A Aposta



O interválo andava bastante agitado nas últimas semanas, grupos de alunos de vários anos conversavam animados. Finalmente Hogwarts parecia ter se tornado uma escola bruxa comum... com adolescentes de verdade. Sim, Voldemort havia sido derrotado, há exatamente dois meses. E agora a comunidade bruxa já respirava aliviada.

Harry, Ron, Simas e Dino conversavam alegremente a um canto do pátio. Harry ainda possuía um feio machucado na mão, de um feitiço que o atingira feito uma mordida de cobra, e que Madame Pomfrey ainda não conseguira encontrar o antídoto. Mas, pelo rosto do garoto, o machucado parecia indolor, pois o que mais importava para ele é que a guerra finalmente havia acabado.

De repente, dentre os alunos apareceu uma garota bonita, que Rony conhecia muito bem... Lilá Brown. Ela estava com o cabelo cheio de enfeites mágicos e brilhosos, parecia que havia saído de um cabelereiro. Caminhava empinada ao encontro de outro garoto, Túlio Milken, da Corvinal. Os dois começaram a se beijar intensamente no meio do pátio, mal se importando que havia dezenas de estudantes ao redor.

Rony ficou meio boquiaberto, mas depois voltou a olhar para os amigos, parecendo decidido a não se importar.

-Você deve estar arrependido, não é? – perguntou Simas, curioso.- Quero dizer, ela está realmente bonita agora, e ainda podia estar com você...

-Arrependido? Eu? – Rony perguntou, enrugando a testa – Eu não poderia estar menos... – ele falou desdenhoso.

-Acho que ela vai ser a rainha do baile de formatura. – comentou Dino, olhando admirado para Lilá e Túlio que ainda se beijavam.

-Ah, parem vocês dois. – Harry falou, tomando partido de Rony – O que adianta ela ser tão bonita, beleza não é nada... Eu que o diga... – Harry pareceu pensativo ao dizer isso, ele realmente sabia o que era se decepcionar com a beleza exterior de uma garota. Já acontecera duas vezes com ele.

-E qualquer menina pode ser a rainha do baile – falou Rony – Qualquer uma, contanto que queira... Basta ter o namorado e as roupas certas.

-Você acha isso? – perguntou Simas, descrente, e apontou para uma menina gordinha que passava na frente deles. – Você acha que ‘ela’, por exemplo, poderia ser a rainha do baile?

-Claro, qualquer uma. – respondeu Rony, parecendo teimoso demais para voltar atrás em suas palavras. – Eu poderia apostar...

-Ah! Adorei a idéia! – gritou Simas e Harry olhou para os amigos, incrédulo. – A aposta será a seguinte, eu vou mostrar para você a garota que você irá convidar... E ela terá que ser escolhida a rainha, a garota MAIS bonita do baile de encerramento!

Ron ficou vermelho. Harry gesticulava discretamente para o amigo querendo dizer-lhe que esta não parecia uma boa idéia.

-Perfeito. Pode ser esta mesma... – sugeriu Rony, olhando ainda para a menina gordinha e imaginando o que poderia fazer para torna-la mais bonita.

-Não, não... Tem que ser mais difícil... – Simas murmurou, e tanto ele quanto Dino olhavam ao redor do pátio para encontrar a garota certa.

-Esta aqui... – sugeriu Dino, mostrando uma garota moreninha com óculos pretos bem grossos.

-Não... A Julia tem uma queda por jogadores de quadribol... Não iria ser muito difícil. –Simas disse decidido.

De repente, do meio da multidão, apareceu uma garota segurando uma pilha de revistas, tintas mágicas, e por cima de tudo, uma gaiola com vários passarinhos coloridos, mas que piavam muito mais alto do que o tamanho deles supunha.

Luna Lovegood vinha andando meio desequilibrada com tanta coisa sobre os braços, sua varinha na dobra da orelha direita, esbarrou em um aluno do primeiro ano e caiu no chão esparramando toda a tinta, deixando a gaiola abrir e libertando os passarinhos furiosos.

-Esta parece ótima. – Simas falou, com um sorriso irônico, olhando para a garota de cabelos loiros e arrepiados que juntava seus pertences desajeitadamente nos braços.

-O que? – perguntou Rony, parecendo perplexo - Não, por favor... Escolha uma feia, ou com espinhas, ou alta demais... Mas não a Di-lua! Ela é... ela é... esquisita e inacessível! – Ron terminou a frase parecendo implorar que Simas escolhesse outra garota. Mas Simas, vendo que esta parecia difícil o suficiente, não mudou de idéia.

Rony ficou observando a garota se afastar trombando em tudo e em todos, com sua varinha atrás da orelha. Harry segurava o riso, dando tapinhas nas costas do amigo. Simas sorria já se sentindo vitorioso.


