Capítulo 14



- Harry!

- Ã? – respondeu Harry sonolento, sem abrir os olhos.

- Acorda, cara! – disse Rony.

- Que foi? – Harry não se movia.

- Que sangue é esse na sua roupa? – perguntou Rony com uma voz assustada.

- Quê? Como? Onde? – Harry levantou-se de um pulo.

Rony caiu na gargalhada.

- Ai, ai... Como é fácil te acordar, Harry!

Harry jogou o travesseiro na cara do amigo.

- Pra que me acordar a essa hora?

- Por que eu vim dormir cedo e to acordado há mais de uma hora esperando a princesa dorminhoca aí se acordar pra ir tomar café comigo.

- Não acredito, Rony! Você não sabe ir sozinho, não?

Mas agora já era tarde, Harry não conseguiria voltar a dormir. E uma hora depois já chegavam perto das mesinhas. Havia poucas pessoas, apenas os mais dedicados que ainda iam às palestras e oficinas. Entre elas, claro, Hermione. E, para surpresa de Harry, Gina. Andaram até a mesinha das duas, onde sentaram-se em seguida.

- Ce ta melhor, Gina? – perguntou Harry preocupado.

- Ah, sim – respondeu a ruiva com um sorrisinho de canto de boca. – To melhor, sim, Harry. Obrigada.

Um silêncio pairou sobre a mesa por um bom tempo até que Mione quebrou o gelo.

- Por que você não me contou nada, Rony?

Rony largou o garfo no prato e engoliu a comida que tinha na boca.

- N-não contei o quê?

- Ora essa! Você sabe muito bem! Por que não me contou do McPhee e a Cho Chang? Imagino que queria sentir o prazer de me ver sendo enganada esse tempo todo, não é?

- Quê? – Rony começava a ficar irritado.

- Não, Mione – Harry se intrometeu. – Fui eu quem o aconselhou de não te contar.

Mas ao invés de ajudar, Harry conseguiu piorar a situação, deixando Hermione ainda mais indignada.

- Então é tudo uma conspiração?

- Mione... É que a gente não queria se meter na história, sabe... A gente só quer o teu bem. Você sabe disso!

Mione balançava a cabeça chateada. Como é que eles sabiam de tudo e não lhe contaram nada?

- Mione, é verdade. Eles só querem o teu bem! – disse Gina.

Mione olhava o prato querendo chorar. Saber que estava sendo enganada a sufocava, mas estar brigada com seus melhores amigos apertavam-lhe o peito.

- Tudo bem, então... – disse, conseguindo vencer o orgulho. – Mas não repitam isso da próxima vez. Eu prefiro saber das coisas.

Harry e Rony sorriam.

- Vamos, Gina? – perguntou Mione.

- Aonde vocês vão? – quis saber Harry.

- Participar de uma oficina sobre O uso de artefatos trouxas. Estranho é papai não estar aqui para participar – respondeu Gina.

- Ah, legal. Vamo’ participar? – perguntou Harry a Rony.

Rony deu de ombros como quem diz: “É, né... Tem algo mais para se fazer?”


A oficina começou com um homem bem engraçado apresentando o liquidificador. Hermione ria bastante com a maneira como os bruxos se espantavam com a demonstração do funcionamento daquele objeto.

- ...E como eu ia dizendo, - disse o homenzinho. – É muito importante que vocês conheçam a utilização de certos objetos trouxas para que não sejam pegos de surpresa. Alguns de vocês poderão se comunicar com trouxas num futuro profissional e terão de se submeter a situações em que terão que utilizar estes utensílios. Não podem então dar mancada. Então, agora que eu já expliquei como utilizar o liquidificador, vocês se dividirão em grupos de quatro ou cinco e baterão um suco de melancia.

Cada grupo recebeu um liquidificador, uma fatia de melancia e um copo d’água.

Rony imediatamente se prontificou para ligar o eletrodoméstico e levou um susto com o barulho tendo que pular para trás com uma expressão muito engraçada no rosto. Hermione não pôde evitar que caísse na gargalhada.

- Você rir porque já conhece esse troço.

- Ai, ai, Rony... Deixa que eu faça.

- Não! É como eu disse, você já conhece. A gente é que precisa aprender – respondeu Rony enquanto ligava o liquidificador mais uma vez.

Ele ia jogando a fatia de melancia inteira, quando Hermione segurou-lhe a mão imediatamente. Rony sentiu-se arrepiar-se diante daquele toque inesperado e a encarou por alguns segundos.

Mione percebeu o que Rony queria dizer com aquele olhar e, olhando para a sua mão sobre a dele, engoliu em seco. Tirou o braço tão repentinamente quanto seu rosto corou.

- Erh... Você não pode jogar tudo assim, Rony! Primeiro: só se pode ligar o liquidificador quando tudo estiver dentro dele. E segundo: a gente precisa cortar essa fatia em tamanhos menores.

Harry e Gina se acabavam de rir.

***


Gina e Mione mal viam Lia agora que ela passava a maior parte do tempo ao lado de Simas. Então, no começo da festa daquela noite, aproveitaram para conversar enquanto o garoto não aparecia.

- Gente, preciso ir ao banheiro – disse Mione deixando as duas amigas.

Lia e Gina passaram alguns minutos juntas até que Simas apareceu abraçando Lia por trás.

- Ok... Daqui a um século a gente se fala de novo, Lia – brincou Gina ao sair de perto.

Andou pelas pessoas que dançavam ao som do tuntz tuntz até que viu Harry a um canto da tenda com um copo na mão. Ele parecia procurar alguém, quando a viu e abriu um sorrisão vindo em sua direção logo em seguida.

