CAPÍTULO I



Porque quando o amor por algo é
Verdadeiro, o tempo não diminui
a vontade de se criar...  


A minha mãe, meu amor por
Essa série, e a vocês,
que me seguiram por esse caminho.





CAPÍTULO UM


Era uma noite mais escura que o normal, em frente a um beco sombrio, na rua Brompton, um bairro antigo de Londres, conhecido mundialmente por seus vários hotéis cinco estrelas e uma das primeiras estações de metro da cidade. Não havia presença de nenhum som, o que era normal naqueles tempos, era Londres, a mesma Londres, os mesmos becos com ruas de paralelepípedo, prédios antigos com aparência desgastada mas elegantes e de época, o mesmo cheiro de uma metrópole que se tornou grandiosa depois de muita história... Quem não conhecesse a cidade acharia que tudo estava quieto devido a forma dela em si, um local de origens antigas, que respeita o toque de recolher, mas não era o caso...


Em um segundo olhar era possível notar marcas que uma cidade de primeiro mundo não deveria possuir. Vidros estilhaçados no chão, lojas saqueadas, os hotéis possuíam barricadas nas portas da frente, um cheiro forte de algo que não deveria estar ali, uma névoa fria que congela até mesmo os ossos... E um vulto alto e encapuzado que não estava ali há minutos atrás, surgindo de qualquer lugar, sem um único barulho, como se flutuasse pela rua.


- hm.... Uma pena, uma pena... – A voz do vulto encapuzado saiu triste. –  Bom, aos negócios.


O vulto se encaminhou para a entrada do beco, onde ainda mais escuro que a rua toda parecia estar em plena escuridão, quase como se magicamente. Sem nenhuma hesitação o vulto entrou no beco, como se conhecesse muito bem as esquinas e obstáculos à sua frente, andou durante alguns minutos, tateou certo ponto da parede, até que sentiu um ardor na palma de suas mãos brancas e de aparência frágil, e a parede pareceu se retrair bem a sua frente.


Era a entrada de um corredor estreito, fechado e sem visão do céu, em direção ao subterrâneo, ele entrou no mesmo e iniciou sua descida, o local não era mais claro que o anterior, mas o vulto parecia não se importar com isso, continuou seu caminho descendo para as trevas cada vez mais aparentes.


Depois do que se pareceram vários minutos e diversas passagens desconhecidas o vulto acabou saindo em um espaço iluminado fracamente com velas de brilho espectral, em um tom azul que faria os cabelos das costas de qualquer um se levantarem. Era circular e entre cada par de velas havia um quadro, todos com fundo negro e sem nenhuma figura, menos no espaço a sua frente, onde mesmo com as velas, não havia nenhum quadro. Uma pessoa normal teria achado estranho ter essa visão, mas quem estava debaixo do capuz não parecia ser absolutamente nada normal.


- Vejo que finalmente apareceu por essas bandas, meu caro. - Disse uma voz a esquerda do vulto.


- Ah sim, não foi de minha intenção priva-los da minha companhia. É só que becos por onde andam bruxos das trevas nunca me foram muito convidativos. Mas se me der passagem, todos poderemos colocar a conversa em dia. - A voz do vulto, mesmo soando calma e serena, impunha que não iria levar a conversa adiante.


- Sim, sim... Todos desejam ter um palavra com você, mas fui orientado a abrir a passagem diretamente para os aposentos do seu grande amigo. – A voz, que vinha do terceiro quadro a esquerda falava com certa ironia esse último fato. – Não entenda errado, fico feliz com seu retorno, mas a dúvida é se não é tarde demais.


Sem mais ser dito, um retângulo se abriu no lugar onde não haviam quadros, o vulto entrou e sentiu a conhecida sensação de ser empurrado por todos os lados, sem conseguir respirar ou se mover, até que parou. Ele se via em um aposento com iluminação mais acentuada, o cômodo não era grande, retangular, mas conservava aspectos de uma casa senhorial, candelabros de ouro nas paredes, uma mesa de mogno com diversos documentos, um par de poltronas frente a uma lareira (fracamente acesa), acima dessa certos instrumentos mantiveram o olhar do estranho convidado por alguns momentos. Um chapéu embolorado de aparência extremamente velha, uma espada, uma taça e uma velha tiara de prata.


- Ah sim, vejo que ficou sentimentalista nos últimos tempos...


- Ora, as notícias estavam certas, você está vivo. –Uma voz, fria e horripilante surgiu de traz de uma das poltronas. Era possível sentir que não havia nenhuma emoção nas palavras usadas. – Hoje está aqui para conversar? Caso sim, sente-se.


- Ah, mesmo após todos esses anos, você ainda continua com sua mania de achar que todos estão abaixo de você meu caro. – A voz por traz do capuz parecia calma e até mesmo contente, mas era uma felicidade sofrida, do tipo que não lhe convida a sorrir em resposta. Enquanto abaixava o capuz, movimentou sua varinha e as luzes da lareira se tornaram quase extintas, tornando capaz ver o vulto de uma pessoa, mas não o suficiente para se ver sua face. – Devo dizer que achei interessante o que fez com o portal de chegada. Aparatação forçada não é mesmo? – Sem precisar ouvir uma resposta completou. – Inteligente, se me permite o comentário.