As férias de Páscoa chegaram, e Dumbledore liberou os alunos para passarem esses dias com a família, já que os alunos ainda não tinham comemorado a vitória em seus lares. Harry ia para a Toca, como quase sempre fazia, Hermione disse que passaria um fim de semana com os pais, e que depois pediria para eles a levarem para a Toca também.

As malas dos garotos já estavam arrumadas no dormitório, e Ron olhava desconsolado para elas. De vez em quando resmungava alguma coisa baixinho, como se tivesse conversando sozinho em pensamentos.

-O quê que há? – Harry perguntou, com o rosto intrigado.

-Vou passar mais de uma semana na Toca, e quando eu voltar já vai estar muito tarde para o meu plano de transformar a Luna.

-Bom... Você poderia convidá-la para ir conosco... Acho que sua mãe não ia se importar.

-Você acha? É, pode ser uma boa idéia... – Rony pareceu pensativo.

-Mas é melhor correr, o trem sairá daqui a duas horas. – Harry falou olhando para o relógio.

Rony se levantou apressado, desceu correndo as escadas do dormitório e rumou para a Corvinal. Quando chegou na torre da Casa esperou que algum aluno viesse para poder entrar com ele.

Entrou na torre e olhou ao redor entre os alunos que se apinhavam com seus pertences, guardando tudo de última hora. Mas, a um canto, havia uma garota que parecia alheia a toda movimentação na sala. Ela se encontrava com todo o cabelo preso num coque no alto da cabeça, olhava sonhadoramente para uma revista em cima da mesa, fazendo feitiços no seu cachecol que sapateava e mudava as páginas da revista para ela.

-Luna! – Rony gritou e se dirigiu até ela.

A menina fez um movimento com a varinha, o cachecol sapateou e virou mais uma página de O Pasquim.

-Pode acreditar que os tapetes voadores do Paquistão estão soltos e desenfreados nos campos da Alemanha? – ela perguntou a Rony, como se ele estivesse lá o tempo todo.

-Ahh... não... – ele disse surpreso.

-Pois estão. – ela deu um suspiro, acenou a varinha e o cachecol mudou a página mais uma vez.

-Hum... Luna... Eu queria perguntar se você não queria ir comigo e Harry, ah, e Gina também vai estar lá... – Rony falava meio sem rumo. Luna arregalava seus grandes olhos azuis para ele, esperando ele dizer tudo o que queria. Mas, como ele apenas gaguejava, ela o interrompeu.

-Eu vou ajudar o meu pai com os Rictumpopus. – ela disse, firme. Com seus olhos arregalados.

-Ajudar com o que? – Rony perguntou, surpreso.

-Vou domesticar os Rictumpopus que meu pai trouxe da Alemanha, quando ele foi lá fazer a reportagem dos tapetes. Não posso ir com vocês para a Toca, Ronald... – ela respondeu sonhadora. Rony surpreendeu-se com a capacidade dela de dedução.

-Ah... então, tudo bem... Até mais... – ele se despediu.


Rony entrou correndo no salão comunal da Grifinória, e sentou-se na poltrona em frente a lareira. Harry e Hermione conversavam baixinho, já tinham trazido seus malões para baixo. Os dois se dirigiram a Rony.

-O que houve? – Hermione perguntou, curiosa, para a cara de poucos amigos do ruivo.

-Ela vai domesticar os rictumpopus...

-O que? – ela não entendera nada.

-Rony queria...hum...convidar Luna para a Toca, nessas férias...- Harry respondeu, dando uma rápida piscadela para Rony. Evidentemente Hermione não poderia saber da aposta que ele fizera, ou ela faria um sensato e longo sermão.

-Hum, o Rony e a Luna? Mas que fofo! – ela sorriu para Rony, olhando para ele como se visse um bebê.

-É sim... – Harry falou, dando uma gargalhada. Então se virou e perguntou para Rony, que estava muito corado – Quer dizer que ela não vai poder ir?

-Não, vai domesticar os rictum não sei das quantas! – ele pareceu chateado.

Harry fez cara de que não entendeu.

-Ahhhh, mas quem se importa, não é? – e Rony se levantou depressa, subindo as escadas para ir buscar o seu malão. Parecia incomodado, talvez porque quisesse ganhar a aposta, talvez porque quisesse ganhar algo mais.


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N/A: Essa fic é baseada no filme “Ela é demais”, quando eu o assisti pela segunda vez, só Luna me vinha a cabeça!! Adoro Ron/Luna! ---- Sou H/Hr =) então vai ter um pouco de H² também...
Bom, já estou com a fic mais ou menos montada, e por favooooorrr espero comentários! Comentem para eu saber se estão gostando, please!
_*_Beijos Encantados_*_
da Chris.

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