Prólogo



Sem dizer adeus
Fic by Jaqueline Granger



SINOPSE: Hermione perde seu amor em um acidente suspeito. Dez anos depois um estranho aparece em um momento conturbado de sua vida… Mas será que realmente é um estranho? Fic R/H. Pós- Hogwarts.



PRÓLOGO



A casa estava uma beleza. Um vaso de flores em cima da mesa principal dava um ar de elegância e simplicidade. Uma música melodiosa tocava no sonzinho trouxa, mas pouco se podia ouvir dela com as várias vozes que ecoavam na sala de estar.

Hermione passara o dia inteiro se dedicando àquele jantar. Não queria que nada desse errado por isso pedira para Gina e Molly Weasley lhe ajudarem com os preparativos. Estava tão feliz. Feliz como jamais pensou que pudesse estar em tempos tão condenados como aqueles.

- Parabéns, Mione – era o que mais ouvia. Sempre soube que a grande maioria dos seus amigos sabia que rolava um clima entre ela e Rony mas o que não sabia era que tanta gente torcia para que o namoro desse certo.

Há pelo menos quatro anos estavam realmente juntos. Hermione se lembrava muito bem do dia em que Rony a pedira em namoro no seu sexto ano em Hogwarts. Lembrava-se que logo de início recusou, mas depois de achar que ele havia morrido quando Pedro Pettigrew o atacou viu que não podia viver sem Rony.

As brigas continuaram durante todo o tempo em que estavam juntos... Isso infelizmente era inevitável. Ambos discordavam em praticamente tudo. A situação só piorou quando resolveram morar juntos. Hermione às vezes parava para pensar e não conseguia imaginar viver sem as implicâncias e inseguranças de Rony.

O que mais a tirava do sério era o descrédulo que ele tinha quanto ao F.A.L.E., que já adquirira novos adeptos. Hermione se irritava com isso pois sempre fora uma das pessoas que mais o apoiou a fazer a Escola de Aurores. Ah, como estava feliz em ser um auror. Formara-se há menos de um mês, pouco antes de decidirem se casar legalmente.

- A que horas o noivo chega, cunhadinha? – perguntou Jorge, pegando a grande panela que Hermione levava, deixando-a sobre a mesa.

- Ele disse que chegaria às nove com Harry – consultou o relógio de pulso. – Eles já estão atrasados.

- Tem que ser o Roniquinho mesmo para atrasar no dia do seu noivado – disse Fred, beliscando o frango que fora posto na mesa.

- Fred! – a senhora Weasley deu um tapa estalado na mão do filho. – Vamos esperar o Rony.

- Ah, mãe, vou morrer de fome.

- Que coisa mais feia para se dizer, Fred! Ande, vá ajudar sua irmã e pagar as últimas travessas lá na cozinha.

- Comida! É claro que vou.

- Não sozinho, maninho.

Os gêmeos foram rapidamente para a cozinha com sorrisos marotos nos lábios. Em dias normais Hermione estaria indo atrás deles, não deixando que aprontassem nada em sua casa. Mas aquele dia não. Aquele dia Hermione não queria ser a certinha, queria apenas aproveitar.

Foi para o centro da sala de estar e lá foi cumprimentada por vários amigos presentes como Neville, Simas, Dino, Parvati, Lilá, Luna e até Krum (que ainda deixava Rony enciumado).

- Rony está trabalhando com Harry, não? – perguntou Simas.

- Está. Rony conseguiu um estágio com ele lá no Quartel dos Aurores.

- O que ele está achando, Hermione?

- Ah, Neville, depois de todas as experiências que teve nos anos de Hogwarts contra as Artes das Trevas? Ele ajudou o Harry a matar Voldemort... – Hermione comentou descontraidamente apesar das caretas que seus amigos fizeram após ouvir o nome do bruxo ser dito em voz alta. – São poucos os aurores com esta experiência no currículo. Embora vou confessar que isso ainda me deixa preocupada. Todos esses ataques dos Comensais da Morte...

- Pelo que eu saiba Rony e Harry são uns dos melhores aurores recém formados – disse Artur Weasley, juntando-se aos jovens ali presentes.

- Sim, eu sei.

Hermione se sentia extremamente orgulhosa com isso. Adorava ouvir sobre os feitos de Rony. Ele estava realmente se dando muito bem em sua profissão. Ela nunca o vira tão feliz quanto quando chegava em casa e dizia que havia ajudado na prisão de um Comensal ou algo do tipo. O que a preocupava era que ainda não participara de nenhuma real batalha... Ela esperava que nunca precisassem correr esse perigo.