- Acabei optando por fazer uma transferência daquele subterrâneo morimbundo para a casa do meu antigo avô. Mesmo sendo um muquifo por fora, ainda tem muitas proteções magicas... e um certo charme quando bem decorado – E apontou para as relíquias sob a lareira. - Estou aprendendo seu estilo, pelo que parece. Isso foi algo que sempre disseram que me faltava.


- Sim, de fato. Sei que seu desejo era que eu tivesse morrido desde o nosso ultimo encontro, peço desculpas pelo desapontamento. – O homem de capuz parecia estar se divertindo com aquela conversa


- Não, tudo bem. Se o tivesse feito, todos aqui já não estariam vivos afinal. – A voz fria continuava sem emoção.


- Com certeza você teria escapado. Fugir da morte parece ser sua especialidade não é mesmo?


- Fugir não, sobrepujar meu caro. Mas infelizmente viver nesses tempos não está saindo como planejado. – Pela primeira vez uma fria amargura pareceu emanar do quase sussurro.


- Ah sim, nunca neguei que éramos mais inteligentes do que a maioria, me lembro de já ter dito para o garoto, quando ainda era um, que grandes bruxos costumam ter erros em maior proporção do que os mais fracos. – Dessa vez o tom de amargura veio do homem que se sentou finalmente na poltrona, Dessa vez o tom de amargura veio do homem que se sentou finalmente na poltrona, olhando com leve interesse para aquele à sua frente.


- Sim, o garoto. No fim das contas ele era mais do que eu imaginei e menos do que você esperava. Lembra-se no ministério?


- Verdade, verdade.... Talvez a peça mais importante de todo esse jogo e mesmo assim mal usado, mal instruído e não completo.


- Para ambos, afinal antes mesmo da minha marca, você já tinha marcado o garoto e a garota com uma marca mais antiga do que eu.


- Muito pelo contrário, a marca deles é mais antiga que eu, que você e que o próprio tempo meu caro. Como disse, não completo apenas. Sua incapacidade de enxergar que os outros podem ser tão grandes quanto você o impediu por muito tempo de conseguir êxito. Mas deixemos Harry Potter de lado por enquanto. – Aquele mesmo tom de quem educadamente finaliza um tópico. – Como pode ver estou aqui, com noticias. Boas ou talvez ruins, dependendo do ponto de vista.


- Sabe, eu já sumi da história do mundo bruxo em diversos momentos, já viajei mais do que deveria e sei que quando alguém faz isso, normalmente volta mais poderoso, mas sua aura parece a mesma para mim.


- Poder não é a chave para seu ou meu sucesso, temos o suficiente disso, você acredito eu, e novamente, aqui uso minha imaginação um pouco mais aguçada que o normal, mais que eu. O problema principal foi outro. Um que faz com que nossos poderes mesmo em desigualdade permaneçam balanceados quando nesse plano.


- Uma regra imposta por magia antiga antes mesmo dos quatro grandes. – A fria voz parecia agora definitivamente agressiva. – Irônico que a maior medida a favor da nossa “continuidade” e para “suprimir forças que poderiam afetar a balança” foram nossa maior ruina, não acha?


- Não, não... Eu Acredito que se essa regra não existisse, estaríamos extintos muito antes de hoje. Mas se bem usada... pelas pessoas certas...


- Afinal, o que tem a me dizer Dumbledore?


- Ah, tenho muito a lhe dizer Tom, temos muito o que planejar também. Mas antes, tenho algo a lhe mostrar.


Mesmo sem nenhum som, mesmo na penumbra daquele salão, ambos os homens se tornaram identificáveis, se tornaram visíveis e claros. De um lado, estava Alvo Dumbledore, mais velho e cansado do que nunca. Do outro estava aquele de quem todos falavam, mas poucos já haviam visto e saído com vida, ali estava Lord Voldemort, os olhos vermelhos e serpentinos, sem nariz, branco como um cadáver... segurando em uma mão sua varinha e acariciando com a outra um medalhão com o bordão de uma serpente, que estava pendurado em seu pescoço. Porém nenhum dois parecia perceber uma terceira presença, assustada e confusa naquele aposento. E assim acabou.


 


Hermione


 


É no momento em que estamos dormindo que usamos maior parte da nossa capacidade cerebral, o lado esquerdo do cérebro, responsável pelo setor imaginativo do mesmo consegue controlar e contornar a lógica, tornando as coisas mais difíceis de se existir possíveis e até mais reais do que as que podemos tocar. Acredito que falo aqui com certa certeza, que todos já passaram pelo momento em que saímos desse estado, e conforme nossa mente vai retornando ao mundo lógico, os pensamentos e acontecimentos naquele período começam a desaparecer.


E nesse momento Hermione Granger acordou. Suava frio, sem sentir calor e sentia uma leve dor de cabeça.


Tinha sido uma noite completamente dentro do normal até o momento em que fora dormir. Jantara peru ao molho Foie Gras, uma receita típica do leste da França, que seus pais e ela conheceram na sua ultima viagem. Seu pai permitiu que ela bebericasse sua taça de vinho, enquanto ela lia sentada no chão, apoiada nas pernas dele. Como sempre por volta das dez da noite, se recolheu para seu quarto e foi dormir.