- Como você ta?

- Por que toda vez que a gente se encontra você tem que fazer essa pergunta? – disse Gina em tom de brincadeira.

- Ahm... Desculpa!

- Não, Harry... Ta tudo bem! – Gina sorria. – E eu to bem, sim. Ainda to um pouco magoada, mas já estou melhor. E to vendo que você ta cumprindo bem a promessa. Não fez nada com Dino e não contou nada ao Rony. Obrigada, Harry!

- Nah! Que isso... Promessas servem para ser cumpridas!

Gina sorriu. E que sorriso lindo, Harry pensava. Sempre que ela abria a boca deixava os dentes brancos e perfeitos à mostra e dava um toque a mais ao rosto rosado tão bem desenhado.

- Harry... Eu acho que você e o Rony deviam ter contado a Mione sobre o McPhee, sabe...

- Mas, Gina... Você conhece o seu irmão. Ele não saberia como contar a Mione o que viu. Confie em mim, eles iriam acabar brigando.

- Bom, isso é verdade...

- E agora acho que a raiva dela passou. Você viu como foi divertido na oficina hoje cedo.

Gina concordou com um sorriso.

Foi quando uma garota bêbada, que dançava descontroladamente para trás, bateu em Gina empurrando-a para cima de Harry.

Por pouco os dois não caíam no chão. Mas Harry apenas a abraçou e pouco depois estavam achando tudo aquilo engraçado.

Gina se distanciou do abraço ainda segurando os braços de Harry. Olhou-o nos olhos e percebeu que ele estava começando a ficar sério e a respirar pesadamente. Ficou séria também percebendo que os braços do garoto agora a enlaçavam pela cintura.

Harry olhava dos olhos de Gina para a sua boca, e da sua boca para os olhos novamente. Não conseguia parar. Ele se aproximava lentamente do rosto dela ao mesmo tempo em que a puxava com mais força para perto de si. Colocou uma das mãos sobre a nuca de Gina, proporcionando-lhe um arrepio inimaginável que a fez fechar os olhos.

Quando os lábios se encontraram Gina envolveu o pescoço de Harry e abriu mais a boca para que suas línguas se encontrassem. Ele a apertava ainda mais pela cintura. Ela passeou uma das mãos pelo cabelo de Harry e percebeu que o garoto começava a suar.

Estava tudo maravilhoso, mas Gina começou a se indagar o que aconteceria no outro dia quando eles se encontrassem. E se Rony os visse? Não sabia ainda como reagir a tal situação. Sem falar que ainda não se recuperara do abalo com Dino.

Fechou a boca dando um beijinho carinhoso em Harry e olhou para o lado em seguida. Ele beijava-lhe o rosto e passava a mão pelo seu cabelo para em seguida acariciar-lhe o pescoço. Gina separou-se rapidamente, colocou uma mecha de seus cabelos cor de fogo atrás da orelha e observou Harry abrir os olhos, assustado.

- O que houve? – perguntou ele tentando abraça-la pela cintura.

Gina tirou os braços de Harry da sua cintura, balançou a cabeça negativamente e respondeu:

- Isso não ta certo, Harry. Eu ainda to meio abalada com o Dino e...

- Mas...

- Por favor, Harry.

***


Hermione saiu do banheiro e não encontrou Gina e Lia no lugar em que estiveram antes. Andou sozinha por um momento até que foi surpreendida por alguém que tocava-lhe o ombro por trás ao mesmo tempo em que sussurrava: “HERMIONE!”, fazendo com que ela soltasse um gritinho de medo. Virou-se e viu que era Rony.

- AH, RONY! EU TE MATO!

Ela batia-lhe no braço, mas ele apenas ria.

- Engraçadinho...

- Bom, eu achei engraçado...

- Rony, você viu sua irmã por aí?

- Hum, não... Pra falar a verdade eu acabei de chegar na tenda.

- Estava lá fora com a Lilá?

- Com a Lilá? Não. Por quê?

- Hum... Sei lá – Mione sentiu-se corar. – É que vocês estavam juntos... Pensei que ainda estivessem...

- Não estamos, não.

Mione não conseguiu evitar se sentir feliz com tal resposta.

- Ah, é? Por quê?

- Porque acabou... – Rony deu de ombros.

Mione assentiu de cabeça e olhou para o lado.

- Na verdade... – Rony segurou uma mão da amiga. – Eu queria te contar uma coisa...

Ela imediatamente o olhou nos olhos. O que ele queria contar? “Será que...?”. Mione sentia o coração bater aceleradamente.

- Não... eu não sei se digo...

- Diga, Rony! – Mione agora suplicava.

- GENTE!!

Os dois foram obrigados a olhar para o lado. Era Simas correndo, com o rosto vermelho.

- A Lia estava passando mal e eu a levei para a enfermaria!

- Como assim? – perguntou Mione preocupada.

- A gente tava numa boa conversando lá fora, perto do laguinho, quando ela sentiu uma picada de mosquito e reclamou da dor. Mas até aí tudo bem. Só que depois o braço dela começou a inchar e ela começou a sentir a respiração fraca.

- Ai, meu Deus! Vamos até a enfermaria, então! – respondeu Mione.



***


N/a: Poxa, vida! A fic ta chegando ao fim... :~ Esse foi o penúltimo capítulo e eu queria (mais uma vez) agradecer a tooooodos vocês que estão me apoiando, deixando comentários e me mandando emails... Eu amo vocês! :}

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