Pais e Filhos



Já era tarde, quando Minerva McGonnagall ia dormir. O vento frio uivava lá fora. De repente, ao fechar os olhos, ela se lembrou de sua mãe, de seu suicídio, e do passado doloroso que doía em seu coração até hoje.

Estátuas e cofres
E paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.

Alvo Dumbledore acordou no meio da noite. Havia sonhado com seus filhos. Há quanto tempo não os via! Que saudades! Seus dois filhos e sua filha caçula! Ainda podia ouvir as vozes deles como se eles estivessem na sua frente, pequeninos.

Dorme agora:
É só o vento lá fora

Quero colo
Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo
Tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três

Harry via as fotos do casamento de seus pais. Era nessas horas que ele pensava no quanto os amava. E no quanto eles o amavam! E chorava, como os queria por perto, para poder abraçar, beijar, e sentir o calor humano de Lílian e Thiago. Como será que eles haviam pensado no nome que deram ao filho?

Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito.

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar, na verdade não há.

Os cabelos sebosos já estavam descabelados. Snape sonhava com sua família. Foi uma família difícil, mas que ele amava demais. Não só os pais, a irmã, o irmão... como também o filho. Será que ele já sabia quem era o pai? Será que sentiria vergonha quando descobrisse que seu pai é um professor estressado que parece odiar os alunos? Snape pensou, pensou sem pensar, pois na verdade não se lembraria do sonho. Ao mesmo tempo em que se lembrava da relação com sua família, imaginava como seria sua relação com seu filho...

Me diz por que é que o céu é azul
Me explica a grande fúria do mundo
São meus filhos que tomam conta de mim
Eu moro com a minha mãe mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais
Eu moro com meus pais.

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar, na verdade não há

Rony corroía-se de raiva na cama. Como odiava seu pai. Ele não tinha dinheiro o suficiente nem para comprar novas penas. E como odiava sua mãe, que sempre o fazia a mesma roupa, todo ano! Mas acima de tudo, odiava a si mesmo. Ele não era alguém normal, como todos os outros estudantes da escola. Ele era um garoto pobre e insignificante. Não, os outros não eram crianças como ele, eram mais ricos do que ele! Mas de uma coisa ele tinha certeza: ele daria o máximo de si, para ser alguém importante no futuro.

Sou uma gota d’água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não entendem
Mas você não entende seus pais

Você culpa seus pais por tudo
E isso é absurdo
São crianças como você.
O que você vai ser
Quando você crescer?

Naquele momento, uma luz prateada cobriu as terras de Hogwarts, acalmando a todos os corações. E não era magia. Era algo divino, que abençoava a todos, fazendo com que, pelo menos por um momento, todos se amem, afinal...

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar, na verdade não há.



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