Hermione teria deixado tudo aquilo de lado, imaginando que fora um pesadelo, estranho, mas apenas um pesadelo, a não ser por alguns detalhes... E esses detalhes a fizeram se levantar, mesmo sonolenta, pegar um pergaminho e uma pena que estavam na sua cômoda e escrever sobre o que acabara de ver, era algo que ela gostava de fazer, seus sonhos muitas vezes a ajudavam a entender coisas que vivenciara para pensar sobre eles depois. Quanto mais escrevia, vira que tomara a decisão certa, pois cada palavra colocada no papel parecia sumir da sua cabeça.


Tudo naquele sonho poderia ser perfeitamente explicável, uma rua antiga de Londres, alguém encapuzado, uma casa, Alvo Dumbledore... Porém no sonho haviam coisas que que com certeza ela nunca conhecera, que seu subconsciente nunca poderia ter formulado em forma tão detalhada, a espada de Godric Griffindor, o formato da varinha de Dumbledore, o medalhão no pescoço do homem de voz fria e acima de tudo, o próprio Voldemort.


Claro que Hermione já tinha lido sobre, visto figuras e até mesmo estado há alguns cômodos do bruxo no ano passado, quando ela e alguns membros da A.D., junto com Harry invadiram o ministério para salvar (e ajudar na morte, pensou amargamente) Sirius.


Sendo assim tudo o que ela não podia expressar com palavras, desenhara, os símbolos, os formatos, tudo. Ao terminar se sentou em sua cama e se permitiu pelo primeiro momento após tomar a atitude logica, que sempre tomará, sentir o peso do que vira.


Acabara de ver Lord Voldemort e Dumbledore na mesma sala, conversando amigavelmente, sem nenhum vestígio de vontade de duelar, sobre uma regra de magia antiga, sobre Harry e sobre outras coisas que não entendia. Os dois pareciam duas entidades que não pertenciam a esse plano, discutindo com um leve interesse o destino de Harry, mas isso não era possível, não Alvo Dumbledore, que sempre o havia protegido.


Aquilo era um sonho? uma visão? Harry sempre dissera que suas visões eram nítidas e claras, assim como aquilo que ela presenciara. E logo após sua cicatriz doía como se fosse passada a ferro e fogo. Sua cabeça doía. Mas não poderia ter tido uma visão, ela não era Harry, não tinha uma ligação mental com nenhum dos bruxos naquele aposento, na verdade, nunca conversará mais do que 5 minutos com nenhum deles. E ali estava o perigo, como um sonho poderia ter inserido personalidade nos dois que conversavam tão calmamente? Mas não poderia ser...


Era um sonho, só podia ser um, com uma leve dor de cabeça devido ao vinho. Ela era Hermione Granger, esperta, logica, não se deixava levar e, na realidade, mal se lembrava dos sonhos que tinha, eram em sua maioria extensões de momentos no passado ou até mesmo de matérias que estudara. Tirando, é claro, os eventuais sonhos com Rony, que sempre tivera desde seu terceiro ano.... Mas, por que estava se lembrando de Rony afinal?


Percebeu que estava corada, talvez fosse pelo sono, por estar há menos de 15 minutos em um estado de total torpor, mas o pensamento dela saiu daquele sonho e foi parar em Rony, após acordado na enfermaria depois do retorno do ministério, onde fora atacado com um feitiço para confundir simples, mas potente... Ele abrira o cortinado de Hermione com tal força que o tinha quebrado. Ela tinha levado um corte no peito por um feitiço que de acordo com Madame Pomfrey era “Simples, mas nem por isso menos perigoso...”. Ele parecia tão preocupado, abobalhado, sem saber o que dizer, que a fez sorrir.


Foi ali o primeiro momento desde seu quarto ano que ela quis, e conseguiu, ser notada pelo garoto. E tudo devido ao ministério, no mesmo dia da morte de Sirius, mais um que Harry vira morrer. Harry, era incrível como um garoto que deveria ter tudo, não tinha nada... Hermione imaginava como o amigo deveria estar sozinho, fora por isso que naquele momento tão feliz na enfermaria, quebrou o clima e pediu a Rony que fosse procurar o amigo.


Só o vira dois dias depois, ele não a visitou na enfermaria, tampouco falou com ela quando voltou ao salão comunal e a encontrou pela primeira vez... Parecia encabulado, triste, como se não soubesse o que lhe dizer. Ela lhe chamou , e ele finalmente falou com ela, pediu desculpas evasivas, não olhara diretamente para ela. Ela sabia que ele se sentia culpado, humilhado e com certeza triste.


Hermione sabia como ele se sentia, ela sempre sabia. Harry e Rony sempre brigaram com ela por dizer sempre saber o que se passava com eles, mas ela realmente sabia. Dizem que quando se ama alguém, não se precisa de palavras... Ações, movimentos, tudo implica no que uma pessoa está desejando ou passando, e ela era muito boa em dizer isso, conseguia saber o que se passava pela cabeça das pessoas, ainda mais com Harry e Rony.


Após aquele momento, Harry, Rony e Hermione continuaram suas vidas, como se nada realmente tivesse ocorrido, ou o melhor que podiam. Harry permanecia sempre distante, Rony sempre sem saber o que dizer e Hermione respeitava a condição dos dois. Harry não era do tipo de pessoa que gostava de compartilhar seus problemas, suas emoções ou de expor os seus amigos ao perigo. Era do tipo corajoso, mas conservador... Preferia morrer sozinho a pedir ajuda nem que estivesse soterrado com a titica de Edwiges. Sabia também que algo ocorrera depois que ele voltara a Hogwarts, o olhar do garoto estava mudado.


