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Ron e Hermione: Missing Moments
(O diálogo no fim desta história é creditado à J.K.Rowling)
Parte dois: Vingança


Hermione respirou profundamente enquanto tentava, sem sucesso, parar de chorar. Ela odiou Ron com cada fibra do seu corpo, cada poro de seu corpo estava liberando ódio por aquele terrível, cruel e horrível garoto que ficava a magoando continuamente... não haviam canários suficientes, mágicos ou não, para causar a ele o tipo de dor com que ela estava lidando todo dia.
‘Olá?’
Uma voz familiar e sonhadora ecoou no banheiro feminino. Hermione rapidamente parou de soluçar e secou as lágrimas assim que Luna entrou.
‘Ah, olá, Hermione,’ ela disse.
‘Oi, Luna,’ respondeu Hermione, se forçando a sorrir. ‘Como você está?’
‘Estou bem,’ disse Luna. ‘Mas você não está. Você esteve chorando.’
Hermione abriu a boca para protestar. Luna podia ser tão... honesta algumas vezes. Era enlouquecedor! Tão enlouquecedor como as lágrimas que pularam dos olhos de Hermione.
‘Ah…’ ela murmurou, enquanto começou a soluçar novamente. Soluçou ainda mais quando sentiu Luna colocar o braço em volta dos ombros dela e bater de leve nas costas dela.
‘Eu sei,’ ela disse simpaticamente, alcançando a Hermione um paninho azul velho, porém limpo. ‘Você está chateada por causa de Rufus Scrimgeour, não está? Eu não a culpo. É terrível.’
‘Qu-quê?’ perguntou Hermione, a encarando. ‘Rufus Scrimgeour?’
‘Sim,’ disse Luna, seus olhos arregalados muito sérios. ‘Eu quase chorei quando papai me disse que Scrimgeour era um vampiro. Como se não fosse o suficiente que Você-Sabe-Quem está por aí à solta, aterrorizando---’
Hermione riu. Não pôde agüentar.Ela riu alto. Luna era a pessoa mais absurda que ela já havia conhecido, mas de alguma maneira era precisamente o que ela precisava naquele momento.
‘Não é engraçado,’ disse Luna severamente.
‘Desculpe,’ disse Hermione, secando seus olhos novamente. ‘Você está certa. Claro que não é engraçado.É que... não é por isso que eu estava chorando.’
‘Ah,’ disse Luna. ‘Bem, então deve ser um garoto. Ninguém chora tanto por outra coisa, choram?’
Os olhos de Hermione se encheram novamente e ela soluçou. ‘É Ron,’ disse ela, incerta do porque ela estava dizendo isto à Luna, mas contente que ela podia contar a alguém, que Luna parecia, em sua própria maneira, entender.
‘Ronald Weasley?’ disse Luna. ‘Sim, posso ver porque você deve estar chorando. Ele é engraçado, mas também é um pouco mau às vezes.’
‘Sim, ele é!’ chorou Hermione.
‘Mas por que ele foi mau com você?’ perguntou Luna.
‘Nós brigamos,’ disse Hermione miseravelmente. ‘Foi pior do que uma briga, ele não vai falar comigo novamene e ele está sendo terrível e eu odeio ele...’ Ela soluçou mais um pouco.
‘Não acho que você o odeie se está chorando tanto,’ disse Luna sabiamente, e Hermione a encarou asperamente. Os olhos largos de Luna estavam astutos, e focados nela, simpaticamente. Hermione mordeu o lábio enquanto mais algumas lágrimas saíram.
‘Não,’ ela disse. ‘Não odeio ele.’ Ela se afastou de Luna. ‘Eu devia ir... obrigada, Luna...’
Hermione encontrou Harry no caminho; ele alcançou a ela as coisas que ela tinha deixado na aula de Transfiguração. Ela mal se lembrou de agradecer aele e correu dali, precisando ficar sozinha. Luna foi legal, mas ela precisava da biblioteca agora. Era sempre uma fonte de conforto para ela. Ela precisava do cheiro dos livros, do som de páginas virando. Ela precisava...
… não ver Ron e Lilá rindo - Ron estava rindo! - enquanto eles se enfiavam em outra sala vazia. A dor no coração de Hermione repentinamente aumentou, como se ele tivesse sido congelado. Contra a razoabilidade dela, Hermione foi direto para a porta que Ron tinha acabado de fechar atrás de si, com Lilá.
Havia luz o suficiente na sala, e uma janela grande o suficiente na porta para Hermione ver o contorno de duas pessoas se agarrando.
Ela fechou os olhos fortemente e respirou fundo pelo nariz. Ela não iria chorar. Ela NÃO IRIA. Ela iria... ela iria...
Ela ouviu vozes - o tipo de voz que a lembrava Malfoy, e era um tom pomposo. Ela se virou e viu Zacarias Smith caminhando, absorto em uma conversa com Ernesto McMillan. Ernesto a viu e Hermione rapidamente se afastou da sala em que Ron e Lilá estavam certamente quase se engolindo e se aproximou de Ernesto para cumprimentár-lo.