A campainha tocou. Todos os convidados voltaram sua atenção para a porta de entrada. Hermione ficou até sem graça com os comentários de seus amigos, mas foi quase correndo abrir.

Ainda parou na frente do espelho, que ficava ao lado da porta, para verificar o cabelo. Estava realmente bonita com um vestido branco na altura dos joelhos e os cabelos sob o efeito da Poção Alisante. Deu um sorriso para si após notar que sua felicidade era realmente visível.

Abriu a porta sem nem perguntar quem era. Harry estava parado do lado de fora.

- Entra, Harry – disse, empurrando o amigo para dentro da casa. – Cadê o Rony? Ele não veio contigo?

- Não, Mione, ele não veio.

- Não acredito! Poxa, ele sabe que hoje é um dia importante. Já não basta se atrasar – nesse momento todos da sala estavam prestando atenção na conversa deles. – A que horas ele falou que vai vir?

- Ele não vai vir...

Hermione percebeu as roupas rasgadas e sujas de Harry. Seu coração começou a bater mais forte. Sentiu um frio na barriga... Estava com um mau pressentimento.

- Harry, cadê ele? O que houve?

- Harry, querido, o que aconteceu com você? – a senhora Weasley se aproximou dos dois. A sala estava em silêncio. - Você está todo sujo!

- Houve um acidente...

Hermione sentiu suas pernas bambas. Estava ficando sem paciência. Um medo começou lhe tomar: e se Rony estivesse machucado?

- Fale logo!

- Houve um ataque no Ministério há um pouco mais de uma hora... – Harry falava com os olhos centrados no chão. - Não sabemos ainda se foram os Comensais... Incendiaram o Ministério.

- Como? – Artur Weasley se aproximou, surpreso. - O Ministério da Magia pegou fogo?

- Harry, cadê o Rony? – Hermione não queria saber de mais nada, não conseguia se preocupar com mais nada.

- Há diversos bruxos ajudando... Bombeiros trouxas estão tentando acabar com o fogo nos prédios vizinhos...

- Harry! Cadê ele? – Molly também estava começando a se desesperar.

- Não sei... – estava chorando, ainda encarando o chão. Falava com a voz descompassada. Harry estava visivelmente perturbado.

- COMO NÃO SABE? CADÊ O RONY?

- O Ministério foi soterrado... Há inúmeros desaparecidos... Eu não sei, Mione! – Harry enfim caiu no choro alto.

Desaparecido? Hermione não podia acreditar. Todos da sala estavam agora sérios, calados. Ela empurrou quem estava na sua frente e foi em direção à porta. Precisava saber o que estava acontecendo... Não se importava se já era tarde ou se o Ministério estava em chamas, precisava saber de Rony.

Ouviu alguém a chamando, mas mesmo assim abriu a porta e saiu. Sentiu o friozinho cortante de inverno envolver seu corpo, mas não parou, indo em direção ao portão. Precisava ir até o Ministério e ver que Rony estava bem, que fora apenas um arranhão e que logo voltaria para casa.

Abriu o portão pesado de madeira e se deparou com um bruxo de cabelos grisalhos e enigmáticos óculos de meia lua.

- Aonde você vai, Hermione? – perguntou Dumbledore com uma voz firme porém, para o desespero de Hermione, compassiva.

- Vou achar o Rony.

- Ele já foi encontrado.

Enfim Hermione conseguiu "respirar". Parecia que haviam lhe tirado um grande peso das costas. O medo de saber que Rony estava machucado foi indo embora e um alívio tomou conta de si.

- Onde ele está agora?

- Hermione - disse lentamente –, os bombeiros acabaram de conter o fogo, mas ainda há bruxos soterrados...

- Mas você disse que acharam o Rony.

- Rony foi um dos primeiros a serem tirados de lá...

- Então cadê ele, professor?

- Hermione, você precisa ser forte... – as palavras do bruxo entraram em seu ouvido como facas cortantes.

Tudo escureceu para ela. Hermione não ouvia mais nada nem enxergava mais nada. Deixou-se cair no chão quase em câmera lenta. Sentiu Dumbledore a ajudando se levantar mas estava em estado de choque.

Rony, que poucas horas atrás estava do seu lado, nunca mais a veria... Ela nunca mais o veria. Sua vida estava acabada, pois Rony não estaria mais com ela.

As palavras de Dumbledore ficaram para sempre gravadas na mente de Hermione, martirizando-a diariamente pelo resto de sua vida:

"...Hermione, Rony foi tirado dos escombros morto. Eu sinto muito."

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