Ela se levantou e decidiu ir até a cozinha beber um copo d’agua. Vivia em uma casa trouxa e tudo fora seu quarto denunciava a profissão dos seus pais. Seus pais eram dentistas afinal, o que normalmente é sinal de boa higiene e organização, mas ainda assim ela não gostava nem um pouco da mania do seu pai de possuir placas nos cômodos indicando onde se estava (por organização de acordo com ele), parecia que mesmo em casa estava no consultorio dos pais, onde em algum momento leria em alguma placa “SALA DE ESPERA, SILENCIO POR FAVOR”.


No caminho para a cozinha percebeu que ainda havia alguém na sala, era seu pai, que estava na mesma poltrona em que o deixara, com a lareira acesa. Parecendo absorto em um livro enquanto falava de forma baixa com aparentemente ninguém.


- Papai? – Hermione chamou com a voz arrastada, eram duas e vinte da manhã afinal. No instante em que ela falou, seu pai se levantou (um pouco rápido demais) e deixou o livro cair na grade da lareira.


- Mione, acordada a essa hora? Pesadelos? – Brincou o pai sorrindo e coçando a cabeça. Para qualquer um isso seria normal, mas Hermione sempre soube que esse gesto indicava que seu pai tinha algo na cabeça, algo que não deveria ser notado. A primeira vez que notou isso foi no seu aniversário de 11 anos, quando seu pai recebera uma carta estranha, endereçada a ela, sua carta de Hogwarts. Mesmo tendo aceitado bem a notícia de que ela era uma Bruxa, quando a professora McGonagall a visitará para explicar sobre o mundo bruxo (atividade que de acordo com ela ocorria a todos os nascidos trouxas, para evitar confusões), notará novamente seu pai coçando a cabeça, pois iria dar a notícia que Hermione tinha sido aprovada em uma das melhores escolas da cidade.


- Talvez, tudo bem com o senhor? O seu livro! – Ela fez menção de se dirigir para a lareira, mas notou então que estranhamente o livro não pegara fogo, nenhuma brasa na verdade.


- Deixe pra lá, ele está na grade, viu? – Ele apontou nervosamente para a lareira. - Tudo bem sim querida, só algumas coisas do consultório. – Seu pai a segurou pelos ombros gentilmente e disse. – Nada para se preocupar, vamos tomar um chocolate? Está grandinha agora, mas ainda gosta de alguns mimos, não é?


Com um último olhar para a lareira, Hermione deu um sorriso e acompanhou o pai até a cozinha. Quinze minutos depois subia para seu quarto com uma caneca de chocolate fumegante. Fora uma noite estranha, mas estava com sono, era tarde, tudo estava bem afinal.


 Se o que vira era um sonho ou não, ela não conseguiria determinar naquela noite, com a cabeça sonolenta e vários outros pensamentos na cabeça. Se Rony iria falar com ela ou não algum dia sobre como resolver as coisas entre eles, também não iria ocorrer ali e agora. E se Harry a confortaria de novo com aqueles olhos tão cheios de afeto que um irmão mais velho teria, tudo só seria resolvido depois...


O que Harry diria se soubesse que ela também estava tendo esses sonhos? E Rony? E com esse pensamento em mente, ela dormiu. E aquele pergaminho, talvez com um fato muito importante, permaneceu ali, como um mero rascunho, de um possível sonho.


Era uma noite comum, cerca de duas horas da manhã, perto de Notting Hill, no oeste de Londres, tudo estava calmo, por enquanto tudo estava bem era só uma noite de verão.


           


Harry


 


Era noite na rua dos Alfeneiros, dentro das casas padronizadas, grandes e de aparência pomposa de um subúrbio, seus moradores dormiam tranquilamente em suas camas Big Size, era afinal, um local para banqueiros, donos de escritório e suas mulheres pomposas avidas por fofocas, batalhando dia a dia por coisas simples como quem fazia a torta mais cheirosa, qual o carro mais bem lavado e quem tinha o filho com maiores conquistas inúteis no clube da escola chique que frequentavam. Mas em uma casa especificamente uma luz permanecia acesa, no segundo andar do número 4 ficava o quarto de um garoto que normalmente era evitado pelos residentes daquele bairro e das redondezas.


Os boatos eram que ali vivia um garoto mentalmente perturbado, que havia sido gentilmente acolhido pelos residentes da casa, mas que era violento e devido a isso era mantido, quando no verão, no quarto, sem direito a visitas. Assim era visto Harry Potter. Estatura normal, rosto fino, crescera alguns centímetros desde que chegara em casa, mas nada absurdo, tanto que as roupas usadas de Duda ainda lhe eram grandes. A diferença era o olhar, Harry sempre havia sido maltratado, mas nunca demonstrara ódio no olhar, mas ultimamente, mesmo os residentes da casa o deixavam em paz. Ao se olhar no espelho, Harry não via mais a semelhança que todos diziam com os olhos da mãe, eles pareciam escuros e sem vida.