‘Olá, Hermione,’ disse Ernesto. ‘Er.. como você está?’ ele acrescentou parecendo preocupado, já que tinha presenciado ela saindo correndo da aula de Transfiguração.
‘Ah, ótima,’ disse Hermione, forçando um tom alegre. Ela se virou para Smith.
‘Olá, Zacarias,’ cumprimentou ela alegremente.
‘Oi, Hermione,’ disse Smith, sorrindo. Não era um sorriso amigável, mas carregava algum interesse.Hermione percebeu os olhos de Smith perpassarem-na...
Francamente! Garotos! Acham que são tão sutis quando encaram uma mulher, mas são ridicularmente óbvios!
E a idéia veio. Hermione sabia o que tinha de fazer.
Vingança. Vingança era o que ela queria. Não era a idéia por trás dos canários?
Mas quem se importava com canários? Eles arranhavam e mordiam, mas não deixavam cicatrizes. Não magoavam realmente do jeito com que Ron merecia. Não causavam humilhação.
‘…. vai à festa de Slugnorn?’ perguntava Ernesto.
‘Quê? Ah, sim,’ disse Hermione, sorrindo para Smith. Deveria ela convidá-lo? Não, não na frente de Ernesto. Seria muito rude. Mas ela poderia convidar Smith no jantar, não? Sim, seria perfeito. Poderia ser bem na frente de Ron...
‘… ir,’ estava dizendo Ernesto. ‘Temos que estudar na biblioteca.É geralmente os lufa-lufas, mas se você quiser se juntar a nós...’
‘Ah… er, não, obrigada,’ disse Hermione, sorrindo novamente, mais doce desta vez. ‘Tenho algumas coisas para fazer no meu quarto,então irei para lá. Tchau, Ernesto, Zacarias.’
Os dois assentiram e saíram, Smith olhando para ela mais uma vez com uma expressão indescritível.
Hermione tomou a direção oposta - evitando olhar para a porta de sala contaminada com Ron e Lilá - e subiu para a sala comunal. Sim, Smith era considerável. Convidá-lo na frente de Ron iria enlouquecê-lo. Ela pensava apenas em como poderia persuadir Smith a parar pela mesa da Grifinória.
‘Ai!’
Ela colidira com algo grande enquanto ia em diração ao quadro da Mulher Gorda. A coisa grande revelou-se ser Cormac McLaggen.
‘Oi, Hermione,’ disse Cormac, dando a ela um de seus pretensiosos sorrisos. ‘Pronta para a festa de Slughorn?’
Hermione encarou-o e uma idéia muito melhor a ocorreu.
‘Cormac, você gostaria de ir à festa de Slughorn comigo?’ disse ela.
McLaggen pareceu surpreso, mas escondeu isto rapidamente com um ar desinteressado. ‘Sério?’ ele perguntou casualmente.
‘Sim, sério,’ disse Hermione, e sem pensar ela jogou o cabelo para trás e acrescentou em uma voz calma ‘Achei que seria divertido se fôssemos juntos.’
McLaggen sorriu novamente e Hermione percebeu que ele tinha um sorriso parecido com o de Gilderoy Lockhart, o que não era uma coisa boa. Ela ficou pensando se sabia no que estava se metendo.
‘Eu adoraria,’ disse McLaggen guturalmente, e repentinamente ergueu a mão e acariciou o braço dela. Hermione tremeu ao contato; ela não tinha certeza se era bom ou não.
‘O-Ok, então,’ disse ela. ‘Encontro você às oito na sala comunal.’
‘Mal posso e esperar,’ disse McLaggen, e ele saiu. Hermione assistiu-o ir, seu interior fervilhando com dúvidas, mas então ela ouviu a familiar voz do riso de Lilá, e ela se virou para a Mulher Gorda.
‘Dilligrout,’ ela disse rapidamente, o portal abriu-se e ela entrou, esperando não ser vista pelo projeto de colega de quarto e por aquele terrível ruivo idiota.
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Hermione sentou sozinha à mesa do jantar. Seu bife permanecia intocado. Ela sabia que devia comer, precisava da força para hoje à noite...
Hermione fechou os olhos miseravelmente. O que diabos ela estava pensando, convidando McLaggen? Ela não gostava dele, nem mesmo como amigo. E se ele tivesse a idéia errada? Ele era tão grande, ele poderia facilamente agarrá-la debaixo de um azevinho e tentar sugar o rosto dela se quisesse...
Ela sentiu um olhar nela e virou seus olhos ligeiramente para a esquerda. Ron estava olhando para ela, ela sabia. Ele olhou para o outro lado quando os olhos deles se encontraram, e ela viu a ponta das orelhas dele corarem. Ela se virou de volta para seu bife, se obrigando a não chorar. POR QUE tudo aquilo tinha que ter acontecido? POR QUÊ?
