com ela, mas mais uma vez aquele maldito orgulho a estava fazendo agir como boba.

Depois de algumas horas de reunião, onde eles, ela e Ernesto passariam informações aos outros Monitores, que coincidentemente incluíam Rony. Estava sendo difícil passar instruções para eles com um Rony que não parava de resmungar coisas do tipo: “você está descontando sua frustração em nós”, “eu não tenho nada a ver com o que te acontece fora de Hogwarts”, “por que será que a Granger não cala a boca e não deixa o MacMillian falar?”, “ou melhor, por que ela não nos dispensa?”

-Se você quiser ir Weasley, fique a vontade.- Disse uma Hermione impaciente, porém contida enquanto apontava a porta da cabine.

-Você que manda CHEFE...-Ele enfatizou a última palavra com uma reverência e saiu.

Ela não podia acreditar, estava expulsando o amor da sua vida da cabine, não podia, tinha que dar um jeito de resolver essa burrada.

Então, o que vai ser agora?
Vai me acusar de quê?
Vai me culpar por não ter
Nenhuma preocupação
E mesmo assim ter razão?
Onde é que eu errei?

Por um momento acreditou que suas pernas não a queriam mover, mas isso era urgente, ou não? Talvez pra ela fosse, mas para os outros, “mais um duelo Granger/Weasley, façam suas apostas!”. Não, definitivamente não podia ficar ali parada, todos já estavam olhando pra ela, seu amor estava indo embora, devia ao menos desculpas a ele.

-Ernesto.- Ela chamou o Lufa- Lufa.

-Sim.

-Pode seguir daqui?- Ele respondeu à pergunta dela com um aceno positivo.- Tenho que sair. Obrigada.

E saiu, pelo visto Rony era rápido por demais, ela não o via no vagão, saiu desabalada pelo corredor, passou para o vagão seguinte. O que Rony estaria pensando agora? Mais um vagão. Será que ele estava com raiva? Outro vagão e ela nem ao menos se dera conta de que estava correndo. Parou, encostou-se em uma “parede” e respirou ofegante.

-Calminha Mi, Você não é louca, ele não está com raiva, ele só está brincando.- Ela dizia calmamente para si mesma.- Mas você foi arrogante com ele. Espera! O que eu estou fazendo aqui? Parada?- Ela começou a se assustar consigo mesma.- Tenho que ir atrás dele.

Voltou a correr, parando apenas na porta da cabine onde ele antes estivera com Harry.

-Cadê o Rony?- Perguntou ofegante.

-Senta aí, ele já vem.

Não demorou muito e ele chegou mesmo.

-O que faz aqui Srta Perfeita?-Ele perguntou ao visualizá-la.

-Vim saber se você não se perdeu, ah qual é Rony? Eu toda preocupada pensando em te pedir desculpas, sendo que nem fiz nada e você...

-Nada?-Ele a interrompeu em voz alta.- Mione, alô, você está estranha desde que chegou, e está descontando sua raiva na gente.

-Não estou não, estou Harry?- Ela perguntou ao moreno que se assustou ao ouvir seu nome.

-Não me meta nisso, e, aliás, estou saindo, quero ver se encontro a...- Ele tentou pensar em um nome depressa.- a Gina, isso, eu preciso falar com ela.

E saiu, e antes que Rony pudesse perguntar qualquer coisa, ele saiu, não queria presenciar mais nenhuma discussão.

-Vai me acusar de que agora Rony?

“De ter esse sorriso lindo e me deixar sem defesas...”
- O que te aconteceu Mi?

-Nada.
“Claro que nada, você não toma atitude, seu molenga.”

-Você parece que vive em outro planeta sabia?

-Por que?

-A guerra correndo solta lá fora e você preocupada com seu cargo de Monitora-Chefe, ah isso me cansa.

-Ah é? Pois bem, se eu virar uma psicótica por guerra, não reclame.- Dizendo isso como a “ultima palavra da discussão” virou para a janela e calou-se.

É, eu acho que não deu
A vitória é minha outra vez...

“Como é que ela consegue me vencer sempre”
Rony pensava enquanto olhava a janela, e de vez em quando arriscava um olhar para a mulher, realmente ela se tornara uma mulher maravilhosa, ao seu lado.

“Ele está me olhando. Consegui! Quem sabe agora ele não se toca?”
Ela pensava enquanto observava o embaraço do ruivo. Achava tudo aquilo engraçado, mas no fundo sabia ser perigoso estava lidando com sentimento e desejo, não agüentava aquilo, mas não queria se precipitar, nem se iludir, mas só de sair “vitoriosa” agora, se sentia feliz.

De uma vez por todas
Fale o que quiser
Não tenho mais motivos pra ficar
Procura outra e põe no meu lugar
Pode implorar, mas eu não volto
Nunca mais

Pensou, mas se enganou, Ronald não havia desistido, estava pensando o que falar, no próximo ataque, como ela concluiu assim que ele falou, que havia pensado muito antes de fazê-lo.

- Desistiu Granger?

-Rony, fica quieto.

Por que estava agindo dessa forma? Tinha dezessete anos, e estava se comportando como uma garotinha de treze, se bem que aos treze ela era bem amadurecida.

- Ah, fala sério, isso é o quê? Ciúme? Eu-Não-Tenho-Mais-Nada-Com-A-Lilá se é isso que te incomoda.

-E quem falou que estou com ciúme? Ah Rony você é tão... Tão...- Lindo era o que ela queria dizer, mas sua boca proferiu mais palavras grosseiras.- Arrogante, tão convencido, como você agüenta?

-Você é ciumenta, isso é.

-Quê?-Ela não agüentou ouvir a VERDADE.- Rony, é o seguinte, não tenho ciúme de você, não quero mais ouvir você falar de você como se fosse o feijãozinho mais gostoso da caixa, e... Pelo amor de Merlim, larga a mão de ser cachorro Ronald!

E saiu.
Ele ficou sem compreender, mas fazer o que?
“Garotas... Quem as entende?” Pensava Rony na cabine.
“Garotos... Quem os entende?” Pensava ela do lado de fora da cabine.



N/A: Até q enfim!

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