Quando voltara de Hogwarts naquele ano, pela primeira vez ser um isolado social e perigoso lhe pareceu até interessante, podia ficar quieto e incomunicável em seu quarto, ali ninguém sabia o que havia ocorrido, ali ele era somente Harry, não o menino que sobreviveu, e isso o ajudou a se manter são nas semanas que seguiram. Mas isso não o ajudava a dormir, não o distraia dos pensamentos que consumiam cada grama do seu ser, por isso ali estava ele, como em todas as noites desde sua chegada, sem conseguir dormir, olhando para a gaiola vazia da sua coruja albina, ela estava caçando, ele sabia que era esse o caso pois a proibira expressamente de trazer ou levar cartas enquanto estivesse ali. Não queria se comunicar com o mundo mágico, era a primeira vez desde os onze anos que não sentia anseio por notícias dos bruxos, que não esperava e não se interessava em ser convidado para a TOCA, cancelara até mesmo sua assinatura do profeta diário.


Recebera algumas cartas dos membros da Ordem é claro, pedindo atualizações sobre sua saúde e bem estar. Respondia a todas com a mesma frase “Continuo bem” e só. Mesmo as cartas de Rony e Hermione, sempre amáveis, pareciam amargas aos seus olhos, e os convites e notícias passavam despercebidas. Respondera apenas uma das cartas e apenas para Rony, contando que este passaria para Hermione, e mesmo a resposta fora evasiva, até mesmo fria ele sabia.


 


“Oi Rony,


Estou bem, obrigado pela preocupação. Avise a sua mãe e Hermione que não precisam me enviar uma carta por dia, me alimento e respiro da mesma forma que fazia quando nos despedimos, o que para a sua mãe sei que é desnutrição.


Agradeço o convite, mas irei passar o verão com meus tios, são a família que me resta e é melhor me acostumar com isso.


Atenciosamente,


Harry ”


 


Ele não se sentia mais à vontade para falar, para conviver com o mundo magico. Pessoas livres, pessoas que não tinham a mesma tarefa que ele, e que se dependesse dele, não teriam e nunca precisariam saber.


Não que ele gostasse da situação em que se encontrava, mas ao menos havia sido alertado desde os onze anos que em algum momento enfrentaria Voldemort. Não sabia naquela época que de forma direta, mas ele sentia isso, sabia que tinha motivos e vontade de sobra para combater, só não que era a chave e único capaz de tal feito.



Harry andava pensando nisso desde que voltara a casa de seus tios. Tudo aquilo por causa daquela maldita profecia, tantas mortes, tanto sofrimento, tanta dor. E pensar que nem precisava ter sido ele, poderia ser Neville. Caso o destino fosse um pouco diferente, ele ainda teria todos a quem ama com ele. Então involuntariamente ele viu todos aqueles rostos: seu pai ,sua mãe, o Sr. e a Sra. Longbotton (assim, pensou que na verdade Neville não tinha uma vida inteiramente melhor que ele), Cedrico, Barto Crouch, e na sua ultima semana em Hogwarts Igor Karkarof fora noticiado morto próximo ao Mar Morto.


E por último Sirius.... Sirius, que era seu padrinho, que havia sido condenado a prisão perpetua na prisão dos bruxos, que passara treze anos tendo sua felicidade sendo roubada, que havia voltado para protege-lo, que não pensava um segundo antes de ir ao encontro de Harry.... que tinha morrido por causa dele. Esse era outro pensamento que não saia de sua memória. Na verdade esse era o pensamento que o torturava...  Diferente da profecia, não era o destino de ninguém... Sirius estava morto por sua culpa, só dele. Seus amigos quase tinham morrido, também só por culpa dele.


Harry continuou em seus pensamentos, até que um bipe ao seu lado informou que já eram três da manhã, então ele saiu de seu devaneio e se lembrou que era seu 16º aniversário, se lembrou de como se sentira nos últimos 4 verões... Mesmo em seu segundo ano, onde não recebera nenhuma correspondência e no quinto, onde recebia nada além de rabiscos de notícias, sempre se via esperando os presentes e cartões que ganharia de seus amigos Rony e Hermione.


Aquele ano, porém, era diferente. Estar mais velho não parecia algo a se esperar, afinal cada ano que ele vivia, uma pessoa diferente era roubada dele. Naquele ano, ele preferia que ninguém se lembrasse, que ele ainda fosse o garotinho que vivia no armário abaixo da escada, infeliz, mas ignorante ao mundo bruxo e aos seus perigos.


Por fim conseguiu ir dormir. Teve um sonho agitado e confuso, sonhou com seus pais olhando para ele do espelho de Ojesed, que se transformou no véu do departamento de mistérios, e dentro dele estava não só Sirius, mas também Roy, Luna, Neville e Gina, todos dizendo que era culpa dele eles estarem mortos, Draco Malfoy os substituía, dizendo que deveria parar de acreditar em sonhos, afinal, era só uma arma, e armas servem só para um proposito. Matar, não pensar. Ele tentava dizer que não fora sua intenção e que afinal isso era uma loucura pois ele estava tentando ir a cozinha de Hogwarts encontrar alguém. Por fim tudo se transformou novamente, ele estava na sala circular e no meio dela estava o corpo de Hermione, ela estava pálida e respirava de forma falhada, ele se sentiu eufórico, como se uma centelha de felicidade acendesse no seu peito... Mas não fazia sentido, como poderia sentir felicidade ao ver Hermione morta? Aquilo estava errado, muito errado, então...