Ela olhou para ele novamente e o viu conversando com Harry; Ron parecia mal-humorado, do jeito que ele sempre ficava quando sabia que estava errado sobre algo, mas era orgulhoso demais para admitir. Ou talvez Hermione estava apenas tendo um pensamento esperançoso. De qualquer uma das maneiras, ela estava miserável, e talvez ele estivesse miserável também... ela achou que vira algo triste nos olhos dele antes que ele desviasse o olhar... Hermione suspirou. Talvez ela devesse parar com essa loucura. Talvez ela devesse arrastar Ron para um canto e exigir que conversassem, esclarecessem as coisas.
Ela se virou novamente, pensando em ir até Ron, quando ela apareceu. Lilá sentou ao lado de Ron e se atirou nele como um cachorro querendo um biscoito. Hermione franziu a testa e sentiu a fúria tomar conta dela novamente. Bem, adeus àquela idéia. Ron ainda estava mais interessado nas distrações que Lilá podia providenciar do que em fazer as pazes com ela.
‘… ficar em Hogwarts, então? Ouvi que seus pais queriam que você saísse,’ Harry estava dizendo para Parvati. Hermione forçou sua atenção para longe de Ron e Lilá e fingiu estar interessada na conversa de Harry e Parvati.
‘… coisa toda da Katie os assustou, mas não houve nada desde então... ah, oi, Hermione!’
Hermione conteve um sorrisisinho debochado. O cumprimento de parvati tinha o entusiasmo que alguém usa quando se sente culpado por algo. Mas Hermione decidiu não ir por este lado. Havia coisas mais importantes para fazer.
‘Oi, Parvati!’ ela disse animada, fingindo que Ron e Lilá não estavam a algumas cadeiras de distância. ‘Vai à festa de Slughorn hoje à noite?’
Haviam sons de beijo vindo da área de Ron e daquela imbecil...
‘Não fui convidada,’ disse Parvati miseravelmente. ‘Eu adoraria, parece que vai ser bem boa... você vai, não vai?’
Lilá deu uma risadinha terrível que soou como as de Umbridge, e Hermione começou a jogar.
‘Ah, sim, vou encontrar Cormac às oito e vamos---’
Na mosca. Houve um som como de um desentupidor de pia e Hermione sentiu mais do que viu os olhos de Ron se fixarem nela. Ela manteve a face alegre e fingiu não perceber, continuando como se não tivesse sido interrompida.
‘---e vamos à festa juntos.’
‘Cormac?’ disse Parvati. ‘Cormac McLaggen, quer dizer?’
‘Esse mesmo,’ disse Hermione, sua voz doce, enquanto ela pressionava. ‘Aquele quem QUASE virou o goleiro da grifinória.’
‘Está saindo com ele, então?’ perguntou Parvati entusiasticamente.
Continue pressionando… você está quase lá... quase o pegou...
‘Ah - sim - você não sabia?’ disse Hermione, rindo o mais femininamente que conseguiu.
‘Não!’ disse Parvati, parecendo surpresa e feliz à esta nova fofoca. Hermione podia sentir os olhos de Ron nela e pelo canto do olho, pegou Harry a encarando absolutamente incrédulo.
‘Uau, você gosta de jogadores de Quadribol, não?’ disse Parvati. ‘Primeiro Krum, então McLaggen...’
Hermione poderia ter beijado Parvati por mencionar Krum.
Quase lá.
Hermione deu o golpe de misericórdia:
‘Eu gosto de jogadores de Quadribol realmente bons,’ ela disse, se permitindo olhar uma vez para Ron, cujo rosto estava vazio de expressão, mas os olhos dele a disseram tudo que ela precisava saber
Sim!
Hermione sentiu vontade de rir em triunfo, mas em vez disso sorriu para Parvati e deu um último golpe ‘Bem, te vejo por aí... preciso ir e me arrumar para a festa...’ ela disse em uma voz doce, e saiu do Salão Principal, deixando Lilá e Parvati sussurrando desesperadamente, Harry ainda encarando-a incrédulo e Ron... ela não conseguiu olhar para ele...
... até que estivesse quase no hall. Ela olhou para trás, querendo ver o rosto dele, querendo vê-lo olhando para ela, que ele ficasse bravo ou parecesse arrependido ou culpado ou algo. O que ela viu apagou o sentimento de triunfo que sentira segundos antes.
Ron estava encarando seu bife, com a expressão de uma criança que perdeu um pai. Hermione sentiu culpa e sacudiu-a rapidamente. Não era culpa edla. Ele começou. Se ele não tivesse começado a ser uma inteira besta com ela, se ele não tivesse a tratado como lixo e saído com aquela idiota... depois que ela havia convidado-o para ir à festa, depois que eles... ele devia ter sabido... ela tinha arriscado, e ele a recompensava com um tapa na cara que tinha o formato de Lilá Brown.
Ron se levantou lentamente da mesa, ainda parecendo vazio de expressão, mas com um olhar magoado em seus olhos. Hermione sacudiu a cabeça e censurou seu coração mais uma vez, e se apressou pelo corredor para voltar à Torre da Grifinória, dizendo a si mesma que o tudo o que ela estava dando a Ron fora um gostinho do próprio remédio que ele lhe dera.


NOTA DA TRADUTORA: MUITO bem escrita. Demonstra muito bem os sentimentos de Hermione. Amei traduzir! Continua em "Esclarecido".

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