Potentadium



Poção do Amor Nº 9

Capítulo 2 - Potentadium

A segunda-feira chegou mais rápido do que eu queria. Deveres, a correria, as obrigações, tudo que o fim de semana apagara estava de volta.
Levantei da cama ainda um pouco confuso devido ao sono. Tomei um banho e desci para a sala comunal da Sonserina. Crabbe e Goyle já estavam lá a minha espera.

- Viu a Karin hoje, Goyle? – perguntei com um sorriso de sarcasmo no rosto.

- De relance. – respondeu ele sem desfiar o olhar.

- Eu ainda não to acreditando no que aconteceu. – comentou Crabbe.

- Draco... – disse uma voz feminina ao fundo – Bom dia!

- Bom dia Parkinson. – respondi friamente.

Fazia uns dois anos que eu tinha um caso com a Pansy. Eu não gostava dela, mas ela sempre foi muito bonita e boa de cama, e ainda por cima, sempre fez todas as minhas vontades. Ela era uma espécie de... digamos que... quando eu não tinha mais nada para fazer, lá estava ela, só esperando pelo meu chamado. Sempre foi um ótimo passa tempo.

- Me falaram que você e a Kitty estão juntos, é verdade Goyle? – perguntou Pansy enquanto me abraçava.

- Eu duvido. – respondeu Goyle enquanto passamos pela passagem do quadro – Ela mal olhou na minha cara hoje.

Mal olhou na cara dele hoje? Como assim? A poção não devia fazer as pessoas ficarem apaixonadas por quem às tomava?

Sentamos em nossos lugares de costume no Salão Principal para tomarmos o café da manhã. Nem me lembrava da maldita detenção até que vi a pobretona Weasley entrando no Salão acompanhada pelo tal do Colin Creevey. Ia ter que aturar a presença repugnante dela por no mínimo uma semana toda noite. Ia perder os treinos do time de Quadribol e os encontros do Clube de Duelos. Isso era demais para mim. Minha semana ia ser oficialmente insuportável.

Não consegui prestar atenção em nenhuma aula daquele dia. Estava mais interessado em uma poção que no dia anterior estava dentro do minúsculo frasco que agora se encontrava no bolso do meu casaco. Eu precisava descobrir como aquela poção funcionava, mas antes disso, eu tinha que descobrir como aquela poção era feita, pois o idiota do Goyle só tinha deixado duas ou três gotas dentro do frasco. Tinha que arranjar um meio de descobrir os ingredientes da poção e fazê-la. Tinha até pensado em votar a Hogsmeade e pedir mais da poção a bruxa velha, mas a próxima visita estava muito longe e minha curiosidade era muito grande.

Estava saindo da aula de Transfiguração, a ultima do dia, quando a Professora Minerva me chamou. Descobri qual seria a minha detenção no final daquele dia.

- Sr. Malfoy? – chamou ela quando eu já estava saindo da sala.

- Sim, professora.

- Devido ao incidente de sábado, como o Sr. já deve estar sabendo, o Sr. precisará cumprir detenção.

- Eu já sei disso. – respondi em tom nada agradável, o que fez com que a bruxa afinasse os lábios.

- Pois bem. – continuou a professora – A sua detenção começa hoje às oito horas. O Sr. e a Srta. Weasley deverão limpar todos os livros da biblioteca. A Madame Pince estará esperando o Sr. lá. Não se atraze.

- Sim senhora. – respondi antes de me retirar da sala.

Voltei para o dormitório para deixar meu material, trocar de roupa e ir jantar. Não ia poder me dar o luxo de ficar enrolando hoje. Tinha que estar na biblioteca às oito horas em ponto. Encontrei com Marcos Flint, capitão do time de Quadribol da Sonserina, no meio do caminho e aproveitei para falar que eu não ia poder ir aos treinos, vocês já sabem o porque.

- Como você faz uma idiotice dessa, Malfoy? Como vamos treinar agora sem um apanhador? – gritou ele quando eu terminei a explicação.

- Para de ser dramático, Flint. É só por duas semanas no máximo! E depois, a culpa não foi minha! – a essa altura eu também já estava gritando.

- A culpa não foi sua? Quem mandou você azarar a garota?

- Flint, vai a merda! – gritei antes de virar as costas e continuar em direção ao Salão Principal.

Às oito horas em ponto eu estava na porta da biblioteca. Coisa que não adiantou muito, pois a Weasley tinha chegado uns trinta segundos antes de mim e por isso eu tive que ouvir um sermão da Madame Pince.

- Muito bem, tenho certeza que vocês sabem o que devem fazer. Os panos e os espanadores estão em cima da mesa. Dêem-me suas varinhas e podem começar a limpar.

Entreguei minha varinha relutantemente para ela. Odiava ficar sem a varinha. E se acontecesse um ataque surpresa? Como eu ia me defender?

- Eu limpo as de A a L e você de M a Z. – disse a Weasley enquanto pegava um pano e um espanador de cima da mesa.

- Tá achando que pode ficar me dando ordens, sua Weasley pobretona? – perguntei levantando uma sobrancelha.

- Isso não é uma ordem, Malfoy. Isso foi apenas uma sugestão para podermos sair daqui o mais rápido possível. Mas faça o que você quiser. – disse ela virando as costas para mim e se encaminhando a primeira prateleira.

Para ficar o mais longe dela possível, comecei a limpar pela ultima prateleira. Já passavam das dez quando cheguei à prateleira que ficavam os livros de poções. Um título me chamou a atenção: Como Decifrar Poções. Olhei ao meu redor. Madame Pince não estava em nenhum lugar a vista, a Weasley estava limpando os livros enquanto cantarolava alguma música estúpida. Essa era a minha oportunidade de ler esse livro. Sentei-me em uma mesa e comecei a ler.

“Como tornar poções difíceis em fáceis. Não.”
“Como fazer uma poção para voltar no tempo. Não.”
“Como uma poção...”

- O que você está fazendo? – perguntou a Weasley olhando por cima do meu ombro com uma cara de poucos amigos.

- Isso não é da tua conta.

- A partir do momento que eu vou ter que ficar aqui mais algumas horas por que você resolveu descansar e ler um livro é da minha conta sim! – gritou ela.

Já disse como ela fica irritada por pouco?

- Eu não estou descansando. Eu estou procurando uma coisa. E não lhe devo explicações. – disse calmamente me levantando da cadeira e indo colocar o livro de volta na prateleira.

- O que você está procurando não está ai. – disse ela sem gritar.

- O que?

- O feitiço que você está procurando não está ai. – respondeu ela sem tirar os olhos do livro que limpava.

- E por acaso você sabe o que eu estou procurando?

- Sei. Mas isso não é da minha conta, não é mesmo? – perguntou ela com um riso sarcástico nos lábios.

- Não é mesmo.

- Ótimo. – disse ela continuando a limpar.

Por volta de meia noite e quinze, Madame Pince voltou e disse que era para continuarmos no dia seguinte. Estava saindo da biblioteca quando a Weasley parou na minha frente.

- Potentadium. – disse ela.

- O que? – perguntei meio confuso.

- É isso que você está procurando. Boa noite. – ela disse virando as costas e descendo o corredor.

Passei a noite acordado tentando descobrir o que diabos ela queria dizer com Potentadium.

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