Uma batida na porta, e Harry acorda assustado. Demorou alguns instantes para se organizar.... Estava dormindo... Ouviu uma batida... Quem seria? Era uma noite tranquila, olhou para a janela e viu que ainda era noite, que as luzes continuavam laranjas e o silencio reinava do lado de fora da casa. Deu um salto silencioso da cama, com os sentidos em alerta, “Os últimos anos serviram ao menos para isso”, pensou, seu corpo reagia instantaneamente ao perigo. Da última vez que algo assim ocorrera, a Ordem o retirara às pressas e sem consentimento dos Dursley da casa, algo que ele não queria fazer dessa vez. Continuou encarando a porta até que uma nova batida ocorreu. Será que devia sair da frente da porta e a abrir com um feitiço? Melhor não, se não fosse algo perigoso estaria entrando em outro problema com o Ministério, algo que ele literalmente não queria e não podia passar nesse momento, não voltaria aquele lugar se lhe dessem a opção. Decidiu não usar magia até que fosse estritamente necessário, além do que, se fossem bruxos das trevas, dificilmente bateriam na porta de um garoto teoricamente desacordado no meio da noite, com certeza o matariam rapidamente.


Com isso em mente, mas ainda com a varinha em punho se dirigiu a porta e a abriu, encontrou com ninguém menos que tia Petúnia, esquecendo-se de baixar a varinha, Harry olhou para a mulher estupefato, sua tia evitava falar com ele sozinho desde que se lembrava por gente, sempre deixava com o grande Tio Valter a tarefa de passar instruções a Harry. Sem esperar qualquer reação do garoto ela adentrou no quarto e fechou a porta atrás de si.


- Abaixe essa varinha e me deixe entrar, rápido vamos, se Válter descobrir que eu vim aqui eu estarei encrencada.


Harry obedeceu, então trancou aporta. Passou-se um tempo então Petúnia falou:


-Sente-se. - Mas não era uma ordem e sim um pedido, e também em um tom muito diferente daquele tom seco costumeiro de tia Petúnia, ele se sentou afinal, o sono era grande.


- Hoje é o seu aniversário de dezesseis anos...


Harry ficou paralisado, tia petúnia falando com ele sem gritar, sem aquele olhar de determinada indiferença, lembrando do seu aniversário de forma natural. Algo estranho estava acontecendo, se fosse há alguns anos aquilo poderia despertar seu interesse, não agora.


- Sim, é o que vem depois dos quinze. Se era só isso que você queria...


- Foi nessa mesma época que ela decidiu sair para sempre. – Petúnia parecia falar com muito esforço. – Apareceu aqui no último verão daquele... colégio para aberrações! Dizendo que no seu mundo desmiolado ao atingir dezessete anos poderiam se mudar, e como ela faria na metade do ano, aquele seria o ultimo verão que passaria conosco. Papai não aceitou, disse que as leis deles não eram as nossas, que a sua filha não sairia de casa assim simplesmente. Ela o convenceu, claro, era a filha perfeita! Mas eu sabia que algo de ruim estava acontecendo, eu sabia desde que ela foi enviada para aquele lugar!


Independente do seu último pensamento, aquilo estava indo para uma direção interessante, tia Petúnia evitava a cada instante se lembrar que Harry ou sua irmã existiam, no máximo alguns comentários soltos. Mas algo se acendeu na cabeça de Harry naquele momento. Desde o seu último ano, Harry notara que Petúnia conhecia mais do mundo mágico do que demonstrava, mesmo contra sua própria vontade.


- Por aquele lugar... você se refere a Hogwarts?


- Primeiro fazendo amizades com aquele garoto estranho no ano antes daquele lugar chama-la.– Continuou Tia Petúnia sem parecer ouvi-lo, Harry captou a palavra ‘’Garoto estranho” e “antes daquele lugar”.- Depois voltava só nos verões e tentava se mostrar a todos, “Eu aprendi novos feitiços”! Só eu via que aquilo ia acabar com ela, eu a avisei antes de ir, eu a pedi que não fosse, que aquilo não podia trazer nada de bom para ela.


- Garoto? Que garoto? – Harry se interessara, seria seu pai? Não, sabia que eles tinham se conhecido em Hogwarts, se existira algum amigo de infância de sua mãe, era outra pessoa.


- Um garoto estranho, cabelo oleoso, nariz de gancho, curvado, sempre andava se esgueirando dos outros, os pais pelo que soube eram violentos e foragidos da polícia, não duraram muito aqui. Mas foi o suficiente para fazer a cabeça dela. – Tia Petúnia parecia estar contando algo do qual não participara, Harry não sabia quem era o tal menino, mas não se importava, finalmente uma ideia começou a se formar na sua cabeça ainda sonolenta.


- Você tinha inveja da minha mãe? queria ter ido para Hogwa...?


- Cale-se garoto! – Tia Petúnia corou levemente, mas se recuperou rápido. – Ter inveja? Inveja do que? De sumir para outro mundo maluco onde bestas sem rosto tiram a alma pela boca dos outros? Onde bancos ficam embaixo da terra e velhos malucos mandam corujas com cartas, e coisas pra se jogar na lareira e sumir? Não garoto, eu não tenho inveja da minha irmã. Ela foi se envolver com essa gente da sua laia e o que conseguiu foi ser explodida, largar um filho e colocar todos os que restam da sua família sob perigo.


- Você veio até o meu quarto para arrumar briga? Sei exatamente o que aconteceu com a minha mãe, e não ficarei aqui mais do que o necessário, portanto não precisa se preocupar com perigo. – A voz de Harry saiu fria e sem emoção, foi o momento onde o olhar de tia Petúnia pareceu se acalmar.


- Era nesse ponto que eu queria chegar garoto.- Parecia estar se lembrando novamente de algo do passado, sem falar especificamente com Harry. – Na sua idade ela quis sair daqui, naquele ano algo horrível aconteceu, pelo que entendi ela entrou para algum clube estranho e me escreveu. Na hora que as coisas ficavam ruins ela sempre se lembrava de mim. – Disse, crispando os lábios e entregando um pedaço de papel a Harry, não disse mais nada.


“Querida Tunia,


Como vai? Ouvi dizer que esta namorando com o Valty, que mora na rua de trás. Sei que nos últimos anos estamos afastadas, que não concorda com meu estilo de vida e com minha decisão de sair de casa nesse último verão, mas sinto que ao menos a você devo explicar realmente o motivo de tudo isso.


Algo muito ruim está acontecendo, sinto isso mesmo dentro da escola, ando acordando todas as madrugadas por esse horário e me pego escrevendo sobre coisas que não conheço, não estou louca, você se lembra que quando éramos crianças eu fazia isso quando queria me lembrar de algo, e quase sempre no mesmo dia algo estrano acontecia? Então, parece que esta acontecendo de novo.


Precisei sair de casa, meu professor (aquele que foi nos visitar) me disse que quanto mais forte eu ficar, mais essas coisas ruins podem acontecer a minha volta, e não posso deixar isso machucar você, Mamae ou papai.


Entrei em uma equipe para tentar ajudar a todos, de um jeito que você possa entender, irei ajudar contra aquelas coisas horríveis que vem acontecendo, o ataque ao banco, o problema na ponte perto de Boston...


Sei que estivemos afastadas, mas você é minha irmã, e aprendi que o sangue é algo muito importante nos últimos anos nesse mundo. Irei começar algo, e gostaria de lhe dizer, ou para quem mais interessar, que a resposta está no fim de tudo.


 


Com carinho, Lily”


 


- Naquele ano ela quase morreu. Nunca me disseram o porque, só nos levaram em uma loja que virava hospital para visita-la. Não nos deixaram falar com ela, só olhar de longe. – Tia Petúnia falou. – Nunca mais nos falamos. E após mais alguns anos ela se foi de uma vez. Você vê? O lugar a deixou maluca.


Harry não sabia o que dizer... Ficou olhando para a letra da sua mãe, ali estava a prova de que ela existira, de que tinha contado com pessoas. Ttinha enfim algo mais parecido com ela. A letra da sua mãe, embora mais elegante, tinha os mesmos traços, a mesma volta que fazia no começo dos E’s, a mesma inclinação para a direita... Aquilo era com certeza uma confirmação de que ela havia entrado para a Ordem da Fênix. Mas e aquilo sobre sonhos, sobre escritas estranhas na madrugada? No fim de tudo... Não entendia até onde aquilo estava indo. As informações estavam desconexas.


- O que é o fim de tudo?


- Não sei. - Respondeu tia Petúnia.


- Quem era o garoto de quem você falou?


- Não sei. – Repetiu a tia.


- Sobre o que ela está falando quando disse que escrevia e coisas aconteciam?


Petúnia se levantou, o seu olhar estava mais parecido com o que sempre tivera. Olhou para Harry e disse apenas.


- Não sei... Mas há algo que devo lhe dizer. Você não vai.


- Não vou....


- Sua mãe o deixou aqui, comigo. Eu jurei que não o deixaria tomar o mesmo caminho que ela. – tia Petúnia dizia aquilo quase como se fosse algo que decorara há algum tempo. – Não pude impedir que fosse para aquele lugar de malucos, mas não vou aguentar ver mais alguém da minha família morto naquele mundo de malucos. Você só sairá dessa casa quando for maior pelas leis do mundo normal, do mundo onde não explodem crianças de madrugada. Não me importo com as suas leis, você vive em nosso teto, nós tecriamos, com nossas regras.


- Tia, a magia que me faz ficar aqui acaba em breve, eu nã...-


- Já disse, você não sai dessa casa. – Tia Petúnia abrira a porta.


- Ninguém vai me deter de sair daqui no fim desse verão para sempre, tia... Não sei se sabe, mas aqui não foi o melhor lug-...


- Você não entendeu garoto. Tenho maneiras de te manter aqui. E farei isso. Não ache que é a única vitima aqui. Você perdeu sua mãe aquela noite, eu perdi minha irmã muito antes disso. Sua laia a tirou de mim, sua laia a deixou louca e a matou. O lugar não é bom o suficiente para você? Mesmo assim foi aqui que você ficou vivo, seguro.


Aquilo foi uma frase inesperada e, nunca admitiria, mas tinha um ponto de razão.


- Fique e sobreviva, esse é o presente que sua mãe e eu lhe demos no mesmo dia. A chance de viver. Pode não ser o jeito mais feliz, mas foi o que conseguimos. – Tia Petúnia falara isso de uma forma que lembrou a Harry como Dumbledore falava, que o sacrifício da sua mãe fora um presente, percebeu que os olhos dela estavam úmidos, algo raro de se ver a não ser que Duda tivesse aprendido uma nova palavra com mais de três silabas. – Não irei continuar essa conversa, não nos diga que foi criado de um jeito frio, você mesmo também sempre se sentiu externo a essa casa, não negue.


- Ah.... – Harry ficara sem resposta por um momento.


- Seu presente de aniversário. – Tia Petúnia tirara um embrulho de seu robe e jogara na cama de Harry. Fechou então a porta e saiu.


 


Harry olhou para o embrulho, para a porta, e novamente para a carta em suas mãos... O que significava aquilo tudo?


Obviamente sua mãe tivera amigos, nenhum que ele soubesse anterior a Hogwarts. Na verdade, não sabia muito sobre sua mãe, tinha mais informações sobre seu pai, que era amigo dos Marotos e tinha mais histórias em comum com eles, pelo que sempre soubera, só começaram a sair com sua mãe no sétimo ano, quando deixou de ser tão metido. Sentiu-se mal por isso, sempre ouvira que sua mãe fora uma grande bruxa, mas nunca , depois que entrou em Hogwarts tentara descobrir sobre ela.


Ali estava alguma coisa, podia sentir isso... Sua mãe tinha sonhos e escrevia algumas coisas que normalmente traziam coisas perigosas, profecias talvez? Não, chega de profecias... Harry moveu seus pensamentos para outros fatos.


Ela entrara na ordem com dezesseis anos, como? Se nem ele pudera? A guerra deveria estar no apse naquele tempo, sim, com certeza, mas não imaginava Dumbledore aceitando crianças na ordem. Sua mãe sempre fora brilhante, sempre lhe diziam, parecida com Hermione, de acordo com muitos professores que tivera. Hermione...


Ela entenderia o que estava se passando ali? Provavelmente já havia lido em algum livro sobre a última guerra, sobre as medidas emergenciais tomadas, com certeza poderia explicar deforma detalhada sobre as formas de adivinhação, mesmo sem saber a matéria.


Por um momento se sentiu tentado a pegar um pergaminho e escrever a ela, sempre pudera contar mais com o cérebro de Hermione. Rony era seu melhor amigo, aquele no qual ele confiava no coração, aquele que sempre o apoiava, que comprava suas brigas... Mas ele não precisava de apoio naquele momento e sim de explicações... E nisso Hermione sempre fora a melhor...


Mas ali lhe faltavam duas coisas... Sua coruja e a vontade de trazer seus amigos para aquilo. Da ultima vez, quase não saíram vivos. Eles não tinham nenhuma proteção magica sobre eles, não tinham algumas frases dizendo que seu futuro seria ser um assassino ou um assassinado.


Se queria mesmo que eles ficassem de fora do seu atual destino, precisava começar a tomar suas próprias decisões, acolher seu caminho solitário e seguir em frente.


Precisava dormir, precisava colocar a cabeça no lugar... Mas entre o início daquele verão e o momento em que recebera aquela carta com a letra da sua mãe, com o alerta , mesmo estranho de sua tia, um pensamento fixo estava na mente de Harry. Algo que não sabia se teria coragem de realizar... Ele precisava destruiu Voldemort, e onde ele ficava, era um perigo para todos a volta, em todos os anos tudo ocorrerá porque ele, Harry, estava por perto.


Ele precisava colocar um fim naquilo, “estará no fim de tudo”, realmente, o fim. Era o fim dele em Hogwarts...


 


Com esse pensamento ele adormeceu...



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N/A: Taí o! Depois de 10 anos (lançei o primeiro capítulo em 2005) reescrevi o primeiro capítulo. Como eu disse, novo conteúdo foi adicionado. Mudei a forma da narrativa, com cada capítulo especificando sobre quem é o personagem principal, os lugares, comidas e toda e qualquer informação adicional não foram inventados, eles realmente existem. Espero que esteja melhor, comentem.
P.S: Não teremos muitas notas de autor nessa fic, apenas quando for realmente necessário. 

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Comentários (3)

  • Gabriel D. Potter

    Pessoal, capitulo 2 está demorando mais que o esperado, mas é porque na fic antiga ele estava extremamente bobo... u.uComo estou em um emprego novo, estou pegando o jeito das coisas, mas acho que amanha sai :D 

    2015-03-05
  • Gabriel D. Potter

    Oi Ingrid!Como indiquei, muito conteúdo será adicionado na FIC, a forma da narrativa mudou, a forma de escrita, a forma de falar está mais parecida com a dos proprios personagens...Harry e Rony são as criaturas mais burras da face da Terra rsA ideia original da FIC não mudará, o outro logo logo aparece :)

    2015-02-25
  • Ingrid T.

    E já começamos a ver as diferenças entre a nova e a antiga versão da fic... Hermione tendo visões? Gostei da ideia, pois acredito que deste modo ela estará mais envolvida na fic do que anteriormente.... E o Harry, as always, querendo se isolar e "duelar" com o mundo sozinho. Não aprende nunca haha Espero que possamos ver logo logo o Garry :)

    2015-02-24
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